Filha da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 24
Capítulo 24 - Felizes para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Meu pai caminhou elegantemente em seu terno preto até mim. Com uma delicada reverência segurou minha mão e a beijou.
— Dá-me a honra de conduzi-la ao altar, minha filha?
— É claro que sim, Dr. Cullen.



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Andamos abraçados até a saída do aeroporto internacional. Um carro nos esperava. Assim que entramos, eu reconheci a voz do motorista.

-                   Félix!

-                   Achou mesmo que eu não viria busca-la, princesa?

Eu saltei para o banco da frente a o abracei. Edward permaneceu imóvel no banco de trás – as coisas não tinham sido muito agradáveis na última fez que eles se encontraram. Percebendo o desconforto de meu irmão, Félix puxou conversa.

-                   Ei, garoto? Espero que compreenda que eu sigo ordens e espero que possamos dar uma trégua, pelo menos hoje.

Edward pensou um pouco, mas depois de alguns minutos, assentiu com a cabeça.

Chegamos rapidamente ao castelo, graças á direção não ortodoxa de Félix. Quando eu desci, Edward abriu a porta do carro e me abraçou. Suas mãos deslizaram por todo o meu rosto e ele me beijou a testa com um lindo sorriso.

-           Seja feliz, irmãzinha querida! Eu sei o quanto custou estar aqui agora. Saiba que sempre que precisar, eu estarei ao seu lado. Sempre. 

            Eu segurei seu rosto junto ao meu por um instante.

-                   Eu te amo, Edward.

-                   Eu também.

Edward entrou no castelo e eu andei pelo jardim.

Era meu último lá. Meu último dia no castelo que me lembrava tantas coisas. O dia estava claro e ensolarado e o castelo brilhava ao sol. As flores coloriam tudo ao meu redor.

Eu andei por entre os jardins , sozinha. Provavelmente todos estavam ocupados com os preparativos. Não vi meus filhos e não ninguém também, apenas o silencioso som do dia. Entrei pela porta lateral e andei pelos corredores. O castelo cheirava a madressilvas, minhas madressilvas que estavam delicadamente floridas e enfeitavam todo o muro leste, bem como a parede do meu antigo quarto.

Andei até a grande cozinha medieval. Tudo estava na mais perfeita ordem, ninguém a usava desde que eu me mudei do castelo. Eu me sentei sobre a bancada de mármore da pia e olhei em volta. Tantas lembranças me vieram a mente que eu quase pude reviver os momentos. Cada momento feliz e carinhoso que eu tive naquele lugar.

Quando olhei perto do armário, eu percebi que a vida estava de volta ao castelo – duas mamadeiras sujas de leite, sobre o velho móvel. As mamadeiras dos meus bebês. Um aperto no peito me golpeou – eu estava morta de saudades deles.

Levantei-me a andei até o armário. Peguei as mamadeiras e as levei a pia para lavá-las. Enquanto eu estava de costas, uma voz conhecida entrou pelo cômodo.

-                   Você venceu.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo, não podia acreditar que ela ainda estava ali, e pior, que tinha vindo me procurar. Eu engoli em seco e não respondi.

-                   Ouviu o que eu disse, Satine? Você venceu. Você o ganhou. Não existe mais guerra, não posso competir com isto.

Eu me virei, e encarei os olhos traiçoeiros de Heidi. Hoje eles não tinham o mesmo brilho infernal de sempre. Hoje eles estavam tristes e sem vida. Eu coloquei a mamadeira de Gavriel na pia e perguntei.

-                   O que quer dizer?

Heidi abaixou a cabeça e deslizou a mão pelo cabelo abundante, sorrindo sem vontade.

-                   Eu os vi. Eles são perfeitos. Especialmente a garotinha. Ela se parece muito com ele, ela é tão doce, tão delicada. O garoto não gostou de mim, ele mordeu meu dedo. Acho que se parece mais com a mãe.

Então, ela esteve com meus filhos.Eu estava tremendo de ódio por dentro, e estava muito, muito agradecida por Gavriel tê-la mordido, mas de repente, uma sensação de pena me dominou. Ela estava mesmo triste. Heidi continuou.

-           Ele a ama. Sempre amou. Depois que você entrou na vida dele, nunca mais existiu espaço para outra coisa. Além disso, ele não me quer, não me quer mais, nem para uma noite, nem para diversão.

Eu continuei encarando os olhos dela.

