A Rainha Branca escrita por luanafrotah_


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Isso é só uma breve introdução, não entra muito na história e nos persongens, mas me parece um bom começo.



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        Era um fim de tarde adorável. O sol mergulhava em meio aos arranha-céus, e banhava a cidade em luz e sombras. E no topo de um dos prédios, onde o som dos carros engarrafados era distante, muito distante, havia um pequeno grupo de garotas.

         Sempre se viam lá, ao menos uma vez por semana. Se autodenominavam “Caçadoras de demônios”, o que não era, nem nunca foi correto. Garotas que se juntam todas as semanas com tabuleiros de ouija, copos e tesouras não seriam exatamente caçadoras. São sonhadoras.

         Não negando que almas não possam realmente participar desses joguinhos, mas demônios, com certeza, já desceram mais que isso há muito tempo. Aquelas menininhas não sabem qual é a sensação de um demônio de verdade no encalço, porque nunca fizeram contato com um. Mas deixemo-las conversarem, exatamente de onde paramos.

         Sim... Lá estavam elas, cinco garotas ingênuas. Todas estavam exibindo um risinho excitado no rosto. Algumas estavam com unha pintadas de preto, anéis com imagens satânicas, outras, pentagramas. Sentadas em volta de um tabuleiro pintado com tinta vermelha que estava sob um copo, pensavam em quem iriam chamar naquele dia. Era sempre assim, cada uma pensava e pesquisava sobra algo ou alguém, morto, é claro. Depois, entravam em consenso e escolhiam o melhor.

         -Eu sei de um! – falou uma dela destacando-se – Era um homem realmente mal. Ele matou a esposa e o irmão, isso foi há séculos. Reza a lenda que, depois que ele foi executado, sua alma continuou vagando, e toda vez que ele pega alguém desprevenido, BAM! A pessoa morre, exatamente como a esposa dele, e ele mesmo, degolada.

         -Bah...! Isso é fichinha – replicou outra de cabelos curtos -, eu sei de um melhor... Uma melhor. Vocês já ouviram falar na Rainha Branca?

         -Ah, sim... Aquela que vaga à noite por aqui, pelos becos... Eu não sei muito sobre ela – respondeu uma terceira.

         -Pois bem, vou falar pra vocês sobre ela, agora. Ninguém sabe como ela morreu, já surgiram muitas histórias acerca disso. Tudo o que se sabe dela é que ela vaga, pelas ruas – olhou para a garota que havia lhe respondido – não pelos becos. Ela é como uma mulher normal, só que é pálida como a neve e fria como a noite. E ela pega suas vítimas em qualquer lugar que imaginem. Ela se faz passar por uma pessoa qualquer, e daí, te leva pra algum beco escuro e... Tcharan! Ela tem um servo, uma pessoa transformada em um demônio igual a ela.

         -Opa, opa, opa! – Uma das garotas levantou, a magrinha, de cabelos pretos – Estamos falando de um espírito, um demônio e não de um vampiro!

         -Ela não é um vampiro! Vampiros não existem, pensei que soubesse. – respondeu a menina – Agora, vamos logo chamá-la – dito isso, ela se pôs na posição, seguida pelas outras, e todas puseram a ponta dos dedos indicadores sobre o copo – Concentrem-se... Ó espírito do mal, nós te convocamos. Venha falar-nos através deste instrumento que usamos agora, vinde a nós, Rainha Branca!

         O vento soprava trazendo de longe ruídos estranhos. O sol se escondera totalmente e a luz estava praticamente extinta. As garotas esperavam ansiosas, com os olhos ainda fechados. Uma delas arriscava uma rápida espiada com um dos olhos abertos, outras duas davam risadinhas silenciosas. O vento ficou forte. O copo deu um solavanco, todas abriram os olhos e ficaram atentas. Ouviram o barulho de algo rachando, e o barulho ia ficando gradativamente mais forte. De repente, o copo explodiu em pedaços mínimos, que voaram para todos os lados, machucando a todas que estavam lá.

         -Ah, meu Deus!!! Socorro! Me ajudem!! – elas correram em auxílio da amiga, que estava chorando sangue – essas coisas entraram no meu olho! – Mas ela não deixava nenhuma das garotas sequer tocarem nela, devido ao desespero. Levantou e saiu correndo, gritando, com a mão sobre os olhos, até que tropeçou no parapeito e caiu. Despencou de um prédio de 18 andares.

 

***

 

         Passos ecoavam na noite solitária. Parece impossível, mas naquela metrópole ainda existiam ruas desertas, e lá, a noite não era aliada, e sim inimiga. E um garoto se atrevia a afrontar o desconhecido, andando por lá com tanta calma e tranqüilidade. Não, nada de medo. Pelo menos até ouvir passos atrás dele. Ele se vira, apreensivo.

