A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 5
Capítulo 4. A Dama e o Vagabundo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D Voltando a ativa. Para quem não sabe eu estava parada, pois estava em época de provas ;) Mas venho com um capítulo fofo para vocês... Espero que entendam o título hahah



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Capítulo 4. A Dama e o Vagabundo

POV Edward

Eu não estava apaixonado. Claro que não! Era apenas um... Encantamento. A estrangeira me encantava, apenas isso, e pronto. Quem diabos se apaixona em um dia? Tudo bem, conheço muitas histórias de amor a primeira vista, mas sinceramente não acredito em nenhuma delas. São apenas histórias utópicas contadas por idealistas românticos. 

Lembro-me de um caso há 20 anos em que um de meus colegas disse que se apaixonou por um garota a primeira vista, porém quando ele foi conversar com ela acabou voltando correndo, pois a garota tinha uma voz fina e anasalada que machucava os ouvidos... A paixão acabou na hora. . Aquilo não era paixão, ele apenas se sentiu atraído pela garota. Muitos costumam confundir os dois sentimentos. 

E talvez seja isso que eu esteja sentindo por Isabella. Uma atração muito grande. Atração que não deixa meus olhos desviarem de sua beleza e encantamento que não permitia a desatenção em cada palavra que saía de sua boca. 

Já estive afim, como os adolescentes dizem hoje em dia, de outras garotas. Então eu simplesmente agia. Minha parte vampiresca atraía a ala feminina e dificilmente eu levava um fora. 

E definitivamente eu estou interessado pela estrangeira. Não ficaria nenhum pouco chateado de ter algo com ela. Porém... Ela me deixava um tanto nervoso.

- Filho! Você vai se atrasar! - o chamado de minha mãe me despertou de meus devaneios. 

Olhei assustado para o relógio na cabeceira de minha cama e incrivelmente eu tinha passado a noite acordado perdido em pensamentos. Droga!

Levantei correndo indo direto para o banho. Ajeitei-me em segundos e desci as escadas correndo. Praticamente engoli meu café da manhã e fui para o meu carro, porém quando eu estava na porta de casa me lembrei de algo. 

Hesitei por alguns instantes. Eu só iria colocar mais caraminholas na cabeça de minha mãe, porém algo dentro de mim me impelia a tal ação. 

- Mãe... - chamei caminhando em direção a cozinha. 

- Esqueceu alguma coisa Edward? Se não sair agora vai realmente se atrasar. - me olhava atentamente enquanto guardava as coisas do café da manhã. 

Abri a boca e a fechei novamente sem saber como pedir a ela. 

- Er... Sobrou macarrão de ontem? 

- Sim. Por quê? 

- Será que eu posso levar para o almoço? 

Esme franziu o cenho. Era óbvio que ela ficaria curiosa, afinal nunca levei comida para a escola. 

- Claro filho, mas será que eu posso saber o porque da novidade? 

Senti minha pele esquentar, desviei meu olhar e murmurei completamente embaraçado. 

- Lembra que falei da estrangeira... 

- O nome dela é Isabella, certo? 

- Sim... Então ela meio que está tendo dificuldades com a comida do almoço. É muito diferente do que ela estava acostumado e ela acabou comentando comigo sobre o macarrão. - dei de ombros como se tudo o que eu tivesse falado explicasse a minha súbita vontade de levar comida para a escola. 

- Tudo bem filho. - Esme sorriu como se eu tivesse comentado sobre qualquer trivialidade e virou-se para buscar uma vasilha. 

Eu sabia que ela estava louca para dar sua opinião e me questionar sobre a garota, mas acho que ela percebeu o quão sem graça eu estava e respeitou o meu momento disfarçando qualquer um de seus pensamentos. 

Eu ainda estava desconfortável quando minha mãe entregou-me o que eu pedi e me empurrou para fora de casa para que eu não chegasse atrasado.

[...]

Pela primeira vez na vida ignorei meus tios. Não aguentava mais tio Emm e suas piadinhas de duplo sentido. Pior do que ele eram os conselhos de tia Rose. Como se eu precisasse de ajuda para conquistar uma garota! 

