I Knew You Were Trouble escrita por ddessamoretz


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Então... eu sei que demorei, mas tinha tanta coisa na escola. Festival de música, feira de ciências, provas e mais provas, trabalhos, etc.
Mais um capítulo pra vocês.
Boa leitura!



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Nathan lançava olhadelas para mim, enquanto eu o encarava fixamente. Ele estava bonito hoje, aliás ele ficaria bonito vestindo um saco de lixo, e isso não é exagero...

- Perdeu algumas coisa aqui? - pergunta com um sorriso divertido brincado em seus lábios rosados e totalmente beijáveis.

- Na verdade acho que perdi minha sanidade em casa... - digo olhando para frente.

- Admita que você sente atração. Tenho certeza que sim. - pede fixando o olhar em mim.

- Olha pra frente seu babaca! Não quero morrer hoje! - berro desesperada e dou um belo tapa no ombro de Nathan. Ele fala algo como "Mãozinha pesada" e foca na estrada novamente. Quando eu acha que ele já tinha esquecido aquele papo da atração ele volta com o assunto.

- Então? - pergunta.

- Então o que? - me faço de desentendida.

- Sente atração por mim? - pergunta novamente.

- E você? Sente por mim? - devolvo.

- Espertinha. - fala. Dou de ombros - Você já sabe a resposta - Agora quero saber a sua. Pelo menos um esperança.

- Sinto. Assim como sinto atração por um sapo. - respondo. Não era verdade, mas não iria confessar nada a ele - Agora tem sua resposta. Satisfeito?

- Você é uma grande mentirosa. Isso é bom. Eu quase acreditei em você. - fala. Vira pra olhar para mim e foca novamente na estrada.

- Por que isso é bom? - indago. 

- As vezes é necessário. - dá de ombros e se cala, mergulhando nos próprios pensamentos. 

Depois de alguns minutos Nathan anuncia que chegamos. Deixamos o carro perto do restaurante e ele desce do carro, para logo depois vim correndo pra meu lado e abri a porta para mim. Ele estande a mão. Que eu recuso, mas ele pega meu pulso e me tira do carro delicadamente.

- Você é bem orgulhosa... Isso é bom. - diz sorrindo, mas logo fecha a cara e fica com uma postura carrancuda - Mas as vezes não.

Eu já tinha vindo nesse restaurante algumas vezes com minha mãe, mas já tinha sido a um bom tempo. 

Ainda era tudo muito refinado. As mesas estavam cobertas com toalhas vermelhas e em cima tinha um candelabro de uma ponta. Velas aromáticas que estavam acesas lançando um doce cheiro de canela no ar. Lustres estavam espalhados pelo teto do local deixando tudo ainda mais luxuoso.

Nathan soltou minha mão e caminhou até o balcão, onde inclinou-se para falar com a recepcionista. Uma mulher com longos cabelos loiros e lisos, e dóceis olhos azuis. Parece que falar com Nathan a deixou animada já que estava sorrindo como se tivesse visto o príncipe da Inglaterra. O que não me agradou muito. 

Quando eu me aproximei de Nathan e ele pegou minha mão o sorriso se desmanchou para se transformar em uma cara de desdém. Ela parecia ser jovem, não tinha mais que 19 anos.

Tamara, como eu vi em um broxe preso no seu blazer preto, saiu de trás do balcão e começou a caminhar por entre as mesas, Nathan me puxou indo atrás dela. Ela nos guiou até uma mesa que estava próxima da janela, e mostrava a noite lindo do lado de fora. O céu estava sem nuvens e as estrelas brilhavam com toda a força. Muito lindo.

Meu companheiro puxa uma cadeira pra mim e e sento, então dá a volta e senta do outro lado, e fica me encarando.

- Será se você pode parar de me encarar? - sibilo irritada.

- Estava apenas admirando a beleza da filha de Afrodite.

Reviro os olhos.

- Estou mais pra caçadora de Ártemis. Então é melhor não ter esperanças. - falo com um sorriso debochado no rosto.

- A esperança é a última que morre. - diz com um gesto dramático de felicidade - Então gosta de mitologia grega?

- Sim. Bastante. - respondo.

- Qual o meu deus preferido? - pergunta.

- Acho que é... Não sei. Responda sua pergunta.

- Eu sou o próprio cupido e vou fazer você se apaixonar por mim.

- Ok cupido. Licença eu vou até o toalhete. Volto em um instante. - digo e levanto, vou até o banheiro feminino e lavo minhas mãos que estavam começando a suar. Enxugo e viro pra sair do banheiro, apenas para descobrir Victor entrando e trancando a porta. 

Ele vira e nos encaramos por algum tempo. Eu sou a primeira a quebrar o silêncio.

