A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 22
Capítulo 21. Aro mostra suas garras


Notas iniciais do capítulo

Olá amores. O cap está tenso, então se preparem. Lembrando que a fic está em reta final, teremos apenas mais dois caps e epílogo. Então começarei a posta A Lenda da Lua. Pretendo postarei pelo menos três caps de ALL antes de entrar de férias ;)



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Capítulo 21. Aro mostra suas garras

POV Edward

As coisas não estavam indo tão mal quanto eu imaginava que seriam... Pelo menos esse era o meu pensamento até dois meses atrás. Foram oito meses relativamente tranquilos. Éramos obrigados a treinar junto com a guarda Volturi desde lutas corpo a corpo e com armas até a desenvolver os nossos poderes.

Passávamos a semana treinando e no final de semana estávamos livres para caçar. Até aquele momento eu via Aro esporadicamente. Ele gostava de acompanhar o desenvolvimento dos seus brinquedos, tinha um prazer insano em observar os diversos vampiros e híbridos usarem suas habilidades mais raras.

Nessas "aulas" Bella ficava sentada ao lado de uma vampira com a qual havia se dado bem. Minha namorada se mostrava curiosa com os poderes de todos e enchia Zafrina de perguntas. A vampira tinha um dom mental muito interessante. Ela podia colocar uma ilusão na mente de qualquer um e era tão poderosa que essa pessoa sequer percebia que nada era real. Ela era a única amigável entre todos do grupo.

Sem perceber Zafrina contava os segredos do controle dos poderes mentais o que era muito útil para mim e principalmente para Bella que vinha desenvolvendo seu escudo clandestinamente. Quando estávamos sozinhos eu a ajudava tanto a expandir seu escudo mental quanto retirá-lo para que eu pudesse ler sua mente.

Bella estava se saindo muito bem na parte mental, porém o escudo físico parecia não cooperar. Nós podíamos senti-lo, contudo era fraco e consequentemente não apresentava serventia.

– Edward? Para onde estamos indo? - minha estrangeira perguntou em um sussurro assustado.

Engoli em seco apertando firmemente sua mão a minha. Corríamos há horas em direção ao norte. Era uma comitiva relativamente grande. 15 vampiros contando comigo e Bella. Todos faziam parte da guarda sob o comando de Demetri, um rastreador muito famoso no meio vampiresco. Dizem que ninguém conseguia se esconder dele. Ele era um dos motivos pelos quais não pego Bella e dou o fora dessa escravidão.

Não respondi a pergunta de minha estrangeira. Mantive-me em silêncio assim como todos os outros que tinham suas mentes tão agitadas quanto a minha. Alguns em plena excitação, ansiosos pelo o que estava por vir e o que estavam prestes a fazer. Já outros queriam acabar logo com aquilo e voltar para o castelo.

Não demorou para que começássemos a escutar o som de lutas entre vampiros. Os rosnados eram altos e árvores caíam por toda a floresta a nossa volta. Senti Bella me olhar hesitante.

"É uma luta?" - perguntou mentalmente. - "E o que teremos que fazer?"

– Aquilo que os Volturi fazem. - sussurrei.

Iríamos dar fim em uma guerra entre clãs. E o fim ao que me refiro não era trocar palavras amenizadoras e sim chegar atropelando quem quer que se oponha, ou não, aos guardas Volturi.

– Primeira fila captura. Segunda fila defende a primeira fila. Terceira fila destrói quem sobrar. - curto e grosso Demetri deu as ordens.

Basicamente a primeira fila era formada por ele e mais dois vampiros. Os três tinham em suas mentes o rosto de quem teriam que capturar. Uma das futuras vítimas possuía um incrível poder de identificar quem tinha e quem não tinha poderes. Ou seja, uma aquisição perfeita para Aro. Uma aquisição que colocava minha estrangeira em risco.

Na segunda fila estávamos eu, minha estrangeira e mais 4, cada dupla protegeria um da primeira fila. E na terceira fila os outros 6.

E com o passo a frente sincronizado da primeira fila todos nos colocamos em posição. O três da primeira fila se separaram de modo que cada dupla de protetor seguiu junto a eles. Eu e Bella fazíamos a proteção de Caim, um vampiro letal que não tinha nenhum medo de estar sendo protegido por dois novatos.

Entramos na batalha no mesmo momento em que os outros dois trios entravam também. Estavam tão acostumados com essa tática que sequer precisavam de algum sinal de comando.

Ao se darem conta dos novos participantes os que antes lutavam pararam suas batalhas em completo choque. Desesperados começaram a fugir. Ou melhor, tentaram. Porém devido a formação em triângulo da guarda ninguém conseguiu e o massacre se iniciou.

Não prestei atenção em quantos eram. Apenas segui prestando atenção para que nenhum vampiro chegasse perto de minha estrangeira ou de Caim que caminhava sem nenhum problema em direção ao seu alvo.

