As luzes vistas pela janela anunciavam a tão esperada chegada. Kate e Alexis, depois de horas dentro de um avião, chegavam à Nova York. Aos poucos a cidade ganhava forma, a distância diminuía, apareciam os grandes prédios, os monumentos, o Central Park...

Alexis mantinha um sorriso no rosto, o mesmo que havia desde a hora em que entraram no aeroporto no Canadá. Kate também estava feliz, ia “matar” a saudade de seus pais e da sua terra natal. Comparando as duas, não se sabia qual estava mais contente com essa viagem.

Algum tempo depois Kate e Alexis desembarcaram Nova York, estavam finalmente em casa. Depois de toda a burocracia inicial, elas foram liberadas e puderam pegar as malas.

Infelizmente elas tiveram que deixar Billy em casa devido ao seu tamanho, ele pareceu feliz ao perceber que ficaria com Isabella, vizinha de Kate e uma das suas grandes amigas, que por sinal adorava Billy. Sempre que era preciso Billy ficava sob deus cuidados.

– As minhas estão todas! – disse Alexis se referindo as malas. – E as suas?

– Estão aqui também... Ainda bem que dessa vez nenhuma se perdeu pelo caminho! – disse Kate aliviada.

Ambas colocaram as suas malas em um carrinho e foram em direção ao desembarque. Assim que as portas se abriram Alexis avistou sua avó e seu avô, sem perder mais tempo correu na direção deles.

Kate continuou a levar as malas, enquanto Alexis já estava abraçando Jim e Johanna. Jim quando se separou do abraço, foi ajudar a filha com as malas.

– Olha o quanto você cresceu... – disse Johanna olhando Alexis.

– Ai vó, eu estava com tanta saudade! – disse Alexis pulando.

– Eu também! Agora parece que vamos ter bastante tempo juntas. Mas o que você fez para a sua mãe resolver vir para cá?

– Ela não resiste a minha carinha. – disse Alexis sorrindo satisfeita.

– Ninguém resiste! – disse Johanna rindo.

Em poucos minutos, Kate e Jim se juntaram a Johanna e Alexis, que conversavam animadamente.

Johanna então, foi abraçar a filha e inspecioná-la ao mesmo tempo. Disse coisas do tipo: “Kate você precisa comer!”, “Você tem que trabalhar menos.”. Kate apenas ria, antes ela achava aquilo exagero, mas depois que se tornou mãe, começou a entender. Era preocupação materna.

– Vamos gente! A tia Lanie, a Tia Jenny, o Tio Espo e o Tio Ryan, estão nos esperando na casa do vovô... – disse Alexis sorrindo.

– Jim... Isso era para ser surpresa! – repreendeu Johanna.

– Me desculpe, é que essa mocinha, – disse Jim apontando para a neta – estava para me deixar louco perguntando dos seus tios.

– Sei bem como é isso... – disse Kate sorrindo.

– Vamos? – perguntou Alexis sorrindo.

– Vamos! – responderam os três em uníssono.

(...)

Assim que chegaram, Alexis saiu correndo do carro e foi em direção a casa. Rapidamente abriu aporta e foi recebida pelos tios.

Sorrindo ela adentrou o lugar, no centro da sala estava em uma mesa um grande bolo de cereja. Kate entrou atrás de Alexis e sorriu ao ver o bolo, ela amava cerejas.

–Bem-vindas. -Todos gritaram e foram abraçar as duas.

–Eu estava morrendo de saudade de vocês. -Alexis disse abraçando as tias. -E trouxe o Laser Tag para acertarmos as nossas contas. -Ela falou séria olhando para os tios, mas depois acabou rindo.

–Estão com fome? -Johanna perguntou.

–Quase morrendo, a viagem foi muito cansativa. -Kate falou enquanto abraçava Lanie, a melhor amiga.

–Ah garota, poupe a viagem de volta e fique por aqui de uma vez. -Lanie disse retribuindo o abraço.

–Sim mãe, eu acho isso uma boa idéia. -Alexis disse sorrindo.

–Muito bem, não vamos entrar neste assunto novamente. Já conversamos sobre isso e não é simples. -Kate falou sorrindo triste.

–‘Ok’, hoje é dia de comemorar, ninguém vai ficar triste hoje. -Jenny disse pegando uma faca no armário da cozinha para cortar o bolo.

–Isso mesmo, mãe depois podemos ir até o Central Park? - Alexis mudou completamente de assunto lembrando o seu desejo de visitar o ponto turístico.

Depois de cortarem o bolo, se instalaram na sala para por as conversas em dia. Alexis contava para os avôs e para os tios sobre a sua rotina, a vida no Canadá e principalmente o seu desempenho na escola enquanto Kate foi puxada pela amiga para um canto mais reservado.