- O que você tá fazendo no banheiro feminino? - pergunto desconfiada.

- Você está maravilhosa - diz e me examina da cabeça aos pés. Então seus olhos negros focam nos meus.

- Hum... Obrigada? 

Um sorriso divertido se estabelece em seus lábios. E ele começa a vir em minha direção.

- Será se dá pra manter distância? Pelo menos três metros por favor. - peço gentilmente, mas ele não me escuta. Por que ninguém me escuta?!

Quando está perto o suficiente puxa o grampo que prendia minhas madeixas.

- Prefiro você de cabelo solto. Fica mais... selvagem. - diz.

- É por experiencia própria e também das minhas amigas que eu digo: Você não gostaria de me ver selvagem. Ou como meu irmão prefere dizer... "Cão do inferno".

- Adoraria te ver selvagem. - fala se aproximando mais e mais. E logo o azulejo frio toca minhas costas.

Ele abaixa a cabeça e sinto sua boca no meu pescoço desnudo, depois vai subindo e pára na minha orelha, onde ele mordisca, e eu arrepio. Eu fecho os olhos. O processo se repete do outro lado e logo eu não sinto mais seus lábios na minha pele, mas sinto quando sua respiração quente se mistura com a minha e meus lábios começam a formigar com a proximidade dos dele. Quando está prestes a me beijar alguém bate na porta.

- Abre essa porcaria. Tem gente querendo usar! - a voz do outro lado soa muito zangada.

Eu empurro Victor e vou caminhando até a porta. Viro para Victor e lhe lanço um olhar cortante. Ele abre a porta e vemos uma senhora de idade na entrada. Ela olha pra nós zangada, mas logo essa careta carrancuda se desmancha quando olha para Victor.

- Eu também me trancaria no banheiro se tivesse um desses - semicerro os olhos. Que velhinha afobada. Ela dá uma piscadinha pra mim e entra. Não falo mais nada com Victor, apenas volto pra minha mesa, que ainda bem não está tão próxima do banheiro.

- Demorei? - pergunto enquanto sento.

- Não. Enquanto estava fora escolhi nosso prato, espero que não se incomode. Mas escolhi o mais tradicional. - diz preocupado.

- Não. Não me incomodo. - o mínimo que posso fazer agora é não reclamar. Estou me sentindo uma vadia, mas beijinhos no pescoço já é apelação. Por que não posso resistir a beijinhos no pescoço?

Estava muito ocupada pensando em como sou uma vadia que não percebi que alguém tinha se juntado a mim e Nathan.

- Como vai Laroche? - pergunta relaxado olhando para Nathan.

- Melhor impossível! - responde Nathan também relaxado. Mas percebi que ele apertava o braço da cadeira até os nós dos dedos ficarem brancos. Parece que esses dois não se gostam muito...

- Como vocês se conhecem?! - eu estava bastante surpresa.

Victor ignora a pergunta com um gesto desdenhoso.

- Isso não é interessante. Nem relevante. - então senta e diz - Se não se importarem vou sentar aqui. E me juntar a vocês.

- Na verdade eu me importo - sibila Nathan.

- Não estou preocupado com você. - então olha pra mim.

O resto do jantar se resumiu em Nathan e Victor se alfinetando, enquanto eu comia tranquilamente e assistia a discussão como se estivesse em uma sala de cinema.

Estavam tão centrados em criticar um ao outro que não perceberam quando eu terminei de comer e levantei indo na direção da saída. Não ia ficar a noite toda vendo aqueles dois brigando. Ainda tinha que arrumar minhas malas pra amanhã.

Quando já tinha conseguido chamar um táxi e estava camihado na direção dele duas pessoas saíram correndo de dentro do restaurante. Me viram e começaram a correr na minha direção. Nathan despacha o táxi e Victor me pergunta por que eu não avisei eles.

- Não queria atrapalhar a discussão de vocês. Pareciam muitos ocupados. - disse secamente e dei de ombros - E agora vocês fizeram eu perder um táxi. Babacas!

- Não se preocupe. Eu te levo - diz Victor pegando um chave no bolsa da calça.

- O encontro é meu então eu a levo! - contraria Nathan.

Então começa um bate boca onde os dois me "disputam". Pego meu celular e disco um número que já decorei a tempos. 

- Ei! Silêncio os dois! - o celular é atendido no terceiro toque - Tyler vem me buscar.

Ele suspira.

- Onde você está? - pergunta.

Depois de informar a Tyler toda minha localização ele desligou e disse que estava a caminho.

Durante toda a espera Nathan e Victor lançavam olhares furiosos um ao outro.

Enfim Tyler chegou e sem dizer um palavra me entregou o capacete. E estávamos a caminho de casa alguns instantes depois.


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