POV Juan.

Que droga estava acontecendo com a minha Lice, posso parecer possessivo, mas a verdade é que não conseguia aceitar ela se afastar gradativamente estava me afetando,  terminei a prova que faltava para poder ir embora, como essa faculdade estressava não sei como minha mãe conseguiu se formar com todas as honras tendo uma criança pequena, mal vejo a hora de terminar e poder focar só na minha outra profissão, entreguei a prova já saindo da sala, pleno sábado ter que comparecer apenas por um prova, ainda mais de manhã, Bea me esperava do lado de fora, ultimamente até com ela eu vinha sendo rude, embora Bea seja uma mulher muito bonita e gente boa, as futilidades com que ela se importa conseguem me irritar, acho que nosso namoro caiu no comodismo e não é de agora, desde de muito antes ela não se interessa em termos algo mais, digamos, "carnal".

- vamos pra casa Juan, estou com fome. - disse seria.

- vamos, mas pra minha casa vou tomar um banho e comemos alguma coisa. - mesmo se mostrando insatisfeita ela concordou.

Chegamos em casa e apenas Angel estava em casa dormindo, essa desde ontem emanava um bom humor incrível, subi tomar meu banho e deixei Bea na sala ela disse que tinha que lavar as mãos, mas nem liguei muito corri pro meu quarto, precisa de um banho pra acordar de vez, tomei um banho longo e frio diferente de muitos banho bom pra mim tem que ser gelado, senti a água fria me acordar aos poucos, quando voltei para o quarto Bea estava deitada na minha cama com uma expressão mais de felicidade, eu diria até que de alivio.

- amor vamos sair hoje a noite, como se fosse para comemorarmos? - pediu animada.

- nossa que animação toda é  essa? - perguntei sorrindo.

- não sei de uma hora pra outra bateu um bom humor.

- tudo bem pode ser, mas agora eu vou dormir um pouco topa? - assentiu me me estendendo a mão para eu deitar.

Deitei a abraçando de lado e tentando esvaziar minha mente, logo Bea dormiu e algum tempo também consegui aos poucos começar a pegar no sono, acho que ultimamente andei pensando muito na Lice e me esqueci da pessoa maravilhosa que é Bea, acho que se eu deixar de lado a história de Alice e focar no meu relacionamento com ela tudo se resolva, comecei a sentir meus olhos pesarem, mas alguns gritos agudos me chamaram a atenção, levantei meio alarmado e desci me deparando com meu pai, minha mãe e Angel discutindo.

- o que aconteceu. - perguntei chamando a atenção deles.

- eles pensam que eu estou grávida. - Angel gritou nervosa.

- o que, como chegaram a essa hipótese? - não acreditava no que estava ouvindo.

- sua mãe achou uma caixa de teste de gravidez no banheiro, nós só queremos saber o resultado é quem é que eu preciso matar. - gritou a ultima parte.

- vocês estão loucos só podem, eu não fiz teste de gravidez nenhum. - garantiu.

- minha filha, por favor, só queremos te ajudar. - não sabia o que pensar, ouvi a campainha ser tocada e fui atender deixando os três ainda discutindo.

- hora mal? - Pietro perguntou.

- na verdade sim. - meu pai e minha mãe começaram a gritar ao mesmo tempo "implorando" para que ela dissesse a verdade.

- eu não fiz a porra de teste nenhum e nem teria motivo, eu sou virgem. - gritou fazendo todos ficarem surpresos e calados, por essa nem eu esperava, de repente a expressão preocupada dos dois se transformou em alivio. - não se atrevam a comemorar ou dizer algo. - advertiu saindo porta a fora.

- acho melhor eu ir também depois eu volto. - Pietro disse saindo.

Embora meus pais estivessem aliviados alguma coisa estava errada, se Angel não fez o tal teste, nem minha mãe a única mulher que frequentou nossa casa foi Bea, mas se nós não nos relacionamos sexualmente já á algum tempo e mesmo quando nos relacionamos sempre usamos preservativo por que diabos ela faria um teste, subi a escada correndo chamando a atenção dos dois, abri bruscamente a porta chacolhando Bea que ainda dormia.

- amor o que foi? - perguntou alarmada.

- foi você não foi? 

- como assim eu fiz? - perguntou confusa.

- foi você quem fez o teste, não foi? - ela ter ficado pálida com a minha afirmação apenas confirmou minha suspeita.

- eu não, não sei do que esta falando...

- não se faça de cínica você estava angustiada na faculdade e quando chegou aqui disse que queria lavar a mão e depois minha mãe acha um teste de gravidez que não é da Angel e nem dela, bom eu te garanto que meu e do meu pai também não é. - gritei irritado.

- calma amor eu posso te explicar...

- amor é o caralho e explicar o que? Não em explicação nós nunca  transamos sem camisinha e já faz pelo menos três meses que não fazemos sexo, esqueceu do seu surto de abstinência foi? - gritei nervoso. - quer saber só some da minha frente mais some agora, você não sabe o nojo que estou sentindo de você. 

- eu não vou sair até podermos conversar. - falou segurando meu braço.

- não temos nada pra conversar, mas se você não sair saio agora pelo seu próprio bem não esteja aqui quando eu voltar. - coloquei meu tênis, peguei meu capacete e sai batendo a porta, ignorei os apelos dela, assim como os questionamentos do meu pai.

A raiva que eu estava sentindo era difícil de descrever, acelerei minha moto e apenas senti a sensação do vento batendo contra mim, essa era a melhor coisa de andar de moto, a sensação de liberdade que é proporcionada, continuei a pilotar na mesma velocidade, mas, sem um destino certo, não estava magoado ou triste, era apenas ódio, raiva, desprezo e nojo, quem manda ser tão idiota.