–Me conte tudo. -Ela disse simplesmente e Kate entendeu o que ela queria saber.

–Lanie, eu não estou namorando. -Ela riu.

–Como assim, você é uma mulher jovem, bonita e talentosa, deve ter algum homem nesse mundo interessado em você.

–Sim deve ter, mas eu não tenho tempo para me preocupar se tem ou não alguém querendo namorar comigo. Tenho um trabalho intenso, a preção do dia-a-dia é muita e quando chego em casa só quero aproveitar o tempo que tenho com a minha filha.

–Eu ainda me lembro de quando estávamos no Ensino Médio e você dizia que quando fosse adulta iria aproveitar a vida, viajar pelo mundo, conhecer pessoas...

–E eu dizia que ia virar modelo, cantora ou atriz. -Elas riam.

–Sim, eu sei que você tem sua vida no Canadá, mas sinto falta da minha amiga de anos atrás. -Lane disse recordando de vários momentos que tinha passado com Kate. -Você nunca considerou voltar para Nova York? Sabe que o que te prendeu lá foi Alexis, agora ela também quer vim para cá.

–Sim, eu considero isso todos os dias, mas...

Antes de terminar a frase, Alexis chamou por Lanie.

–Pense nisso amiga. -E saiu deixando Kate com seus pensamentos.

Assim que se formou Kate foi para o Canadá por causa de uma ótima oportunidade de emprego, eram apenas alguns meses, mas dias antes de encerar seu período lá, tudo mudou.

Foi chamada para auxiliar em um caso de homicídio, a vitima não tinha parentes, apenas uma filha de dois meses. Meredith estava sozinha no Canadá, sua morte foi justificada como ataque de uma gangue. Porém Kate nunca acreditou nisso.

O retorno a NY que deveria ser em poucos dias nunca aconteceu. Ela se apegou na menina e talvez por impulso resolveu adotá-la.

Apesar de ser uma decisão precipitada ela nunca se arrependeu.

Seu único medo era que, se ao voltar para NY Alexis resolvesse buscar por sua família. Afinal a única informação que tinham era a de que Meredith, assim como Alexis tinha nascido em NY.

Registros mostraram que a mulher comprou passagem de Nova York para Toronto dias depois de Alexis ser registrada. Sem qualquer informação de quem poderia ser seu pai.

E depois de anos tendo a menina como sua filha, ela ainda tinha medo de que a jovem buscasse essas informações.

–Mãe? -Alexis a chamou tirando-a dos seus pensamentos.

–Sim meu amor, algo de errado? – Kate perguntou sorrindo.

–Não, mas a vovó me disse que você tem uma surpresa para mim e agora estou curiosa.

–Como você consegue arrancar a verdade das pessoas tão fácil? – perguntou Kate rindo.

–Ah, eu aprendi com a minha mãe. – respondeu Alexis sorrindo. – E eu também sei fazer uma carinha ótima...

– Me lembre de perguntar a ela porque foi te ensinar isso. - Kate riu junto com a menina. -Mãe, você pode pegar?

–Sim. -Johanna disse sorrindo, achava aquela afinidade entre as duas maravilhosa.

Johanna voltou com um envelope branco, entregou à neta e deixou que ela abrisse. Assim que abriu Alexis pode ver varias entradas para eventos da cidade, noites de cinema, o Zoológico, um dia no spar, restaurantes... Varias coisas para se fazer na cidade com Kate.

Alexis sorriu e abraçou Kate.

–Obrigada mãeeee! -Ela disse pulando e abraçando Kate.

–Gostou?

–Eu amei.

Minutos depois quando a agitação passou Lanie e Jenny levaram Kate e Alexis para o sofá a fim de verem os canais de fofoca na televisão.

–Quem é esse? -Alexis perguntou quando a primeira matéria apareceu, típico flagra dos paparazzi.

–Esse cara? -Lanie disse sem se importar. -Ele é famoso, tem dinheiro, casou com a sua editora, a dois meses se separou e desde então é visto com uma mulher em cada braço.

–Isso mesmo, o cara não se decide. Mas tudo bem, como dizem por ai os ricos podem. -Jenny falou também sem se importar.

–E como é o nome dele? -Kate perguntou curiosa.

–Richard Castle. -Lanie respondeu.

–Já vi alguns livros dele em Toronto, parece que fazem sucesso. -Kate falou sem muito interesse.

– Querem saber o que eu acho? – perguntou Alexis.

As três apenas balançaram a cabeça, concordando.

– Que esse cara é um idiota, mas ele pode ter “salvação”. – disse Alexis rindo.