Meu nome é Jewelry Bonney. Tenho 18 anos, cabelos cor de rosa e olhos violeta. Sou cantora e as vezes modelo.

Minha vida hoje em dia é farta. Tenho tudo o que preciso. Porém... Nem tudo sempre foi assim pra mim. Minha infância fora muito sofrida. Nasci em uma família comum. Minha mãe morreu quando eu tinha 4 anos. Meu pai era famoso, e nunca gostou de mim, por isso ele me mandou para um orfanato...

– A sessão já está encerrada por hoje devoradora-san. - disse o fotógrafo. Eu fiquei aliviada, finalmente iria comer pizza!

Peguei minha caixa de pizza, minha bolsa e meus óculos escuros. Ninguém poderia me reconhecer na rua. Gosto de manter minha identidade secreta. É melhor. Assim posso passar na pizzaria sem ninguém ficar em cima de mim.

Entrei no carro, e mandei meu motorista me levar direto pra casa. Eu tinha mais um compromisso mas... Ah já tô cheia disso hoje. Só quero um pouco de descanso.

Mensagem do Kid...

Oe, Bonney! Tenho um show de última hora em Kyoto, claro, o Killer vai comigo. Não vamos poder ir pra casa hoje. Mas você ainda tem o Law. Tchau.

– Kid

Esse Kid... Ele e suas viagens de última hora. Por isso que eu acho melhor ele ter um agente. É certeza de que o show era marcado e ele não se lembrava. Deixar sempre por conta do Killer lembrar nunca dá certo.

Oh, outra mensagem. Agora é do Law.

Bonney, esqueci de te avisar que hoje eu vou pra Kumamoto. Volto em 1 ou 2 dias. Até mais. E não acabe com a comida da casa.

– Law

Ele também? Droga... Vou ficar sozinha em casa? Tsc, não importa. Não preciso deles.

– Chegamos, senhorita. - disse o motorista saindo do carro e abrindo a por para eu sair.

– Está dispensado. Pode tirar o dia de folga. - eu disse de costas, abrindo o porta.

– Hontou? Muito obrigado, senhorita! "A senhorita está tão calma hoje e gentil. Será que está triste por algum motivo?"

– Não há de quê. Vá pra casa brincar com sua filha. Tenho... certeza de que ela iria adorar. - logo depois, fechou a porta.

*

*

*

Lá estava eu jogada no sofá, enquanto atacava três potes de sorvete e alguns pacotes de marshmellows. As pizzas acabaram, então o jeito foi tomar sorvete e marshmellow mesmo. Não tá passando nada legal... Nenhum anime legal. Sabe, eu gosto muito de animes. Porque quando eu era criança, era a única coisa que me animava quando meu pai brigava comigo por motivos fúteis.

*Ding Dong*

Visita? Quem será? Já são quase 19:00...

– Yo! - disse "ele". O cara que me perturba há semanas. Isso é tudo culpa do Kid! Que foi falar pra ele o meu nome e agora ele não me deixa em paz!

– O que você quer? Putz só pode ser perseguição mesmo. - reclamei voltando ao meu amado sofá. - cara, vai namorar sei lá. Me deixa. Me esquece. Desapega.

– Você é tão cruel. Não vai dizer nem ao menos um "boa noite"? Com licença. - disse o outro entrando na casa e fechando a porta, logo depois tirando os sapatos. Diferente de Luffy, ele era educado. - vim aqui porque a Nojiko viajou. Quando ela viaja eu me sinto muito solitário. E como eu gosto de conversar com você, vim te visitar.

O que? Esse cara só pode ser maluco.

– Se a sua namorada descobrir que você me visitando quando ela não está, pode ficar muito brava.

– Deixa isso pra lá. Depois eu falo com ela. - ele se sentou do meu lado no sofá. Pegou um marshmellow e os esquentou com o dedo. - hmmm é gostoso. Faz tempo que não comia um desses.

Irritada, eu o transformei em criança.

Ninguém come minhas besteiras!!!

– Eh...?! - ele olhos para seus braços e pernas. Que estavam bem menores. Ace estava bem baixinho e corado. Isso era até um pouco fofo de se ver. - Por que você me transformou em criança?!?!

