Gritos. Ela gritava escandalosamente em meus sonhos. Porque mãe...? Porque tinha que ser tão louca? E mesmo sendo minha mãe, seu riso eloquente me dava medo.

Acordei em um salto. No começo não sabia onde estava , e pra falar a verdade ainda não sei. Olhei para o quarto em que estava, e não o reconhecia. Me sentei na cama, e quando coloquei os pés no chão, acabei vendo que havia alguém no chão. Alguém com cabelos azuis.

Ele se sentou rapidamente, quando pisei em sua barriga.

–Oque...mas...ahm? – Eu dizia embolando as palavras.

– Feitiço, puf, você no chão, desmaiada...- Ele dizia zombeiro , ate que me lembrei dos acontecimentos. – Eu te carreguei ate aqui.

– Quem me acertou?

– Não sabemos...

– Filho da pu... ! Sabe como aquele maldito feitiço dói?! Aquilo, aquilo foi torturante. Eu nem devia estar aqui, posso ate ser bruxa, mas levo uma vida normal de trouxa ! – Eu disse interrompendo ele.

– Bom, você vai ter que aguentar mais um pouco no mundo bruxo. Vai ficar alguns dias aqui, quando caiu , bateu fortemente a cabeça em uma pedra. Você que não sabe, mas esta dormindo a dois dias.

Quando ele disse isso, eu logo arregalei os olhos. Merda, merda, merda. Perdi a prova da faculdade. Meus pais devem estar loucos me procurando. E eu fiquei três dias apagada !

Olhei para as minhas roupas, esperando me ver toda suja, mas estava limpa, e com uma roupa totalmente diferente.

– Minhas roupas...

– Ah sim, essas roupas são de Gina, serviram perfeitamente em você.

– Quem as colocou em mim? – Eu dizia isso, olhando para baixo para disfarçar que o meu rosto estava totalmente vermelho , imaginando que um desconhecido de cabelos azuis tivesse trocado minha roupa.

Ele olhou para mim sério, e logo começou a rir da minha cara.

– Relaxa, há um feitiço para isso. E não foi necessário ver nenhuma parte de seu corpo, para que suas roupas fossem trocadas.

Eu suspirei de alivio. E quando voltei a minha coloração normal, olhei seriamente para o garoto o fiquei encarando.

– E então... oque ainda faz aqui? Ou melhor, oque eu ainda faço aqui?

– Ah, então esta óbvio que os comensais da morte estão de seguindo. Então Harry me encarregou a te ensinar alguns feitiços para se proteger.

– Puf, impossível, primeiro eu não tenho varinha, segundo que eu fiz uma promessa a mim mesma que nunca usaria magia.

– Espera um momento...

Ele saiu do quarto. E quando eu tive certeza que ele estava longe, e não vinha ninguém, dobrei a manga da blusa do meu braço esquerdo.

A marca parara de doer um pouco. Mas meu olhos se enchiam de água só de relembrar a dor.

Ouvi então um barulho no corredor, e a tampei com a blusa rapidamente.

O garoto entrou no quarto, e me jogou uma varinha.

– Pronto, você tem uma varinha agora, e vai ter que aprender magia, se quiser permanecer viva. – Eu revirei os olhos, e peguei a varinha. – Então, sabe algum feitiço?

– Sim, apenas um na verdade. – Sorri sem graça.

– Mostre-me.

Apontei a varinha para ele , respirei fundo, me concentrei e comecei a dizer :

– Cruc...

O garoto veio ate mim rapidamente, e tampou minha boca. Logo então pegou a varinha em minhas mãos.

– Você esta louca garota?!

Ele me olhava sério, e eu mordi sua mão que estava em minha boca.

– Você que é louco de colocar essa mão imunda em minha boca. Arg.

– Enfim, nunca mais diga esse feitiço. Ele é proibido. Estamos entendidos?

Afirmei com a cabeça.

– Bom vou te deixar descansar, já esta tarde. – Ele foi andando ate a porta.

– Ei , você não me disse seu nome...

– Teddy Lupin. E é melhor acordar cedo amanhã, vou começar a te treinar.