A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 10
Capítulo 9. Um novo aliado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpem a demora. Vamos ao cap, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377768/chapter/10

Capítulo 9. Um novo aliado

POV Edward

Meu coração batia acelerado e minha mente girou em terríveis possibilidades.

- Eu... Eu já estou indo. - respondi minha mãe desligando o celular em seguida.

- Edward? - ouvi ao longe meu nome ser chamado com o sotaque acentuado. - Edward! Você está me assustando! - as mãos da estrangeira seguraram meu rosto e ela me olhou preocupada. - O que aconteceu?

- Alice sumiu.

- Sumiu? - arregalou seus olhos. - Como?

Neste momento eu notei que eu não poderia compartilhar o meu desespero com ela. Isabella não tinha ideia do que eu era e tão pouco poderia saber. Tentei sorrir, mas por sua expressão ela não acreditou. Levantei-me da cama e tentei soar verdadeiro.

- Ela deve estar escondida em algum armário... Mamãe exagera às vezes na preocupação e deixa a todos nós preocupados também. Eu... Eu vou indo. Vou achar aquela pequena encrenqueira e dar uma bela de uma bronca.

Bella assentiu. Sua expressão estava indecifrável. E quando eu pensei que ela me encheria de perguntas, ela apenas levantou-se da cama e veio até mim. Esticou-se e beijou minha bochecha com carinho.

- Quando achá-la, me ligue. - pediu.

- Pode deixar. - sorri forçado, mas ela não retribuiu, apenas balançou a cabeça em concordância.

Dei-lhe as costas e saí de seu quarto praticamente correndo. Desci as escadas como um flash apenas gritando um tchau para Ângela que estava jogada no sofá da sala assistindo televisão.

Entrei em meu carro e acelerei como nunca antes. Meu peito estava apertado com o medo que eu sentia de algo ter acontecido a Alice. Ela é tão pequena e frágil. E se algum dos dois vampiros a pegou? Se algum humano psicopata a sequestrou? E se ela se perdeu na floresta? Ela é muito pequena para enfrentar um leão da montanha ou um urso!

O caminho até em casa parecia muito maior do que realmente era. A estrada parecia infinita e o horizonte sempre igual zombava da minha angustia. Então finalmente eu entrei na rua sem pavimentação que adentrava alguns quilômetros na floresta até chegar finalmente em minha casa. 

O resquício de esperança de que realmente o sumiço de minha irmãzinha não passava de mais uma traquinice de criança desapareceu quando avistei minha mãe sentada nos degraus de entrada da casa. Ela estava em prantos e sozinha.

Estacionei de qualquer jeito e corri até ela.

- Ela sumiu Edward! Sumiu! Minha menininha sumiu! - chorava.

Nada dói mais do que ver sua mãe chorando. Me quebrava o coração seu sofrimento.

- Mãe, calma.

Ela respirou fundo algumas vezes tentando controlar os soluços.

- Procuramos por todos os cantos da casa, mas não a encontramos. Não há sinal dela em lugar nenhum. Nem mesmo escutamos seu coraçãozinho. Seu pai e seus tios partiram pela floresta em sua busca. - falava desolada.

Segurei seu rosto entre minhas mãos e afirmei.

- Vamos encontrá-la mãe. Não se desespere.

Ela assentiu em concordância e levantou-se junto comigo. Sem nada dizer seguimos correndo em direção a mata. Concentrei-me e expandi meus poderes procurando especificamente a mente de Alice. Não demorei a encontrar os pensamentos preocupados de minha família, ignorei-os e continuei minha busca.

Então após 5 minutos de corrida eu consegui encontrar os inocentes e conturbados pensamentos de Alice.

- Encontrei! - ofeguei mudando o rumo da corrida para o leste, mais precisamente no rio que cortava a floresta.

