A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 14
Capítulo 13. O verdadeiro eu


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou muito feliz com os comentários e a quantidade de leitores novos aparecendo :D Sejam bem vindos! E muuuuitíssimo obrigada pelas recomendações *o*



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Capítulo 13. O verdadeiro eu

POV Edward

Um véu parecia cobrir meus pensamentos. Tudo o que eu estava sentindo era de uma intensidade imensurável. Todo o meu corpo vibrava em deleite, mas ao mesmo tempo era como se eu não tivesse corpo, como se eu tivesse ultrapassado todos os limites entre tempo e espaço. E perdido naquela onda de luxúria algo começou esvaecer.

Eu sentia ao longe, quase como um formigamento, algo fugir. Mas antes que eu pudesse prestar atenção nessa estranha sensação outra onda de prazer me assolou. Gemi em satisfação e permiti que aquilo continuasse.

Entretanto a sensação boa começou a diminuir e uma sonolência começou a roubar o seu lugar.

O véu lentamente foi desaparecendo e minha mente começou a clarear. O formigamento transformou-se em uma ardência incômoda e meus membros começaram a fraquejar. O que estava acontecendo?

O aperto em minha nuca era forte, quase desesperado. Meus olhos estranhamente não se abriam. Minhas costas estavam esmagadas contra algo áspero e inflexível. Retomando o conhecimento do meu corpo eu forcei minha mente a situar-se.

O gosto doce ainda impregnado em minha boca ajudou-me a perceber a grande besteira que eu tinha feito. Bella! Eu mordi Bella! Com a culpa devastando meu peito fiz grande força para abrir os meus olhos.

Meu coração acelerou imediatamente com o que estava acontecendo. Eu não havia retomado toda a minha consciência, só isso explica eu não sentir minha estrangeira com os dentes cravados em meu pescoço e sugando meu sangue como se sua vida dependesse daquilo.

De alguma forma ela trocou nossas posições ficando em pé entre as minhas pernas e me pretendo com uma força crescente contra a árvore. Minhas mãos estavam inertes em sua cintura enquanto as dela estavam cravadas em meu pescoço me puxando cada vez mais para perto.

Com a dor e a sonolência cada vez mais fortes eu tive que agir para proteger minha própria vida. Tirando forças do fundo do meu ser eu agarrei seus pulsos os tirando do meu pescoço. Em seguida a empurrei para longe.

Bella caiu sentada ao chão. Sua feição tornou-se confusa quando seus olhos encontraram os meus. Eu observei com cautela seu rosto tornando-se apavorado conforme ela notava o sangue em meu pescoço e camisa. Com uma rapidez que ela nunca demonstrou antes sua mão cobriu sua boca. Imediatamente ela notou o líquido presente em seus lábios e olhou seus dedos manchados de sangue com horror.

Meu peito encheu-se de compaixão com aquela cena. É verdade que eu estava assustado com aquela revelação. Porém conforme minha mente clareava eu entendia o que estava acontecendo. Tudo começava a encaixar. O modo como sua mãe biológica foi morta... Talvez não tenham feito por maldade, talvez Bella tenha matado sua própria mãe quando sufocou em seu útero. Talvez a lembrança do demônio de olhos vermelhos que ela viu ao seu nascimento seja apenas o seu pai.

O som de vômito me chamou a atenção. Bella expelia quase todo o sangue que acabara de beber. Eu sei exatamente como ela está se sentindo. Quando ataquei aquela garota após o meu grande jejum de sangue o meu estômago estava fraco e rejeitou parte do alimento. Quando voltei a beber sangue tive que fazer isso aos poucos para não passar mal.

Eu tive a vantagem de meus pais e tios estarem sempre ao meu lado, me orientando e me ajudando em tudo o que meu lado vampiro tornava diferente. Sempre tive consciência das minhas diferenças em relação aos meus pais e em relação aos meus amigos. Porém Bella... Bella sequer tem ideia do que ela é.

Me aproximei com cautela querendo ajudá-la de alguma forma. Mas o pouco sangue que ela conseguiu absorver já serviu para seus extintos ficarem sensíveis. Seu rosto levantou-se em minha direção e me fitou aterrorizada. De seus olhos grossas lágrimas escorriam molhando sua face e se misturando com o sangue que cobria a sua boca.

Estendi minha mão em sua direção em um pedido mudo de que ela viesse até mim. Porém sua visão focou-se em meu pescoço e então em seus dedos ensanguentados. E antes que eu pudesse perceber ela corria para dentro da floresta.

Sem esperar sequer um segundo eu corri atrás dela.

- Bella! - chamei, porém ela estava perturbada demais para responder ou parar de correr. 

Minha estrangeira sumiu de minha vista então fui obrigado a acelerar a corrida. Porém perdi seu rastro em um rio. Xinguei alto em frustração, ela deveria estar tão confusa.

- Bella! - gritei a chamando, mas não fui respondido.

Meu celular começou a tocar de maneira estridente e quando eu o peguei fiquei assustado com a hora. Já passava das oito da noite.

- Mãe! - quase gritei.

- Edward filho! Onde você está? Sabe que não pode se ausentar agora! Eu sei que está triste e me quebra o coração vê-lo desta maneira, mas devemos nos manter juntos. Venha para casa. Teremos paz pelos menos nas próximas noites. Aro e seus seguranças foram caçar em Seattle, apenas o sentinela de Alice ficou. - disparou sem me dar tempo para dizer o que estava acontecendo.

