Maldizes escrita por Arthur C


Capítulo 3
II: Indiretamente Querendo Tramar Algo com Roger


Notas iniciais do capítulo

Desculpem demorar tanto para postar esse capítulo da Fic! Sério mesmo, desculpem-me. É porque eu me desinteressei um pouco, mas... Ai está! Espero que gostem! (:



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MALDIZES

CAPÍTULO DOIS


– Querida, preste atenção em mim. – Dizia a Sra. Salvatore, enquanto puxava o queixo de Julia diretamente. – Você precisa mostrar a Elizabeth que você está certa. Tanto para ela ficar do seu lado, quanto para você ter onde ficar. Porque caso você se mostre desinteressada, é muito improvável que você continue na Collinwood.



– Deixa passar um tempo mãe. Caso eu fizer isso agora, estarei sendo falsa.


– Amor, amor – Expressão que a Sra. Salvatore sempre usava quando queria chamar a atenção de uma pessoa pela qual tem afeto, ou, apenas para parecer uma dondoca. -, ouça bem. Falsa você já está sendo, então, independentemente do que possa parecer, é o melhor que você tem a fazer. – Disse Catelyn, que pelo visto, parecia ter mostrado de forma obvia como queria que Julia agisse. Sem escrúpulos.

– Tudo bem. – Concordou Julia finalmente. – Mas me dê um tempo, preciso bolar como irei fazer a Elizabeth mudar de lado.

E antes que a Sra. Salvatore pudesse dizer mais alguma coisa, Julia saiu de seu escritório e foi para a sala central, onde Elizabeth agora fazia o seu terrível macramê. Porém antes, claro, deu uma parada rápida. Para encher mais uma vez o seu copo com seu uísque de péssima qualidade e acender um outro cigarro. Ainda aproveitou e trocou de salto, pois aquele cor-de-verde estava a lhe causar uma série de desconfortos. Prosseguiu então. Seu novo salto provocava um alto barulho sempre que tocava no chão, e definitivamente, isso só fez Julia se achar mais “classuda” – palavra usada para designar uma pessoa que tem classe. Mas tudo bem, isso não vem ao caso. Não demorou muito para descobrir que Elizabeth não estava lá.

Talvez estivesse conversando com Barnabas. Também não demorou muito até ouvir certa série de cochichos que vinha diretamente da cozinha. “Barnabas, você não pode atacar agora, espere um pouco”, era o que escutava. Certamente, Elizabeth disse aquilo por ainda encontrar-se dividida entre os dois lados. “É preciso minha cara, aposto que ela também está tramando alguma coisa”... “Mas Barnabas, te digo, aguarde”. Julia não sabia o que pensar nessas horas, e muito menos, o que fazer. “Sinto muito, porém não irei”. Precisava de alguém que a pudesse apoiar, e esse alguém tinha que surgir imediatamente. Bom, ela tinha Roger, mas levando em conta a burrice e ignorância do próprio... É correto dizer que ela precisa de uma outra pessoa.

Foi quando, repentinamente, Barnabas saiu da cozinha com certa ignorância e grosseria, estava estressado, talvez. Mas então ele reparou em Julia.

– Você... Você estava escutando a minha conversa? – Perguntou, indignado.

– E se eu tivesse? – Provocou Julia.

– Você se arrependeria...

Deu as costas para Julia e continuou a andar. Elizabeth surgiu e a agarrou por debaixo de seu braço, como casais ou melhores amigas fazem.

– Se você ficar provocando só vai piorar meu bem. – Aconselhou ela.

– Mas foi ele quem perguntou. Eu só respondi fazendo uma outra pergunta... Isso é provocar? – Julia olhava nos olhos de Elizabeth atentamente, talvez para certifica-se de que ela não os ia virar mais uma vez, como fazia quando Julia cometia algum erro estúpido.

Elizabeth suspirou.

– Julia... Por favor, não se faça de ingênua. Pelo menos para cima de mim, não.

– Mas...

Elizabeth saiu apressadamente, talvez para continuar sua conversa com Barnabas. Julia puxou mais um cigarro de sua carteira, pegou a chave do chevy, e dali a pouco, já estava dirigindo na estrada para o centro, em meio a florestas.