-                   Como eu disse, não posso competir com isso. Você realizou o maior sonho que ele poderia ter, você deu a ele uma coisa que eu nunca poderia. Uma família.

Eu estava pronta para dizer a ela que ficasse longe da minha família e que eu não iria cair naquele joguinho – embora, estivesse quase lá – quando ela interrompeu meus pensamentos.

-                   Fique tranqüila, eu estou indo embora. Só vim me despedir e desejar que tenha uma eternidade feliz ao lado do homem que eu amo.

Eu sorri maliciosamente e continuei sustentando o olhar de Heidi.

-                   Obrigada, eu terei!

Ela saiu da cozinha tão rapidamente quanto entrou. Eu ainda estava meio em choque, meio com raiva e meio triste, quando Félix passou pela porta.

-                   Heide a estava incomodando?

-                   Não – eu menti.

-                   Tem certeza? Porque Mestre Aro me deu ordens de que não permitisse que ninguém a incomodasse hoje.

Eu sorri.

-                   Diga a ele que não se preocupe, nada pode tirar meu bom humor hoje.

Félix sorriu de volta e encostou-se ao meu lado.

-                   A baixinha está te procurando.

-                   Ela já me encontrou!

E antes que eu completasse a frase, Alice entrou saltitando pela cozinha.

-                   Ei! Não acredito que está lavando louça no dia do seu casamento!

-                   Alice. São as mamadeiras. Além disso, onde estão as crianças? Eu quero vê-los.

Alice me pegou pela mão e me arrastou para fora da cozinha.

-                   Nada disso! Precisamos começar a te arrumar. Eu sei que você é linda e tudo mais, mas não custa dar uma ajudazinha. E não se preocupe, seu cavaleiro de armadura estão cuidando dos filhos.

Eu senti um friozinho percorrer minha espinha, estava quase na hora, quase na hora de eu pertencer completamente a ele.

Alice continuou me arrastando pelas escadas até meu antigo quarto. Nós duas entramos e Rosalie saiu do closet com vários prendedores de cabelo nas mãos.

-                   Vamos começar! Disse minha irmã linda e loura.

Um tempo interminável, entre escovadas e camadas de delineador nos olhos – minhas irmãs eram perfeccionistas demais para fazer algo básico comigo.

Quando elas terminaram, um toque suave na porta quebrou os risos e as piadinhas que estávamos tendo.

-                   Moças. Permitem-me um momento com minha filha?

Aro estava lá, com uma imensa caixa branca nas mãos. Alice e Rosalie saíram, fechando a porta atrás de si.

Meu pai de criação sentou-se na cama ao meu lado e entregou a caixa em minhas mãos. Eu soltei o laço de cetim vermelho e tirei a tampa. Dentro dela estava um lindo vestido de organza branca. Eu o segurei pelas alças finas e observei a delicadeza do corte. Impecável e sensual, mas ainda assim delicadamente romântico. Aro sempre acertava na escolha, e este em especial, era perfeito. Parecia feito para uma fada. A saia longa em evasê, descia com diversas camadas de tecido intercaladas, mostrando uma suave transparência e fluidez. A cintura ajustada. O corpo tinha um decote discreto nos seios, e era mais profundo nas costas, deixando a sensualidade sutil. Eu deixei uma pequena lágrima escorreu dos meus olhos. Aro levou a mão ao meu rosto e a secou, antes que caísse completamente.

-                   Sua irmã não vai gostar se eu permitir que estrague a maquiagem!

Eu sorri e deitei meu rosto em suas mãos.

-                   Obrigado.

-                   Não tem que me agradecer, querida. Você encheu minha vida de luz, apenas isto, basta.

Eu continuei assim mesmo.

-                   Pai. Obrigado por tudo que fez por mim. Obrigado por ter me criado e me feito o que eu sou. Obrigado por ter compreendido tudo o que eu fiz, mesmo quando você não concordava e principalmente, obrigado por aceitar que eu amo Demetri, por aceitar que fiquemos juntos.

Aro olhou dentro dos meus olhos e sorriu.

-                   Você sempre esteve certa. Mesmo quando eu não concordava, eu sabia que você tinha razão. Você nunca foi minha, Satine. Nunca foi como os outros. Você sempre foi como uma filha para mim, “la mia bambina!” Eu a amo, e vou amar, sempre.

Aro beijou minha testa e se levantou, ainda segurando minhas mãos.

