Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 12
Homem só até a barata voar.


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI : )
Sei que demorei um pouquinho mais, mas prometo que vou escrever o próximo mais rápido, ta? Obrigado a todas as leitoras que mandam dicas ou que favoritaram ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373664/chapter/12

Pietro




–Melanie é uma gata. –Greg me informou como se eu não soubesse.

–Você... –Eu ia dizer algo sobre Melanie, provavelmente repreendendo Gregório, mas Melanie estava descendo as escadas.

–O que foi? –Parou na metade do caminho e enrugou a testa.

–Estávamos falando sobre você. –Greg deu de ombros, dei uma cotovelada nele.

Ela sorriu. Continuou a descer as escadas, levou um pequeno tropeção no final, quase caiu.

–Estou bem. –Ergueu os braços em rendição quando ambos avançamos para ajuda- la.

Melanie tinha algum problema de equilíbrio que a impedia de dar 5 passos sem cair, e... jura que a Mel é modelo? Esse ser andando que nem um garoto, com as pernas abertas, quase como um soldado, esse ser sabe desfilar?

–Você é muito atrapalhada. –Me sentei ao seu lado no sofá.

–E você é muito chato. –Mostrou-me a língua.

–Vocês não conseguem ficar 5 minutos sem brigar?

–Não. –Eu disse, mas Melanie falou logo atrás, mas alto, como se eu não tivesse dito nada.

–Isso é uma aposta?

–Sim, não impliquem um com o outro, até o fim do dia.

–Impossível. –Revirei os olhos.

–Eu topo, se o Pietro não encher o saco.

–Quem enche o saco é você, Mel.

–já começou?

–A partir de agora.

Eu e Greg fizemos o almoço, sim, Greg. Melanie não tinha vocação pra culinária, nem sei como ela não passava fome naquela casa. Greg era bem mais talentoso do que ela—que colocou fogo em uma panela e em sua cortina.

–Pi, o que tu ta fazendo? –Perguntou, se sentando em cima da bancada com um caderninho nas mãos.

–Lasanha, achei massa prestes a vencer e sobrou muita mussarela de ontem. Sobrou fran...

–Ok. –Respondeu.

–Por que mora sozinha, Mel?

Olhei feio para Greg, mas ele nem ligou. Ele sempre falou o que bem entendia, sendo conveniente ou não. E não era agora, na altura de seus 21 anos, que alguém iria mudá-lo.

–Minha mãe morreu.

–E seu pai?

–Inconveniente. –Sussurrei, só pra ele.

–É um idiota.

–Quem não é um idiota pra você?- Perguntou Greg.

–Por hoje, o Pietro. –Olhou pra trás e piscou pra mim.

Já aviam se passado horas desde a aposta, Melanie ainda não me xingou nem sequer uma vez, e eu não me deixei cometer a mesma coisa, mesmo porque eu só abriria minha boca pra elogiá-la.

–Não me conformo. –Greg desabafou.

–Vocês podem se encontrar outro dia. –Mel deu de ombros.

–Mas Pietro disse que ela é uma ruiva gata. –Greg me dedurou. –Sabe o quanto é difícil achar ruivas gatas?

–Pietro é um... –Me fuzilou com os olhos castanhos claros. –Doce. –Fez careta.

–Nossa Melanie, você é tão... Droga.

–OLHA LÁ! –Apontou para mim, ficando de pé em um pulo. –Você viu. Você viu, Greg! Pietro me chamou de droga.

–Não, eu quis dizer que não posso te xingar. –E nem elogiar a senhorita gênio-do-mal.

–Idiota.

Me levantei do sofá também.

–Você perdeu.

–Errado, eu já tinha ganhado, portanto, posso te xingar a vontade, gordo babaca. –Mostrou a língua.

–Isso é tão Melanie.

–Fala ai, Greg.

Ele olhou pra mim e pras pernas de Mel.

–Você a chamou de droga.

Deram um toque de mão idiota.

–Você não tem que ir embora? –Perguntei, estava prestes a expulsá-lo dali.

–Não. –Deu de ombros. –Por que? Quer ficar sozinho com ela?

Olhei-o com o meu olhar “É obvio” e ele riu.

–Qual é...

