Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie
Notas iniciais do capítulo
Queria agradecer a todas as leitoras da historia, obrigado de verdade ♥
Talvez eu faça a Mel ser mais legal com o Pi, talvez.
Obriguei Melanie a tomar um banho quente, ela vestiu uma camiseta minha e uma cueca boxe nova que eu encontrei ainda no saquinho. Ela dormia calmamente na minha cama de casal, enquanto eu a observava encostado na cômoda.
Eu avia dormido a tarde inteira por não ter precisado ir trabalhar, e por estar cansado da noite passada.
Não precisei insistir muito para que ela dormisse. Pelo o que eu entendi ela não avia dormido desde aquela hora e ainda avia tomado alguns calmantes. Melanie parecia triste com algo e não quis me contar o que era, só me pediu para ficar ali por algumas horas, e não queria que eu deixasse ela sozinha.
Melanie me assustava as vezes.
-Oi Greg. –Liguei para o meu melhor amigo.
-E ai cara, cadê você? Noite do vídeo-game, lembra? –Pude ouvir o barulho do jogo e Luca o chamando.
-Mel esta aqui, não sei se ela esta tão bem quanto diz estar. Ela ta cansada, vou deixar ela descansar um pouco... quem sabe amanha, cara.
-Entendo. –Não, ele não entendia. –Se precisar a gente ta aqui, ok?
Desliguei o telefone e voltei para o quarto, sem fazer nenhum barulho. Melanie abraçava meu travesseiro, metade de seu corpo já estava descoberto, a cobri.
Desci as escadas e me joguei no sofá, fiquei olhando para o teto me lembrando de quando conheci Mel. Não sei o que eu estava fazendo, mas não faria diferente se pudesse.
Passaram-se algumas horas e eu acabei adormecendo ali mesmo.
Senti algo cair em cima de mim. Soltei um grito meio assustado.
-Não grite, babaca. Vai acordar o Stub. –Ela me beliscou.
-Quem diabos é Stub? –Acariciei meu braço, onde ela apertou.
-Teu gato. –Ela deu de ombros.
-Meu gato se chama Philippe. –A informei, enquanto ela roubava meus chinelos.
-Philippe não é nome de gato. Stub é bem melhor. Mantenha-o longe, eu tenho alergia. –Ela tropeçou varias vezes nos chinelos, números maiores que o seus pés, antes de desistir de andar com eles.
-Esta acordada a muito tempo?
-Não. –Se espreguiçou enquanto se sentava em cima da mesa. –Na verdade, eu acabei de acordar. Escovei meus dentes com a sua escova.
-Você fez o que?- A encarei.
-Não fica bravo, mas eu escovei os dentes do gato também. –Espirrou. –Péssima idéia, alias.
Ri. Coitado do ex-Philippe, novo Stub.
-Não estou bravo. –Apontei para o armário. –Tem anti-alérgico em algum lugar.
-Não, obrigado. Faça o seu café.
Fiz meu café enquanto ela recortava o meu jornal, sentada de pernas de índio como uma criança em cima da minha mesa.
-O que ta fazendo?
-Recortando pessoas. –Murmurou, imersa em seus pensamentos. –Tem umas pessoas bonitonas aqui.
-E o que vai fazer depois? – peguei a xícara de café e olhei para ela.
Melanie desceu da mesa e jogou alguns papeis no lixo. Me entregou os restos do jornal.
-Não acha mais legal imaginar as coisas? Tipo, não ver como a pessoa é, mas deixar sua imaginação mostrar alguém que possa ter as características de quem cometeu o crime ou ganhou a eleição? –Seus olhos brilharam.
-Não. –Enruguei a testa.
-Você devia se tratar. –Revirou os olhos.
-Quem triturou o jornal foi você... Porque esta me olhando assim?
Ela avia fechado a cara e me encarava como se tivesse percebido algo em mim, algo ruim.
-Você! Ain que droga.
-Eu... –Não terminei porque Melanie subiu as escadas correndo, a segui.
Ela entrou no meu quarto e trancou a porta.
- Sam? –Ela chamou, a principio achei que ela estava louca, mas acabei me lembrando que o celular dela estava lá dentro. –O CHEIRO DAQUELE IDIOTA ESTA PRESO NAS MINHAS NARINAS! –Berrou, como se o quarto fosse a prova de som, me fazendo rir.
-Melanie, sai daí. Eu estou te ouvindo. –Falei em um tom normal, encostando na porta.
-Vai embora. –Gritou.
-Você esta trancada no MEU quarto.
-Você não precisa dele agora. –Impressionante como a lógica da Mel se tornava mais bizarra e possessiva a cada segundo.
-Abre. –Falei.
Pude ouvir o trinco sendo aberto, mas não a fechadura. Abri a porta, ela estava sentada na minha cama.
-Estou sozinha. –Murmurou. –Eu me sinto sozinha, mas não quero precisar de você pra me sentir bem.
-Ninguém é feliz sozinho, Mel. Todo mundo precisa de ajuda.
-Não quero precisar. –Revirou os olhos e mostrou a língua.
-Então va embora, se tranca na sua casa e no seu mundinho e fique lá, sozinha. Você não precisa de ninguém, não é mesmo? Você vai ficar bem lá, sem ninguém. –Queria que ela dissesse que não, que precisava de ajuda ou algo do tipo.
-Esta bem. –Olhou para baixo e se levantou. Foi em minha direção. –Sai da frente.
-Admita que precisa...
-Não. –Olhou para mim.
-Harg, não me olhe com esses olhos.
Enrugou a testa.
-São os únicos que eu tenho, Pietro. –Ela estava confusa.
-Então são os únicos que eu quero.
Deu um passo atrás.
-Trabalha pro mercado negro de órgãos?- Colocou a mão em cima do coração e fez uma careta. –Você é um idiota.
-Mas você precisa de mim.
Suspirou.
-Não diga isso em voz alta. Alguém pode ouvir.
Ri do exagero dela.
-Preciso gritar isso bem alto, pra ver se você entende.
Ela murmurou um “não”. A abracei e, depois de alguns minutos parado na mesma posição, a levei até a cama. Nos sentamos.
-Eu te odeio, Pietro.
-Também gosto de você, Melanie.
-Você não ouviu? Eu disse que te odeio.
-Eu ouvi o que você disse, e eu entendi o que você quis dizer. Esse é o seu jeito de gostar, e eu aceito.
-Aceita?
-Sim. –Dei um sorriso para ela e ela retribuiu.
Philippe pulou em cima da cama, fazendo Mel espirrar instantaneamente.
-Xô Philippe! –Briguei. Levei um tapa de Mel.
-O nome dele é Stub, idiota.
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Capitulo pequenininho, mas fofo kk' : )