Sem perceber o que estava por fazer e deixando que os seus sentidos e sentimentos o levassem, Natsu se viu tocando os rosados lábios da loira junto aos seus. O rosado se sentia nas nuvens ao poder sentir finalmente o gosto dos lábios da loira, para ele era como estar no céu, mas como tudo que é bom na vida dura pouco, Lucy foi despertada e ficou em choque ao constatar o que estava acontecendo.

 - NATSUUUUUUU! – Ela o empurrou e foi para o outro lado da cama com os olhos arregalados – O que você pensa que está fazendo?

 - Luce eu...

 - Me diz o que te deu pra me beijar as vésperas do seu casamento? Você não deveria estar na sua despedida de solteiro? E que maldito cheiro de bebida é esse?

 - Lucy, desculpa, eu sei que não devia ter te beijado assim, mas foi mais forte do que eu e parece que toda aquela bebida me fez acordar, me fez criar coragem pra vir até aqui te ver e te dizer tudo que eu estou sentindo.

 - Natsu...

 - Eu te amo, fui um tolo em não admitir isso pra você e nem pra mim mesmo antes, de ter me enganado todo este tempo sendo que a mulher que eu amo estava o tempo todo bem em baixo do meu nariz e eu nem a notei.

 - ....

 - Se você disser que não me ama, eu saio daqui e esquecemos tudo isso, mas por favor não me deixe na duvida.

 - Natsu... Eu...- “Mas que droga! Por que ele tinha que se declarar pra mim justo agora, quando ele está tão perto de se casar... Espera, mas é claro, ele está bêbado, por qual outro motivo ele me diria tudo isso? Aposto que amanhã nem se lembrará de que disse tais palavras pra mim” – Sinto muito...

 - Não... Luce...

 - E-Eu não po-posso retribui-lo Natsu...  – A voz dela saia mais tremula do que deveria, e as lágrimas que ela tentava segurar não lhe adiantavam de muita coisa neste momento.

 - Então diga que não me ama olhando nos meus olhos.

- Natsu, por favor.

 - A única coisa que eu te peço é isso – disse se aproximando e encurralando-a entre a parede, colocando os braços em volta da cintura dela – olhe pra mim e diz que não me ama.

 - Natsu... – Ele delicadamente puxou seu queixo para que ela encarasse o olhar atento do rosado – Eu não consigo... Queria muito não poder te amar, mas eu não consigo.

 - Luce...

Ele começou a secar com a ponta dos dedos as insistentes lágrimas que não paravam de rolar pelos olhos de sua amada, e a cada vez colando-se mais ao corpo dela, até os seus lábios estarem unidos mais uma vez.

Foi um beijo calmo, terno e apaixonado e desta vez Lucy não tentou se distanciar do rosado, algo que por alguns instantes o deixou muito feliz, bem mais do que poderia imaginar. Quando o ar os faltou, eles se separaram bem devagar, apreciando cada segundo e por fim colando suas testas enquanto recuperavam o folego.

 - Isso não vai dar certo.

 - Não diga isso, tudo vai dar certo, acredite em mim.

 - Não Natsu – Ela levantou a cabeça e o encarou – Agora as nossas vidas vão se seguir normalmente, como se isso que aconteceu agora nunca tivesse ocorrido e amanhã você vai subir naquele altar e se casar e eu vou sair em missão.

 - E se eu não quiser me esquecer? E se eu quiser ficar com você pra sempre? Eu te amo Luce.

 - Mas você vai! Não só para o meu bem, mas para o seu também – ela suspirou – Eu sei o quanto a Lisanna estava empolgada com o casamento e com a vida que iria começar com você, não seria justo fazer isso com ela e também... Eu pensei em dar uma chance ao Sting.

 - E se eu quiser ser egoísta e largar tudo e sumir no mundo com você? E se eu quiser ir até lá fora e gritar pra quem quiser ouvir o quanto eu gosto de você? E Sting, Lucy? Faça-me o favor...

 - Eu não quero discutir Natsu, por favor, vá embora.

 Ele sentia a dureza nas palavras da loira, mas não sabia a causa de tudo aquilo, não sabia o porquê dela estar se maltratando e o maltratando daquela maneira, não poderia ser apenas Lisanna ou Sting, tinha que ter algo a mais nisso.

 - Que missão é essa que você vai?

 - Eu tenho que ajudar a reconstruir uma cidade.

 - Quando você vai?

 - Depois do casamento.

 - Quando volta?

 - Não sei, talvez demore um pouco.

 - Eu posso ir junto?

  - Você vai estar em lua de mel.

 - E se eu decidir não me casar?

 - Eu não te perdoaria.

 - Você me odeia tanto assim? Quer me ver sofrer sem a sua presença e me privar do seu sorriso e do seu amor?

 - Não Natsu, pelo contrario, eu quero lhe ver sorrir, a coisa que eu mais quero é te ver feliz e tenho a certeza de que a sua felicidade não está comigo, você sabe disso ou não teria pedido outra em casamento.

 - Não diz isso...

 - Sai daqui Natsu, me deixe só.

 - Essa é a ultima coisa que eu quero.

 - Por favor, não quero mais sofrer, quero que isso tudo se acabe de uma vez... Vá.

 - Se eu for não espere que eu volte algum dia, e não espere ver mais sorrisos meus e não espere que eu seja feliz.

 - Como eu posso confiar nas suas palavras? Você está bêbado, amanhã eu tenho certeza de que não se lembrara de mais nada e caso se lembre, que eu acho muito pouco provável, eu direi que é mentira, que você teve algum delírio ou até mesmo sonhou, pois o Natsu que eu conheço jamais faria agiria desta maneira.

 - Luce... – Só agora Natsu se dava conta de que tinha bebido e ela notara, afinal tinha que admitir para si mesmo que jamais teria coragem de dizer tudo que sentia por ela se não fosse por um incentivo do álcool de Gray.

 Suspirando em desanimo e vencido, Natsu se desgrudou muito relutante de Lucy e se preparou para ir embora, mas quando estava no parapeito da janela, ele olhou para o céu, sem nem mesmo encará-la.

 - Amanhã durante a cerimonia, me dê qualquer sinal, qualquer que seja eu saberei, mas se você também me amar me dê este sinal e eu juro que largarei tudo por você, e caso pense em não comparecer, prepare-se por que eu sou capaz de ir busca-la onde quer que você esteja, nem que para isso eu tenha que ir até o próprio inferno pra te buscar.

 E sem dizer mais nada ele saltou da janela e foi embora sem rumo pelas ruas da cidade. Lucy ainda estava imóvel, não acreditava em tudo que acabara de acontecer, que acabara de beijar a boca daquele com quem ela tanto sonhou.

 - Nunca pensei que meu príncipe encantado chegaria a me beijar bêbado e na realidade ele seria um dragão... E não acredito ainda mais que eu me declarei para esse mesmo dragão. Mas eu fiz o que era certo, ele jamais se perdoaria por uma coisa que fez sem consequência de seus atos e que não lembraria na manhã seguinte.

 Com mais duvidas e emoções que tinha em sua cabeça antes de dormir, ela tentou mais uma vez buscar pelo seu sono, algo que demorou muito para encontrar, mas no fim acabou conseguindo graças ao cansaço.

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Continua....