- Bella voltou mãe. - murmurei.

- Oh! Está com ela agora?

- Na verdade... Ela está fugindo de mim.

- O que aconteceu? Vocês brigaram?

- Não mãe... Não dá para explicar por telefone. Eu já chego em casa.

Desliguei o telefone sem dar chances para ela me encher de perguntas. Eu queria continuar correndo atrás de Bella, mas se eu assumisse a direção contrária a que ela tomou eu só me distanciaria ainda mais.

[...]

Assim que entrei em casa dois pares de olhos se arregalaram em minha direção. Mamãe correu até mim enchendo-me de perguntas preocupada com o meu estado lastimável de roupas desgrenhas e ensanguentadas.

- Mãe... Por favor. Eu estou bem.

- O que aconteceu Edward? - perguntou papai sua voz serena, mas eu podia ler a preocupação em seus olhos.

- Bella me mordeu.

- O que?!

- Ela é como eu. É uma híbrida.

- Ela te contou isso? - perguntou meu pai debilmente confuso com aquela revelação.

- Ela não precisou... Ela me mordeu e sugou o meu sangue.

- Isso é...

- É eu sei... Ainda estou tentando digerir essa história.

Sentei no sofá apoiando os cotovelos em minhas cochas.

- Nós estávamos namorando e eu a mordi antes.

- Edward! - mamãe repreendeu.

- Eu sei mãe. Mas foi mais forte que eu. Quando eu percebi já tinha feito. Eu fiquei tão fora de órbita que nem senti quando ela retribuiu a mordida. Acho que nem ela sabia o que estava fazendo.

- Você está me dizendo que Bella não conhece sua origem? - papai perguntou calmamente sentando-se ao meu lado.

- Eu tenho certeza pai. Ela estava tão confusa e horrorizada com o sangue em sua boca e mãos que eu não tive como ajudá-la. Ela simplesmente saiu correndo. Eu perdi seu rastro no rio.

- Ela vai para a escola amanhã. - a voz fina de minha irmã soou do alto da escada.

Olhei-a um pouco assustado. Às vezes Alice parecia possuir muito mais idade do que realmente tinha. Talvez as visões a fizessem amadurecer mais rápido.

- Está com fome querida? - perguntou mamãe.

- Eu queria mais um pedaço de bolo. - sorriu docemente erguendo seus grandes olhos para mamãe.

Sorri. Ninguém resistia a fadinha.

Esme a pegou no colo e a levou para a cozinha.

- Acha mesmo que Isabella não conhecia a sua condição? - papai perguntou requerendo a minha atenção.

- Tenho certeza. Acho que ela nunca colocou uma gota de sangue na boca. Talvez em carnes mal passadas, mas sentindo o sangue escorrer em sua garganta tenho certeza que nunca.

- Ela passou mal?

- Muito. Vomitou muito mais do que eu aquela vez.

Passei as mãos nervosamente em meus cabelos.

- Ela está completamente perdida pai, precisamos ajudá-la. - supliquei olhando diretamente em seus olhos bondosos.

- Iremos filho. Mas paciência. Ela deve estar completamente fora de si agora, com os seus extintos aflorados e sem nenhum controle. Precisamos que a adrenalina abaixe. Só assim conseguiremos chegar até ela.

- Sua noite vai ser infernal. - murmurei. - E quanto a Aro?

- Ele e seus seguranças estarão de volta em uma semana. Será o tempo necessário para que esclareçamos devidamente tudo à sua companheira.

- Devemos contar a Aro?

- Acho que não teremos como esconder. O cheiro de Isabella está impregnado em você.

Assenti mesmo não gostando da ideia de Bella e Aro num mesmo ambiente.

- Estamos sendo otimistas. E se ela não reagir bem? - perguntei. - Se ela não aceitar?

Papai ficou em silêncio com os olhos perdidos.

- Eu não sei filho. Realmente não sei. Se ela não aceitar quem ela realmente é Isabella estará fadada a infelicidade.

Suas palavras me agonizaram e eu o olhei em desespero.

- As coisa vão dar certo. Se acalme. - tentou soar otimista, mas a sementinha da incerteza já estava implantada em minha cabeça.

- Não seria prudente procurarmos por ela?

- E começar por onde? Pelo rio? Se ela mergulhou pode ter seguido quilômetros e nem percebido. Ela pode estar em outro estado nesse momento, apesar de achar que ela não vá para tão longe. Ficaríamos apenas vagando em círculos. Além do mais não há porque irmos atrás dela se sua irmã a viu no colégio amanhã.

Ainda frustrado com tudo aquilo caminhei até o jardim. Talvez com um pouco de ar fresco eu me acalmasse um pouco. A calma não veio e sem me importar em avisar meus pais ou qualquer um eu simplesmente corri pela floresta. Eu não podia ficar parado enquanto Bella estava perdida e confusa por aí. 


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Notas finais do capítulo

Amores, sei que o cap foi pequeno, mas eu estive doente e não consegui escrever muita coisa. No próximo cap eu compenso vocês com a narração inteirinha da Bella inclusive um encontro que ela terá com um vampiro de olhos vermelhos :x

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