– Deu vontade.

Depois que ele se acalmou, ainda ficamos conversando. Ace, claro, ainda estava na forma de criança. Tenho que admitir que ele era mais fofo assim.

– Então você mora aqui com os outros supernovas? - perguntou ele um tanto surpreso.

De vez em quando me pego lembrando da época de quando eu era pequena. De quando eu conheci o Luffy e a Nami. De tudo que eu Kid passou... De quando eu vivia naquela casinha com o pessoal... Oh época que eu sinto saudade...

~

Lá estavam três garotos correndo pelas ruas. Esses eram Kid, Hawkins e Law, da gangue de crianças. Eram famosos na região e muito procurados pela polícia, pois estes queriam que essas crianças fossem para um orfanato, e na pior das opções, para um reformatório.

– Hahaha! Hoje teremos um banquete!! - disse o garoto dos cabelos avermelhados, que carregava um saco enorme cheio de alimentos.

Kid tinha 12 anos e meio, cabelos vermelhos e olhos dourados. Kid era famoso pelas redondezas por ser um encrenqueiro de nível máximo. Pouco tempo depois de conhecer Luffy, sua mãe fora assassinada, seu pai sumiu e seu irmão mais velho fora embora de casa, deixando-o em um orfanato. Kid era maltratado lá, e isso o levou a fugir e se juntar à gangue de crianças.

– Pare de gritar Kid-ya! Vai chamar mais atenção das pessoas. O que faremos se formos pegos?! - brigou o outro menino que usava um chapéu branco. Este carregava também um enorme saco, porém parecia que lá tinha utensílios de cozinha e de decorar uma casa.

Law tinha 12 anos, cabelos pretos e olhos da mesma cor. Tinha olheiras por não dormir direito e passar a noite estudando medicina. Este cansou de morar com os mafiosos da família Joker e decidiu ir para as ruas, pois suceder ao trono não era o que queria para seu futuro. Está na gangue há pouco tempo, mas é de grande ajuda pois sempre que alguém deles se machuca ele pode cuidar de suas feridas facilmente com o kit que recebeu de presente de Nico Robin.

– Não se preocupem companheiros, não estou vendo nós sendo pegos hoje. - falou o outro que era loiro, com semblante sério. Ele não carregava nada, apenas umas cartas em suas mãos.

– Voltem aqui seus ladrõezinhos!!!!!!! - gritavam alguns policiais e pessoas correndo atrás deles. Rapidamente eles entraram em um beco. Antes de os alcançarem, Law usou sem Room e cortou um bloco da parede, e depois de passarem, o fechou de novo, assim enganando as pessoas que os seguiam.

Depois de um tempo, chegaram em uma casa abandonada, entraram pela janela e a taparam com três tábuas de madeira.

– Chegamos!! - gritou Kid jogando o saco no chão.

– Meninos!!! - respondeu a menina de cabelos cor de rosa, mais conhecida como Bonney. Ela se levantou do chão e foi até eles. - o que conseguiram pra hoje?

– Bastante comida. Assaltamos a dispença de um supermercado. Depois passamos pela feira e pegamos algumas frutas também. - respondeu o Eustass, abrindo o saco e dando uma olhada.

Law deu uma boa olhada no local, e ficou com um semblante preocupado.

– Onde estão os outros? - perguntou ele se sentando e tirando a camisa por estar suando.

– Apoo foi tomar banho com o Drake no rio. Daqui a pouco eles devem estar de volta. - falou a outra de boca cheia, enquanto atacava a comida.

– E o Capone e Urouge? - perguntou Hawkins.

– Foram atrás do Killer.

– Aconteceu alguma coisa com ele? - indagou Kid preocupado.

– Não, foram atrás dele porque ele não veio aqui hoje pra trazer cobertores para dormimos.

Kid suspirou. Se sentia responsável por eles. E o fato de não terem cobertores pra se aquecer de noite estava o perturbando. Ali era frio, eles morreriam congelados. Não poderia arrumar um emprego para, pelo menos sustentá-los sem se preocupar e sem roubar. Primeiro que não sabia fazer nada, e segundo que ninguém iria contratar um moleque.

