Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 4
Hunt 3 - Time




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375099/chapter/4

Chegou à Labelle cedo. Mal parou para comer ou beber algo e começou sua procura. A cidade era bastante tranquila. As ruas de ladrilhos e o clima ameno combinados ao silêncio de uma cidade pequena davam um ar bastante acolhedor à cidade. Edge estava na rua principal. Procurava pela garota na rua. O destino já o ajudara uma vez, talvez fosse ter sorte novamente. Precisava encontrá-la logo. Seu coração estava apertado. Caminhava olhando para os lados, procurando uma resposta. Quando se deu conta, havia uma garota correndo em sua direção.

– Volte aqui, sua ladrazinha!

E uma garota veio trombando com Edge. Caiu ao solo. Viu o rosto dela por um momento. Seu coração parou. A garota o empurrou e continuou correndo. Estava sendo perseguida e carregava um prato de doces em sua mão. Ao que tudo indicava, ela havia roubado aquilo e estava fugindo. Edge colocou-se na frente dela e escondeu-a, indicando o caminho por onde ela correria e salvando-a da mulher que a perseguia. Ela não esperou por ele e já se liberou dele. Correu para longe antes que ele pudesse fazer algo. Edge a seguiu até onde conseguiu. Enquanto voltava, encontrou a mulher que a perseguiu e tratou de buscar informações.

– Nina? Ela mora num orfanato aqui perto. Dizem que os pais dela eram importantes e morreram cedo mas a abandonaram aqui. Ela mesma não se lembra de nada sobre eles. Eu não sei o que aquela pirralha tem na cabeça para sair roubando as coisas dos outros mas já não é a primeira vez. O orfanato é aqui perto.

E assim, Edge saiu novamente em busca da garota. Foi ao endereço indicado. Uma construção grande que aparentava ser bastante antiga. Adentrou o local sem falar nada. Seguiu diretamente para o atendimento. Queria encontrá-la, conversar com ela. A atendente confirmou que ela havia retornado. Com um tom um tanto quanto sério, deixando à mostra uma pequena raiva acumulada, a mulher se recusou a deixá-lo sozinho com ela. Uma atitude totalmente natural, ele sabia. Ela estava num quarto isolado graças à sua mais nova atitude. Era conhecida no local por ser uma garota de atitudes e movimentos suaves embora tivesse uma destreza e agilidade fora do comum. Era uma garota espertíssima e aquilo dava trabalho na região. Ninguém a adotara e ela sofria constantemente com o mal trato por parte das outras crianças não tão espertas e de alguns funcionários que acabavam por ter medo dela. Já quase uma mulher formada, ela teria que sair dali em pouco menos de um ano. Sairia dali sem ninguém no mundo para ela. A atendente por um momento demonstrou certa pena pela garota. Os prejuízos que ela trazia para o orfanato eram muito grandes e eles já estavam prestes a retirá-la dali. Foi quando Edge interviu.

– Já que é assim... Eu gostaria de adotá-la.

– Como assim, senhor? Você não parece ter idade para...

– Ela não tem aonde ir e eu estou disposto a cuidar dela. Não só isso.

Edge retirou uma quantidade de Woods considerável de seu bolso e entregou na mão da atendente.

– Estou disposto a cobrir todos os problemas que ela causou até agora. E ainda sobraria um pouco para você, caso precise. Que tal? Não é um negócio tão ruim, não é mesmo?

– Mas... Ela precisa querer. Não posso simplesmente entregá-la nas mãos de um estranho!

– Chame-a aqui. Eu tenho certeza que ela entenderá.

E assim foi feito. Nina foi chamada naquele momento mesmo. Em pouco tempo estavam os três em uma sala. Assim que olhou para Edge, a garota teve uma reação estranha. Seus olhos se focaram fixamente nele. Não sabia exatamente o porquê, mas ele era bastante hipnótico. Os dois se entreolharam. Mentalmente, uma conversa aconteceu. Ele explicou com o olhar o que propunha a ela e ela entendeu. Com um aceno de cabeça, ela começou a falar.