Escutei mamãe ligando para os outros e avisando a direção. Foquei meus poderes em Alice. Sua cabecinha estava confusa, várias imagens passavam por ela, entre fatos já ocorridos com nossa família e amigos, e fatos que poderiam acontecer. Porém um vampiro de olhos vermelhos e roupas escuras se destacava em sua cabecinha. Percebi que não era nenhuma visão ou lembrança. Aquele vampiro estava bem em frente a minha irmã. Temendo pelo pior aumentei ainda mais minha velocidade me distanciando de mamãe.

Chegando finalmente a margem do rio eu pude ver com os meus próprios olhos o tal vampiro. Meus extintos me alertaram o extremo perigo. Ele tinha marcas de mordidas em seus braços, pescoço e até mesmo no rosto. Os olhos rubis eram totalmente perigosos e sua expressão totalmente fechada. Os cabelos loiros um pouco mais longos do que se usa hoje em dia.

Sem pensar corri segurando Alice no colo e fiquei alguns metros distante. Imediatamente rosnei para o sequestrador.

- O que você quer?

Ele apenas me olhava sem demonstrar nenhuma emoção. Não houve tempo para resposta já que minha família chegou e se colocou em posição a volta do vampiro. Ele até poderia ser um ótimo lutador e sobrevivido a muitas batalhas, porém minha família é experiente e unida, o loiro não teria chance. Mantive meus poderes a todo o vapor, infiltrando-me na rápida e inteligente mente, por enquanto, inimiga.

Mas de repente algo dentro de mim mudou. O medo misturado com a sede de batalha foi se dissolvendo e estranhamente eu comecei a confiar naquele estranho.

- Ele não é mau. - murmurou minha irmã de maneira chorosa. - Não machuquem meu sentinela.

Franzi o cenho a puxando de minhas costas e olhando-a de frente. As lágrimas desciam por suas bochechas, seu rostinho era uma mistura de desespero com tristeza.

- Ele não é mau, Ed. - sussurrou.

Voltei meu olhar para o vampiro que agora parecia estar sentindo dor, como se ver Alice tão triste o fizesse sentir o mesmo.

- Você foi enviado pelos Volturi, não foi? - inquiriu meu pai. - Reconheço seu cheiro, você faz parte da guarda.

O vampiro novamente mudou sua expressão, desta vez um pouco mais controlada.

- Não vou machucá-la se é isso o que pensam. - disse com um forte sotaque sulista.

- Então porque a trouxe até aqui? - tio Emm nunca esteve tão sério.

- Eu não a trouxe. - defendeu-se. - Foi ela que veio até mim.

Alice se encolheu em meu colo denunciando a verdade. Ela receberia uma bronca enorme quando chegássemos em casa.

- Não deveriam deixar criatura tão frágil sozinha. - disse o vampiro de maneira esnobe nos dando as costas e correndo para dentro da floresta.

Minha irmã abraçou-me ainda mais forte.

- Eu já escutei a bronca, não brigue comigo mais uma vez. - pediu.

Retribuí o abraço caminhando para mais perto de minha família. Mamãe correu imediatamente abraçando Alice que não desgrudava de mim.

- Não vamos brigar minha menina. - tranquilizou e então a vampirinha pulou para o seu colo.

Mamãe não quis conversa e seguiu de volta para casa. Já os outros focaram em mim. Confesso que eu estava distraído demais com as coisas que vi na mente do soldado Volturi.

- O que leu? - perguntou tia Rose preocupada. - Ele pretende algo ruim?

- Não... Na verdade ele não tem nenhum plano. Estava apenas confuso. Aro disse-lhe para ter o maior cuidado conosco e com Alice que apesar de pequena poderia virar um monstro. E agora depois de observar nossa família e ver tamanha doçura em Alice ele tem certeza que não há perigo.

- Ganhamos um aliado? - perguntou-se papai um tanto incrédulo.

- Talvez... - murmurei perdido em pensamentos. - Pelo o que vi na mente do soldado parece que ele criou um sentimento de carinho em relação a Alice, ele não entende o porque está a vigiando quando ela não oferece nenhuma ameaça.  

