Pai, Estou Gravida De Um Coreano! escrita por RosyFerreira, Koda Kill


Capítulo 6
Rumores


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa a demora! Mas pelo menos teremos outro capítulo ainda essa semana. Já está no ponto! Espero que gosteem! Comentem.



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– Droga, essa coisa sempre fica da mesma cor! - Falei, impaciente com o mesmo resultado.

Entreguei o teste de gravidez de farmácia para Cris, que fez questão de ter certeza da minha gravidez. Agora estávamos dentro de um banheiro feminino da escola e era o quinto teste que eu fazia.

– Viu? Sempre dá a mesma coisa!
– Ora - Cris respondeu vagamente me entregando o teste. - Vai ver a enfermeira errou, não? Essa porra de teste de sangue tem suas margens de erros. – Disse coçando a cabeça.
– Essa "porra" é bem mais segura do que um teste de farmácia, gênio! - Cerrei os olhos jogando o teste no lixo.
– Você devia ter usado camisinha, mas ficou com fogo no rabo e agora esta descontando em mim! - Ele deu um sorriso fajuto. – Quando é que o Rui vai saber? - Sorri para ele sem vontade e respirei fundo antes de falar.
– Andou fumando maconha? - Fiz a pergunta ironicamente. Ele me encarou, não gostando do que eu havia perguntado. - Cris, eu jamais irei contar isso para aquele depravado! Ele vive me chamando de Vadia e prostituta... E vai lá saber o que ele pensa de mim! Se eu estiver mesmo grávida, terei que criar esse bebê sozinha!
– E os seus pais? - Ele apalpou os bolso do uniforme escolar a procura dos cigarros. Abstinência. - Eles vão aceitar numa boa?
– Meus pais... - Meu tom de voz mudou, me senti desconfortável de repente e desviei o olhar, mudando o peso do corpo para a outra perna. Eu podia sentir o peso daquela pergunta. Era complicado. - Minha mãe não aceitaria de cara, mas sei que quando ela visse o bebê.... Talvez... Mude de opinião.
Ele apalpou as roupas do corpo novamente ainda a procura dos cigarros. As feições masculinas suavizaram quando ele encontrou o maço no bolso da camisa. Cris fumava tanto, que infelizmente o cheiro já havia se impregnado nele. De hora em hora era um cigarro consumido.
– Se a porra fica seria pro seu lado, eu posso lhe ajudar - Cris disse, gentil e bem humorado. - Sou amigo do Rui e o conheço desde sempre. Sei lá, acho que estaria disposto a fazer uma loucura em nome da amizade! O cara já me ajudou muito.
– Você realmente gosta dele, não é?
Ele olhou para mim e sorriu.
– Ele foi o único que conseguiu reerguer a minha família depois da falência dos meus pais. - o tom fino e frio de sua voz perdeu a rusticidade. Ele falava serio com um cigarro entre os dedos. - Minha mãe cometeu suicídio logo depois que meu pai a contou que estávamos falidos. Ele tinha conseguido torrar toda a herança da família com jogos de azar. Meu pai resolveu, então, - Cris revirou os olhos, dando de ombro - depois da morte dela, fazer o mesmo, sem se preocupar comigo e com os meus dois irmãos. Ele saiu como um louco em alta velocidade com o carro e bateu contra a parede de uma casa... Mas o infeliz nem para cometer suicídio serve!
– Nossa - Fiquei calada. Apesar de ele estar relatando a própria vida, Cristian não me aparentava estar triste com isso. Apenas um pouco incomodado. Ele olhou para mim novamente e abriu a porta do banheiro.
– Meu outro irmão, David, morreu no ano passado. - Terminou ele, pensativo. - Agora eu moro com os meus avós. E graças ao Rui, meu pai conseguiu se tornar sócio de uma empresa na qual ele tem lucros... Logo poderemos retornar às nossas vidas.
– Não sabia que você já tinha passado por tudo isso...
– E quem se importa? É só mais uma historia qualquer de um garoto qualquer! - a voz dele era distante, assim com seus olhos que me encaravam. - Quer fazer mais um teste?
– Não. Acho que terei que ir na médica de qualquer jeito. - Sacudi os ombros derrotada.
Duas garotas cochicharam quando viram Cristian e eu saindo do banheiro. Fiquei me perguntando no que elas deviam estar pensando que nós estávamos fazendo, os dois, dentro do banheiro feminino. Contudo, Tainara me disse que havia boatos sobre mim e Cristian por toda a escola. Fofoca nível máximo! Fofocas que iriam acabar com a minha reputação, se é que eu ainda tinha alguma.
– Que dia pretende ir no medico? - Andávamos em direção ao refeitório.
– Hum... Vou esperar até as próximas férias. Teremos férias no carnaval?
– Não. Vamos sair para um acampamento. - Ele piscou para mim. - Pedi à diretora para que eu pudesse ficar com você, na mesma barraca! – Ele parecia estar animado.
– Como? O que você fez? - O encarei, incrédula.
– Não se preocupe, não vou tentar abusar de você. Afinal, é um acampamento estudantil e não uma suruba colegial! Mas se você fica me seduzindo... Ai é outro caso - Brincou ele.
– Tire o seu burro da chuva! Até parece! Eu, seduzir você? - Avaliei-o com os olhos. Ele era um jovem charmoso, bonito e nem mesmo um cigarro conseguia tirar seu poder sedutor - Por que me escolheu ? Sua namorada não vai gostar disso!
– Qual delas? - Ele sorriu, brincalhão. Cristian tragou mais um pouco do fedorento cigarro e soltou a fumaça. - Não tive saída. Os acampamentos de férias daqui são diferentes da maioria das outras escolas. O objetivo é fazer com que os alunos de turmas avançadas passem mais tempo com os calouros. Idiotice. – Disse fazendo pouco caso.

