A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 23
Capítulo 22. O Poder que Liberta


Notas iniciais do capítulo

Olá gente... Penultimo capítulo da fic D: Espero que gostem ^^



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Capítulo 22. O poder que liberta

POV Bella

Agora eu podia sentir. Parecia fluir pelo meu corpo, eu quase podia sentir tocar minha pele. Finalmente eu obtive pleno controle do meu poder. A proteção mental era fácil de fazer. Bastava eu projetar a película que ficava abraçada a minha mente para outras mentes. Era fácil porque eu sentia. O escudo físico era obscuro para mim, ele se manifestava em situações inusitadas, geralmente quando meu emocional estava em seu ápice. Como quando descobri meus poderes ou quando estava fazendo amor com meu namorado, pois ficava tão perdida em minhas sensações que acabava o puxando para mais perto do meu corpo com o meu escudo.

Porém desta vez quem ativou meus poderes foi a minha raiva. E diferente das outras vezes em que eu o sentia por poucos segundos, agora eu podia senti-lo sem maiores problemas. Eu podia manipulá-lo ao meu gosto e eu tinha noção de sua força indestrutível.

Olhei para um Aro de olhos arregalados ao ver a chibata parada no ar. Ele a puxou e tentou mais uma vez e novamente foi impedido pelo meu escudo.

Deixei que um sorriso surgisse em meu rosto ferido. Eu não sentia dor, pelo menos não por hora. Minha raiva era grande demais.

Rosnei e empurrei meu escudo em direção a Aro que foi praticamente atropelado e voou longe caindo no chão. Ele estava chocado.

– O que está acontecendo? Bella? Fale comigo! - pediu Edward em desespero, ao que parece meu escudo não permitia que ele lesse as mentes alheias.

– Tudo bem Edward, você está bem? - sussurrei me voltado para o meu namorado.

Senti meu coração dilacerar ao vê-lo naquele estado. Suas costas estavam em carne viva e sangravam molhando suas roupas. Estourei as correntes que o prendiam e o ajudei a ficar em pé.

– Tinha veneno de vampiro. - murmurou, ele ainda não havia erguido o rosto, estava curvado tentando controlar a dor. - Por isso está demorando para curar.

– Vamos dar o fora daqui. - disse decidida ajudando-o a ficar ereto.

Neste momento ele viu o meu rosto e sua boca se abriu em choque.

– Bella... - quase não pude escutar sua voz.

Edward levou sua mão ao meu rosto e eu não pude evitar a careta de dor. Deveria estar horrível.

– Tudo bem... Não se preocupe com isso agora.

Nos viramos para Aro que ainda estava no chão em estado catatônico assim como os vampiros a nossa volta.

Olhei com seriedade para Aro e comuniquei.

– Eu e Edward estamos saindo da guarda e você nem ninguém vai nos impedir. Iremos viver em paz com a nossa família e vocês não nos perseguirão ou tentarão algo contra nós. Fui clara?

Aro levantou-se lentamente e sorriu com ironia.

– Quem você pensa que... - sua frase foi interrompida pelo seu grito ensurdecedor.

Tombei minha cabeça para o lado enquanto focava em amassar seus órgãos internos.

– Eu fui clara? - perguntei novamente o largando.

Antes que ele pudesse responder os mais fieis da guarda tentaram atacar tanto fisicamente quanto com os seus poderes. Todos eram barrados tanto mentalmente quanto fisicamente. Os mais fortes tentaram quebrar o meu escudo, mas isso apenas me irrito e eu o expandi mandando-os para longe.

Larguei Edward quando percebi que ele podia se manter em pé e me aproximei de Aro que me olhava com um misto de ambição, choque e medo.

– Não precisa violência minha querida. Nem precisa ser tão radical... Terá um cargo maior na guarda, será meu braço direito!

Olhei-lhe incrédula. Eu não acreditava que ele tinha coragem de me propor um absurdo desses. Rosnei e fiz meu escudo o tirar do chão.

– Você acha mesmo que eu aceitaria uma proposta indecente dessas após você açoitar meu companheiro como se ele fosse um escravo dos tempos coloniais? Acha mesmo que aceitaria qualquer tipo de proposta após você nos obrigar a trabalhar para você e ainda nos manter longe de nossas famílias?! Acha mesmo que esse poder do qual você tanto se orgulha de possuir vai nos seduzir ao ponto de esquecermos nossos princípios e nos rendermos a você?! - a cada frase meu aperto em seu corpo e minha voz aumentavam. - Não menospreza a minha inteligência!

