Casais Improváveis escrita por Valerie Grace, Lady Salvatore, Hiccup Mason, Bess, Sherlock Hastings


Capítulo 76
Tauriel & Legolas


Notas iniciais do capítulo

Olá! :D
Nossa Valerie, você ainda existe??? Pois é, eu sei que estão pensando isso, e não os culpo hahaha mas adivinha só? Eu fui para Nárnia e acabei gastando esse tempo todo tentando derrotar a Feiticeira Jades, depois casei com o Principe Caspian, mas decide que o que realmente queria era ir pra Terra Média, então voltei pra casa e estou indo viajar com uma comitiva de 13 anões (o líder dele é um gato incrivelmente gato) e meu amigo Gandalf que Aslam me apresentou! Mas, claro, que não deixei de escrever durante esse tempo! Resolvi trazer um casal superestimado e pouco shippado no mundo da Terra Média, mas ainda sim um dos meus favoritos *-*
Espero que gostem!
Enjoy!



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Tema: O Hobbit

Shipp: Tauriel & Legolas

Esperança

Seus braços estavam preenchidos pelo corpo imóvel e ferido do jovem anão. Os dedos da ruiva tremiam constantemente sem controle, ela sentia que podia sufocar dentro de seus próprios sentimentos a qualquer instante. Era como se estivesse igualmente machucada como o anão. O som das batidas aceleradas de seu coração fazia seu ouvido ficar surdo; o mundo ao redor era um vago e longínquo ruído.

Seus olhos mal conseguiam piscar, ela tinha medo de que apenas uma piscada pudesse mudar todos os eventos ao redor novamente, que fizesse mais bagunça em sua cabeça. Sentia-se inútil.

– Tauriel... – murmurou o jovem Kili fazendo esforço para a voz sair.

Ela apertou os dedos contras as costas dele, agarrando sua roupa com força. Não queria estar sentindo aquilo; não queria tornar aquilo pior para ele. Mas nenhuma palavra seria dita, e não era necessário; ele já sabia. Há muito tempo ele sabia. Sempre soube. Ela se pergunta por que tinha deixado aquilo ir longe.

Tauriel não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Era como se tivesse um enorme bolo em sua boca, impedindo-a de dizer qualquer coisa. E mesmo que pudesse, o que diria? Mentiria para lhe amenizar sua dor final? Jamais seria capaz de ferir alguém a beira da morte, nem mesmo um inimigo, daquela forma.

Kili colocou os dedos trêmulos e fracos no queixo da elfa, fazendo-a encontrar seu olhar. Ela estava assustada, seus olhos arregalados como quem viu um fantasma. Ele sabia. E ele a deixaria se livrar daquele peso que não merecia.

– Tauriel, - ele ofegava e buscava ar com desespero – seja feliz. – suas palavras iam levemente se tornando murmúrios roucos – Diga a ele. Diga que é ele. – ele deu ênfase nas últimas palavras.

Ela prendeu a respiração diante daquilo. Tinha estragado tudo, tinha destruído o coração de um jovem que estava prestes a deixar a vida. Sentia-se o pior ser vivo na Terra Média. Tauriel se odiava por fazer isso a ele; ele não merecia. Mas ela não mandava em seu coração – que há muito já havia sido tocado por outro.

As lágrimas caíram em longas linhas por seu rosto. Mas ele não chorava, ele sorria. E isso doía ainda mais na ruiva. Ele realmente desejava sua felicidade, mesmo que ele não a tivesse.

– Desculpe-me... – sussurrou para o anão enquanto as lágrimas rolavam delicadamente por suas bochechas.

– Seja feliz.

E essas foram as últimas palavras de Kili.

Tauriel permitiu-se chorar sobre o corpo gélido do anão, a culpa escorrendo por seus olhos. Ela jamais poderia lhe dar o que ele merecia; alguém já havia tomado isso.

Ouviu passos próximos, alguém com passos leves e suaves como qualquer elfo. Uma sombra se projetou perto de onde repousava a cabeça de Kili, uma sombra alta. Ela sabia perfeitamente quem era – havia convivido com ele por anos.

Retirou delicadamente seus braços de Kili, mas continuou ajoelhada no chão de pedra cinzenta. O ar agora congelava seus ouvidos, deixando os ruídos ainda mais indistintos.