Cristian se afastou um pouco de mim quando uma garota veio em sua direção. Ela parecia furiosa, mas ele deu um beijo no rosto dela carinhosamente. Fiquei apenas observando de longe, ele falou algo no ouvido dela que a fez sorrir, se sentindo especial, e depois voltou para o meu lado. Cris me olhou com um sorriso meigo.

– Todos os anos, eu passo com uma garota do primeiro ano. Esse ano, eu devia ter ficado com aquela garota de agora a pouco, mas para evitar uma tragédia, escolhi você!
– Hã?
– Você é caloura na escola, porém, Rui não. Ele já está aqui há dois anos, apesar de estar no primeiro ano.
– Ele reprovou?
– Não. Aconteceram algumas coisas que o fizeram se afastar da escola. Mesmo assim, tinha grande possibilidade dele ficar com você no acampamento de Férias.
– Da para explicar? Estou super confusa!
– Simples. Rui sempre fica com uma garota da mesma turma. Ele nunca fez questão de quem. Mas sempre os professores escolhem uma garota com quem ele tenha uma certa afinidade...- Cristian revirou os olhos como se aquilo fosse uma tremenda bobagem. - Com quem eles saibam que ele tem um " lance" ou seja, esse ano todos os corredores estão falando sobre você e ele.
– Eita povinho fofoqueiro dos infernos! - Mordi o lábio inferior com raiva.
Cristian riu da minha atitude. Era fácil estar ao lado dele, pois ele era simples. E vamos e convenhamos ele não ficava me chamando de vagabunda a cada cinco palavras. Nada o afetava. Nada o fazia se afastar. Ele era o típico garoto relaxado, antissocial e desprovido de fé na vida. Eu não sabia se sentia pena dele ou se gostava do jeito largado de vida que ele levava.
Cristian tinha os cabelos pretos e olhos castanhos-mel igualmente profundos às suas olheiras. Corpo compacto e bem estruturado, não era alto o suficiente para ser jogador de basquete, mas continuava a ser bem mais alto que eu. Seu tom de voz era sempre baixo e ele não conseguia falar duas palavras sem dizer um palavrão. Aos poucos, me acostumei com isso. Ele, querendo ou não, era imprevisível, dominador e rude às vezes. Ficar ao lado dele o tempo todo era como se eu estivesse lendo um livro de mistério e suspense, eu sempre estava curiosa, querendo saber mais sobre aquele garoto bonito, mesmo que nem sempre gostasse do que via ou escutava, mas seu jeito leve me seduzia de uma maneira estranha. Sabendo mais sobre sua vida, algo me disse que ele era um cara infeliz, porem eu não podia afirmar isso com clareza...
– Merda, fudeu tudo - Ele parou de repente e me obrigou a segui-lo por outra direção. - Vamos por aqui!
– O que foi?

