A noite custa a passar para Paulina e Carlos Daniel. Paulina por mais que não quisesse, pensava em Carlos Daniel, ela estava com um filho dele no ventre. Carlos Daniel pensava em como convencer Paulina que ele não queria que aquele beijo estivesse acontecido. Depois de muito pensar no que fazer, ele resolve ir se deitar. No outro dia, ele iria procurar Paulina por toda a cidade. Paulina também foi se deitar, no dia seguinte ela iria procurar algo para se ocupar.

Amanhece e como era de se esperar, nem Carlos Daniel nem Paulina, dormem direito. Eles sempre acordavam no meio da noite e demoravam para recuperar o sono. Eles sentiam a cama vazia, talvez muito grande.

Carlos Daniel sai de seu quarto e vai direto no de Vovó Piedade. Lá, ele diz a ela que vai procurar Paulina e que tentaria voltar com ela. Carlos Daniel estava decidido a trazer Paulina de volta para casa. Paulina logo também acordou, mas não se levantou imediatamente. Esperou um pouco e depois tomou um banho e foi tomar café.
Carlos Daniel saiu de casa e procurou em muitos hoteis de toda a cidade e ainda não tinha encontrado Paulina. Ele finalmente chegou ao Hotel Casa Blanca. Perguntou na recepção do hotel se lá se encontrava hospedada a Senhora Paulina Martins Bracho. A recepcionista acenou com a cabeça fazendo um sinal de positivo e antes que Carlos Daniel pudesse dizer algo, Paulina aparece na recepção do hotel. Ela não vê Carlos Daniel, mas ele sim. Carlos Daniel corre em sua direção e chama seu nome. Quando Paulina escuta, imediatamente para de andar. Seu coração acelerou, começou a bater mais forte que o normal.

Carlos Daniel - Paulina , meu amor. - Seus olhos se encheram d'água ao encontrar Paulina. - Eu te encontrei, meu amor.

Paulina se vira e olha para Carlos Daniel - O que que você tá fazendo aqui, Carlos Daniel?

Carlos Daniel - Eu vim de buscar pra nós irmos embora pra casa.

Paulina - Eu não tô acreditando no que eu estou vendo. - Ela dizia a se mesma. - Você se cansou da Carol?

Carlos Daniel - Eu não posso me cansar da Carol, porque eu nunca estive com ela.

Paulina - E aquela cena que eu presenciei ontem, Carlos Daniel?

Carlos Daniel - Eu posso te explicar.

Paulina - Eu não preciso de explicação alguma. Eu ontem vi o que eu precisava pra confirmar que essa tal de Carol não vale nada e que você Carlos Daniel, se deixa levar por qualquer uma que chega agarrando o seu pescoço.

Carlos Daniel - Não, Paulina eu não sou desse jeito. Me dê mais uma chance, só mais uma. Eu te prometo que tudo vai mudar.

Paulina - Carlos Daniel ... eu queria muito de dar uma outra resposta, mas... - Ela já não olhava mais nos olhos de Carlos Daniel

Carlos Daniel - Meu amor, pense na nossa família, nos nossos filhos..

Paulina - Eu estou pensando Carlos Daniel.. e é por eles ou talvez até por nós que eu não quero voltar. Eu preciso pensar.

Carlos Daniel - Pensar o que, Paulina? Eu te amo e você me ama...

Paulina - Mas só o amor não é suficiente... - Ela para um pouco, mas logo continua. -  Sabe, Carlos Daniel, quando eu me casei com você eu tinha confiança, eu sabia que você era o homem da minha vida, mas agora eu já não tenho tanta certeza disso.

Carlos Daniel - Como não, meu amor. - ele chega perto de Paulina e acaricia o seu rosto. Só com o toque de Carlos Daniel, o corpo de Paulina estremece. Ela rapidamente, ao perceber a reação do seu corpo a um simples toque de Carlos Daniel, desvia do mesmo e fica de costas.

Paulina - Carlos Daniel, vá embora, eu não mais te ver.

Carlos Daniel - Paulina ... não faça isso comigo, não faça isso com nós. 'Eu não vou saber viver sem ti".

Paulina se vira para Carlos Daniel - Carlos Daniel, "também não vai ser fácil pra mim".