O vampiro estava tão apavorado que não teve chances de fugir. Caim o imobilizou rapidamente e o arrastou para o centro da clareira onde os outros dois alvos já estavam imobilizados.

Bella caminhou ao meu lado em completo silêncio, porém seus olhos estavam arregalados observando tudo a nossa volta. Seu coração estava acelerado e seus lábios tremiam levemente. Eu compreendia sua aflição. Tudo a nossa volta tornou-se destruição e morte. Era terrível.

– Qual de vocês é o radar? - perguntou Demetri se colocando em frente aos três capturados.

Eles arregalaram seus olhos com evidente medo. Suas mentes entregaram o vampiro da esquerda, mas também gritaram que preferiam a morte a entregar um amigo. A lealdade me comoveu.

– Não sei quem você procura, não conheço nenhum radar. - respondeu o mais firme possível o vampiro do meio.

Os dois assentiram pela resposta. Demetri percebeu facilmente a mentira e tombou a cabeça sorrindo levemente.

– Será que nos enganamos? - perguntou retoricamente. - Será que pela primeira vez em milênios nós os Volturi nos enganamos?

Os três permaneceram em silêncio. Enquanto dois dos fugitivos se mantinham impassíveis a entregar o amigo o radar tentava controlar sua dor. Ao que parece a guarda havia matado sua companheira. Apiedei-me ainda mais sentindo o seu desespero e sua angústia.

– Cullen! - chamou Demetri.

Senti minha espinha gelar e minha respiração travar. Apenas o olhei esperando a ordem. Eu odiava aquela situação.

Demetri a deu por pensamento, porém me recusei a responder fingindo que meu poder estava desligado. Eu precisava que eles acreditassem em minha displicência e baixasse a guarda de seus pensamentos.

"Garoto estúpido, se tivesse seus poderes não haveria segredos." - quase sorri com seu pensamento. - Quem é o radar?

Assenti lentamente e voltei meu olhar para os três capturados. Fiz uma careta fingindo estar me concentrando na mente dos vampiros. Mas eu simplesmente não podia entregá-los. Não podia permitir que os Volturi separassem mais uma família. Eu podia ver pelas suas mentes o quanto eles eram amigos, eles se consideravam irmãos! Eu não podia entregá-los.

– Nenhum deles é o radar. - respondi firme.

Agradeci aos céus pelo meu coração não acelerar e me denunciar pela mentira. Porém a expressão espantada dos capturados alertou os líderes.

– Você é novo aqui garoto, não sabe como as coisas funcionam então vou te dar uma segunda chance para falar quem é o radar. - Caim falou perigosamente ficando com seu rosto frente a frente ao meu.

Ergui meu nariz mostrando uma segurança que eu não tinha.

– Já disse que o radar não é nenhum desses três. - Caim soltou um palavrão por pensamento, mas antes que ele pudesse proferir qualquer coisa eu continuei. - O radar está morto.

Os líderes deixaram suas expressões caírem.

– Como? - perguntou confuso Demetri.

– O radar era uma vampira... Era a companheira dele. - indiquei o radar.

Os três se perguntavam o porquê de eu estar mentindo. O porquê de eu estar os protegendo. Eu gostaria de respondê-los. Dizer-lhes que eu gostaria que alguém tivesse feito o mesmo por mim.

Para o radar não interessava muito os porquês. Sua raiva era verdadeira e ele rosnou alto em nossa direção.

Demetri que foi um dos responsáveis por encontrar o tal radar lembrou-se de todas as vezes que observou os três homens. Notou que a mulher sempre estava junto a eles, mas como era sempre quieta e discreta não imaginou que ela fosse o radar. Aro iria ficar furioso. Concluiu e eu sorri em pensamento concordando com sua teoria.

– Neste caso... Acabem com os três. Nenhum deles terá serventia na guarda. - ordenou Demetri.

Meu espanto foi notório e o Volturi me mandou um sorriso irônico enquanto os gritos desesperados ecoavam na floresta.

A culpa me tomou completamente... Se eu tivesse indicado o verdadeiro radar talvez ele ainda estivesse vivo e quem sabe seus amigos também. O que foi que eu fiz?!

[...]

POV Bella

Eu ainda me sentia assustada com tudo o que vi, porém meu medo era insignificante perto da minha preocupação com Edward. Meu gringo estava abalado com a morte daqueles três vampiros, muito mais abalado do que ficaria normalmente pela morte de três desconhecidos.

Quando finalmente chegamos ao castelo e fomos liberados de nossos afazeres para descansar após a "missão" eu o coloquei contra a parede.

– Edward, o que você tem? Está abatido desde que...

– Eu poderia ter evitado Bella, pelo menos um deles poderia estar vivo ainda. - sussurrou sentando-se em nossa cama e apoiando o rosto em suas mãos.

