Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 16
Melanie sã é quase bêbada.


Notas iniciais do capítulo

Tchanaaaam 2 no mesmo dia o/



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 Acordei no meio da noite com um barulho estranho de água, acho que Mel estava tomando banho. Tentei retomar o sono, mas algo gritava em minha mente que Mel talvez não estivesse conseguindo dormir, ou passado mal... Subi as escadas correndo.

-Mel? –Chamei. Não obtive resposta alguma, nem um xingamento qualquer da parte dela. Podia ouvir o som da água do chuveiro, a água não batia no chão. –Melanie? –Chamei mais alto, chegando ainda mais perto da porta do banheiro dela, dentro do quarto.

-O que é? –Perguntou.

 Respirei mais fundo. Abri um pouco a porta, me certificando que ela estava bem.

-São quatro da manha.

 Ela estava sentada no chão, abraçava o próprio corpo. Olhou para mim.

-Que bom que aprendeu a ver as horas Pietro, agora tchau. –Fechou os olhos de novo.

 Abri o boxe-totalmente transparente- e me sentei ao seu lado, molhando a única roupa que eu tinha ali. Todos os pelos do meu corpo automaticamente se arrepiaram em contato com a água fria.

-Mel, por que isso ta gelado? Vai ficar doente. –Me levantei e fechei o chuveiro. Enrolei ela na toalha mais próxima.

-Me mantêm acordada.

-Pra que? –Mas ela nem respondeu. Foi para o quarto e colocou uma camiseta.

-Eu estava brincando, você não precisa dormir la em baixo. Não tem monstros saindo da TV. –Sorriu.

-Ótimo, se fingir de louca é a nova moda? –Ri dela.

 Melanie avia me obrigado a dormir no sofá alegando estar com medo dos monstros que costumavam sair de sua TV. Eu devia ter desconfiado, Melanie nunca admitiria ter medo de algo.

-Estou com frio. –Murmurou. A boca roxa tremia e ela se deitou na cama, me deitei com ela.

 Tirei minhas roupas molhadas e fiquei só de cueca. Melanie me abraçou e entrelaçou suas pernas com as minhas. Sua pele estava gélida.  

-Quer dormir? –Perguntei. Eu não queria.

-Não. –Fechou os olhos, vi sua covinha. –Com quantos anos perdeu a virgindade? –Perguntou. A pergunta me assustou.

 Olá vergonha.

-14, Melanie.

-Uau. Assoviaria pra você, se eu soubesse. –Continuou com os olhos fechados. –Eu perdi com 18.

-18? Mas... Ai meu Deus. –Me sentei na cama assustado, Melanie abriu os olhos e se sentou também. –Comigo?

-Não. Relaxa. –Gargalhou. Que saudades dessa gargalhada gostosa. Ela ria do meu susto, ela ria como uma criança. –Eu perdi minha adolescência, parei de fazer besteiras esse ano... quase.

-Como assim?

-Cuidei da minha mãe até os 16, acho que ela não gostava tanto assim de mim... Quer dizer, ela dizia que me amava. –Ela não me olhava nos olhos. –Mas se ela me amava tanto, por que me deixou?

-Ninguém tem o poder de escolher a hora de ir, Mel. –Acariciei seus cabelos.

-Ela tinha. –Me olhou. –Ela cortou os pulsos. –Me contou como se fosse um segredo.

-Sinto muito.

-Não sei porque estou te contando isso. –Revirou os olhos.

-Pode desabafar quando quiser. –Sorriu.

-Quem foi a primeira garota que você beijou?

-Julia, 13 anos. E você, Mel? –Ela fugia do assunto, mas parecia precisar voltar as vezes.

-Você é meio apressadinho. Math, 14.

-Math? Jura?

-Ele não era tão pé no saco com 15 anos.

-Não estamos falando de décadas... –A informei. Parte de mim entendia que o desconforto que habitava parte do meu corpo era ciúmes, mas certa outra parte não aceitava que eu tinha ciúmes de meu. Afinal de contas, ela era, é e sempre vai ser só minha. Sempre é uma palavra bem forte, mas é.

-Não, estamos falando de antes de todos os nossos problemas. –Murmurou. –Esta chovendo?

-Sim, fez sol demais essa semana em que você ficou tranca... A onde você vai? –Melanie já estava de pé, correndo para fora do quarto.

-Indo pra chuva. –Gritou, já descendo as escadas.

-Mas você ta só de camiseta! E eu só de cueca! –Gritei, mas ela nem me ouviu. –Droga.

 Desci as escadas atrás dela. Melanie já estava na porta, abrindo.

 Pensei em parar ela, mas ela levava com ela porta a fora um sorriso tão lindo que não consegui fazer nada além de sorrir junto como um babaca.

  Mel abriu o portão e correu para a rua vazia. Abriu os braços e deu algumas voltas. Gargalhou.

-Pi? –Olhou para mim.

- Oi?

-Você ta só de cueca. –Riu, apoiando as mãos nos joelhos.

-Pois é.

-Olá dona Luiza, mas que bela visão do paraíso, não? –Se virou para o outro lado da rua, onde tinha uma mulher olhando para nós pela janela. –Gostaria de se juntar a nós nessa chuvinha?

-Entra pra casa, Menina. Vai ficar doente. –A senhora gritou. Tinha os cabelos pretos provavelmente tingidos, varias rugas no rosto e cerrava os olhos para enxergar através da chuva.

-Deixa comigo, Dona Luiza. –Sai na chuva e levei Melanie para o quintal, o fechei e acenei para dona Luiza.

-Uma bela visão do paraíso, Menina. –Sorriu.

 Ótimo, eu estava sendo cantado pela cinquentona.

-Estou morrendo de frio! –Franziu as sobrancelhas. –Aposto 50 conto que você vai dar PT antes das 6.

-Eu? Por que?

-Sua cara.

-Esta bêbada? –Perguntei.

-Isso depende do que você colocou na minha sopa.

-Ham... água?

-Água conta? –Ela levava a serio todas as minhas perguntas idiotas.

-Só quando se trata de você. –Me surgiu uma idéia. –Vamos viajar?

-Ham?

-Pra praia? Gosta de praia?

-Gosto. –Se alegrou. –Gosto muito.

-Vamos?

-Claro, vou ligar pra Sam.

 Saiu correndo. Tropeçou no meio do caminho e se segurou no sofá.

-Mel?

-Eu to bem. –Estava prestes a sair correndo de novo quando a segurei pelo braço. –Quatro e meia da manha.

-Haa... entendi. –Piscou pra mim.

-Quer fazer algo agora? –Sorri maliciosamente.

-Sim, estou morrendo de sono. Boa noite Pietro, pode dormir comigo se quiser. –Se esticou, ficando na ponta dos pés, e me deu um selinho.

-Ok. –Mas eu estava pensando em outra coisa, magrela.

 Sozinho na sala fiz uma careta.

-Se demorar muito os monstros da TV vão te devorar, mocinha.

 Ri. Subi as escadas de dois em dois degraus.  


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Notas finais do capítulo



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