Carlos Daniel - Eu sei, eu errei, mas..

Paulina desvia o seu olhar do olhar de Carlos Daniel. Ela abaixa a cabeça - "Eu não amo mais você".  

Uma lágrima invade o rosto de Carlos Daniel - É mentira, Paulina, você me ama.

Paulina - Não, Carlos Daniel. Eu não te amo e por favor vá embora.

 Carlos Daniel - "Seu olhos dizem que não é o fim, eu posso enxergar, até quando vai insistir", Paulina?  

Carlos Daniel chorava. Paulina o vendo chorar teve uma imensa vontade de dizer que o amava, mas seu coração estava partido e não conseguia pronunciar aquelas palavras que já tinha dito pra Carlos Daniel várias vezes.

Paulina - É isso Carlos Daniel. Agora eu vou subir. Não me procure mais, vai ser muito pior. - Paulina andava em direção ao elevador que a levaria até seu quarto.

Carlos Daniel - Paulina... - Era tarde demais. Paulina estava decidida a não perdoar Carlos Daniel, pelo menos não naquele momento.

Quando Paulina chega em seu quarto, ela chora. Como podia ter dito a Carlos Daniel que não o amava. Naquele momento, ela estava muito pior do que quando ela viu Carol e Carlos Daniel se beijando. Ela não acreditava no que tinha dito a Carlos Daniel. Paulina chorou até não poder mais, não tinha mais lágrimas para derramar seu sofrimento.

Carlos Daniel saiu do hotel e foi direto para um bar. Não lhe entrava na cabeça que Paulina não o amava mais. Ele bebeu tanto, que não conseguia se levantar daquele bar quando resolveu ir embora. De alguma maneira foi até seu carro e vou guiado por Deus até em casa. Ele estava bêbado demais para conseguir fazer algo. Quando chegou me casa, Vovó o encontrou na porta.

Vovó Piedade - O que aconteceu, Carlos Daniel? Você está bêbado! - Vovó não acreditava em ver Carlos Daniel daquele jeito.

Carlos Daniel - Paulina não me quer mais. - Ele cambaleava enquanto andava.

Vovó Piedade - O que ela disse?

Carlos Daniel - Ela disse que não me ama mais e não quer que eu a procure, Vovó.. - Carlos Daniel chorava ao lembrar de quando Paulina lhe disse isso.

Vovó Piedade resolveu não prolongar a história. Chamou alguns empregados para ajudá-la a levar Carlos Daniel até seu quarto. Eles lhe deram um banho frio e logo Carlos Daniel dormiu. Quando acordou não muito tempo depois, Vovó Piedade estava ao seu lado na cama lendo um livro.

Carlos Daniel - Vovó..

Vovó Piedade - Sim, meu filho

Carlos Daniel - O que a senhora... ai minha cabeça. - Ele põe a mão sobre a cabeça.

Vovó Piedade - Tome esse remédio e irá melhorar logo. - Ela entrega um comprimido e um copo de água a Carlos Daniel.

Carlos Daniel - Vovó... A Paulina...ela não me quer mais.

Vovó Piedade - Eu sinto muito Carlos Daniel.. Você se lembra de quando eu te disse para você cuidar bem de Paulina, e de que como foi difícil para você tê-la ao seu lado?

Carlos Daniel - Sim Vovó..

Vovó Piedade - Então, Carlos Daniel. Você conseguiu tê-la ao seu lado por um momento, mas deu a ela o seu devido valor..

Carlos Daniel - Vovó, foi a Carol quem me beijou.

Vovó Piedade - "Por maior que seja a noite, o dia torna a clarear". Espere um pouco, Paulina está muito confusa.

Carlos Daniel - Eu não vou suportar mais um dia sem Paulina. Ela é minha vida.

Vovó Piedade - Eu sei Carlos Daniel, você ama muito a Paulina e tenho certeza que ela te ama também.

Carlos Daniel - Vovó ... eu vou dar esse tempo a ela.

Vovó Piedade - Isso, meu neto, é o melhor a fazer.

Enquanto Vovó Piedade e Carlos Daniel conversam no quarto dele. A campainha da casa Bracho toca. Lalinha vai correndo atender. Carol chega e pergunta por Carlos Daniel.

