Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 23
Sobramos...


Notas iniciais do capítulo

Capitulo totalmente dedicado a linda da Juuh Gularte que escreveu a primeira recomendação da historia ♥
OBRIGADO JUUH! Esta desculpada kk' ^^'



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Melanie

-Olha, eu sei que a Sam ta viajando com o John e que você esta revoltada por ela não ficar mais tanto tempo com você, chateada pelo Pi ter ido embora... mas eu não sou a sua mais nova escrava, entende? –Reclamou Luca.

-Eu não te pago pra você ficar reclamando! –Me ajeitei melhor no balcão enquanto Luca estava sentado de perna de índio (como uma criança) pintando minhas unhas das mãos.

-Eu não estou sendo pago. –Ele me lembrou.

Ri. Não fui acompanhada.

-Meu Deus! Você não leva jeito pra coisa. –Meus dedos ficavam mais pretos do que as minhas unhas. –O que foi? –Ele me encarava com um olhar mortal.

-Eu desisto, Mel. –Fechou o potinho. –Não sei nem porque topei isso.

Chacoalhou os cabelos e sorriu.

-Porque eu estou triste e sofrendo, daí tu vem e me anima... ou porque eu não tenho amigas além da Sam. Tanto faz. –Dei de ombros. –O importante é que, dane-se que você desiste, você já terminou. Agora tira os borrões.

Eu não tinha muita amizade com Luca, porem Sam, John, Greg e sua nova namoradinha, Sophie—sim, Sophie, das melhores festas—foram viajar. Math estava ocupado demais dando em cima da morenona da festa—que ele ainda acreditava que daria bola pra ele. Logo, todos os meus amigos estavam ocupados demais pra ficar sofrendo comigo, mas não os amigos do Pi.

Luca estava sem companhia pra jogar vídeo-game e eu estava com a minha vaga de escravo aberta para novatos, então seduzi ele... mentira. Liguei pro Luca dizendo que precisava urgentemente da ajuda dele, mas lógico que ele demorou duas horas, ele não era o Pietro pra vir correndo pra mim sempre que eu precisava... ou não.

Luca limpou o esmalte do pior jeito possível, deixou manchas escuras e borrões demais, mas era a primeira vez que ele pitava unhas na vida dele.

Ele bufou.

-Terminei. Foi pra isso que você me chamou?

-Encare a realidade, Luca. Nós sobramos. –Revirei os olhos. –Seus amigos te abandonaram, os meus também. Nós estamos sobrando e, se sobrarmos juntos, não somos somente uma sobra.

-Não?

-Não.- Suspirei. –Somos uma SUPER sobra.

-Isso é bom?

-Não, mas ninguém precisa saber, babaca.

Se levantou.

-Vamos.

-Vamos a onde, cara? Ta maluco? –Pulei da bancada e ignorei a dorzinha nos calcanhares pelo baque.

-Podemos ir ao shopping, ao cinema e comer alguma coisa... francamente, eu não gosto das suas sopas nojentas de magrelas desnutridas.

Coloquei as mãos na cintura pronta para protestar.

-Ta bom, vai. –Revirei os olhos e o segui até o portão.

Antes de sair observei meu celular, o numero de chamadas não atendidas de Pietro chegavam a 34 ligações. Suspirei.

-Por que você não atende ele? –Perguntou Luca, olhando para mim e para o celular.

-Não quero falar pra ele que sinto saudades.

-Por que não?

-Por que quero ele aqui.

-Não te entendo. –Revirou os olhos e saiu.

-Não quero ouvir ele dizendo o quando gosto de mim, quero sentir...

Tranquei a porta e fomos ao shopping. Estava lotado. Visitamos a sorveteria assim que chegamos, estava um calor insuportável. Pedi uma casquinha de creme e Luca um pote de sorvete inteiro. O analisei e me perguntei como ele mantinha aquele corpo comendo tanto...

-Come isso direito, Mel. Já to na metade do meu potinho e você não esta na metade disso ai.

POTINHO? Como aquele ser tinha coragem de chamar aquela banheira de hidromassagem de potinho?