– Kid... O que foi? - perguntou Bonney preocupada. Ele estava suando e parecia muito preocupado.

– Não é nada. - respondeu virando de costas. - volto amanhã bem cedo. Fiquem aqui. Não saiam até eu chegar. - Kid olhou para Law, o único que costumava não obedecer suas ordens. - você está no comando por enquanto, Law.

Ele assentiu ainda sério. Não era de falar muito. Entretanto ele já imaginava que Kid planejava algo, mais precisamente algo que pudesse ajudá-los... Mesmo não tendo muitas esperanças de que ele conseguiria.

– Kid, aonde você vai? Kid!! - perguntava a garota preocupada, temia que fosse a mesma coisa da última vez que Kid saiu, passou dois dias fora e voltou todo ensanguentado. Sorte que na época Law já tinha chegado e o salvou.

– Vou ver se ele consegue melhorar nossas vidas.

– Ele..? - ela não entendeu. De quem ele estava falando?

E acima de tudo... Kid pedindo ajuda?

*

*

*

– Wohhhh! Que grande... Eu imaginava que fosse grande, mas não tanto assim. - dizia o Eustass admirando a enorme mansão. - o mugiwara não tem cara de ser de uma família tão rica. - ele tirou um papelzinho da mão, onde continha o endereço da mansão. Não era a letra de Luffy, na verdade, foi Nami quem escreveu, simplesmente porque ele não sabia o endereço da própria casa. Em plenos nove anos de idade...

Como iria entrar ali? Os muros eram muitos altos para escalar a pular. Poderia destruir a parede com seus poderes de Akuma no Mi, mas também iria chamar muito atenção e provavelmente iria parar na delegacia. Então... O que faria?

Oh, tinha um interfone. Ele se esticou ficando na ponta do pé para alcançar, afinal, não era tão alto assim.

– Etto... Sumimasen, eu gostaria de falar com o Mugiwara. - disse ele. Não sabia o que falar.

– Nome? - perguntou a voz que vinha do interfone.

– Eustass Kid.

– Não está na lista de amizades do Jovem Mestre. Por favor se retire.

– OE! Eu preciso falar com o mugiwara...!- ele parou de reclamar ao sentir uma dor no pulso. Estava cortado e saia um pouco de sangue. Na hora da fuga nem ligou se estava machucado ou sujo, só pensava em despistar aquelas pessoas. Os nobres andavam para lá e para cá conversando sobre demandas coisas que envolviam dinheiros, viagens e coisas do tipo. As que não estavam muito distraídas olhavam enojados para o garoto. Isso era ruim. Se ele não se apresasse logo a polícia iria chegar.

Antes de pudesse pensar em outro meio de entrar, um carrão preto apareceu em frente a mansão. Em um pensamento inocente imaginou que eram mafiosos que queriam lhe pegar, com pelo menos um pouco de medo, de escondeu atrás da árvore, culpa dos filmes sobre mafiosos que seu pai tinha.

Mas invés disso, de lá saiu uma linda mulher de cabelos ruivos. Ela era tão linda que parecia uma modelo... Era alta, magra e de pele branquinha, sem falar nas sardas em seu rosto que davam um toque especial.

– Vamos, Luffy. - disse ela o ajudando a descer.

– Yupi!! - disse o mugiwara. - Sabo!! Sabo!! Vamos lutar com espadas!

– Hai hai... - disse outro garoto também descendo.

– Leve-a até a porta de casa. - disse a mulher ao motorista. - adeus, Nami-chan.

– Tchau tia. - disse uma voz de infantil. Aquelo voz era familiar. - Tchau Sabo.Luffy, não se esqueça de ir lá em casa amanhã hein.

– Hai! Nós vamos brincar até cair.

– Com certeza! - o motorista fechou a porta, e saiu.

O mugiwara estava ali! Era sua chance de falar com ele.

– Coitadinho. Está ferido. - disse a mulher ruiva, que do nada apareceu do lado dele.

