Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 6
Hunt 5 - Necropolis




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Edge e Nina novamente estavam na estrada, quando resolveram parar em uma cidadezinha pequena que encontraram pelo caminho. Edge queria parar para descansar, e Nina mal podia esperar para gastar as economias do jovem nas lojas. Chegando à cidade, eles se hospedam no primeiro hotel que encontram, cujo nome era Paradise, escrito em um letreiro bem visível à frente de uma pequena porta. Era um hotel velho, mas barato. Ficava ao lado de uma biblioteca pública. Por incrível que pareça, o hotel estava vazio, apenas o dono permanecia no local. Ele era alto, usava óculos, cuja lente esquerda estava quebrada. Não possuía o olho esquerdo, apenas um buraco do que restou. Edge pensou no por que daquele ferimento, mas decidiu ficar quieto. Ambos se hospedaram no lugar, num quarto pequenino. Havia apenas uma cama de casal no lugar.

– Eu durmo na cama!

–NUNCA!

–Ah Edge, eu sempre durmo na cama!

–Por isso mesmo! Minha vez!

–Sai fora, sou eu!

–Ok... Só por que você é adotada!

–Há, até parece, esse papo não funciona comigo não!

Ela se deita na cama e fica lá, deitada, abusando do colchão confortável em que estava. A noite chega, e o jovem, desconfortável, não consegue dormir no chão. Então, se levanta e nota uma movimentação anormal na cidade. Olhara pela janela, somente encontrou algo parecido com uma passeata, na noite escura, só eram vistas as chamas das tochas acesas e se movendo lentamente. No ar, apenas um cheiro fúnebre. O jovem pode notar alguém a mais naquela passeata. Era o gerente do hotel, ele caminhava na frente, quase como liderando a passeata.

– Hm... Isso é muito estranho... Acho que devo pesquisar sobre algo...

O jovem, se aproveitando da ausência de pessoas na cidade, saiu do hotel, deixando Nina dormindo tranquila no quarto. Dirigia-se à biblioteca. Logo, entrou e foi nos livros de história. Retirava livros do lugar, procurava um livro sobre a história da cidade. Livros sobre história natural, física, ele encontrou tudo, menos o que procurava. Um livro que estava fora de lugar chamara sua atenção. Era velho, parecia um primórdio antigo. Possuía uma fechadura enorme, permanecia trancado, e a forma da chave era uma pequenina rosa. Nada além disso. A capa do livro possuía letras confusas, mas falava sobre auras e magias, segundo uma rápida tradução do rapaz. Saiu com o livro em mãos e foi logo se dirigindo à prefeitura da cidade. Um problema, a passeata ainda não chegara ao local, estava mais atraso jovem, então, invadiu uma casa deserta, pulando pela janela. Entrou e logo subiu as escadas, passando pela sala. Estava toda suja, empoeirada. Os sofás eram velhos e mofados, ninguém morara naquela casa há muito tempo. O jovem então deu meia volta e guardou o livro no sofá, assim poderia enfrentar o que fosse normalmente. Logo, subiu as escadas e pulou a janela, caindo no telhado de outra casa mais baixa. Foi correndo, pegou impulso e pulou novamente para outro telhado. Pulava por cima das casas, num ato de desespero para chegar à prefeitura sem ser notado e, de preferência, antes da passeata. Logo alcançou a passeata. Estando mais próximo, conseguiu notar a cara dos moradores da cidade. A visão era consideravelmente assombrosa.

Todas elas estavam presas por pregos à caveira. Eram nada mais que cadáveres vivos. Era uma cidade inteira de cadáveres. Alguns pregos estavam caídos, revelando uma caveira gasta pelo tempo em alguns moradores. O jovem então, apenas se apressou mais para chegar ao seu destino antes dos cadáveres. Estava na frente, apenas uma casa o impedia de chegar à prefeitura. Estava tão próximo de seu objetivo. Saltou então para a casa que o levaria ao seu destino. Derrubara um tijolo no chão, fazendo um estrondo enorme naquela noite silenciosa e fria. Os cadáveres não ouviram, ou pelo menos não pareceram se importar. Edge prosseguiu aliviado, eles estavam muito distantes do local da queda. O jovem então alcançou a prefeitura. Correndo, chegou até os arquivos e encontrou o livro da fundação da cidade. Embora corrompido, o arquivo possuía informações bastante relevantes. Surpreendeu-se. Ela foi criada acima de um cemitério. Todos os habitantes estavam mortos. Aqueles seres eram apenas os verdadeiros "habitantes" da cidade. Era uma cidade fantasma. Agora, sabia o que estava enfrentando. Olhou a foto do primeiro morador da cidade. Ninguém além do homem do hotel. O hotel, agora se lembrara. Nina podia estar em perigo sozinha. Saiu correndo, como louco pelos telhados, voltando ao hotel. Para sua surpresa, a garota estava acordada, sentada em sua cama. Parecia ter acabado de acordar.

– E-Edge? O que houve?

–Se esconda!

–Por quê?

–Nada, somente se esconda! Pare de perguntar e fique quieta.

Ele a empurrou para um armário próximo e a trancou lá. A garota não parava de berrar. Estava furiosa.

– Me tira daqui!