A manhã passou-se lentamente. Não tive nenhuma aula com Isabella e minha habilidade em distração não funcionou desta vez. Por algum motivo concentrar-me nos dramas adolescentes não surtiu muito efeito. Talvez porque desta vez eu estava vivendo o meu próprio drama. 

- O que você carrega nessa sacola hein? E porque esse sorriso tão largo? - inquiriu curiosamente Ângela. 

Nós andávamos lado a lado em direção ao refeitório. 

- Não posso estar feliz Ângie? - perguntei divertido. 

Ela revirou seus olhos.

- Não é nada disso... Eu só estou esperando você se sentir a vontade para abrir seu coração comigo, mas minhas indiretas não estão funcionando. 

Ri de suas palavras. 

- Não sou uma das garotas para abrir meu coração. 

- Não seja idiota. Só porque você é homem, não significa que não pode se apaixonar e pedir conselhos a amiga. - apontou para si mesma. 

Suas palavras me fizeram paralisar no meio do corredor. 

- Porque todo mundo insiste em dizer que eu estou apaixonado? - bufei. - Eu não estou. 

- Ok! Continue negando a si mesmo. - me olhou seriamente erguendo uma de suas sobrancelhas. 

- Não estou negando nada a mim mesmo. Acho que eu melhor do que todos sei o que eu sinto ou deixo de sentir. 

- Vai negar que não está interessando em Isabella? - inquiriu. 

Eu podia ler, claramente, na expressão de minha amiga que ela esperava uma negação minha, gaguejada de preferência. 

- Sim eu estou interessado. 

Diverti-me com o pequeno choque que Ângela levou.

- Você admitiu...

- Que estou interessado, isso não quer dizer que eu esteja apaixonado. 

- Tudo bem Edward, não vou insistir mais. É só que desde que nos conhecemos eu já te vi com várias garotas, mas nenhuma te fez mudar desse jeito e em tão pouco tempo. 

- Mudar como? 

- Você está distraído, sorri sem motivo... Mas já prometi não insistir nesse assunto.

Fiz uma careta antes de voltar a andar em direção ao refeitório. Ângela tagarelava ao meu lado sobre o quão difícil era a disciplina de álgebra e eu apenas ria do seu drama. 

Chegamos ao lotado refeitório e seguimos à nossa usual mesa. A estrangeira já estava lá, conversando amigavelmente com Tyler. Mas ao contrário de todos os outros ao redor ela não tinha nenhuma bandeja em sua frente. 

Quando me aproximei ela olhou-me e sorriu. Por um momento me perdi na intensidade de seu olhar, mas logo retornei ao planeta Terra e retribuí o sorriso. 

O falatório no refeitório era intenso e parecia ainda mais em nossa mesa. Aproveitei-me da distração de todos e toquei o ombro de Isabella lhe chamando atenção. 

- Vem comigo? - chamei em um murmúrio.

- Onde? - franziu o cenho. 

- Surpresa. - sorri largamente. 

A estrangeira fez uma careta de desagrado.

- Eu não gosto de surpresas. 

- Vai gostar dessa. - sorri. 

- Se isso for alguma sacanagem é melhor se preparar, pois vai apanhar de uma garota. - falou de maneira séria. 

Segurei o riso. 

- Prometo que não é nenhuma sacanagem. - ergui a mão direita falando de maneira debochada. 

Ela revirou os olhos me dando um soquinho na barriga e levantou-se de sua cadeira. 

- Já estou começando a me arrepender. 

- Deixa de bobeira e vem. - sorri andando em direção à cozinha. 

A novata caminhava ao meu lado e me olhava com cautela. 

- Isso tem a ver com essa sacola? 

- Sim. 

De repente ela segurou meu braço com toda a sua força me fazendo estancar no lugar. Isabella me olhava com seus olhos arregalados. 

- Não tem nenhum tipo de bicho aí dentro, tem? 

- O que? Claro que não! Da onde tirou essa ideia? 

- Eu não sei! Você está aí todo misterioso. E minha imaginação é fértil demais, então... 

