We Can Begin Again In A State Of Grace escrita por Luíza Skywalker


Capítulo 1
Partir, queimar e acabar.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Bom, essa aqui é uma songfic de duas das minhas músicas preferidas do album RED da Taylor Swift, diva *--*
Seguidas de All Too Well e a sad beautiful tragic. Tá mas... quem perguntou?
Okey, okey... bem, a songfic é das músicas: state of grace e begin again, espero que gostem!
É a primeira vez que eu escrevo uma songfic, vcs podem me dar um desconto, né?

O Chris Pine é lindo, não? hahahaha
Beijos...



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Amor! O que é o amor? Segundo Einstein, o amor é o único que pode nos salvar interiormente! Freud dizia que, precisamos do amor para não adoecer.

Ambos foram grandes gênios, cada um de sua forma, claro. O que me faz questionar: como pode dois grandes gênios, acreditar que o amor é um sentimento bom? O que os fez achar isso? Eu não sei!

Tudo que eu sei sobre o amor é que ele te corrói por dentro, te suga tudo. É como se todos os dias o céu estivesse cada vez mais azul, o sol está sempre radiante, os pássaros cantando alegremente e então chega o momento em que tudo isso acaba, o céu se torna cinza, o sol parece não brilhar mais com tanta intensidade e os pássaros parecem ter sido congelados no frio do inverno que ainda nem havia chegado.

O amor é uma via dupla, ganhamos e perdemos. Considerando o que ganhamos e o que perdemos, o melhor é deixar o amor de lado. O amor é apenas uma ilusão, uma ilusão que te faz sofrer, se magoar, ouvir mentiras de quem amamos, ou achamos que amamos.

Eu sou Chloe Jones, tenho 22 anos. Moro sozinha em um pequeno apartamento em West Village. Estudo fotografia na universidade de Nova York.

Aparência? Hum...

Sou ruiva, tenho algumas sardas no rosto, alta, magra e tenho olhos verdes que herdei do meu pai.

Alguns dizem que eu tenho uma personalidade um tanto... forte.

Desde pequena gostava de tirar fotos, eu fotografava tudo, já cheguei a tirar foto de uma foto.

Fotografia é a minha grande paixão!

Estava andando pelas ruas de Manhattan, era uma manhã de outubro, outono. O clima não estava tão frio, mas sim seco. As folhas das árvores caídas no chão; o que para mim é uma vista muito agradável. Como sempre, eu estava com a minha câmera pendurada em meu pescoço.

O outono é para mim a mais bela estação do ano, apesar de gostar muito do frio do inverno, a agitada Nova York coberta de neve. Mas nada se compara ao outono, o amarelar das folhas e posteriormente a sua queda, o clima seco logo seguido do friozinho que te faz querer ficar na cama com um cobertor bem quente e aconchegante, uma caneca de chocolate quente com dois marshmallows e caramelo e um bom livro.

Não há sensação melhor que essa.

Enquanto eu contemplava as árvores com suas folhas amareladas algo  chamou a minha atenção, havia um casal de idosos andando de mãos dadas e o mais impressionante era que eles pareciam apaixonados. Como eles podem estar tão apaixonados mesmo depois de tanto tempo?

Achei a cena interessante, tirei uma foto. Pode ser que quando eu estiver em casa sem acreditar mais no amor, eu possa olhar essa fotografia e saber que talvez tenha uma mera possibilidade... a fotografia do casal no park.

E pensando nisso eu continuei a minha caminhada. O Central Park, o meu lugar preferido, sempre que eu me sentia triste e sozinha, venho até aqui e tiro fotos, de tudo, crianças, pássaros, árvores... também é um ótimo lugar para pensar.

O meu dia estava indo muito bem, pelo menos enquanto eu andava pelas ruas da agitada Nova York. O problema é quando eu chego ao meu apartamento vazio, coloco a minha cabeça no travesseiro e todas aquelas cenas me voltam como um furacão que passa e leva tudo à sua volta. Me vem todas aquelas cenas, beijos apaixonados, promessas de amor, ciúmes, mas essas eram as coisas boas. Pior eram as decepções, as mentiras, eu tentando continuar apesar de toda distância presente em seus olhos; eu sabia que não havia um futuro ali, não mais.

E então eu me pergunto: onde nos perdemos? foi algo que você fez? ou até mesmo algo eu eu tenha dito!

Éramos tão perfeitos, conectados.

Você nem sempre foi distante como nos últimos meses. Eu me lembro de você me escrever todos os dias, mesmo que sempre estivéssemos juntos. Você sempre me escrevia uma carta para que eu lesse antes de dormir e pudesse sonhar com você. Lembro quando dizia que em mim via o amor da sua vida, o seu presente e futuro.

Eu te amava. Dei tudo de mim, carinho, afeto, amor, sempre estive com você nos piores momentos, me entreguei por inteiro.

E agora, o que restou?

Uma garota que se faz de forte na presença de outros, mas quando está debaixo de seu cobertor, chora como uma criancinha com medo dos trovões em uma noite tempestuosa.