– Eh? Não... Não é nada... - respondeu ele. - mugiwara! Eu preciso resolver umas coisas com você!

– Você conhece ele, Luffy? - perguntou o garoto loiro.

– Não. - respondeu simplesmente, enquanto lambia um pirulito.

– COMO ASSIM HEIN SEU MALDITO!!? - Kid se irritou. - hunf! Meu nome é Kid. Lembra? Filho do Jobert que jogou futebol com vocês.

– Ahh! O mano Eus! (Lê-se "Yus", por causa da pronuncia, "Yusutasu") - exclamou o moreninho assim que se lembrou dele. Fazia muitos meses que não o via, quase um ano. - você veio me visitar? Que legal! Vamos entrar. - disse ele animada, antes de qualquer coisa, correndo para dentro da mansão junto do outro garoto.

– Vamos. - a mulher pegou na mão de Kid, adentrando junto com ele. - você me lembra um pouco o meu filho.

– Hm... "E você me lembra um pouco a minha mãe." - pensou meio triste.

– O meu filho foi passar esse mês em Fukushima. - suspirou. - oh, é mesmo, esqueci de me apresentar. Meu nome é Portgas D. Rouge.

– Ah... Meu nome é Kid. - respondeu ele sem jeito. Por algum motivo ficava muito tímido perto de mulheres ou garotas bonitas.

As portas da mansão foram abertas, e rapidamente Kid parou pra admirar. Aquilo tudo era novo pra ele. Nunca tinha entrado numa casa tão grande e... chique.

– Mano Eus!! Vem comigo. - Luffy chegou perto dele o puxando, provavelmente para ir brincar. Mas não era isso que ele queria, ele tinha um objetivo ali.

– Não, Luffy. Makino saiu com o Shanks, então eu estou no comando. Primeiro você vai tomar banho. - falou Rouge. Luffy gruniu, como se estivesse dizendo que não queria. - você não tem escolha. Deveria ter feito como o Sabo, e tomado banho antes de sair.

– Mas banho é chato.

Kid estava só observando. Estava sobrando ali.

– Anno...

– Tá! Eu tomo! - disse o garoto, sendo vencido. - vem mano Eus! Vamos tomar banho!!

Banho? Bem... Fazia um tempo que não tomava banho. Normalmente enquanto os outros tomavam banho ele ficava de vigia.

(...)

Depois de um bagunça no banho. Eles finalmente poderiam conversar em paz. Enquanto se vestiam, Kid olhava cada detalhe do quarto do garoto.

– Seu quarto é bem maneiro, Mugiwara. - comentou olhando os mangás e cds de rock.

– Você acha?

– Sim.

– Shishi, valeu! A Nami me ajudou a decorar.

– Mugiwara... Preciso falar sério com você. - disse o ruivo se virando, se sentando no chão.

– Falar sério? Comigo? - Luffy estranhou. Era muito difícil alguém querer falar sério com ele. O garoto do chapéu de palha pegou a cadeira e colocou em frente a ele, como se dissesse para o Eustass se sentar, e ele assim o fez. - o que foi? Quer jogar futebol de novo? - ele se sentou em sua cama.

– Da última vez que nos encontramo, me lembro de que você disse que tinha a cidade quase toda mapeada por aquela garota ruiva.

– A Nami.

– Exato. - corou ao se lembrar da garota. - não tem nenhum lugar que... seja meio escondido, e que dê pra morar?

Luffy pareceu pensar um pouco.

– Só existe dois lugares. - disse ele. - a nossa casa, o Going Merry. E a casa das macieiras. Lá é legal... É um lugar repleto de macieiras, que tem uma casa branca logo no centro.

– Yokata!! - comemorou. - Mugiwara, você é milionário né?

– Acho que sim. - respondeu sorridente.

Kid hesitou um pouco... Não sabia se deveria pedir ou não.

Mas era o único jeito.

– Me dá dinheiro pra eu comprar... umas coisas pra nós?

– "Nós" quem? - perguntou o outro curioso.

– Eu os meus amigos. Nós moramos na rua.

– Ah, tá legal. Quanto cê quer?

O que? É tão fácil assim?

To be Continued