Com o assunto encerrado resolvemos voltar para casa. E já nas primeiras pernadas eu me senti exausto. Não fisicamente, mas mentalmente. Eu precisava dormir urgentemente. E foi exatamente o que eu fiz quando chegamos em casa. Fui direto para o meu quarto e me joguei em cima da cama caindo em um sono profundo.

Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com algo em meu bolso me machucando. Ainda meio sonolento puxei meu celular e avistei 3 mensagens de Bella.

- Merda! - eu havia me esquecido de avisá-la que Alice fora encontrada.

"Não sei nem como dizer isso porque estou totalmente envergonhada. Me desculpe por não ter atendido suas ligações de ontem à noite. Meu celular estava no silencioso e dentro da bolsa, então só para ficar claro, não foi nenhuma birra de mulher. Talvez se tivéssemos conversado quando você me ligou já tivéssemos nos acertado antes. Ps: Espero que já tenham encontrado sua irmã."

Sorri ao ler a primeira, afinal eu deixei algumas, 34, mensagens em sua secretária eletrônica ontem logo que cheguei em casa completamente frustrado e confuso pelo que tinha acontecido.

"Alice já está em casa?"

"Eu realmente espero que você tenha esquecido de me avisar que sua irmã está bem. Já está tarde. Estou preocupada. Me liga."

O sentimento de culpa me tomou. Eu estava tão cansado que sequer pensei em algo coerente. Disquei seu celular que discou algumas vezes antes dela anteder com voz grogue.

- Alô?

- Bella?

- [...]

- Er, você precisa falar em inglês senão eu não entendo. - sorri ao ouvi-la resmungar.

- Me desculpe... Não penso muito bem às 3 da manhã.

Arregalei meus olhos assustado. Droga! Eu nem tinha visto a hora. Deveria ter apenas lhe mandado uma mensagem.

- Ah Bella! Me desculpe! Eu realmente não vi o horário.

- Tudo bem, não tem problema. Meu sono estava um pouco agitado mesmo. - disse docemente, dessa vez um pouco mais desperta. - Encontraram Alice?

- Sim, já faz tempo. Desculpe não tê-la avisado antes eu... - não conseguia pensar em nada que justificasse minha falha. - Apenas me desculpe.

- Onde ela estava? - ela não ia me desculpar.

- Na floresta.

- Ela se perdeu na floresta! Meu Deus! Ela está bem? Se machucou? Deve estar assustada, coitadinha!

Dei um tapa em minha própria testa. Eu só falava merda!

- Não! Não! Ela está bem Bella! Sério! Não foi nada demais! Ela gosta de brincar nos jardins aqui de casa e acabou entrando na mata e se perdendo. Mas ela é pequena e mamãe notou seu sumiço rapidamente, ela nem chegou a perceber que tinha se perdido. Estava distraída demais perseguindo uma borboleta. - não era bem uma mentira, Alice já fizera isso uma vez, mas mamãe estava de olhos a todo o momento e apenas a seguiu prestando atenção até onde a encrenqueira iria sozinha.

- Nossa! Apesar de imaginar o desespero de você e sua família não posso deixar de imaginar uma cena adorável da fadinha atrás de uma borboleta. - eu podia imaginar o sorriso em seus lábios.

- Sim, mas ela levou uma bela bronca, apesar de seu encanto.

- É claro, ela podia ter se afastado demais e sabe Deus o que poderia acontecer. - concordou.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu estava prestes a quebrá-lo para falar dos meus recados em sua secretária, contudo ela o quebrou antes.

- Edward... - parecia hesitante.

- Pode falar Bella.

Pude escutá-la respirar fundo.

- O que... O que nós somos?

- Eu... Eu realmente não pensei nisso.  - disse sincero, afinal as coisas estavam rápidas entre nós dois.

- Eu... Eu sei. Não estou te pressionando, sério! Eu também não havia pensado até Ângela me perguntar.

- O que disse a ela? - perguntei curioso.