-                   Quanto ao general. Acha mesmo que eu nunca percebi?

-                   Como assim?

-                   Satine, píu bella, Satine! Acha que eu nunca percebi a maneira como vocês dois se olhavam? A maneira como encontravam razões para se tocarem? Acha que eu nunca percebi como Demetri tinha ciúmes de você? Acha que eu não sei que se encontravam escondidos?

Eu senti minhas bochechas corarem – tudo bem, eu não sou uma garotinha, mas ali, com Aro, eu me sentia estranha. Como se alguém tivesse me pego em flagrante. Aro percebeu e riu ainda mais.

-                   Não se preocupe. Se eu soubesse que tudo terminaria naquelas coisinhas lindas que estão no meu jardim agora, eu teria incentivado mais!

Ele me deu as costas e abriu a porta, onde Alice e Rosalie esperavam.

-                   Moças. A noiva é toda de vocês.

Assim que a porta se fechou com as duas do lado de dentro. Eu olhei-as nos olhos e adverti.

-                   Sem comentários!

Rosalie sorriu e Alice balançou a cabeça.

Assim que perceberam a caixa sobre a cama, o assunto passou da “conversa com Aro”, para o “vestido de noiva”.

Não demorou muito para que eu terminasse de me arrumar, principalmente com a ajuda de duas vampiras tão eficientes.

Algum tempo depois, Esme entrou com Gavriel e Amellie nos braços. Eles estavam arrumados e lindinhos. Gavriel com calça e suspensórios brancos e uma camisa também branca, um sapatinho no pé e o cabelinho todo arrepiado, como Demetri costumava usar o dele. Amellie estava com um vestidinho branco também de organza com pequenas flores aplicadas na saia rodada. Um sapatinho de verniz e uma meia de renda. Os cachinhos louros estavam arrumados cuidadosamente em um pequeno coque, com prendedores de brilhante. Eu sorri ao vê-los.

Esme se aproximou e os passou aos meus braços um e depois o outro.

-                   Viemos apenas para dar um beijinho de boa sorte na mamãe. Não queremos desarrumá-la, certo?

Meus filhos assentiram com a cabeça e eu os beijei delicadamente na bochecha. Alice pegou Gavriel, e Rosalie saiu levando Amelie pelas mãos. Esme permaneceu comigo. Suas mãos frias e delicadas tocaram meu rosto, seus olhos doces e seu sorriso maternal encheram todo o quarto de amor.

-                   Sei que será muito feliz, minha filha. É o que eu desejo. Uma vida eterna e feliz, ao lado do homem que você ama, como a minha.

-                   Obrigada mamãe. Quero que saiba que eu a considero mesmo minha mãe, que eu a amo como se fosse.

Esme me abraçou e beijou meu rosto com cuidado. Enquanto nos abraçávamos, meu pai entrou pela porta. Ele estava ainda mais lindo do que eu já o tinha visto. Seus olhos brilhavam como ouro derretido, eu não pude deixar de sorrir.

Meu pai caminhou elegantemente em seu terno preto até mim. Com uma delicada reverência segurou minha mão e a beijou.

-                   Dá-me a honra de conduzi-la ao altar, minha filha?

-                   É claro que sim, Dr. Cullen.

Ele sorriu e despediu-se de Esme. Ficamos sozinhos no quarto.

-                   Está na hora, amor.

Eu senti que meu coração iria sair pela boca, enquanto segurava no braço de meu pai. O caminho pelo corredor parecia interminável e eu quase não podia caminhar.

           Andamos calmamente pelo corredor e alcançamos a imponente escada em caracol. Meus olhos se focalizaram em apenas um ponto. Um único ponto, ou melhor, um único homem – Jacob.

           Eu não consegui disfarçar o sorriso, nem a urgência em estar nos braços dele. Meu pai soltou meu braço e eu corri pela escada, segurando a saia para não tropeçar. Lancei-me nos braços de Jacob e ele me apertou entre eles.

-                   Você veio!

Seus olhos encontraram os meus e ele acariciou meu nariz com a ponta do seu. Eu juro que percebi uma lágrima, mas Jacob não a deixou cair.

-                   Somos uma matilha, lembra?

-                   Ah Jake, eu estava tão triste. Achei não estaria comigo!

-                   Ei gatinha! Eu não perderia a festa por nada! Quero dizer, se tiver comida de gente.

Eu sorri e o beijei na bochecha umas mil vezes.