Lalinha - O patrão está no quarto com a Vovó Piedade..

Carol - A Vovó Piedade?

Lalinha - Sim...Mas seu nome...

Carol - Carol, meu nome é Carol. Carlos Daniel sabe quem sou.

Carol vai subindo as escadas e Lalinha a olha com um pensamento de como ela pode ir entrando na casa dos outros daquela maneira sem ser anunciada.

Carol se lembrava de como era a casa, não tinha mudado muita coisa desde que era uma adolescente. Ela viu a porta entreaberta e entrou.

Carol - Carlos Daniel!

Carlos Daniel - Carol, o que você tá fazendo aqui?

Carol - Vim ver como você está. Vovó Piedade que saudades que eu estava da senhora. - Carol foi até ela e a abraçou. Vovó Piedade não a abraçou, sabia que foi ela que fez Paulina e Carlos Daniel se separarem.

Carlos Daniel - Eu estou na mediada do possível bem.

Na sala, o telefone toca.

Lalinha - Casa da Família Bracho.

Paulina - Lalinha?

Lalinha - Ainda bem que a senhora ligou.

Paulina - O que aconteceu? Me diga Lalinha. - Paulina estava apreensiva

Lalinha - Chegou uma mulher aqui. Ela disse que se chama.. que se chama Carol. Ela chegou entrando na casa sem ser anunciada, disse que o senhor Carlos Daniel sabia quem ela era.

O semblante de Paulina muda. Carol estava em sua casa

Paulina - Você tem certeza, Lalinha.

Lalinha - Tenho sim. Foi eu quem atendi a porta.

Paulina - Está bem Lalinha. Tchau.

Lalinha - Senhora. A senhora não vai dizer por que ligou.

Paulina - Não era nada Lalinha, nada.

Paulina desliga o telefone imensamente chateada. Carol estava em sua casa e com Carlos Daniel. Ela estava disposta a conversar com Carlos Daniel, mas pelo visto era tarde demais. Agora ela tinha certeza que Carlos Daniel a enganava

Depois daquele episódio, Paulina e Carlos Daniel não se viram. Passaram-se cinco dias, e Paulina e Carlos Daniel sofriam a falta um do outro. Paulina resolveu arrumar um emprego, não podia mais ficar naquele hotel. Ela tinha seu filho, que estava crescendo dentro dela e tinha arrumar um jeito de sustentá-lo. Carlos Daniel, por mais mal que estivesse pelo seu distanciamento com Paulina, ia a Fábrica. Carol passava na Fábrica ou na casa dos Bracho quase todos os dias para dar em cima de Carlos Daniel. Por mais que ela tentasse, o coração de Carlos Daniel já era ocupado. Paulina estava dentro dele e sempre seria assim.

Paulina andava na rua a procura de um emprego. Ela acaba encontrando com Edmundo em um "Café".

Edmundo - Como vai, Paulina? - Ele a cumprimentava com um beijo na mão.

Paulina - Na medida do possível.

Edmundo - O que aconteceu?

Paulina  -  Muita coisa, Edmundo. Mas e você, o que tem feito?

Edmundo - Trabalhando bastante e procurando urgentemente por uma secretária.

Era tudo o que Paulina precisava - Você quer que tenha alguma experiência?

Edmundo - Não precisa. Eu to tão precisado, que eu não to exigindo experiência.

Paulina - Conheço uma pessoa certa. - Paulina diz sorridente

Edmundo - Quem?

Paulina - Eu.

Edmundo - Você..eu adoraria.

Paulina - Estou contratada?

Edmundo - Sim, mas e o Carlos Daniel? Ele morre de ciúmes de mim.

Paulina - Ele não tem mais. Nós estamos separados. - Ela disse com uma tristeza no olhar. Ela retoma - Mas quando eu começo?

Edmundo - Amanhã mesmo.

Paulina e Edmundo continuam conversando por um tempo. Paulina volta ao hotel. Estava feliz, tinha conseguido um emprego e já começaria no dia seguinte.

Parecia que apesar de todo o acontecido, as coisas começavam a se endireitar. Paulina tinha arrumado um emprego e agora seguiria com sua vida.