Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie
Notas iniciais do capítulo
Primeiro capitulo da Mel... que orgulho kkk'
Melanie :
A campainha tocou.
-Quem é?
-ESPERO QUE JÁ ESTEJA PRONTA! –Ouvi a voz eletrônica de Samantha ecoar bizarramente no interfone.
-Estou saindo.
Enfiei algumas notas no bolso traseiro do meu shorts— simplesmente odeio andar de bolsa— e sai. Estava mais escuro do que eu esperava, como sempre acontece nas tardes, você pisca uma vez e o mundo já escureceu.
Sam soltou um “Uau” para mim e depois corremos as duas para o carro dos garotos.
-Oi Mel –Disseram em coro.
-Oi Math, oi Jon.
Fomos os quatro para a festa da Ally.
Faltando 1 quarteirão para chegarmos a casa dela a musica tocava alto e, mais perto ainda, fazia o chão tremer. Math estacionou o carro na primeira vaga que encontrou, ainda que fosse longe. Andamos um pouco a pé e chegamos ao jardim cheio de bêbados, como nos seriados americanos, só que real. E na realidade nada é bonitinho como nos filmes. Entramos na casa.
O centro da sala agora era uma pista de dança, e eu podia enxergar ao longe a mesa do DJ, de onde saiam luzes coloridas.
Sam segurou a mão de Jon e ambos partiram para a pista de dança, enquanto eu caminhava até o “bar” com Math em meus calcanhares.
Math no geral era legal quando estava bêbado, são ele era literalmente um pé no saco. Ele adorava pegar no meu pé, dizendo o que era bom ou ruim—no geral mais ruim do que bom.
-Tequila, por favor. –Pedi ao garçom, que me olhou questionando um pouco minha escolha. –Pura, sem limão ou sal.
-Pura, jovem? –Ele se assustou. Quem o escutou pensa que eu tenho 12 anos e ele 90, mas ele não parecia passar dos 30.
-Sabe, Mel, acho que você não devia beber.
Droga, cadê a bebida dele.
-...E uma vodka para ele. –O garçom ficou me olhando, como se esperasse o cancelamento ou um novo pedido. –Urgente.
Ele se virou, pegando copos e bebidas.
Minha capacidade alcoólica era exatamente zero vezes qualquer numero. Depois de beber o primeiro gole da bebida fui para a pista dançar, deixando Math sozinho. Dancei muito, saindo poucas vezes da pista quando minha bebida acabava, mas voltando logo em seguida. Algumas horas de dançar, beber e dispensar idiotas eu me cansei, queria ir para casa. Olhei para Math que ainda estava na bancada, caindo de bêbado, Sam e Jon dançavam animados dividindo uma garrafa já pela metade.
Droga. Eram quase 40 minutos dali até minha casa a pé, mas dane-se. Eu realmente precisava ir embora. Peguei uma garrafa no bar, sem realmente ver o que era, e acendi um cigarro.
Andei durante algum tempo na escuridão das ruas sem poste de luz, tendo apenas a companhia do álcool e do cigarro. O vento soprou, arrepiando minha pele nua. A rua estava tão escura que eu mal enxergava minhas mãos, me fazendo ter medo, mas eu não iria voltar para a festa.
Duas luzes iluminaram um pouco a rua, junto ao ronco baixo de um carro. Ignorei e continuei andando, esperando que o carro me ignorasse também e fosse embora, falhando, já que o carro parou ao meu lado.
-Mel? –Uma voz masculina chamou.
Eu não queria olhar, mas respondi prontamente ao chamado pelo meu nome, dando de cara com olhos verdes calmos.
-Pietro? O que faz aqui? –Encontrar com ele era tipo um carma?
-Indo pra casa, e você?
-Também. –Me esforcei para que meus dentes não batessem.
Ele me olhou de cima a baixo.
-Ta frio, vem, eu te levo.
Pensei em recusar, mas estava frio demais e minhas roupas não eram adequadas para suportá-lo.
Dei a volta e entrei no lado do passageiro, me sentei e fechei a porta.
-Você bebe?
Olhei para a garrafa em minha mão.
-As vezes... desculpe, não me orgulho disso.
-Estou sentindo cheiro de cigarro.
Suspirei.
-Culpada.
-Fumar mata.
Ri, será que ele realmente achava que eu tinha medo de morrer?
Nós fomos metade do caminho em silencio, até ele ligar o radio, onde tocava morena, do scracho.
-...E agora vem dizer, morena, que você não quer ser mais a minha pequena..,-Ele cantarolou com sua voz desafinada.
-Gosta dessa musica? –Perguntei, ele balançou a cabeça dizendo que sim. –Também.
-Sabe, Mel. Te conheço a um dia inteiro agora.
Ri com o comentário, parecia que fazia bem mais tempo na minha cabeça. Na verdade já podia considerar Pietro bem mais do que Math... não que ambos precisassem saber disso, era desnecessário.
-Isso é...
-Temos que comemorar!- Ele riu.
Eu também queria comemorar... talvez outro dia. Minha santa droga, como eu estava bêbada.
-SIM!!!- gritei bem alto, mas depois desisti. –Não... sinto o álcool se revirando no meu estomago.
-Esta se sentindo bem? –Pelo tom de voz, ele zoava um pouco com a minha cara.
-Talvez... Mas talvez eu vomite no seu carro.
Ele estacionou o carro em frente a minha casa, mas eu nem havia percebido que já estávamos na minha rua.
-Só se você me recompensar muito bem depois... –Ele se virou para mim, um sorriso puxava um pouco as pontas dos seus lábios para cima. –Aceito chocolate, doces, flores e um café amanha de manha... de novo.
Ele era engraçado, mas eu não podia confiar em gente que era engraçada... eu não podia confiar em ninguém. Pessoas decepcionam.
Tirei o sinto e puxei o pescoço de Pietro para mim, encostando minha boca na dele. Ele demorou um pouco, mas levou sua mão a minha cintura. Sua língua pediu passagem e eu abri um pouco os lábios, pude sentir o gosto dos seus lábios nos meus, talvez bala de morango. Ele beijava bem. Nos afastamos quando o ar foi necessário.
-Obrigado pela carona, boa noite Pi. –Murmurei e sai do carro, tendo minhas dificuldades para me manter em pé. Não sabia que estava TÃO bêbada assim.
Ele desceu do carro e chegou perto de mim antes que eu pudesse chegar ao portão.
-Deixa que eu te ajudo.
Ele sustentou meu corpo com o braço.
-Não preciso de ajuda.
Ele abriu o portão e a porta da minha casa, trancou o portão comigo para dentro e ele para fora e me entregou as chaves.
-Você nunca precisa. –Sorriu. –Boa noite, Mel.
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;)