Revirei meus olhos e a puxei entrando finalmente na cozinha. Três senhoras se esforçavam para lavar a louça que usaram para fazer o almoço. 

- Boa tarde. - sorri para elas que pararam seus trabalhos nos olhando com curiosidade. 

- O que fazem aqui? Não podem entrar na cozinha. - lembrou Moira secando as mãos em seu avental.

Sorri me desculpando. 

- Eu sei Moira, na verdade só queria um favor. Minha mãe mandou para o meu almoço. - ergui a sacola. - Será que posso esquentar no micro-ondas?

- Tudo bem querido, mas na próxima vez me avise. O diretor não ficará muito feliz se souber que estou deixando alunos entrarem na cozinha. 

- Avisarei. - prometi e fui até uma bancada para pegar um prato. - Posso pegar?

- Claro. - Moira sorriu e voltou aos seus afazeres. 

Isabella aproximou-se de mim com a feição claramente confusa. 

- Trouxe comida de casa? 

- Sim. - despejei no prato a macarronada com as almôndegas e segurei o riso com o olhar faminto que a estrangeira deu no alimento. 

Coloquei no micro-ondas e sentei-me na bancada para aguardar. 

- Não vai me explicar? - sorri sem responder. 

A morena cruzou os braços no peito e me olhou emburrada. 

- Me traz até aqui e não vai me explicar! - bufou encantadora. 

Quase a agarrei ali mesmo na frente das cozinheiras. Sorri largamente com o meu pensamento e Isabella ergueu uma de suas sobrancelhas. Antes que ela pudesse falar novamente o micro-ondas apitou indicando que a comida estava devidamente aquecida. 

Pulei da bancada e peguei o prato o levando para onde antes eu estava sentado. 

Não consegui segurar o riso, pois o olhar fulo da estrangeira caiu dando lugar ao faminto. 

- Não precisa olhar desse jeito, eu trouxe para você. - sorri. 

Isabella voltou seu olhar para o meu rosto. Ela parecia surpresa. Então um enorme sorriso clareou sua expressão quando ela pulou em cima de mim dando-me um abraço apertado e falando palavras e mais palavras em sua língua natal. A única coisa que entendi foi o meu nome. 

- Se está dizendo muito obrigado, então de nada. - disse risonho. 

Seu abraço era gostoso, forte e sem ressalvas. Sentir seu corpo tão próximo do meu acionou alguns pensamentos sujos e outros que me alertaram profundamente. 

Ela afastou-se ainda com um largo sorriso. Seus braços ainda apoiados nos meus.

- Você precisa me ensinar português. Quero entender seus pequenos surtos. 

Isabella revirou seus olhos, mas o sorriso permanecia intacto. 

- Eu apenas disse muito obrigada. 

- Você está editando. - resmunguei.

Ela gargalhou. 

- Óbvio, mas agora eu quero comer, porque isso está com um cheiro divino. - retirou seus braços dos meus e se posicionou em frente ao prato.

- Por ora você me escapa, mas depois não vai ter jeito. - pisquei com apenas um olho lhe entregando um garfo. 

- Não se preocupe, eu não vou fugir. 

Com uma troca de sorrisos nos inclinamos sobre o balcão e devoramos o grande prato de macarronada.

- Sério, o que você disse? - a curiosidade estava me corroendo. 

Ela me torturou por alguns minutos então deu de ombros e falou simplesmente. 

- Eu disse exatamente isso: Edward Você é foda! Muito, muito obrigada! 

Tive que rir. 

- Falou isso mesmo? 

- Quando eu estou muito feliz, minha boca fica meio suja. 

Gargalhei.

- Agradeça a sua mãe pela macarronada, estava uma delicia. 

- Claro. Ela vai adorar saber que sua comida anda recebendo elogios internacionais. 

Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios enquanto ela negava lentamente com a cabeça. 

- Você é tão bobo Edward. Mas eu gosto disso. 

- E eu gosto de você.

Me surpreendi com a facilidade que as palavras saíram de minha boca e Isabella surpreendeu-se por causa de seu significado.

