PV EDWARD

— Perdoar é divino. - Eleazar leu a frase que estava escrito na cruz de madeira que foi talhada pelo pai de Carlisle que a mantinha aqui em sua casa por nostalgia próxima a escada.

Eu estava surpreso de vê-lo ali, Eleazar estava viajando com a tia Carmem por quase dois anos pensei que ele enfim havia desistido de mim, mas vejo que estava enganado.

Quando ele me percebeu ali na sala comecei a dar meia volta.

— Algum dia irá me perdoar? – me perguntou e eu parei de andar.

Eu podia perdoá-lo? Eu não sei, mas pensando bem no que papai havia me dito sobre perdoá-lo, talvez...

Ele entendeu meu silêncio como um não e começou a sair da sala.

— Eu o perdoou. – e Eleazar estancou no lugar, por conta da maneira com que falei essas palavras, pois foi de uma forma bem verdadeira.

Ele se virou lentamente de frente para mim e vi alívio em sua mente e em seu rosto. Eu também me senti da mesma forma, era como se o peso do mundo estivesse saído das minhas costas nesse momento.

Ele andou até mim e me deu um abraço que eu hesitantemente o retribuí.

— Obrigado, muito obrigado mesmo filho. - me fala extremamente agradecido por eu tê-lo perdoado.

— Só não me peça para te chamar de pai. – me solto gentilmente do seu abraço- Para mim você só é o companheiro da tia Carmem.

— Eu não vou te pedir isso, só você ser capaz de me perdoar é mais do que mereço. E não se preocupe, não vou ficar na festa de aniversário da Ellen eu só vim dar os parabéns e entregar o presente a ela que, aliás, está uma legítima princesa.- diz lembrando dela que esta vestida num lindo vestido rosa estilo princesa- E ver todos rapidamente para matar as saudades, mas eu já estou indo embora agora.

— Você pode ficar se quiser.

— Eu não quero impor mais minha presença filho nunca mais.

— E não está.

— Obrigado. - diz Eleazar não escondendo a felicidade por pela primeira vez eu ter pedido que ele ficasse no mesmo ambiente que eu.

— Está tudo bem aqui? – Bella fala preocupada vindo até nós.

— Está. - a garanti.

— Você estava certa. O tempo é o melhor remédio. – diz Eleazar lhe dando uma piscadinha e nos deixando a sós.

Olhei para Bella querendo entender essa camaradagem toda entre eles.

— Tivemos uma conversa. – tratou logo de explicar.

— Conversa? 

— Sim, falei a Eleazar que o melhor que poderia fazer era se afastar e deixar o tempo resolver a situação de vocês. Desculpa não ter lhe dito que conversei com ele, mas é que você me pediu para não fazer. E bom eu não queria que isso fosse um motivo de briga entre a gente. Perdoe-me eu só fiz dessa forma para te ajudar. Eu sabia que essa seria a única maneira de resolver isso.

— Está tudo bem. - faço um carinho em seu rosto, eu tenho uma mulher incrível ao meu lado.

— Então você conseguiu fazer com que ele parasse de insistir em que eu o aceitasse em minha vida.

— Esse não era o intuito, mas foi uma consequência.

— Então torcia para que eu o perdoasse.

— O que ele fez com você foi um ato de extrema crueldade, mas ele verdadeiramente se arrependeu e por isso intervi na situação de vocês. E principalmente por que eu percebia que você ao odiá-lo te fazia sofrer.

— Esse foi um dos dois motivos pelo qual eu o perdoei, eu queria me livrar desse ódio que só me fazia mal, mas mesmo o perdoando eu não sinto amor de filho por ele, e talvez eu nunca venha a sentir, ele para mim é só um conhecido, apenas o companheiro da tia Carmem.

— Tenho certeza que isso é o bastante para os dois conviverem bem daqui em diante.

— Obrigado pelo que fez Bella.

— Isso não foi nada.

— Ainda assim eu te agradeço, eu não poderia mais ser tão sortudo nessa vida.

Ela me olhou não me entendendo por que até minutos atrás eu lamentava a minha sorte pelo que me aconteceu.

— Tirando os meus primeiros minutos de vida, e considerando apenas do segundo em diante quando Carlisle e Esme me encontraram na floresta, a minha sorte mudou, Esme ao me acolher em seus braços com tanto cuidado e ao me mostrar a Carlisle eu vi amor nas mentes deles por mim e me senti feliz por saber que havia pessoas nesse mundo que me queriam e me amavam. – respiro fundo, era difícil saber que seu próprio pai não o quis e até tentou te matar ao nascer - E depois eles me levaram para a casa deles e fiquei quatro vezes mais feliz quando descobri que teria quatros irmãos que já me amavam só de terem olhado para mim, e como se tudo isso não fosse o bastante, dezessete anos depois você apareceu na minha vida para nunca mais sair e ainda me deu dois filhos lindos para amar incondicionalmente assim como amo você. Eu tenho tanta sorte por ter todos vocês e devo isso a ele. - limpo minhas lágrimas.

— E esse é o outro motivo por você ter perdoado Eleazar? – me perguntou também limpando suas lágrimas.

— Sim. 

E ela ficou apenas olhando para os meus olhos e parecia encantada.

— O que foi? – eu queria entender porque ela me olhava desse jeito, não é como se fosse à primeira vez que olhava para os meus olhos.

— O brilho que eu tanto amo está de volta em seus olhos. - diz feliz.

— Acho que é porque me sinto bem de novo, agora que estou livre de todo aquele ódio.

— Está feliz de novo?- perguntou, mas dava para ver que ela estava mais era afirmando.

— Sim, eu estou completamente feliz de novo. E obrigado também por ter segurado a barra por mim quando eu não pude.

— Não tem por que me agradecer por isso também, eu fiz porque te amo.

— Eu também te amo para sempre. – e nos beijamos.

— Agora  vamos está na hora de cantar os parabéns para a nossa filha.

E saio com Bella para o jardim que havia se transformado em um pequeno reino. Ele estava do jeito que Ellen imaginou, ela havia mostrado a Alice por meio do seu dom como queria e Alice com ajuda da mamãe o reproduziu igualzinho.

— Vem filho. - o chamei para irmos para a mesa onde está o bolo de três andares, que era exatamente um andar para cada ano de vida da minha pequena. Matt correu tão rápido que se não fosse pelo fato de eu estar lendo a mente dele eu só teria percebido que ele se moveu, quando já estivesse parado ao meu lado, o dom dele havia evoluído assim como o de Ellen, que agora não precisa mais do toque para transmitir seus pensamentos, ela podia enviá-los sem ter que tocar na pessoa, e a pessoa não precisava estar ao seu lado, ela agora consegui fazer isso estando a metros de distância da pessoa, acredito que com o passar dos anos essa distância de alcance do dom dela irá aumentar.

Alice passou Ellen para a Bella que a pôs de pé sobre um banquinho para que ficasse na altura do bolo. Eu e Matt ficamos a direta de Ellen e Bella a sua esquerda. Os demais de nossa família e os Denali se espalharam ao redor da mesa.

Alice acendeu as três velinhas do bolo e começamos a cantar os parabéns.

— Parabéns para você nessa data querida, muitas felicidades muitos anos de vida.

— É big, é big, é hora é hora rá tim bum .

— Ellen, Ellen...

Quando terminamos de cantar Ellen já ia imediatamente apagar as velas, quando a impedi.

— Pequena faça um pedido antes de soprar as velinhas.

Eu já tenho tudo o que alguém poderia ter, uma linda família que me ama muito, mas como eu tenho de fazer um pedido, quero que minha família seja feliz sempre.