P.O.V Kate Lestrange

Ainda sentia a ardência e a dor dos cortes. Meus pulsos sangravam, excessivamente machucados pelas correntes. O garoto havia passado a noite toda me enfeitiçando com o Sectumsempra, e eu ainda não sabia como havia sobrevivido.

Minha mente estava confusa com tudo aquilo, ainda tentava assimilar quem era o Milord, e qual era o plano deles.

Eu mesma me castigava por tê-lo quase enfrentado e agora estar aqui, nessas condições.

Duvidava que poderia sobreviver, mas devo admitir que aquele feitiço era interessante, e por um breve momento pensei em testar em alguém, mas detive esse pensamento, primeiro por que eu não era assim, uma pessoa má, segundo que eu estava acorrentada na parede, toda machucada.

Abaixei minha cabeça, e chorei silenciosamente, eu poderia estar em casa, com meus pais, ou na casa de algum de meus amigos, me perguntei se eles estariam preocupados comigo, e logo depois me xinguei mentalmente por estar chorando e sendo fraca.

Precisava de um plano urgente. No qual, eu saísse viva dessa.

E com dificuldade, respirei fundo e levantei minha cabeça. A tempo de ver Teddy caindo ali no chão.

Arregalei meus olhos e pisquei diversas vezes, para ver se ele realmente estava ali e não era minha mente pregando uma peça.

Mas ele realmente estava ali.

E a única coisa que eu queria dizer (ou gritar) era : “ Oque você ta fazendo aqui idiota?!”.

Mas nem pude abrir a boca, pois fui rapidamente nocauteada.

Ainda meio desacordada, abri os olhos e me encontrei em um quarto clássico, com paredes prateadas, cortinas de veludo, e estava deitava em uma cama com lenções de seda vermelhos. Ainda sentia os cortes, mas quando fui ver, eles haviam se cicatrizado, olhei mais ao redor, e vi Vitoria sentada na ponta da cama.

– Você esta me devendo uma, fiquei aqui por dois dias para te curar totalmente.

Olhei para ela incrédula, duvidava que algum dos comensais seria capaz de ajudar alguém.

– Ah...obrigada.

– Bom, daqui a meia hora, terá uma reunião geral na sala, é só seguir o corredor que você encontrara. Tem um banheiro ali no canto – Ela apontou para uma porta no canto esquerdo do quarto – E tem roupas no armário. Se apronte e nós encontre lá.

–Ok. – Vitoria se virou para sair do quarto, e eu falei rapidamente – Espere , posso te fazer uma pergunta?

Ela revirou os olhos, demonstrando impaciência, mas assentiu com a cabeça.

– Porque vocês precisam de mim?

Ela suspirou, sentou novamente na beirada da cama, e disse:

– Você foi a primeira, é a única que tem a Marca Negra. É nossa....representante.

– E ele, o Milord, é mesmo...filho de Lord Voldemort?

– Er, bom, filho filho ele não é. Mas é a criação de Lord Voldemort, então devemos respeita-lo como tal. – Ela dizia seriamente.

– E, qual o plano de vocês? Sabe, oque pretendem fazer? – Aproveitava a conversa, para tirar minhas duvidas.

– Poxa garota, você é cheia de perguntas. Bom, você vera hoje na reunião.

Soltei um riso irônico.

– Espero sair intacta dessa tal reunião.

–Comporte-se , e talvez sairá viva. – Ela disse em um tom brincalhão, me dando mais medo ainda.

Ela se levantou novamente, e foi em direção a porta, mas antes que saísse do quarto, ela se virou de novo, e me encarou séria :

– Eu sei que você tem medo do que vem a seguir – Ela suspirou, mas continuou com a expressão dura- Mas quem disse que os vilões estão errados. As vezes nós talvez só tivemos um passado condenado. O mundo nós cria como monstros, e depois querem simplesmente nos exterminar. – Ela chegou mais perto, e tocou a Marca Negra em meu braço. – Relaxa pequena Lestrange, você ainda ira sofrer muito.

Vitoria deu um sorriso sombrio, e saiu andando me deixando no quarto escuro, sozinha.

Depois de um tempo refletindo, me levantei e fui tomar banho, agradecendo pelos cortes terem cicatrizado, pois não suportaria a ardência da água no corte.

Logo depois coloquei um vestido preto que estava no armário. Quando fui me olhar no espelho, me surpreendi , vendo que estava parecida com ela...Bellatrix.

Sai do quarto, e observava que o corredor que estava, não parecia com a sala cinza que havia ficado amarrada.

O corredor tinha carpete de veludo vermelho, as paredes tinham variados quadros em uma moldura prateada, e os lustres a luz de velas preenchiam o teto.

Andava lentamente ate a sala, com medo do que me aguardava lá.

Cheguei na sala, respirei fundo, e abri a porta. Lá dentro havia uma enorme mesa de madeira negra., todos estavam sentados, e Milord ocupada a cadeira na ponta.

Mas não foi a expressão deles, ou a tensão na sala que chamou a minha atenção. E sim o corpo de Teddy, flutuando no meio da mesa, com um profundo sanguento corte no pescoço.