— Bem, eu tenho que ir agora – ele disse me dando mais um beijo carinhoso.

— Tem certeza que você irá ficar bem? – perguntei a ele quando ele se levantou. Na verdade eu queria poder ficar na sua companhia pelo resto da noite. Parecia cruel deixa-lo sozinho com dor, mas isso me lembrou de um fato: ele nunca ter me chamado para ir ao seu quarto.

— Não se preocupe, querida! – ele afirmou convencido.

Eu o acompanhei até a porta com a língua coçando para lhe fazer uma pergunta.

Ele olhou para mim sem perceber a minha perturbação:

— Boa noite! – disse me dando um beijo na testa.

—Maxon – eu comecei antes de abrir a porta. – Só por curiosidade... Errr... Por que você não me chamou no seu quarto para fazer isso? – indaguei com medo dele perceber o que tinha por trás dessa pergunta.

— Minha mãe...- ele respondeu sem perceber ou se importar com meu constrangimento. – Ela disse que iria passar em meu quarto para conversarmos e não poderia me pegar fazendo isso – ele estava com um ar divertido.

— E o que ela quer? – perguntei curiosa, desviando um pouco o assunto.

— Eu não sei, por isso que tenho que ir... – ele de repente se abaixou mais próximo de mim – Por mim eu ficaria aqui! – ele me disse como se fosse um segredo.

— E não poderia ser eu a ir lá? – perguntei querendo achar a minha resposta.

Ele demorou um minuto para me responder estudando a minhas expressões e intenções. Até que entendeu:

— Estou convencido que por mais que você diga amar uma mulher ela sempre estará com ciúmes das outras – riu ele tão animado e convencido que nem parecia sentir mais dor.

— Eu não estou com ciúmes! – me defendi juntando as sobrancelhas. – Eu só fiz uma pergunta.

— E essa pergunta não tem nada haver com Kriss? – retrucou ele esperando a minha resposta.

— Bem, não é ciúmes dela! Eu só queria entender por que “eu” – disse com outra entonação querendo enfatizar que se tratava somente de mim – não fui convidada...

Ele rio achando graça e depois suspirou tornando sua expressão seria. Não brava, mas sim como se fosse dizer algo importante.

— Gosto de vir aqui – ele me confessou. – Aqui é muito melhor do que meu quarto. Aqui eu sinto estar em outro mundo, como se por alguns momentos pudesse esquecer-me de tudo e estar no seu mundo, na sua vida – terminou ele. Eu estava surpresa e todos os meus escudos tinham ido para baixo.

— É serio? – perguntei fingindo não acreditar, fazendo um pouco de charme, algo que eu aprendi observando Kriss.

— É a mais pura verdade! – ele disse me puxando para perto.

— Mas na realidade não sou eu que tenho que entrar em seu mundo? – sorri ajeitando a cola da camisa dele.

— Quando você vir para meu mundo – ele deu uma pausa para me fazer ficar bem atenta. – Espero que você o transforme no seu- ele disse me beijando.

Eu tive que sorrir entre o beijo. Estava estonteada com todas as lindas coisas que ele me disse. Acho que essa era melhor noite de toda a minha vida. Eu sentia uma felicidade tão pura e doce.

Quando eu percebi estávamos olhando bem dentro dos olhos um do outro.

— Você é apenas a pessoa mais maravilhosa que eu conheço – ele disse tão baixo que achei que estava dizendo para si mesmo.

Eu mantinha um sorriso no canto dos lábios, achando muito difícil me desprender de seu olhar. Ele simplesmente me cativava, como se eu tivesse certeza que era ele e mais ninguém que eu quisesse.

— Boa noite! – eu disse lhe dando um selinho, não querendo prende-lo mais tempo.

— Boa noite minha querida!

Eu dormi tendo a certeza de que tudo daria certo. Dormi sonhando com o meu lindo futuro. Dormi com o beijo de Maxon.