Viu algumas lágrimas pingarem no chão, sentia mais linhas salgadas percorrerem seus lábios.

– Eu sinto muito. – disse o loiro com a voz embargada. Ele tentava achar uma forma de confortá-la, de tentar amenizar a situação.

Tauriel ergueu a cabeça para Legolas, se prendendo em seus olhos azuis. Por uns segundos, o mundo parecia belo e normal novamente. Mas caiu na realidade quando sentiu os dedos roçarem Kili.

Legolas tinha o olhar dominado pela dor. Não a dor pela morte do anão, mas pelo sofrimento da amada. Ele chorava por dentro por vê-la naquele estado. Legolas daria sua vida para reparar qualquer coisa, daria sua vida pela dele se ela pedisse. E isso o machucava ainda mais; saber que ela o amava.

– Eu sei o quanto o amava. – ele batalhou para dizer aquilo sem deixar o ciúme e o egoísmo transparecer em sua voz, era difícil aceitar aquilo.

Tauriel se levantou sem demonstrar mais nenhuma reação. Deu uma última olhada em Kili e mentalmente lhe agradeceu por tudo. Ele a fez perceber que a vida é frágil, o tempo pode ser escasso demais para esconder o que sentimos. Ele lhe deu inspiração para lutar, não apenas na guerra, mas pelo amor. Kili sempre seria a pessoa pelo qual Tauriel mais sentiria gratidão em sua vida.

Ela ergueu os olhos para Legolas novamente. O azul a fazia sentir-se em casa; sentir-se aquecida.

– Você é um tolo, Legolas. – disse a ruiva, deixando o elfo surpreso por sua atitude tão descortês.

Legolas franziu a testa sem entender. Teria magoado ela de alguma forma? Talvez por sua presença ali?

Ela se aproximou em passos fortes e determinados, o rosto em lágrimas, e por um momento ele teve absoluta certeza de que ela lhe daria uma pancada no rosto.

– Sinto... – começou a dizer sem intenção de impedi-la.

Mas o que veio foi uma surpresa ainda maior para o loiro. Tauriel o abraçou. Um abraço cheio de calor e apertado. Sentia os dedos dela agarrando sua roupa nas costas, como se estivesse com medo de que ele pudesse esvanecer por eles.

– Eu não consegui, Legolas. – ela soluçava levemente de choro no peito do loiro – Eu não consegui abandonar a esperança. – soluçava – Eu tentei deixar isso para trás, mas é impossível. – sua voz era carregada de dor e culpa. Ele sabia o quanto aquilo estava sendo difícil para ela, ter que admitir aquilo depois de ver uma pessoa estimada morrer.

– Eu nunca abandonei, Tauriel. – ele afundou o rosto nos cabelos dela, sentindo um prazer desejado durante um longo tempo. Deixou que o cheiro de folhas frescas de seus cabelos invadisse todo seu corpo. – Tem certeza disso? – ele não entendia o coração da elfa, não queria força-la naquele momento, mas precisava ter certeza.

Ela se afastou um pouco para que pudesse olhá-lo nos olhos, tão perto que quase podia enxergar a alma do loiro.

– Esse foi o pedido que fiz as estrelas. – disse – E ele durará até o último brilho da última estrela nos céus.

[...]

A seda acariciava levemente a suave pele da ruiva. Era como estar deitada nas nuvens macias do céu ensolarado.

O brilho da manhã cobria o recinto em dourado, refletindo cada móvel ali presente. Ela capturou cada detalhe daquele lugar, não queria esquecer nada, nem por um segundo. Finalmente, levantou o olhar e encontrou as mechas loiras de Legolas, a parte onde o sol refletia com mais beleza. Ele era sua luz.

Os olhos azuis de Legolas se abriram, encontrando os orbes verdes da ruiva. Ambos exibiam um tímido sorriso.

– Senhora Verde-folha. – murmurou Legolas.

– Senhor Tauriel. – ela riu.

Ele contornou o rosto dela com o dedo indicador, mais uma vez decorando cada traço ali presente. Faria isso pelo resto de sua vida. E ele a beijou, o primeiro beijo de sua primeira manhã juntos. Uma manhã seguida da eternidade.

Ambos sabiam que a guerra e dor ainda não haviam acabado, mas enquanto tivessem um ao outro, teriam a força necessária para combater o que fosse preciso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *----------------*
Teremos especial de natal!
Bjonas!