-                   Se não parar de me beijar o sanguessuga vai ficar com ciúmes!

-                   Ele sabe que você é meu amor eterno, Jake! Além disso, ele já deve estar lá na igreja.

-                   É melhor a gente se apressar então, vai que ele desiste? Além disso, eu não agüento mais esse cheiro de sanguessuga!

Jacob entrou no mesmo carro que eu e o meu pai. Nós seguimos pelas ruas de pedra da antiga Volterra em uma limousine preta. Quando paramos na porta da Catedral de São Marcos, Jacob se despediu e desceu, entrando na igreja. Meu pai me ajudou a descer e Esme veio ajeitar meu vestido.

Meu pai segurou firme em meu braço, assim que as pesadas portas de madeira se abriram com a música do piano que meu irmão tocava. Meus olhos se perderam nos do meu pai. Tanta cumplicidade, tanto carinho, e nenhuma palavra. Apenas um sorriso bastou para que eu soubesse o que ele sentia. Ele me conduziu pela nave da igreja como se eu fosse verdadeiramente um prêmio.

Eu observei muitos rostos. Alguns conhecidos, outros, nem tanto. Mas eu queria penas um par de olhos. Um par de olhos ainda avermelhados, mas que a cada dia se tornavam mais doces e brilhantes. Olhos que me queimavam apenas com um olhar. Olhos que me fizeram estar naquele lugar, naquele dia. Os olhos que eu amava.

Ele estava no altar, à minha espera. Sério e mordendo o lábio inferior – o que indicava que ele estava nervoso. Meus olhos encontraram os dele e o sorriso se refletiu entre nós dois. Nós nos amávamos.

           Depois de Vê-lo, a calmaria encheu meu coração e se derramou por meu corpo. Eu suavizei a mão que segurava o braço de meu pai e apenas deixei que ele me conduzisse. Eu queria estar ali, eu queria percorrer aquele caminho abençoado que me levaria aos braços de meu Demetri.

           Meu pai me levou até ele, segurou minha mão esquerda e a entregou entre as mãos de Demetri, dando-me um beijo na testa.

-                   Este é o meu bem mais precioso, general. Cuide dela sempre, e a ame, pela eternidade.

-                   É o que eu mais desejo, doutor. É o que eu sempre fiz, e o que farei ainda mais, por toda a eternidade.

Demetri voltou os olhos para mim. Um sorriso apaixonante nasceu em seus olhos brilhantes. Ele apenas sussurrou, mas foi o suficiente para aquecer toda a minha pele.

-                   Eu te amo.

Eu sorri em resposta e a cerimônia começou. Não me recordo de muita coisa á esse respeito. Lembro-me apenas dos olhos de Demetri nos meus. Lembro-me perfeitamente de como aqueles olhos aqueceram a minha alma. Eu estava me afogando neles, me enchendo de Demetri. Suas mãos frias apertavam as minhas na hora do juramento, e eu jurei com toda a minha alma, que seria dele. Eternamente.

Saímos da igreja apressados e fomos direto para o castelo. Alice, obviamente, havia preparado uma festa, e não era qualquer festa.

Eu me perguntava como ela havia conseguido arrumar tudo em algumas horas, mas em se tratando de Alice, tudo era possível!

Os jardins do Castelo estavam enfeitados com inúmeras luzes amarelas. Muitas velas e cristais estavam dispostos em colunas e árvores. Ela usou callas negras – as preferidas de Demetri. O ambiente era refinado e suntuoso, como meu marido. Mesas de mogno antigas receberam algumas comidas humanas e baldes com champanhe. No salão principal, a mesma decoração requintada e muitas, muitas velas mais. Músicos tocavam uma delicada sinfonia e a sala brilhava como em um sonho. Meu sonho.

Aro se levantou de seu trono e pegou um microfone. Todos se voltaram para ele.

-                   Meus caros. Eu não poderia deixar de dizer algumas palavras neste dia tão importante. Eu queria dizer a você, meu amigo Carlisle. Que me alegra muito ver Satine ao seu lado. Eu nunca achei que ela me pertencesse, Satine sempre foi sua. Sempre teve sua bondade, e sua delicadeza. Ela não poderia ser mais parecida com você do que é. Quando olho para ela ao seu lado, eu vejo que cumpri meu dever, eu prometi que cuidaria dela, e aqui está – a mulher maravilhosa que ela se tornou. E você Demetri, meu fiel amigo, Demetri. Nada me faz mais feliz do que saber que vai continuar a cuidar dela. Eu a entrego á você meu amigo, com todo o respeito e admiração que eu lhe tenho. Saibam que as portas do meu castelo estarão sempre assim, abertas para recebe-los.