Joguei-o para perto de seus irmãos que observavam tudo sem demonstrar quaisquer reações.

– Agora perguntarei pela última vez... Eu fui clara? - seu silêncio me fez sorrir, não sabia que Aro era orgulhoso. - Sabe Aro, eu descobri meus poderes a pouco tempo... Sei que posso amassar seus órgãos internos, mas fico imaginando se eu expandir meu escudo de dentro do seu corpo para fora... O que será que aconteceria? Será que você explodiria?

– Você foi clara. - respondeu entre dentes.

Sorri, eu estava gostando da sua submissão.

– Continue... - pedi piscando meus olhos como se eu fosse algum tipo de anjo.

– Você e seu companheiro podem ir e...

– Tenho mais um "pedido"... Quero que libere todos da guarda para escolher se querem continuar trabalhando para você ou não.

– Você só pode estar brinc...

– Ou podemos testa a teoria da explosão de corpos. - dei de ombros.

– Qualquer membro da guarda que se sentir incomodado em trabalhar para mim pode ir embora. Não perseguiremos ninguém. - para o meu total espanto ninguém se mexeu.

Franzi o cenho. Eu não compreendia aquela submissão, porém não podia obrigá-los a ir embora.

– Você e seu companheiro podem partir sem preocupações, evitaremos que nossos caminhos se cruzem. E quando se cruzarem teremos uma relação amistosa e cordial.

– Nossas famílias não sofrerão nenhum tipo de represália?

– Não.

– É bom que mantenha sua palavra Aro.

– Manterei. - respondeu a contragosto.

Sorri largamente me arrependendo em seguida pela dor em meu rosto.

– Bom garoto. - disse com cinismo e voltei-me para Edward. - Vamos?

Ele suspirou cansado e assentiu.

POV Edward

Bella era incrível! Como uma garota que há tão pouco tempo se mostrava assustada com o mundo dos vampiros e com seus próprios poderes se transformou nessa mulher destemida e poderosa sem eu nem ao menos perceber? O que ela fez foi simplesmente incrível e exigir que Aro soltasse os demais agentes da guarda só comprovava que sua doçura ainda estava intacta. Era possível eu amá-la ainda mais?

Ela caminhou até mim e apoiou meu corpo para me ajudar a caminhar.

Sim, era possível amá-la mais.

Sorri beijando sua têmpora e deixei-a me ajudar. Minhas costas queimavam com o veneno que entrou em minha corrente sanguínea e eu podia sentir minhas células trabalhando com afinco para curar minhas feridas. O processo seria lento e não conseguiríamos seguir viagem por muito tempo. Eu precisava caçar e descansar. Assim como minha Bella que conseguia esconder sua exaustão.

Seguimos caminhando lentamente, em nossa volta o silêncio era sepulcral. Éramos observados pelos guardas com um misto de admiração e temor. Entre os tantos rostos localizei Jasper. Lembrei-me da visão de minha irmã e pensei que ele voltaria conosco e viraria meu irmão como Alice tinha previsto, porém ele apenas abaixou a cabeça resignado.

"Talvez um dia eu tenha tanta coragem quanto sua companheira."

– Você vai ter. - disse cumprimentando-o com um acenar de cabeça.

[...]

A felicidade mal cabia dentro do meu corpo. Apenas em estar longe daquela vida de escravidão fazia eu me sentir nas nuvens. Sorri observando minha estrangeira escrevendo uma carta para nossa família. Ela estava tão concentrada sentada na escrivaninha do quartinho de hotel que alugamos que nem percebeu que eu a observava.

Seu rosto curou-se mais rápido que as minhas costas que ainda estavam com algumas feridas abertas, porém havia uma cicatriz em seu rosto, apenas uma linha fina que descia da lateral de seu olho direito até quase sua boca. Aquela cicatriz marcaria para sempre seu lindo rosto nos lembrando todos os dias do que passamos nas mãos de Aro Volturi.

Segurei o rosnado em apenas lembrar daquele crápula.

– Terminei! - sorriu Bella caminhando até a cama e sentando ao meu lado. - O correio chegará antes que nós, acho que levará mais alguns dias até que suas costas estejam boas. - minha estrangeira acariciou meu rosto com carinho.

Sorri virando meu rosto e beijando a palma de sua mão.

– Contou a eles tudo o que aconteceu?

– Não... Não quis preocupá-los. Na última carta que mandamos tudo estava bem, se mandarmos agora que ocorreu uma luta, que você foi torturado... Eles vão surtar completamente.

– Manteremos a história para nós?

– Acho que é o melhor a se fazer. - suspirou deitando-se ao meu lado e de frente para mim.

