Sai da loja e estava caminhando para casa quando um carro preto vai parando ao meu lado, um carro lindo, e, quando finalmente o vidro abaixa, eu não poderia ficar mais contente.

- Bruno! - num impulso, abri a porta do carro, e ele mesmo se levantou e meu abraçou rindo.

- E aí pirralha?

Pulei no seu colo, e mordi com força seu ombro. Ele me soltou é claro, e gritou:

- Qual é o seu problema? - riu.

- Qual é o MEU problema? A pergunta certa é qual é o SEU problema? Porque não deu notícias seu inútil?!

Ele riu mais ainda.  Otário.

- Qual a graça?

- Você preocupada comigo, é, realmente você mudou pirralha! - disse rindo mais ainda.

- Idiota!

- Marrenta! - sorri, ele sempre me chamou assim.

Ele me abraçou novamente, retribui, e me lembrei de algo, me soltei dele para olhá-lo.

- Mamãe sabe que você está aqui?

Ele sorriu.

- Acabei de chegar, "bora"?

- Bora!

Entramos no carro e ele perguntou.

- E as novidades?

Pensei um pouco.

- Hmmm, briguei com o Lucas por causa de um otário primo do Nick lá do Starbucks, fiquei com o Brian semana passada numa festa aí deu uma briga entre ele e o Logan e...é por enquanto só - me lembrei de algo - Ai, e meu irmão chegou há uns dois minutos, de viagem e vai me levar no cinema hoje, só.

Ele riu.

- Você tá o fluxo em maninha!

Ri alto.

Era muito bom ter meu irmão de volta, ele era meu companheiro e não dava para ficar séria perto dele. Bruno agora tinha 25 anos, saiu de casa para fazer faculdade de publicidade e a última vez que ligou foi há uns dois anos atrás, trabalha em Nova Iorque, até agora.

- Por que voltou? Tu não ia trabalhar seu vagabundo?

- Uau, pensei que você estivesse feliz que eu voltei para ficar.

Riu.

- Vai ficar? - olhei surpresa para ele.

- Claro.

Berrei de felicidade o que fez ele se assustar e quase bater o carro.

- Ficou louca garota?

Ri.

- Ai, que stress, só estava comemorando a volta do meu irmão, - mas logo voltei a perguntar - mas sério, tu não estava trabalhando? E a noiva jararaca ruiva?

Ele riu.

- Já que você insiste, eu fui demitido e a "jararaca" me chifrou - disse ele na maior naturalidade e dando ênfase no jararaca.

- Glóóória senhor! - ri.

- Também acho, não sei o que deu na minha cabeça para noivar.

- Justo com ELA.

Ele riu.

Estacionou em frente de casa, mas quando eu fui sair do carro ele me chamou e olhei para ele.

- Não conta para mamãe, ainda, por favor deixe que eu fale do emprego.

- Ok, mas e a jararaca ruiva?

Ele riu.

- Isso pode.

Sorri e desci do carro, fiz sinal para que ele esperasse e entrei em casa.

- Mãããe!

Abri a porta e chamei ele, ele entrou e subi nas suas costas.

- Vamos para cozinha.

Ele riu.

- Com você montada em mim? Ah, tá! – me tirou de suas costas.

- Já estou descendo sua escandalosa - mamãe gritou.

Bruno morde meu ombro do nada.

- Ai! Tá louco garoto?!

- Só estou descontando!

Fomos para a cozinha e ficamos conversando.

Ficamos dando risada até que ouço nossa mãe chegando e grito:

- Mãe, manda o Bruno parar de me morder! - faço biquinho e Bruno continua rindo.

- Que mané Bruno menina? - assim que ela entrou na cozinha derrubou a pulseira que estava colocando e ficou sem reação ao ver Bruno sentado no balcão da cozinha rindo.

Ri. Bruno desceu normalmente do balcão e andou até ela parando na sua frente e olhando em seus olhos, colocou a mão carinhosamente em seu rosto o afagando levemente e sorriu. Lágrimas escorriam do rosto da mamãe e dele também assim que disse:

- Me perdoa mãe? Por - fungou - por tudo, por ter ido para tão longe, por todas as vezes que brigamos e principalmente... por sumir sem dar notícia alguma.

Ela sorriu, e os dois se abraçaram fortemente, logo me intrometi no abraço, meu irmão sorriu e disse.

- Amo vocês duas, agora eu vou ficar, e cuidar de vocês!

Ficamos assim...durante um bom tempo apreciando a volta do meu irmão, ele realmente fazia falta.