Talvez fosse beber como sempre fazia diante dessas situações, ou talvez, fosse visitar Roger. Era certo que desta vez, ele fosse se unir a Julia.

O Chevy, não deu trancos desta vez, parece que Willie o havia consertado. Julia estava correndo, irritada certamente. Pensava agora no que ia dizer a Roger. Não tinha planos e estava com medo de que, ele fosse se aliar a ela por uma besteira, afinal, a própria Julia era quem pagaria por este pacto. O que será que ele iria pedir em troca por se juntar a ela? Seria uma coisa absurda. Ou talvez ele tivesse bom senso, apesar de isso ser meio improvável. O centro da cidade já era visível. Foi então que ela dobrou numa rua pouco espaçosa e sem carro algum. As casas de lá pareciam abandonadas, eram antigas, ainda de madeiras. O lodo parecia ter coberto cada ponta das janelas arranhadas. A única casa que não parecia abandonada era uma no final da rua. Era do mesmo jeito que as outras, porém estava toda pintada e seu jardim, aparentemente, era bem aparado. Possuía várias flores ao redor, todas diferentes umas das outras, uma amarela e outra azul, uma violeta e outra vermelha, ao lado dessas flores encontra-se a entrada. Apesar de bem conservada, a entrada – o mais importante – não era bem assim. Folhas de arbustos e pétalas de flores que a rodeavam permaneciam lá, saíam apenas quando a leve brisa as fazia mudarem de direção. Tinham caixas sobre o chão de cimento, o nome de seu pertencente havia sumido. Talvez Roger tivesse saído de Collinsport a um bom tempo e não disse nada para ninguém. O que Julia iria fazer agora? Roger já não mais estava lá. Isso significava que ela só tinha o apoio da mãe. Tornou a ficar desesperada, foi então que a suntuosa porta da casa se abriu. Talvez você, leitor, também tenha se confundido como Julia, de achar que aquela casa fosse de Roger.

– É uma cobradora de “impostos”? – Perguntou um homem de aparência limpa, porém com a barba mal feita e ainda de pijama, que ainda terminava de fazer o sinal de “aspas” com as mãos.

– O quê? Não. Definitivamente não. – Respondeu Julia.

O homem tornou a botar na boca sua xícara com café na boca.

– Ah, muito bem. Achava que você era mais uma daquelas jovens que vem em nossas casas cobrar os novos impostos de Collinsport. Estou horrorizado com isso! Aquela bruxa ainda não percebeu que todos fugiram da cidade por causa disso... Olhe ao seu redor.

Julia olhou para as casas abandonadas, agora sabendo o porquê que estavam abandonadas. Ficou feliz, em um curto momento, por ter tirado a sua dúvida. Virou-se para o homem novamente.

– Angelique Bouchard, não é? – Perguntou ela, fazendo um sotaque pouco galanteador.

– Essa mesma. – Ele tornou a tomar mais um gole de seu café. – E você... Qual é a sua graça?

– Ah, desculpe-me. Meu nome é Julia Hoffman.

– Então quer dizer que você é a famosa psicóloga da cidade?! – Julia chegou a sussurrar algo do tipo “eu mesma”, mas o homem pareceu apenas ignorar. – Prazer, Victor Bawden.

Victor estendeu a mão para Julia, e ela a apertou.

– Desculpe Sra. Hoffman, mas neste exato momento estou tomando o meu precioso café da manhã.

– Ah, desculpe-me mais uma vez. – Julia se encolheu.

– Não se preocupe. Eu ia te perguntar se você queria acompanhar-me? – Ele abriu um leve sorriso desajeitado, mas verdadeiro.

– Se não for incômodo. – Disse sem jeito.

– Claro que não! – Exclamou Victor, em bom tom.

Ele levou Julia até a cozinha, um quartinho nos fundos da casa. A casa era bem organizada por sinal. Alguns papéis de parede estavam sendo trocados, mas, tirando isso, tudo era bem arrumado... Até você chegar onde Victor tomava seu café, antes de se deparar com Julia quando ele foi pegar as caixas. No lugar que deveria ser a pia, havia uma montanha de pratos sujos, e no lugar que deveria ser o balcão, havia mais pratos sujos.