Levei minha mão ao seu rosto e percorri sua cicatriz.

– Eu amo você Bella... Cada pedacinho seu. - disse seguro.

Eu sabia que ela estava incomodada com aquela cicatriz em seu rosto. Era uma vaidade besta, pois meu sentimento não diminuiria por causa daquilo.

– Eu também amo você Edward. - sorriu pequeno se colocando mais próxima do meu corpo para enfim dormirmos. - Amanhã cedo mandarei a carta.

– Eles ficarão tão felizes. - sorri.

– Sim ficarão. Assim como nós estamos agora.

Ficamos em silêncio por alguns minutos e eu estava quase caindo no sono quando Bella perguntou.

– Porque ninguém quis a liberdade?

– Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Estocolmo?

– Não, o que é?

– É quando as vítimas de um sequestro, ou mesmo abuso dentro de casa, identificam-se emocionalmente com o sequestrador ou com o agressor.

– Isso não faz sentido!

– Porque ficamos por pouco tempo com os Volturi. Os membros da guarda estavam lá há anos, décadas, alguns tinham séculos de submissão em suas histórias. Os estresses físico e emocional são tão grandes que o indivíduo tenta se proteger. É uma forma de sobrevivência. Ao se identificar com os agressores a pessoa se afasta do real estado emocional da realidade em que vive. Mas eu tenho esperança que em algum momento eles comecem a se rebelar e não aturar mais a violência que sofrem.

– Não sei se sinto pena ou os acho estúpidos. - bufou me fazendo gargalhar.

– Apenas não se sinta mal por eles não terem saído quando tiveram chance. A hora deles vai chegar.

Bella assentiu e suspirou antes de se entregar aos braços de Morfeu.

Acariciei seus cabelos enquanto cantarolava uma canção de ninar. Em minha mente eu tentava imaginar como seria nosso futuro. Teríamos tanto a falar com nossa família... Eu queria saber de tudo o que aconteceu durante nossa ausência, cada situação que viveram. Poderíamos nos mudar para uma nova cidade e iniciar o ensino médio novamente, ou talvez pulávamos para a faculdade. Bella nunca tinha feito uma faculdades, acho que ela gostaria de estudar o nível superior. Como será que todos estavam? Será que mamãe estava bem? E papai? Será que continuava atuando na medicina? Será que tio Emm e tia Rose pararam de destruir casas em suas demonstrações de afeto tão... Er, entusiasmadas? Meu Deus! Alice deveria estar enorme! Um ano para uma criança é realmente muita coisa em questão de crescimento.

Lembrei-me da visão que ela teve de mim e minha Bella caminhando por Londres, Estávamos tão felizes... E havia uma aliança dourada em seu dedo.

Poderíamos nos casar nesta primavera em uma cerimônia simples. Bella ficaria linda vestida de branco e correndo entre as flores em minha direção.

Meu coração inflou com esse pensamento e meu sono se esvaiu. Fiquei agitado com minha ansiedade e não resistindo sacudi Bella para acordá-la.

– Bella, amor... Bells, acorda meu anjo.

– Hum...

– Bella?

– Humm?!

– Quer casar comigo?

– Hum?

Revirei meus olhos e sentei-me na cama a puxando juntos. Segurei seu lindo rosto sonolento entre minhas mãos.

– Você quer casar comigo? - perguntei novamente.

Finalmente seu sono esvaiu e ela arregalou seus lindos olhos chocolate.

– Você não poderia fazer essa pergunta quando eu não estivesse caindo de sono? - perguntou divertida.

Sorri de lado.

– Eu estava apenas imaginando nosso futuro e quando vi em minha mente você vestida de noiva não pude resistir. A ansiedade tomou meu coração. Preciso saber se você aceita ser minha esposa.

Seus olhos estavam brilhantes e ela sorriu com doçura.

– Você não precisava ficar ansioso, já deveria saber que sou sua desde o momento em que nos vimos pela primeira vez. Eu me casarei com você uma, duas, ou quantas vezes você quiser. Minha resposta sempre será sim, eu aceito.

Puxei-a para um beijo profundo que me fez suspirar e querer amá-la como ela merecia, porém quando suas delicadas mãos passaram pelas minhas costas eu não pude segurar o gemido de dor.

Frustrei-me. Teríamos que esperar.

Bella riu baixinho e estalou sua boca na minha.

– Teremos a eternidade para nos perdermos um no outro.

– Sim teremos. - sorri voltando a deitar na cama.

Logo nos entregávamos juntos ao sono mais tranquilo de nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

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