– Senhora, eu vejo que este homem está realmente querendo me adotar e parece ser de boa índole. Embora seja um tanto... Peculiar, me parece uma boa pessoa.

Em sua mente, lembrou-se que ele a salvou de sofrer uma punição bem maior do que a que receberia ali caso fosse pega. Edge era um bom homem, não por apenas aquele gesto. Ela sabia. Sentia isso dele. Não sabia bem de onde mas sabia. Ela também sabia que ele precisava da autorização dela para sair, por isso a chamara. Ele não a faria mal e ela ficaria livre daquele ambiente. Era uma troca justa. Não sabia o que aquele homem queria com ela mas não queria mais ficar presa naquele local. Assinaram os papéis finalmente. Edge era o guardião legal de Nina agora. Cuidaria dela e seria responsável pela garota. Ele nunca pensou que ter uma responsabilidade como essa pudesse ser tão reconfortante. Teria que conversar com ela. Saíram finalmente os dois dali. Ela começou falando, um pouco tímida.

– O senhor queria me adotar? Mas... Quem é o senhor? Por que me adotaria?

– Não me chame de senhor. Tenho pouco mais que a sua idade, eu presumo. Sou Edge Stormcloak. Acredite, eu posso te proteger e cuidar melhor de você do que se continuar sozinha. E não vão mais lhe incomodar. É uma promessa. Não lhe farei mal.

– Eu não consigo me lembrar de quase nada do meu passado... Por que escolheu alguém como eu, Edge?

– Eu não tenho um passado. A única lembrança que tenho é de uma voz aterradora berrando, e um som de batida, nada além disso. Seria o destino um brincalhão, juntando duas pessoas de passado semelhante assim?

Logo, os dois se aproximaram mais, se tornando amigos, conversando sobre tudo. Ela era muito curiosa. Presa no mundo do orfanato, não conhecia quase nada de Albius. Edge, por outro lado, conhecia cada cidade. Viajava entre elas. Aquilo a animou muito. Sempre quisera conhecer o mundo externo. Nunca soube de onde viera. Talvez agora pudesse ter alguma dica e reencontrar seus pais.

– Me disseram uma vez que eu tinha um algo especial. Sempre quis saber o que era. Não faço ideia, Edge.

– Eu também não, mas acredito que meu destino está entrelaçado ao seu, Nina. Não tive essas visões à toa. Algo nos uniu, seja lá o que for.

Edge parou para refletir. Agora que Nina estaria com ele, poderia ser uma vida mais tranquila.

– Hm... O que sabe fazer, Nina?

– Bom... Eu sei cozinhar, roubei alguns livros de receitas e aprendi. Gostaria de experimentar?

Edge sabia que isso não terminaria bem. Antes que falasse mais algo, ela foi interrompida pelo som de passos.

–Edge? Edge? Edge? Volta aqui! Eu vou preparar o jantar!

A empatia entre eles era algo formidável. Pareciam se conhecer a anos. Não havia nenhum atrito de se conhecerem a poucas horas. Era algo assombroso para os dois, mas não se preocupavam. Estavam ocupados demais tentando ver o que o futuro reservava um no outro. Acabaram alugando um quarto no hotel ainda em Labelle. Ficaram no mesmo quarto mas em camas separadas. Nina realmente cozinhara. Edge não achou ruim mas não queria elogiá-la ainda. Deixaria que tentasse com mais empenho nas próximas vezes. Saiu para tomar banho. Quando voltou, Nina estava adormecida em sua cama. Parecia estar bastante cansada. Havia sido um dia cansativo. Teriam tempo para conversar no futuro, tinha certeza disso. Sua mente apenas conseguiu pensar:

"Tempo... Coisa confusa, não?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.