–Fique quieta se quiser viver! Já falei!

No mesmo instante, ela se calou.

– Bem melhor. Não abra essa porta para ninguém.

Saiu agora relaxado. Poderia começar seu trabalho. Pegou suas pistolas, se preparou e foi à guerra. Dirigiu-se diretamente à prefeitura. Lá, somente encontrou o que parecia ser o líder, o dono do hotel.

– Bem vindo senhor, o que deseja?

O homem falou numa tranquilidade e cinismo absurdos

– Quero acabar com essa zona toda. Nada, além disso.

O jovem sacou sua pistola prateada e atirou contra o homem, que caiu no chão num baque surdo. Houve um momento de silêncio considerável.

– Acha mesmo que me matará assim?

O ser se levantou calmamente. Seu ferimento estava sarando. Um cadáver que passava por ali começara a se desintegrar, virando apenas poeira.

– Hm. Um necromante?

O ser apenas riu alto, num tom maléfico e cruel. O jovem então atirou diretamente nos dois olhos do necromante. Eles explodiram em sangue enquanto o caçador corria para longe. Procurava um lugar ideal para conseguir realizar seu plano. Precisava afastar os cadáveres do necromante ou então eliminar a ligação entre eles. Foi até uma pequena construção que estava para ser erguida. Havia uma enorme fossa lá, aonde seria feita toda a base da estrutura. Nos arredores existiam mais alguns prédios pequenos, de no máximo quatro andares. Posicionou-se estrategicamente dentro da fossa. Após observar bem o ambiente, disparou uma rajada para cima. Aquilo com certeza chamaria a atenção do necromante. Lá ficou, esperando por um ataque. Alguns minutos depois, os primeiros cadáveres chegaram. Edge começou então a atirar, acertando-os na face. Aquilo destruiria qualquer ligação entre o cérebro da criatura e o cérebro do necromante. Sem essa ligação, não haveria como ele controla-los. Era uma forma de libertação dos moradores enquanto servia também para enfraquecer o necromante. Disparava sem parar. Trocava cartuchos rapidamente enquanto utilizava uma das pistolas para atirar nos rostos que se erguiam acima da fossa. O número de cadáveres só aumentava. Eles estavam vindo de todos os lados. Não tinha um ponto seguro, mas aquilo não o incomodou tanto. As criaturas eram lentas e previsíveis, então conseguia acertá-las facilmente, até mesmo de costas. Ele disparou por todo o ambiente, enquanto as pilhas de criaturas finalmente derrotadas se erguia. Sua mente tinha o número que observou no livro da cidade. Contava os cadáveres um por um. Depois de certo tempo, finalmente se aproximava daquele valor. Estava suando, cansado, mas não poderia parar. A última criatura não se aproximava. Faltava só matar ela o necromante. Após isso, ele não poderia se regenerar. Edge sabia que o necromante precisava ir atrás dele. Usaria aquele cadáver como garantia para se manter vivo, presumia. Precisava de um plano.

Escalou a pilha de cadáveres e saiu da vala, agora lotada. O cheiro era consideravelmente ruim, mas ele conseguia manter-se controlado. Saindo, logo avistou o necromante. Carregava consigo um facão de tamanho considerável e era seguido pelo que restou de uma mulher nos seus 40 anos. O caçador então virou em um beco qualquer. Observou ambiente. Estava com sorte. Correu e se posicionou. Era um beco sem saída, então ficou contra a parede. O necromante logo chegou. Deixou o cadáver logo na entrada do beco antes de avançar, como precaução. Edge começou a disparar em direção ao homem, que não parecia recuar. Os tiros o perfuravam mas ele não recuava por nada. Estava ficando próximo demais. Foi quando Edge atirou para cima duas vezes apenas. O necromante logo riu, pensando ser uma reação de desespero.

Foi quando ouviu o barulho de algo caindo. Edge havia acertado os dois suportes que seguravam uma escada de metal do quarto andar do prédio. Aquela escada estava caindo rapidamente em cima do homem que parecia ser imortal. A queda foi brusca e o derrubou no chão. Tempo suficiente para Edge apoiar-se na parede e correr. Saltou da parede para o lado, abrindo o campo de visão para o cadáver que se encontrava na entrada. Disparou e o acertou na cabeça. Até esse momento, o necromante havia acabado de se levantar novamente, com um braço completamente destruído. A faca estava no chão, embebida no sangue do seu dono. Edge então apenas se virou. Deixou o homem para trás. Ele iria morrer sozinho, não precisava de misericórdia. Por toda aquela cidade, por todos os habitantes, deixaria que ele morresse da forma mais penosa que pudesse proporcionar. Dirigiu ao hotel, liberando Nina de sua prisão no armário. Ela permanecia quieta e relaxada no local, estava adormecida. Ele a pegou nos braços, levou-a até o banco de trás de seu carro e a deixou dormindo. Dirigiu-se até a casa abandonada que visitara horas antes e pegara o livro que escondera tão bem. O levara até o carro também, guardando no banco de trás, junto com a garota. Nina agora acordava. Seu colar com a pequenina cruz negra que usava estava solto no banco

–Dormiu bem?

–Sim. O que houve?

– Essa cidade é muito triste. Vamos para outro lugar.


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