Eu andei até ele e o abracei. Aro deitou minha cabeça em seu peito, acariciando meu rosto. Não me importava o passado, apenas importava que meu querido pai de criação havia compreendido o que existia entre Demetri e eu.

Ele me conduziu pelo salão até os braços de Demetri e entregou-me a ele. Demetri beijou minha mão e acenou com a cabeça para Aro. Suas mãos fortes e frias escorregaram por minhas costas, e ele me juntou ao seu corpo. Uma valsa começou a tocar, e ele me conduziu em seu som.

 Seus olhos nos meus.

-                   Minha senhora, para sempre.

-                   Eu te amo.

-                   Não mais que eu.

Eu sorri. Meu coração transbordando de amor e felicidade. Demetri lançou-me seu olhar mais profundo e sensual, junto com um sorriso malicioso.

-                   Espero que aceite este humilde servo, pela eternidade. E que aprove minhas instalações para esta noite.

Sua boca roçou a pele do meu pescoço e eu senti meu corpo todo se arrepiar. Eu não conseguia mais esperar, tinha urgência em tê-lo, tinha urgência em pertencer a ele. Eu o segurei pela mão e corri com ele para longe de todos.

-                   Eu quero você – eu sussurrei em seu ouvido.

Demetri suspirou e sorriu com o canto da boca. Ele não disse nada, apenas me levou pela mão, por um corredor conhecido. Um corredor antigo e cheirando a vinho e terra – os subterrâneos.

Eu estava agitada e ansiosa. Quantas noites eu passei acordada imaginando ele lá, imaginando como seria fazer amor com ele, ali, naquele lugar. Quantas noites eu me segurei para não ir ao seu encontro.

Esta noite, eu precisaria me segurar, esta noite, como todas as outras que se seguiam, ele seria meu.

Demetri abriu a porta, e eu pude ver o interior. Tudo estava limpo e arrumado, velas em recipientes de vidro iluminavam delicadamente as paredes de tijolos antigos. O chão estava coberto por um imenso cobertor de pele marron e muitas almofadas de cetim. Havia uma garrafa de champanhe no gelo e duas taças.

Ele fechou a porta, atrás de nós – aquele era nosso mundo agora. Nada nos tiraria um do outro.

Demetri pegou a garrafa de champanhe e abriu, servindo as duas taças.

-                   Um brinde ao “felizes para sempre”

-                   Um brinde ao homem mais maravilhoso do mundo. O homem que eu amo.

Não tive tempo de dar mais do que dois goles no champanhe. Demetri me trouxe para si. Suas mãos ávidas soltaram o zíper do meu vestido e ele caiu no chão, mostrando a delicada peça de renda que Alice comprara para mim.

-                   Nossa!

Os olhos de Demetri percorreram cada centímetro do meu corpo, enquanto eu desabotoava a camisa branca que ele usava.

Quando minha pele encontrou a sua, uma explosão de sentidos me dominou. Nada era perto o suficiente, eu queria mais, queria mais perto, queria mais do seu corpo no meu. Ele me deitou com suavidade no cobertor e deitou o corpo sobre o meu. Suas mãos desceram por minha coxa, sem que sua boca se afastasse da minha. Ele encaixou nossos corpos e eu suspirei com os olhos fechados. Demetri beijava meu pescoço, meus ombros, minha boca, minha pele.

-                   Eu te prometo uma vida eterna assim, meu amor. Eu te amo.

Eu quis responder, mas não pude, sua boca não deixou. Ele me cobriu com um beijo intenso, faminto e profundo.

Depois de algum tempo, quando conseguimos finalmente manter nossos corpos um pouco mais distantes, eu deitei sobre ele e fiquei brincando com meus dentes em sua pele. Demetri estava com os olhos fechados. As mãos brincando em minhas costas e um sorriso malicioso descansando em seus lábios.

Eu me mexi um pouco, encaixando meu corpo no dele novamente. Demetri soltou um gemido baixinho e suspirou.

-                   Não acredito que ainda tem fôlego para mais?

Eu revirei meus olhos e sorri.

-                   Bem, você me prometeu uma eternidade de amor, só estamos na primeira noite.

FIM


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