Filhos escrita por Bellah102, CaahOShea


Capítulo 6
Capítulo 5 - Velhos amigos


Notas iniciais do capítulo

Hey girls, boa tarde! Tudo bom com vocês? Espero que sim! Aqui quem vos fala é a Caah, amiga da Bella. Como vocês já sabem, ela foi viajar, e pediu para que eu postasse os magníficos capítulos fresquinhos semanalmente para vocês. Então, aqui estou.
O capítulo está incrível, e foi feito com muito carinho, então, não deixem de comentar.
Sem mais, boa leitura e até lá em baixo!
Beijos da Caah *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377171/chapter/6

Nessie

Enquanto as crianças dormiam e Jake foi para a oficina, chamei CB com um assobio para que fôssemos dar uma volta. Ele me seguiu, tão fielmente quanto Riley havia seguido antes de morrer alguns anos atrás. Captain Buns viera quando eu percebi que não podia ficar sozinha durante o dia, enquanto as crianças estavam na escola, e Jake trabalhando. Acho que chamariam da síndrome do ninho vazio. Não sabia de onde Grace tirara o nome dele, mas funcionava para mim. Era um modo de mantê-la sempre perto de mim.

Perto da nossa casa, havia um pequeno parque anexo ao Forks High. Em dias frios não havia muita gente, embora naquele dia estivesse excepcionalmente cheio. O vento forte havia diminuído consideravelmente e as pessoas estavam aproveitando antes que a neve os entocasse em casa por quase 2 meses e meio.

Era bom respirar um ar fresco, embora a pequena multidão me deixasse incomodada. Apesar da minha blusa de lã de mangas compridas, cruzei os braços e levantei a gola, tomando o cuidado para esconder minhas cicatrizes, nos pulsos e na garganta. Presentes tardios de Klaus.

Captain Buns farejou tudo ao seu redor e por fim se jogou no chão, rolando na grama úmida e gelada. Ajoelhei-me ao seu lado para acariciá-lo. Uma vozinha me distraiu dele.

Quando levantei os olhos, um menino pulava na direção de uma pipa colorida presa numa árvore. Embora tenha achado estranho que ele havia empinado uma pipa no inverno, algo me fez me aproximar dele.

–Ei. – Chamei ao me aproximar. CB me seguiu, curioso e levemente irritado que eu tivesse o deixado para trás – Precisa de ajuda com isso?

–Não, obrigada. – Ele olhou para mim, todo olhos azuis e feições européias. – Meu pai já está lá em cima.

Assenti, atordoada. O menino era tão parecido com Elijah – Não o meu Elijah, mas o melhor amigo nos tempos da Casa – que por um segundo eu perdi o fôlego e precisei me apoiar em CB para que não caísse. Já faziam 12 anos que Elijah me confessara ter fingido sua morte e me visitado pela última vez. Eu sentia sua falta durante as longas e silenciosas tardes de escrita, mas não tinha nem ao menos uma foto para me lembrar do nosso tempo juntos. Por onde será que ele anda?

Levantei o olhar para a árvore para checar se o tal pai precisava de ajuda. Ouvi algo seu quebrar lá em cima e meu primeiro instinto, adquirido tantos anos antes, na Casa, foi

proteger o garotinho, puxando-o para longe da árvore. Um corpo despencou na direção do chão. A pipa caiu de onde estava, flutuando devagar até que o pai ergueu a mão para pegá-la e a estendeu ao menino.

–Aqui está, garotão. Agora vai brincar... Ai...Que o papai vai descansar um pouquinho aqui em baixo.

O garoto pegou sua pipa e sorriu, nem um pouco preocupado com a queda do pai.

–Valeu pai – Então virou-se para mim, mostrando a janela entre seus dentes em um sorriso inocente – Obrigado, moça.

E então, puxando a pipa pelo fio, ele saiu correndo, atraindo a atenção de CB que, concentrado nas cores da pipa, o seguiu com os olhos fixos no céu. Não me importei. Captain Buns nunca machucaria ninguém, especialmente uma criança. Captain Buns adorava crianças.

O pai do menino, no chão, levantou os olhos, espiando quem era a tal moça a quem o filho agradecera. Meu coração deu um salto inesperado e eu cambaleei para trás, atordoada. Senti um sorriso hesitante subir até meu rosto.

