5. O que eu quero pra nós dois?
Edward Pov.:
Eu estava com um sorriso de orelha à orelha; estacionei o carro na garagem, subi as escadas lentamente - com cara de paisagem, ainda pensando na Bella. Abri a porta do quarto, e lá estava, Alice. Estava batendo os pés como alguém que estava esperando muito tempo. Sim, eu estava encrencado.
- Edward Anthony Masen Cullen! Você perdeu a noção?!
- Calma Alice, já estou aqui, não estou? – falei bem devagar; como que, tentando tranquilizá-la.
- O problema não é você estar aqui ou não Edward...
- Ah, não mamãe?! – a interrompi, perguntando sarcasticamente; decidi-me e, então, sentar na cama para ouvir o sermão que viria a seguir.
- HÁ HÁ! Muito engraçado Edward, e vai ser realmente cômico quando a Hilary descobrir que você anda “sumindo” com a Bella. Ela já começou a desconfiar dessas suas faltas repentinas, sua empolgação pra ir às aulas. - continuou – Até o Jasper percebeu que quando você some, a Bella também não aparece; e que você vai muito animado para às aulas que tem com ela. Fora os outros, todos estão percebendo, Edward, ninguém é besta. Você não está fazendo tudo conforme queria. Se é que tinha algum plano quando começou com essa ‘história’ com a Bella - disse ela cruzando os braços esperando eu falar algo.
- Alice, eu continuo o mesmo e não tem história nenhuma...-comecei emburrado. Mas é claro, ela me interrompeu.
- Não sabia que você sempre teve ficava sorrindo que nem bobo, com cara de paisagem, assoviando e cantarolando por aí; sem contar seus sumiços repentinos. Bom saber que nunca tinha percebido isso em você! – e para frisar mais ainda, tamanha a incredulidade dela, fez a maior cara de “oi, estou sendo sarcástica, e não adianta dizer o contrário”.
- Alice é que eu...
- Ed... eu já entendi, você gosta dela, gosta não, é muito mais forte que isso, você está apaixonado por ela!
- eu n~...
- Mas, você tem que resolver sua situação com a Hilary. - falou “curto e grosso”.
- Alice, nós somos apenas amigos.
- Vocês podem ser apenas isso Edward, mas isso não quer dizer que você goste dela apenas como amigo... irmãozinho, não adianta esconder de mim, telepatia de gêmeos lembra ? - ela riu, e eu a acompanhei, um pouco sem graça com o rumo que a conversa estava tomando.
- É sério Ed, pensa no que eu te disse. Qualquer coisa que você decida, saiba que eu vou te apoiar. - ela disse saindo do meu quarto e me deixando sozinho, pensando.
-
Acordei essa manhã pensando sobre o que eu tinha conversado com Alice. E resolvi que tenho que terminar com a Hilary, pois a Bella precisa de mim, e eu não consigo, e nem quero, me afastar dela.
Um único, e complicado, problema: terminar não é uma tarefa, digamos que, fácil, - ou até que eu goste - de fazer. Sempre fui péssimo com isso. Tenho que tomar coragem para fazer isso; mas... uma outra hora, quem sabe. !
-
- Edward? Edward! - disse Hilary, balançando a mão em frente ao meu rosto, como forma de me fazer vê-la.
- Ah, oi Hilary ! - eu dei um beijo na bochecha dela. Ela levantou uma sobrancelha e eu ri.
- Edward, você está muito estranho ultimamente. Você anda disperso, além de estar estranho comigo. Porque você sumiu ontem?
- Eu não tava com muita disposição para vir à escola; e é impressão sua Hill, você que deve estar paranóica.
- Então porque você só me deu um beijo na bochecha quando me cumprimentou? Você nunca faz isso.
- Só fiquei com vontade. - eu dei de ombros. - bom, tenho que ir pra aula agora, Hilary. – Me despedi e saí correndo em direção a minha sala.
Nós tivemos que fazer um trabalho em dupla então escolhi Bella, claro, como parceira, para podermos passar mais tempo juntos.
O sinal do intervalo soou, comprei meu almoço e sentei-me na mesa de sempre. Com a máxima rapidez acabei de almoçar, e disse, como quem não quer nada, mas em um timbre de voz, que com certeza todos ouviriam:
- Alice, eu vou ali na mesa da Swan, porque ela é minha dupla no trabalho de literatura. – Ela me olhou cúmplice, mas, eu sabia, estava escondendo a repreensão pelo meu ato.
- Oi, de novo, Bella - eu disse sorrindo e me sentando junto com ela na mesa. Ela retribuiu com um sorriso.
Comecei conversando com ela sobre o trabalho de literatura, se iríamos fazer na minha casa ou na dela. Mas depois ficamos falando sobre coisas banais. Fiquei feliz, com isso, pois ela já me respondia algumas vezes. É claro, falava muito pouco e baixo, mas era o suficiente para eu comemorar internamente por estar cumprindo minhas metas.
Depois do almoço eu a levei em sua sala e todos ficaram nos olhando, mas ignorei. Enquanto caminhava, muitas pessoas cochichavam, me olhavam, e quase sempre, a Bella estava envolvida.
Acho que Alice estava certa. Eu preciso aprender a disfarçar o que eu sinto por ela, apesar de ser muito difícil.
Não lembro de quando foi a última vez em que eu tinha me sentido tão animado com algo. Faz tanto tempo que estou acostumado com uma rotina chata. Aí chega ela, e muda tudo. Mas não tenho do que reclamar, nunca me senti tão vivo.
Quando acabou a minha aula, fiquei esperando Bella para falarmos do trabalho de literatura.
Enquanto andávamos em direção ao nossos carros uns garotos passaram correndo por nós e derrubaram as coisas de Bella.
Quando a ajudei a recolher as coisas dela eu encontrei o seu caderno de desenhos. Quase todas as folhas continham pinturas abstratas em cores escuras e mortas, mas, a partir de uma certa página, as pinturas foram ganhando cores mais vivas.
Elas começaram a mostrar traços de felicidade, e notei pelas datas que elas eram depois de nos aproximarmos.
Eu fiquei estranhamente feliz, por eu significar algo pra ela, mesmo não sendo do jeito que eu queria.
Eu a olhei e ela corou por eu ter visto seus desenhos. Nesse momento eu fiquei hipnotizado com seus olhos e inconscientemente eu fui me aproximando dela.
Ficamos parados, nos olhando, foi quando eu a abracei, com força. Quando nos separamos, fiquei parado, só observando e degustando do momento; como se fosse a gravidade, ou um filme, fomos atraídos, um para o outro, chegando cada vez mais perto. Nossos rostos já estavam muito próximos, quando:
- O QUE SIGNIFICA ISSO EDWARD CULLEN?! - gritou Hilary com mãos na cintura, batendo os pés e uma expressão de ódio.