O Monstro escrita por Messer


Capítulo 8
Causas Maiores


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto, né? Bem, não me batam, pls. E esse volume acabou. É, curtinho. Não sou boa com guerras. Logo, logo, vou estrear O Anjo, então fiquem alertos ;D
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/380533/chapter/8

Não demorou muito até todos estarem armados e esperando qualquer vestígio de monstros ou demônios. O silêncio reinava, logo que estavam à espera de alguma coisa. O clima tenso dificultava a respiração de John, que agarrava seu chicote com todas as forças. Preso as suas duas mãos, havia socos ingleses em bronze celestial, com afiados espinhos, pronto para estraçalhar qualquer monstro. Porém, não estava com raiva. Somente uma profunda tristeza e um instinto estranho tomavam conta dele.

Minutos escorreram com uma lentidão de chumbo. Não se sabia o que estava acontecendo, não sabia o que se esperar. John começou a ficar incomodado. Demônios tinham sede de sangue e violência. Já havia matado seu tutor, então o que estavam esperando?

Mesmo assim, não tinha nenhum único sinal de qualquer monstro ou coisa do tipo. John se voltou para Mary, que deu de ombros com um olhar desconfiado. Eles mais do que deviam estar aqui.

Impaciente, Taylor deu alguns passos para frente e gritou:

-Ok, onde raios-

Mas não consegui terminar a frase. Um buraco se abriu rapidamente à sua frente e de lá surgiram uma onda de monstros. A garota tentou atacar, mas não conseguiu. Gritando, fora arrastada para dentro da abertura. Num momento só, todos atacaram. Monstros e demônios estavam se espalhando como pragas, literalmente. Era um imenso filme de terror.

John escutou um grito e se livrou do devaneio, correndo em direção da horda de coisas. Pelo o que viu, seria impossível de matar todos.

Não dava para diferenciar os monstros gregos dos demônios dos Caçadores de Sombras. Além de serem parecidos – todos eram criaturas horrendas –, eram muitos. Depois de alguns minutos, o garoto se esqueceu de quantos já havia matado. Somente prestava atenção as pessoas em sua volta, pois teria que dar uma boa desculpa para ele ou ela, caso fosse atingido pela espada do garoto.

John nunca havia estado em uma guerra, ou uma batalha grande como essa. Era caótico. Tudo corria em questão de segundos, e em pouco tempo ele já estava ferido e cansado. Depois de perceber que não dava para vencer aquilo, teve uma ideia.

Os monstros estavam saindo de um lugar, não?, ele pensou.

Correndo, e matando qualquer coisa má em seu caminho, ele logo chegou à borda do poço. Era difícil ficar lá. Muitas criaturas vinham, tentavam pegá-lo. O cheiro também era horrível, como um milhão de ovos podres espalhados no asfalto quente por horas.

Depois de ver aquilo, tentou voltar. Então percebeu que estava encurralado. Os monstros e demônios haviam cercado-o e sua única saída era o poço.

Porém, quando estava quase a cair naquela escuridão, Mary apareceu. Com um toque rápido, eles estavam em outro lugar. Era um campo grande, cercado por árvores ao longe. A vegetação onde ele estava era seca, quase na altura dos tornozelos. O céu estava roxo, com o Sol se pondo.

Numa distância de mais ou menos dez metros, estava Mary. Pequena, a vegetação seca do campo passava de seus joelhos. O cabelo claro, bagunçado em um rabo de cavalo. Seu rosto tinha três cortes superficiais, dois na bochecha esquerda e um longo na testa. Suas roupas, mesmo sendo resistentes, cheias de arranhões.

Seu olhar era distante quando falou.

-Eles todos irão morrer. Estás ciente disto, correto?

John arregalou os olhos dourados. Não havia nenhum único sentimento em sua voz.

-A gente só precisa fechar o buraco – falou, com a voz falhando. O que raios estava acontecendo?

-Tu sabes como?

O garoto parou e pensou por um momento. Sabia sobre alguns feitiços, mas nada sobre fechar um precipício que jorrava criaturas de duas raças distintas. Devagar, balançou a cabeá em negação.

Mary caminhou até ele, tirou um pequeno e intacto lenço branco do bolso e limpou a testa de John com leves batidas. Quando ela guardou novamente, o garoto percebeu que ele estava manchado de sangue. Involuntariamente, levou a mão para tocar o ferimento, mas a filha de Hades o impediu.

-É pior – disse, com a voz baixa.

John percebeu que ela evitava olhar em seus olhos. Aliás, evitava até tocá-lo. Havia ainda um distância entre os dois. Não só física. Mary estava escondendo alguma coisa, algo importante. Quando ele abriu a boca para falar algo, ela o beijou. A reação foi instantânea, porém, ainda havia segredos rodeando os dois. Delicadamente, John afastou-a.

-O que houve? - Sussurrou.

-Eu sei um modo de como encerrar com tudo isso.

Então, ainda há esperança!, o filho de Apolo pensou. Porém, a aura do medo de Mary anulava-a.

-Qual?

Devagar, em um bolso do cinto de armas, ela tirou uma pequena caixa negra, retangular a alta. Havia pequenas inscrições e desenhos gravados no recipiente. Ela segurava-o com as mãos levemente trêmulas.

-Tu és a chave para tudo isso, sabe? O escolhido. Quando fora encurralado na beira do abismo, eles queriam derrubá-lo lá. Então, tudo aquilo acabaria, para retornar mais poderoso. - A voz dela ficou mais baixa. - A resposta para isso é a sua alma.

-Mas como isso pararia tudo aquilo? - O garoto interrogou.

-Essa caixa é feita para receber almas. Só fora feito uma vez, há algumas eras. Não se tem mais registros disso. E por isso é perigoso. Não sabemos o que pode acontecer.

-Não importa – John logo falou. - Faça-o.

-Você pode morrer.

-Mas a profecia fala que volto. Profecias não erram, certo?

-Há várias maneiras de interpretá-las.

-Não. Importa.

Mary o olhou, com pavor. John quase fraquejou por aquilo, mas era por uma causa maior. Como Caçador de Sombras, ele foi ensinado a sacrificar a si mesmo em situações como essa.

A garota, devagar e contra todos seus instintos, como ele podia perceber, levou a mão pro seu rosto. No mesmo momento, estavam de volta à batalha, na beira do poço. Mary segurou a caixa com tanta força que John achou que ela iria se despedaçar. Então, agarrou seu braço e se jogou no precipício.

O garoto se apavorou por um momento, achando que ambos morreriam, e todos os que lutavam acima. Mas Mary estava concentrada, olhando para a caixa e murmurando algo, mas, com o vento da queda, não se podia escutar. Ele não via nada além dos dois, havia somente uma imensidão negra.

Então Mary beijou-o levemente nos lábios. Seu olhar era triste, e isso deu uma vontade enorme de sumir dali, de ir para qualquer outro lugar. Nesse momento, John odiou toda sua vida. Seria muito mais fácil ter nascido como um mudano.

Ela tocou sua têmpora, e disse algo. No momento que sua visão escurecia e John não tinha mais controle de seu corpo, ficou repetindo mentalmente as palavras ditas, que, mesmo não sendo em sua língua natal, lhe fizeram total sentido.

Σ 'αγαπώ.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok, final de O Monstro! Agora, se quer saber a tradução, vá ao Google Tradutor, de grego para pt. Não quero estragar a surpresa!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Monstro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.