- Dei uma de celebridade. - soltou uma risadinha.

- Como?

- Disse a ela que estávamos apenas nos conhecendo.

- Não deixa de ser verdade.

- Sim! Vai que amanhã você descobre que eu tenho uma estranha compulsão por lamber o sangue de carne crua!

Meus olhos arregalaram e eu fiquei mudo.

- Er, Edward, eu estou brincando.

- Ah! Eu sabia! - ri nervosamente e ela me acompanhou.

Porém essa questão me levou a minha metade vampiro. Se as coisas continuarem avançando entre nós como penso que irão, chegará um momento que terei que contar a ela. Ou talvez eu voltasse a minha dieta humana e vivesse ao seu lado como qualquer outro cara.

O rumo de meus pensamentos e principalmente de minha imaginação me assustaram. Imaginar eu e Bella em uma casinha só nossa vivendo uma vida humana normal fez meu coração dar saltos. De repente me peguei sonhando com um futuro ao seu lado. Eu sabia que não seria nada calmo como viver em uma cidade pequena e monótona. Bella já deixou claro o quanto gostaria de conhecer o mundo e se isso a fizesse feliz eu seria imensamente realizado por proporcionar-lhe esta vida. Mas eu esqueci-me do pequeno detalhe... Eu não envelhecia.

- Nos vemos segunda? - perguntei ansioso, eu não poderia viver ao seu lado para o resto da vida, mas pelo menos viveria todo o tempo que eu pudesse.

- Claro! Boa noite Edward.

- Boa noite Bella.

Desliguei o celular. Deitado em minha cama olhei fixamente o teto. O que eu estava fazendo? Me envolvendo em um relacionamento fadado ao fracasso. Não por falta de sentimentos de ambas as partes, mas puramente por uma questão biológica. Isso era uma merda!

Meus pensamentos pessimistas foram interrompidos por uma pequena encrenqueira vestida com seu pijama de fadinhas carregando sua boneca de pano em uma das mãos. Olhou-me com seus grandes olhos azuis e um biquinho formado em sua boca. Seus cabelos negros estavam uma verdadeira bagunça.

Não consegui evitar sorrir. Imediatamente abri meus braços e ela o sorriso antes de correr e pular na minha cama se aconchegando em meu peito.

- Porque foi atrás daquele vampiro Alice? - perguntei baixinho.

Eu não estava zangado, apenas não entendia a sua imprudência. Ela poderia ser apenas uma criança, mas era capaz de ver o futuro.

- Ele não é mau.

- Como pode ter certeza.

- Ele vai fazer parte da nossa família. - respondeu firme e então deu uma batidinha em sua própria cabeça. - Veja.

Concentrei-me em sua mente e logo fui surpreendido por cenas do vampiro interagindo com nossa família. Em uma delas ele estava abraçado com Esme de uma maneira fraternal, de uma maneira que eu a abraçava.

Não fiquei muito tempo na cabecinha de minha irmã. Eu ainda não tinha recuperado minhas forças.

- Eu acredito em você. - sorri batendo em seu narizinho.

Ela riu.

- Ed, eu quero que você veja mais uma coisinha. - algo em sua carinha me dizia que ela iria apontar.

Então invadi sua mente me deparando com a visão de uma rua de Londres. Eu esta caminhando junto com Bella que sorria abraçando meu braço tentando se proteger do vento gelado que nos atingia. Ela estava radiante. Com algumas diferenças do que é hoje, sua pele estava mais pálida e seus olhos mais brilhantes. Então junto com o vento uma folha de jornal voou parando justamente em meu rosto.

Ofeguei saindo da cabeça de Alice a olhando espantado. Ela riu e se aconchegou em meu peito puxando a coberta e fechando seus olhos.

Eu iria transformá-la? Só isso explicaria Bella ao meu lado em 2053, daqui exatos 50 anos. Pelo menos essa era a data do jornal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

GRUPO FACEBOOK: https://www.facebook.com/groups/479210868793110/