Victor reparou que Julia olhava para os lados, e tentou obter sua atenção.

– É... Desculpe-me pela bagunça. – Disse ele sem jeito, enquanto passava uma geleia de amora em sua torrada. – Sabe como é... Sou só eu que vivo aqui, e homens são sempre mais bagunçados quando não se tem mulheres por perto.

Julia virou-se para ele.

– Isso foi uma cantada Sr. Bawden? – Perguntou ela, procurando ser mais galanteadora – não que precisasse.

– Entenda como quiser minha cara. – Ele estampou mais um de seus sorrisos no rosto e voltou a comer.

Julia suspirou.

– Hm... E então, o senhor trabalha com o quê?

– Ah, eu era professor da academia de Ciências daqui de Collinsport. Mas agora fico em casa, tentando novos experimentos químicos e... Ahn, outros estranhos experimentos. – Respondeu Victor. – Mas e você, trabalha apenas como psicóloga?

– Até que eu tento alguns experimentos diferentes em casa também...

– Que ótimo! Interessei-me. O que exatamente você tenta? – Perguntou ele.

– Ahn... Transfusões de sangue. – Respondeu Julia pausadamente.

– Ah... – Disse ele, como quem houvesse acabado de perder todo o interesse. – Isso é estranho, mas é... Legal! – Continuou, com medo de desapontar a Julia.

– Ainda bem que o senhor acha isso. – Ela sorriu. – A propósito, o senhor conhece Roger Collins?

– Ah, sim. Ele é... – Victor engoliu em seco. – O meu vizinho.

Julia olhou para casa ao lado. Era imunda e grotesca, coberta de lodo. As estacas de madeira pulavam para fora e balançavam com, o que antes era uma brisa, agora um forte vendo. O carro, que estava na garagem do lado de fora, estava enferrujado, como se a maresia da cidade afetasse aquela região por mais longe que ela fosse.

Julia observou Victor e rapidamente serviu-se de uma torrada também. Ele olhou em seus olhos, e percebeu que ela olhava apenas para a casa de Roger. Ele sorriu.

– Sabe, Sra. Hoffman... Se você tiver muito nervosa para tratar de seus respectivos assuntos com o Sr. Collins, eu não ficarei com raiva caso se ausentar.

– Me desculpe mesmo, Sr. Bawden. Mas é que, como você parece saber, eu tenho vários assuntos para tratar com ele.

Ele deu um sorrisinho leve outra vez.

– Venha, eu te levo até a porta. – Disse Victor meio alegre.

Ele botou as mãos nas costas de Julia e a levou até a suntuosa porta.

– Foi um prazer! – Disse Julia sorrindo – verdadeiramente – e andou um pouco. Virou-se. – A propósito, qualquer dia desses irei vir aqui de novo. Tomarei café com você, porque pelo que parece, você cozinha bem, diferentemente do empregado de minha casa.

– Faz bem! – Exclamou ele, esbanjando seu bonito sorriso para Julia.

...

Julia bateu na porta da casa de Roger, que por sinal estava bem úmida. Alguém a abriu.

– Ah, Olá Regina. – Disse ela sem nem olhar direito para a cara da nova parceira prostituta de Roger.

– Dra. Julia... O que faz aqui? – Julia contraiu os lábios. – Me desculpe. Entre, por favor.

Roger surgiu de fundo, ele vestia o seu terno azul-escuro.

– Vai sair Roger? – Perguntou Julia. – Vai se encontrar com mais alguma de suas “amigas”?

– Ora... Que é isso Julia? – Disse Roger, como se fosse uma brincadeirinha. – Você sabe que eu sou fiel a Regina. – Ele deu um beijo na parceira prostituta. – E... O que você procura aqui?

Ela se aproximou dele, cumprimentou-o com um beijo e soltou:

– Roger, eu, particularmente, preciso falar com você.


ARTHUR C.



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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
E aí, gostaram do Sr. Bawden?
Muito mais está por vir em Maldizes... Fiquem ligados! (:



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