         -Quem está aí? – E dava voltas, olhando para todos os cantos possíveis ao mesmo tempo – vamos, responda! Quem está aí?

         -Nossa... Para um simples garoto, até que você tem uma boa audição...

         E, da sombra de um dos edifícios, emergia uma garota. A pele pálida como a lua, usava uma saia curta uma camiseta e sobre o conjunto, uma capa, na cabeça, um boné preto. Andava lentamente, e sorria.

         O garoto deu um suspiro – Ah... – falou com um ar de desprezo, reerguendo a cabeça – é só uma menina. E por sinal, muito bonitinha – acrescentou com um sorriso malicioso, olhando nela, o pouco que a capa não escondia.

         Ela aumentou o sorriso, e foi andando em direção a ele, - então é isso que você quer? – Ele assentiu com a cabeça. A garota continuava indo em sua direção. Quando chegou bem próximo dele, ele a puxou para junto de si, as mãos em volta da cintura dela, sob a capa. Ela passou os braços em volta do seu pescoço.

         Tudo estava indo muito bem, então ele sentiu algo muito sólido pendurado à cintura dela. Não... Aquilo não seria... Sentiu uma dor dilacerante quando a garota enterrou as unhas em sua nuca.

         -Se você tentar alguma coisa comigo, eu te mato!

         Ele deu um grito e a empurrou instintivamente. Ela, agora, dava gargalhadas, enquanto observava as mãos, com os dedos sujos de sangue – acho que arranquei um pedaço seu. Mas que isso te sirva de lição.

         -Você... Eu sei quem você é – falava ele enquanto recuava a passos curtos – como foi que eu não percebi isso antes... Mas claro... Cabelos compridos... Pele clara como a neve... Você é a rainha branca!

         A garota o encara seriamente, o ar ficou pesado por alguns segundos... Até que ela explodiu em gargalhadas novamente. Depois de algum tempo ela parou de rir, deixando um garoto com cara de idiota a sua frente. Pôs as duas mãos na cintura, afastando a capa e revelando em que ele pegara enquanto estavam abraçados. Era o cabo de uma espada.

         A espada era magnífica. Seu cabo, feito do mais puro ouro branco, tinha uma pedra vermelha, na forma de um polígono de sete lados. A bainha era de prata, rodeada de fios de ouro. Ele sentiu uma enorme repulsa por aquela espada, queria correr, mas seus pés não deixavam.

         -Você não vai me matar, vai? Vai mesmo me transformar em um de seus servos? E... A propósito, eu pensei que você usasse branco.

         Em um movimento rápido, ela estava novamente próxima a ele com os braços estendidos, segurando a espada, Com uma mão no cabo e a outra na bainha da espada. – É... Eu usava, mas dava muito trabalho, sabe... Sangue... Manchava muito – Falou com um sorriso irônico - Então... Como quer morrer? Falou, começando a desembainhar a espada, revelando uma lâmina reluzente.

         -Não faria isso... Faria? – Perguntou ele, realmente assustado.

         -Claro que não – Falou repondo a espada na bainha – Eu não sou essa tal Rainha Branca.

A partir daí, foi tudo muito rápido. Um reflexo prateado cortou a escuridão e, com um giro gracioso, a cabeça do garoto estava no chão. – Sabe melhor do que ninguém que eu não sou ela. Ela está lá no inferno, de onde você nunca devia ter saído!

         -Como você adivinhou?  

         -É simples, meu caro – Falou ela caminhando em direção à cabeça no chão, e lhe mostrando os dedos sujos – Esse sangue não é humano. Não cheira como sangue humano – Levantou com a espada em punho novamente e além de tudo, tem o enxofre. Demônios mais fracos deixam rastros maiores de enxofre. Você se esforçou muito para esconder o seu, mas isso sempre acontece.

         -Como teve coragem de matar esse garoto inocente, hmm? – perguntou a cabeça sentindo-se triunfante – nunca mata um dos seus.

         -Você já o havia matado antes. Até nunca mais – Falou ela com desdém. E enfiou a espada na cabeça dele, que com uma expressão de dor intensa, finalmente voltara ao inferno.

 

 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?

Como eu tinha dito, não fala muita coisa da história ainda(ou será que fala?), mas eu vou tentar colocar o primeiro capítulo logo, só vou dar uma revisada nele(pela décima quinta vez)


Se tiverem gostado me deixem saber. Mandem uma review e me façam feliz ^^