-Eu como do jeito que eu quiser, não se intromete, idiota. –O fuzilei com um dos meus piores olhares.

-Come isso direito! –Repetiu.

Enfiei o meu sorvete no seu peito, como de estivesse dando uma facada nele. Observei seu susto e logo em seguida sua cara de descrença.

-Eu avisei... ou não. Tanto faz. –Dei de ombros.

-Não acredito que você fez isso!

-Acredite, porque tem algo gelado e saboroso melecando sua camisa e seu corpo nesse exato momento. –O informei.

Não prestei muita atenção nele enquanto falava. Tinham muitas pessoas em volta observando nossa pequena discussão.

Luca virou seu pote de sorvete em cima de mim, em cima do meu cabelo. Dei um gritinho sem querer e respirei bem fundo. A essa altura, muita gente olhava.

-Uma provinha do meu ódio. –ele sorriu diabólico.

-Olha, é recíproco. –Suspirei. Tirando o pote da cabeça que devia estar parecendo um chapeuzinho de aniversario.

Não fomos assistir ao filme. Ele me deixou em casa morrendo de raiva e foi embora.

Tomei um banho demorado e me deitei em minha cama com o celular nas mãos.

Sinto sua falta”

“Você é complicada mesmo quando estamos a km de distancias”

“Detesto quando não me responde”

“Custa escrever que esta bem e que pensou em mim?”

“Você pensou em mim, certo?”

“Melanie, porque você não atende as minhas ligações? Estou preocupado”

“Reencontrei uns amigos hoje...”

Não terminei de ler a sétima, apaguei todas as 113 mensagens que ocupavam a memória do meu celular. Eu não queria ler, não queria ouvir, queria sentir e ele não estava ali. Nada mais justo do que eu não responder, seria bom pra nós. Minha saudade do Pi era bem grande, mas meu orgulho era bem maior. Eu não precisava dele, eu estava bem!—impressionante minha capacidade de mentir pra mim mesma.

Desci as escadas e assisti ao filme amizade colorida, que ele tanto queria assistir comigo daquela vez... ri das piadas, o filme nem era tão ruim assim. Só era torturante ver alguém se dando bem no final.

A campainha tocou.

-Quem é?

-Trouxe pizza. –A voz me informou.

-Legal. Mas quem ta com a pizza?

-Luca.

Abri a porta.

-Não tem como deixar só a pizza?

-Não.

-Droga. –Abri o portão e acenei para dona Luzia, que espionava, provavelmente imaginando se eu havia virado garota de programa.

Entramos e nos sentamos em volta da mesinha da sala. A pizza era cortada a aperitivo, o que nos possibilitava comer com as mãos sem nos sujarmos muito.

-Tem molho de tomate na sua covinha. –Ele me informou.

Esfreguei o lado direito do rosto.

-Pronto?

-Você só tem covinha do lado esquerdo. –Revirou os olhos e riu.

-Quer saber, eu vou te contar um segredo: eu tenho covinha dos dois lados, é que a da direita é timina. –Pisquei pra ele.

-Obvio. Covinhas tímidas é mega normal.

-To ligada.

-Não vai me pedir desculpas pelo sorvete? –Ergueu a sobrancelha.

-Eu não, você também jogou em mim.

-Mas você jogou primeiro, logo, você tem de pedir desculpas primeiro.

-Lógico que não! –Me indignei. –Quer saber? Tu só não é mais pé no saco que o Math... tu é uma cólica!

-Cólica é frescura. –Ele me disse.

Eu nunca fui feminista. Simplesmente achava que o direitos tinham de ser iguais e ponto, mas, naquele momento, o feminismo me subiu a cabeça e a minha pizza a cabeça dele.

Observei o óleo escorrendo por seu rosto e a mussarela se enroscando em seus cabelos.

Ri. Não imaginei que isso aconteceria, mas ele também riu.

-Se toda vez que a gente se encontrar você jogar comida em mim, vamos passar fome.

-Desde que você se sinta ofendido, por mim tudo bem. –Dei de ombros.


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Notas finais do capítulo

E essa amizade nova surgindo ai ein...



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