Olhei para todos os lados à procura do que o afligia, mas apenas vi uma garota de cabelos negros lambidos olhando para nós. Quando dei por mim, Cristian segurava a minha mão e me puxava pela escola com os passos apressados. Não faltou olhares curiosos e cochichos a nosso respeito. Minhas bochechas ameaçaram corar, por mais que eu as ordenasse a permanecerem inalteradas.
– Têm duas pessoas que você tem que evitar nesta escola. - Ele saiu me puxando enquanto dizia isso. - Rui, pois ele esta pra lá de puto com tudo que aconteceu entre você e ele. E Piet!
– Pie?
– Não, porra - Ele parou na rampa do lado oposto do pátio centra ao sul. O lugar estava deserto e calmo. - Piet!
– E quem é esse?
– Não é " esse", é " essa". - Ele ficou olhando ao redor. - Ela é a ex do Rui e minha... Minha prima!
O contato da mão dele em meu punho causou-me um formigamento.
– Não tenho nada haver com o bocó do Rui, eu já disse!
– Mas não é isso que todo mundo está comentando!
– Esse povo é um bando de desocupados!
– Sim... O puteiro não abre todos os dias!
– E a culpa é minha? - Eu estava com cara de poucos amigos e ele riu. - Você devia para de falar as coisas desta forma!
– Está preocupada com isso? - Ironizou ele. Mais uma vez, Cris pegou o cigarro para acendê-lo. Tive vontade de enfiar o cigarro goela a baixo.

– Merda, tenho que compra outro isqueiro!
– Você tem que parar com essa mania de fumar! vai acabar morrendo cedo.

– Todos morrem mesmo - Ele respirou a fumaça com prazer. – Não tenho medo da morte.

– Mas você ira morrer com os pulmões pretos por causa da fumaça desta maldição.
Ele deu dedo para mim. O encarei sem acreditar no que meus olhos estavam vendo.
– Seu...

Antes que eu pudesse terminar de falar, ele cortou a distancia entre nós. Eu quase podia ouvir sua respiração. Ele segurou o meu queixo e me fez encarar seus olhos castanhos-mel. Não desviei o olhar.

– Primeiro, eu não sou racista! Nada contra os meus pulmões ficarem pretos! - Ele cerrou os olhos, tragou um pouco e depois aproximou sua boca da minha. Ele soltou a fumaça. Tossi compulsivamente, porém coloquei a mão sobre a boca e continuei encara-lo, sempre vibrada em seu olhar sombrio. - Segundo, eu não pretendo viver muito, na verdade não estou nem ai pra isso. Terceiro, não tente me dizer o que fazer! Você não é a minha mãe!

Estufei o busto de propósito e Cristian notou isso. Ele deu um sorrisinho sedutor.

– Só estou tentando te ajudar seu mal agradecido. - Assumi uma postura bem fraquinha de superioridade. - Desculpa se isso te ofende!

– E quem esta ofendida aqui? - Ele sussurrou ainda sorrindo. - Se você quer me ajudar, - Ele abriu o primeiro botão da minha blusa. - tire a sua roupa e cavalgue em mim!

Ficamos um bom tempo apenas olhando um para o outro, na mesma posição. Eu sentia o cheiro do cigarro e do perfume masculino nas minhas narinas. O corpo viril a milímetros do meu causando pequenos espasmos discretos. Eu pensava " o que eu estou fazendo? Estou sendo uma vadia!" e eu me sentia envergonhada, mas eu era orgulhosa demais para abaixar a guarda. Mesmo estando um pouco apavorada. Ele passou o dedo na abertura da blusa e puxou o tecido para olhar o meu sutiã.

– Hum... Belos mini peitos você tem. - Ele sussurrou em meus ouvidos - Quer que eu os excite para você?

– Não, obrigada. - Afastei a mão dele. - Você não tem essa capacidade!

Cristian fez uma cara de incredulidade. Aquela brincadeira mal tinha começado para mim e de alguma forma, eu não queria que ela parasse. Então eu deduzi que so podia estar ficando louca.

– Não brinque comigo, moça. - Ele respirou fundo com os olhos brilhantes de uma ofuscante excitação própria. Seus olhos pareciam mais escuros e sombrios. Como se eu houvesse despertado seus monstros. - Não sou o Rui! Não tenho medo de te usar. Na verdade, eu adoraria fazer isso! Esse seu rostinho inocente não me engana! Sei que você é uma pervertida enrustida!

– Você está enganado, moço. - Mordi o lábio inferior, tentando seduzi-lo. " céus, o que eu estava fazendo?" - Sou apenas uma estudante inocente!

– Você é a Branca de neve, - Ele sussurrou antes de beijar o meu pescoço - e eu serei seu lobo mal!

Fiquei completamente arrepiada. Eu não tive reação qualquer. Foi tudo muito inesperado. Qual seria o próximo passo dele? Olhei dentro dos olhos e esperei que ele fizesse mais alguma coisa, porém passos na rampa cortaram o clima. Nos encaramos meio desconcertados. A coisa talvez tivesse ido longe demais. Ou quase.


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Notas finais do capítulo

E aii? O que acharam? Comentem seus lindos! :*