–Elijah?!

Ele apoiou-se sobre os cotovelos e sorriu, embora não parecesse tão surpreso quanto eu.

–Ei colega. Como vai?

Estendi a mão para que ele levantasse e ele a aceitou. Rindo, eu o abracei com força. Ele devolveu meu abraço com uma firmeza nas mãos que era idêntica à que eu me lembrava do tempo de cativeiro. Era a mesma firmeza que impedia minhas mãos de tremerem quando eu tinha medo, e a mesma firmeza que me mantinha de pé quando tudo o mais desmoronava. Finalmente, nos separamos.

–O que está fazendo aqui?!

Perguntei, animada. Ele deu de ombros.

–As crianças decidiram estudar em Seattle, mas eu não gosto muito de cidades grandes. Achei que vir para cá era uma boa ideia. Tem boa caça e boa companhia.

Ele deu de ombros. Sorri e assenti.

–Estou feliz que tenha vindo. Meus filhos acabaram de voltar de Seattle também. Eles iam adorar conhecer você.

Ele assentiu e então algo pareceu incomodá-lo. Ele olhou para o filho que agora brincava com CB, esquecido da pipa. Ele voltou a olhar para mim.

–Eles... Sabem?

Fiz que não.

–Não consigo contar a eles. E ele?

Apontei para o menino. Ele fez que não. Senti-me aliviada. Não era uma má mãe afinal. Só queria protegê-los de todo o terror que Klaus plantara nas nossas vidas.

–Kol, não. Os outros também não. Já é ruim o bastante que eu tenha que viver sob a sombra de Klaus. Quero que eles sejam melhores do que o sangue.

Assenti.

–Quantos você tem?

Ele sorriu orgulhoso.

–Três. Kol é o mais novo.

–Estão todos convidados. Jantar na minha casa. Sábado. Não ouse dizer não.

Ele deu e ombros e balançou a cabeça, como se não acreditasse naquilo.

–Tem certeza que tudo bem para Jake?

Soltei o ar, bufando.

–Sinceramente, Elijah. 5 filhos depois, acho que passamos dessa fase.

Ele riu e assentiu, unindo as mãos a frente do corpo.

–Está certo, então, no sábado. Agora, eu acredito que temos muito à conversar.


Lizzie


Depois de passar dois dias convencendo meu pai de que já estava bem, consegui a permissão de ir até o supermercado, comprar comida para o almoço. Ele insistira em ir comigo, mas eu declinara suavemente.

–Estou bem, papai. Prometo. Agora pare de se preocupar.

Ele me abraçara com força quando eu saíra, como se eu nunca mais fosse voltar. Podia sentir a preocupação exalando por seus poros. Eu era tudo o que ele tinha. Imaginei o que seria dele caso eu partisse. Só conseguia o pensamento incômodo de que a casa estava em chamas.

No mercado, escolhi os ingredientes, concentrada. Fazer compras me fazia sentir adulta. Eu sempre era o mais responsável possível ao fazê-lo. Comprava marcas baratas porém não o bastante para serem ruins. Comparava preços e observava validades. Estava sempre atenta a call-backs. Era quando eu sentia que podia controlar o mundo e que ele estava na palma das minhas mãos, uma caixa de cada vez. E embora fosse pequena, também havia a sensação de que eu era a dona do meu próprio nariz.

Ouvi algumas latas caindo no final do corredor e um palavrão. Olhei para lá. Tad colocou as latas no lugar de forma desleixada e virou-se para mim, desconfortável.

–Oi.

Ele disse, o olhar mostrando claramente que ele só quer se enfiar em um buraco e desaparecer. Sua pele está vermelha.

–Olá.

Virei-me novamente para as prateleiras, não querendo deixá-lo desconfortável. Além do mais, sua presença só me distrairia do meu objetivo. É apenas uma pessoa normal no supermercado. Não há razão para alarde. Ouvi seus passos hesitantes se aproximando.

–Hum... – Ele estava tentando manter o clima casual. Isso é impossível. Você me atropelou. – Você está bem?

Assenti, passando a mão sobre as etiquetas de preço de feijão enlatado.

–É, estou bem, sim.

–Você sabe o que eu quis dizer.