–A não ser...- Ele começou. –Que a Mel diga que gosta de você.

–Nem fodendo. –Ela voltou a se sentar no sofá com a testa franzida.

–Linda sua atitude, e o seu vocabulário.

–O que tem de errado o meu vocabulário?

–Você disse: “nem fodendo” –Eu cruzei os braços no peito.

–E você repetiu. Posso ter um péssimo vocabulário, mas sou original. –Piscou pra mim e riu.

Gregório a acompanhou.

–Quer saber, eu vou. Talvez esse lance de brigar toda hora seja contagioso, vou pra alguma balada... –Continuou falando enquanto se dirigia a porta, fiz questão de sair correndo pra abrir o portão pra ele. Enquanto Gregório falava a única coisa que eu pensava era: Ficar sozinho com a Mel. Ficar sozinho com a Mel. Ficar sozinho com a Mel.

Nada contra Gregório, mas a Mel é bem melhor.

Entrei na casa. Mel estava de pé perto da TV, cruzou os braços quando me viu.

–Hey, você praticamente expulsou o...- A interrompi com um beijo.

Empurrou meu corpo com toda a sua força.

–O que foi?

–Por que ta me beijando?

PORQUE VOCÊ É MINHA, E NÃO SABE. PORRA.

–Porque gosto de você.

–Eca, ta meloso.

Revirei os olhos e me joguei no sofá. Mas logo em seguida fiquei em pé de novo graças ao grito assustador que Melanie deu. Fez o mesmo barulho que um filme de terror inteiro sozinha.

–O QUE FOI? –Gritei de volta, em alerta.

Correu para o segundo degrau da escada.

–Uma. Barata. Mata. – apontou para o lado do sofá.

Ótimo. Segundo degrau e Mel estava a salvo do inseto maligno. Revirei os olhos e ri. Era engraçado ver a “senhorita durona” dando pulinhos e gritinhos enquanto apontava para o animal indefeso.

Fui em direção da barata para matá-la, mas ela fugia em direção a cozinha. Continuei pisoteando o chão na esperança de esmagá-la o mais rápido possível. E então, quando eu menos esperava, ela abriu as asas e veio meio descoordenada em minha direção.

Soltei um grito parecido com o de Melanie e corremos ambos para o quarto dela em meio a gritos.

–Caralho. –Tranquei a porta, como se o serzinho maligno fosse grande o suficiente pra mexer na maçaneta.

–Idiota. Mulherzinha idiota.

–Não me xinga. –Me sentei na cama e relaxei os ombros.

–Você deixou a barata viva!

–Ela voava...- Mel me fuzilou com um olhar que eu batizei de “Morte ao Pietro”

–Eu é quem vou voar no teu pescoço, garoto. Harg.

–Você grunhiu como um animal. –Ri.

–E você gritou como uma garotinha. –Gargalhou, acabando com a minha graça.

–Não tem graça.

Se sentou na cama ao meu lado, passou suas pernas pelo meu colo e seus braços pelo meu pescoço.

–Já que vamos ficar trancados aqui por um tempo, acho que devíamos fazer algo.

Dei um sorriso malicioso e abracei suas costas, puxando-a para o meu colo.

–A é? –Aproximei nossos rostos. –Tipo o que?

–Ligar pra um homem de verdade pra que ele mate a barata. –Pulou do meu colo e foi em direção ao seu guarda roupas. Retirou algumas peças e as enfiou na mochila.

–E pra que a mala? – Enruguei a testa.

–Acha mesmo que eu vou morar aqui com a senhorita aviãozinho? Vai que ela faz um movimento dos sem terras com as amigas.

–E vai pra onde?

–Pra sua casa. Liga pro Greg e manda ele vir o mais rápido possível tirar esse monstro da minha casa. –Abriu algumas gavetas. –E vai bolando um jeito pra gente descer ai pela janela.

Se dependesse de mim a “senhorita aviãozinho” podia invadir a casa da Mel pra sempre, e Greg nunca saberia do acontecimento.

Ainda bem que tinha uma mulher ali, pra pensar em como sairíamos sem nos encontrar com a barata. Eu é quem não ia arriscar sair pela porta da frente e dar de cara com a visita indesejada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mel e Pi morando juntos? Baratas?