Mas tudo bem passar a noite chorando por alguém que você achava que se importava, o pior era ter que colocar um enorme e falso sorriso no rosto todas as manhãs.

Eu que ainda andava pelo Central Park, mas sem prestar muita atenção pois estava absorta em pensamentos, tombei em algo, algo não, alguém.

– Desculpa! - disse a pessoa que eu havia... atropelado. Era um homem que aparentava ter entre os vinte ou vinte e um anos. Ele tinha cabelos pretos, usava uma camisa azul e jeans surrados, tinha olhos incrivelmente azuis e um lindo sotaque francês.

– Tudo bem - respondi enquanto o ajudava a recolher os papeis que haviam caído e a minha câmera, que também havia caído - acho que fui eu quem te atropelei.

Ele sorriu, deixando à vista um perfeito sorriso, que me fez sorrir involuntariamente, mas então algo veio a minha mente e esse sorriso em meu rosto logo se dissipou.

Rapidamente levantei e voltei a caminhar de volta ao meu apartamento, mas antes dei uma rápida olhada para trás e vi que ele fizera o mesmo. Os nossos olhos se encontraram e por um breve momento eu me vi perdida naqueles olhos azuis como o céu em um dia de verão.

Desviei rapidamente o olhar e voltei a andar.

...

Ali estava eu, como sempre, o meu rosto inchado por mais uma noite chorando, os olhos estavam com um tom avermelhado e ardiam minimamente.

Mais um dia – Pensei

Respirei fundo e olhei no espelho. Enxuguei as lágrimas, vesti o meu melhor sorriso como se nunca houvesse acontecido nada.

Fui até o centro, era uma quarta-feira. Passei em uma livraria e comprei um livro que à muito eu queria.

As ruas estavam agitadas, pessoas enfiadas em ternos e falando ao telefone, carros faziam um zumbido irritante, buzinas soavam, motoristas gritavam xingamentos à outros motoristas.

Entrei em uma cafeteria tentando fugir daquele pandemônio.

Para minha sorte o lugar não estava tão cheio. Havia uma mulher de meia idade com dois garotinhos que aparentavam ter entre oito ou nove anos. Um casal que pareciam já ter tido dias melhores. E em uma outra mesa haviam três homens. Um deles era loiro e tinha os olhos cor de âmbar, ele tinha uma cicatriz no lábio superior do lado esquerdo, o outro que estava ao seu lado e virado em minha direção, tinha os cabelos castanhos e a pele caramelada, os seus olhos eram de um mel cativante, pareciam olhos de gato e por fim o cara moreno, mas não pude ver o seu rosto pois ele estava de costas para mim, que estava sentada num canto da sala, em uma mesa afastada.

Pedi uma xícara de chocolate quente e comecei a ler o meu livro.

Um dos três homens que estava sentado à outra mesa, se levantou, o moreno que havia estado de costas para mim, ele virou-se e mais uma vez os nossos olhos se encontraram. Ele sorrio e caminhou em minha direção.

– Oi - ele disse em seu sotaque francês - você é a garota do Park, certo?

Assenti e ele sentou-se em uma cadeira, de modo que ficássemos um de frente para o outro.

– A propósito, me chamo Henry, Henry Simon.

– Francês? - perguntei e ele assentiu - eu sou Chloe.

Ele começou a falar sobre James Taylor e eu então lhe disse sobre os vários discos que tinha dele, e Henry ficou surpreso e disse nunca ter conhecido uma garota que tivesse tantos discos do James Taylor quanto ele, mas eu tenho.

Nós contamos várias histórias, de repente eu vi algumas coisas se repetindo e me fechei um pouco mais. Ele percebeu e disse que não sabia o porquê, mas eu estava ficando um pouco tímida, mas eu sei o porquê e posso dizer que não era timidez... mas ele jogou a cabeça para trás, rindo como uma criancinha por algo que eu havia dito. Eu achei estranho ele me achar engraçada, você nunca achou.

Eu lhe contei sobre a minha paixão por fotografia e descobri que ele faz faculdade de culinária. Coisas tão diferentes e distintas.

Ele andou comigo de volta à minha casa. Nos despedimos e eu entrei no meu apartamento, e pela primeira vez ele não parecia frio e vazio.

...

Mais uma vez eu estava caminhando pela Central Park, ruas turbulentas e vidas ocupadas.

A minha mente diz: sem mais decepções, mas também tem um lado que pensa nas possibilidades.

Ele procura um amor e eu apenas fujo dele. Nós estamos sozinhos com nossas mentes em transformação.

Nos apaixonamos até doer ou sangrar ou passar com o tempo, mas parece que numa quarta-ferira em um café, eu assisti tudo recomeçar.

Sentei-me em um banco, coloquei a minha câmera ao meu lado no banco e fiquei ali, parada observando as árvores.

Senti alguém sentando-se ao meu lado. Ele sabia da minha descrença no amor, mas nunca desistia.

– Sabe, Albert Camus costumava dizer que não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.

– Tudo que o amor faz é te destruir, te fazer em cacos por dentro - respondi sem nem mesmo ter o trabalho de me virar e olhar em seus olhos azuis.