–Oh – Olhei para ele e lhe dirigi um sorriso tenso – É claro. Estou ótima. Nem me machuquei. Só raspei o braço e o joelho. Nada demais.

Vá embora, vá embora, vá embora. Do que ele se lembrava? Já fazia 20 anos que eu o hipnotizara. Será que o encanto diminuiria com o tempo? Ou eu o havia compelido errado? Não me lembrava das palavras exatas. Tudo o que me lembrava era do olhar assustado de Jenna, em quem eu não pensava havia duas décadas. Porque não vai embora e me deixa viver a minha vida?!

Espiei-o com o canto do olho. Ele parecia procurar palavras.

–Hum... Você tem algum tempo agora? Nós podíamos... Sair para almoçar ou...

–Não, obrigada – Eu disse, mais rígida do que a situação normalmente exigiria. Levantei a lata. – Preciso... É... Preciso cozinhar em casa. Para o meu pai.

Ele assentiu e desviou o olhar para a prateleira. Ficamos em silêncio. Eu queria ir embora, mas não tinha certeza se isso seria ainda mais rude.

–Sua mãe voltou?

Ele perguntou, mexendo distraidamente na lata a sua frente. Olhei para ele, sobressaltada.

–O quê?

–Da viagem. Ela voltou?

Olhei para a minha cesta a remexi-a distraidamente.

–Não. Ela morreu. Nunca houve viagem alguma – Olhei para ele, que voltou a me encarar. – Como é que se lembra disso?

–Memória fotográfica – Ele tocou a testa com o indicador – Eu me lembro de tudo.

Senti meu corpo se tencionar e minhas mãos tremerem.

–O dia do restaurante. Você se lembra?

–Achei que fosse só um pesadelo por muito tempo. Mas já que você se lembra, quer dizer que aconteceu. – Ele ficou em silêncio por um tempo, esperando que eu dissesse algo, mas me mantive em silêncio – Que merda foi aquela?

Virei o rosto e deixei o corredor, indo para o seguinte, o de grãos. Ele me seguiu a passos largos. Fingi que comparava os preços enquanto pensamentos desesperados tentavam achar um modo de fugir.

–O que você veio fazer no fim do mundo que é Washington? Achei que gostasse de Chicago.

–Os Thumper já tem hegemonia em todas as capitais de estado. – Parecia uma resposta ensaiada que ele estivesse cansado de repetir - Estamos começando a espalhá-los pelas estradas. Meu pai quer um na estrada para o Alaska. Sua vez: Quem era aquela que aquele homem levou?

Tornei a me afastar. Ele me seguiu. Virei-me para ele, no meio do corredor, quase fazendo-o tropeçar sobre o meu tamanho diminuto.

–Eu não quero falar sobre isso, Tad. Por favor, não me faça.

Fechei os olhos. O olhar de Jenna queimava por trás de pálpebras, de onde nunca tinha realmente saído. Senti-o tocar meu ombro e abri os olhos. Vá embora vá embora vá embora.

–Qual o problema?

–Quando nos conhecemos em Chicago... Muitas coisas ruins estavam acontecendo e eu não quero... Eu não posso falar nelas

Ele me encarou com intensidade. Por favor entenda, e me deixe ir.

–Almoço, então.

Soltei o ar.

–Meu noivo vai ficar aborrecido. Ele sabe sobre você.

Ele levantou uma das sobrancelhas. Mostrei a ele o anel, girando-o em seu lugar.

–Ele sabe sobre essas coisas ruins? - Assenti. Não havia nada que Bruce não soubesse sobre mim. – Leve-o então.

Disse, dando de ombros. Soltei o ar.

–Tá, tanto faz. Vamos no Dee’s. Meio dia, no domingo. Não se atrase.

Dei as costas para ele. Passei as compras no caixa e fui para casa. Quando entrei no carro, vi-o me observando detrás da porta automática de vidro do mercado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam do capítulo? Foi perfeito, né? Deixem seus lindos reviews comentando, e fantasminhas, apareça, Hehe, encontrem o caminho da luz (:
Enquanto a Bella não voltar, eu vou postar um novo capítulo todas as Terças ou Quartas, está bem? Espero ver todas vocês comentando bastante, e claro, deixando recomendações para fazer uma big autora feliz (:
Por hoje, é isso. Até a semana que bem!
Boa semana a todas!
Beijos!
*-*