Sentei-me ao seu lado.

– Um deles era o radar, não era? - perguntei já sabendo a resposta.

Eu sabia que Edward havia mentido. Sabia que ele estava tentando proteger os três.

– Sim... Eu fui ingênuo pensando que ao tirar a suspeita de cima deles eles seriam liberados.

Suspirei apoiando meu rosto em seu ombro.

– Se você tivesse falado a verdade eles seriam trazidos para cá e obrigados a trabalhar para os Volturi, assim como nós. Isso não é vida Edward.

– Eles realmente prefeririam a morte a trabalhar para os Volturi. - murmurou erguendo a cabeça e me olhando desolado. - Porém se eles viessem para cá talvez tivessem uma chance de fugir.

– Você realmente acredita nisso? - ergui uma de minhas sobrancelhas.

Ficamos em silêncio apenas nos observando. Edward sabia do que eu estava falando. Já fazia quase um ano que estávamos aqui e meus poderes não se desenvolveram o suficiente para assustar Aro do jeito que Alice havia previsto. Minhas esperanças estavam cada vez menores.

Antes que qualquer palavra fosse dita nossa porta foi aberta com brutalidade e três dos carrascos de Aro adentraram nosso quarto.

Não houve tempo para reação. Dois vampiros agarraram Edward pelos seus braços e o arrastaram para fora enquanto o outro me segurava impedindo que eu defendesse meu namorado.

– O que está acontecendo?! Larguem ele! Larguem! - gritei desesperada tentando me soltar para ajudá-lo.

Edward se debateu por alguns minutos, mas logo percebeu que não adiantava fazer força.

Fomos levados até um grande salão onde toda a guarda estava reunida. Eu podia ver os olhares assustados de muitos contrastando com os piedosos e os indiferentes. Mas o que mais me chocou foi ver que Aro estava ao lado de seus dois irmãos, Marcus e Caius. O olhar do líder me causou um mau presságio.

Sentindo minha respiração acelerar ainda mais voltei meu olhar para Edward que era arrastado para o centro do salão. Seus braços foram acorrentados em um grande pilar. Meus olhos arregalaram e eu não podia acreditar no que estava prestes a acontecer.

Aro caminhou lentamente em direção do pilar. Em suas mãos havia algo estranho, parecia um metal cheio de pregos.

– Pela primeira vez em milênios minha guarda não trás quem eu ordeno que tragam. Justamente quando você vai em sua primeira missão. - disse calmamente. - Não acha uma excepcional coincidência?

– Faça o que tem que fazer, só não deixe que Bella veja. - pediu Edward.

Naquele momento eu soube que meu medo estava correto. Aro faria mesmo o que eu estava imaginando.

– Acho que você não está em posição de pedir nada jovem Edward. Aprenda desde já que não tolerarei mais desobediências. E você será punido por traição.

Antes que eu pudesse puxar o ar Aro soltou o que tinha em mãos, que era um chicote de metal cheio de pregos enferrujados, e sem piedade açoitou as costas do meu namorado.

– NÃO! - berrei desesperada tentando correr em sua direção, mas fui presa por braços de aço.

As lágrimas pulavam de meus olhos juntamente com os meus gritos desesperados a cada nova chicotada. Edward se mantinha em silêncio soltando gemidos baixos.

– PARE! PARE DE MACHUCÁ-LO! - chorei desesperada.

O cheiro de sangue apoderou-se do salão, mas nenhum vampirou ousou dar um paço à frente.

– PARE! ALGUÉM FAÇA ALGUMA COISA! POR TUDO O QUE É MAIS SAGRADO AJUDEM-NO! - pedi.

Mas ninguém se mexia.

Eu podia sentir em mim mesma cada novo silvar. E a dor foi se tornando ódio. Ódio por Aro, ódio pelos Volturi, ódio por todos aqueles observadores que nada faziam para ajudar o meu Edward. Como podiam agir com tamanha frieza? Como?!

Minha raiva era tamanha que eu sentia algo crescendo dentro de mim e seguindo meus mais soturnos extintos eu deixei aquilo sair. Imediatamente meu corpo foi liberado e como um fleche eu me coloquei entre Aro e Edward levando o açoite diretamente em meu rosto.

– BELLA!

Meu corpo foi jogado ao chão ao mesmo tempo em que senti minha pele rasgando. Escutei silvos chocados dos observadores e as correntes de Edward mexendo-se com a sua luta agonizada.

Ergui meu rosto em direção a Aro. Tenho certeza que ele podia sentir meu ódio perfurando seu peito. Mas ele apenas sorriu com ironia e ergueu o braço para uma nova açoitada, porém desta vez o chicote não me acertou e sim o escudo físico que eu formara a minha volta e de meu companheiro.

Aro estava muito ferrado.


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Notas finais do capítulo

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