– Nem sempre, se o amor for verdadeiro...

– Amor verdadeiro... - repeti em tom zombador(que palavra estranha)

– É como diz Einstein: amar sem penar é raro! - ele disse sorrindo e olhando para o horizonte, como se estivesse vendo muito além - você quer amar sem penar? você quer que tudo seja fácil? quando as coisas são fáceis não tem graça, não tem conquista, e nem a sensação de vitória, de conseguir passar por esse obstáculo.

– É mais que isso! Ser enganada, pisada, ter o seu coração estraçalhado... você não sabe o que é isso.

– Não? sabe quantas vezes já me decepcionei? sabe quantas vezes eu dei tudo de mim para uma pessoa? só não desisti como você fez, um dia eu sei que acharei a pessoa que estou procurando - nesse exato momento ele virou em minha direção e olhou no fundo dos meus olhos, como se procurasse por algo - caso seja a pessoa errada, é como todos nós sabemos: é tocar e ir.

– Boa sorte então, e espero que lembre das minhas palavras quando tiver mais uma decepção. E fique ciente de que vai ser sempre assim, você não vai achar um amor!

– Você está certa, eu não irei achar um amor e nem procurar pelo mesmo! - ele deu um suspiro demorado e voltou o seu olhar para frente.

– Não? - perguntei descrente do que havia escutado, o cara que acabou de me dizer que nunca desistirá de achar o amor, acabou de dizer que não irá mais procurá-lo.

– Não! - ele respondeu indiferente.

– Achei que você tivesse dito que por algumas pessoas valem a pena.

– E vale!

– E por que você já desistiu de procurar pelo "amor" da sua vida?

– Ah! Eu não desisti!

Toda essa conversa de amor estava me deixando... não sei bem qual é a palavra, eu estivera tentando parar de fumar. Sim, eu fumava, comecei a algum tempo depois que peguei o primeiro cara por quem eu me apaixonei, na cama com outra, pior... na minha cama!

– Você tem um cigarro? - perguntei, olhando Henry, que estava hoje com uma camisa cinza e um casaco preto e seus cabelos pretos estavam como sempre, bagunçados.

– Estou tentando parar de fumar.

– Eu também. Mas queria alguma coisa nas mãos agora.

– Você tem uma coisa nas mãos agora.

– Eu?

– Eu!

Olhei para Henry e seus olhos pareciam brilhar sobre a luz do sol, olhei no fundo de seus olhos e tentando imaginar o que se passava em sua cabeça nesse exato momento. Ele continuava com os olhos focados no horizonte.

Ele havia dito que eu o tenho nas mãos? Passei os últimos oito meses pensando que tudo que o amor faz é: partir, queimar e acabar. Agora que eu já estou bem, não completamente, mas tudo está passando e ficando lá atrás, não posso fazer isso e tudo vai acontecer da mesma forma, no final eu terei o coração estraçalhado mais uma vez. Mas parte disso é graças à ele, ele pela primeira vez me fez sentir que o passado é só... passado.

– Citando Shakespeare, mas com sentimentos reais - ele disse e então virou o seu olhar em minha direção mais uma vez, ele olhava em meus olhos e eu não conseguia desviar dos seus - duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia em meu amor!

...

Aqui estou eu, encolhida no chão, lágrimas escorrendo pelo meu rosto descontroladamente. Henry está sentado em sua cama, após mais uma briga. A dor que eu sinto agora é três vezes pior da que eu havia sentido à tempos atrás.

Nós estávamos sozinhos, só você e eu em seu quarto, dessa vez não são apenas dois olhos verdes cheios de lágrimas, são dois olhos verdes e dois olhos azuis.

Ele nunca foi santo, mas eu amava quando os tons estavam errados. Eu havia aprendido a viver com a dor sobretudo, de coração partido, mas esse amor que sentimos é feroz e selvagem.

Ele levantou-se da cama e atravessou o quarto como uma bola de canhão, chegou perto de mim e a minha armadura havia caído.

Ele se ajoelhou em minha frente e eu olhei no fundo dos seus olhos, ficamos assim por um momento, verdes nos azuis e azuis nos verdes. À primeira vez eu não o havia visto chegar, mas agora, olhando em seus olhos eu vejo que nunca serei a mesma.

Isto é um estado de graça, esta é uma briga que vale à pena. O amor é um jogo cruel a não ser que você o jogue direito.



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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Sim? Não? Um pouquinho? um tiquinho de nada?
Bom... espero que tenham gostado! Me empolguei muito para escrever isso então, gostaria muito que vcs gostassem.
Bem, é isso...
Beijão!

Eu queria fazer aqueles bonequinhos que as pessoas fazem, que parece que eles tem tudo, mas não sei como é.
Sabe? Tipo aque do... não lembro direito, era algo como: ela vinha e dizia "não..." affz, não lembro...
Beijos²...
P.S: Alguém já leu, morangos mofados? Sim, a parte do cigarro é daquele livro que é simplesmente, magnifico ^^