- Eu... Eu acho melhor voltarmos para o refeitório. 

- Ok... - murmurei encabulado. 

Fui muito apressado. Era o seu segundo dia na escola e eu já estava caindo em cima. Peguei o prato e os talheres e entreguei a Moira que me olhava curiosamente. 

A cozinheira era uma senhora robusta que exalava carinho. No começo do ano mamãe foi a sua casa ajudar no jardim e como no dia eu estava sem fazer nada a acompanhei. Moira acordava em mim um sentimento fraterno parecido com que os netos tem pelos avós. 

- Não desista. - sussurrou me mandando uma piscadela e virando-se voltando ao seu trabalho. 

Senti-me ainda mais embaraçado e andei em direção a saída. Eu sentia que Isabella vinha logo atrás de mim. Fechei meus olhos por um segundo e puxei o ar me concentrando em seu cheiro natural. Meus ouvidos captaram o suave caminhar e o descompassado coração. Ela também estava com a respiração irregular. Então senti sua pele na minha. 

Senti um arrepio subir pela minha espinha e um frio surgir em minha barriga enquanto os suaves dedos da estrangeira circulavam meu pulso. 

- Edward... - chamou um pouco hesitante. 

Nós estávamos à alguns passos da entrada da cozinha em uma área pouco vista pelos estudantes no refeitório. Eu ainda podia ouvir a algazarra adolescente aproveitando os últimos minutos do horário de almoço. 

Engoli em seco antes de virar-me. Eu não estava preparado para encontrar seus brilhantes olhos chocolate. Muito menos para a sua aproximação e o toque de sua mão em minha bochecha. Senti o ritmo de minha respiração acelerar quando ela se pôs nas pontas dos pés e beijou minha bochecha. Foram três segundos, sim eu contei, com sua boca colada a minha pele. Quando estava prestes a enfiar minha mão entre os fios do cabelo de sua nuca e puxá-la para a minha boca Isabella afastou-se. 

- Obrigada por lembrar-se de mim. Foi muito doce de sua parte dividir seu almoço comigo. - sua voz estava suave e novamente eu me arrepiei. 

- De nada... Amanhã verei o que eu trago para nós. - sorri. 

- Você não precisa fazer isso Edward.

- Mas eu quero Bella. - não resisti em colocar uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. 

Fascinei-me com suas bochechas ganhando cor. 

- Vamos revezar então. Um dia eu e um dia você. Assim eu não abuso muito da boa vontade da sua mãe. - sugeriu pegando minha mão que estava em seu rosto e retirando dali. 

Ficaria chateado se ela não tivesse permanecido a segurando. A presença da estrangeira me deixava em transe.

- Você não tinha machucado o rosto ontem? - franziu o cenho. 

Sim machuquei, mas quando cheguei em casa tomei o sangue humano da minha irmã e aflorei meu lado vampiro me curando rapidamente.

- Não foi tão grave quanto pareceu. - respondi com uma careta ao lembrar-me que ela riu da minha cara. 

- Desculpe por rir. - sorriu pequeno. - Mas foi hilário. 

- Que bom que eu te divirto. - bufei. 

- Oin! Ficou magoadinho? - cutucou minha bochecha com sua mão livre. 

- Cala a boca. - resmunguei e ela gargalhou. 

Querendo mudar de assunto inquiri sobre o treino de mais tarde. 

- Vai ficar hoje para assistir nosso treino? 

- Depende. - respondeu séria. 

- Do que?

- Se você vai me divertir como ontem ou não. - respondeu rindo. 

Bufei soltando sua mão para voltar a nossa mesa. 

- Ah Edward! Não fica bravo! Estou brincando! - ria correndo atrás de mim. 

A ignorei, mas no fundo essa relação tão leve entre nós dois me deixava extremamente feliz. 

- Você americanos não têm senso de humor. - resmungou. 

Escondi meu sorriso.


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Notas finais do capítulo

Muito mel nesses 4 primeiros caps, acho que já está na hora de uma pitadinha de mistério né? Próximo cap será postado amanhã. Espero que tenham curtido esse ;)

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