The Last Hope escrita por Perfil Inativo


Capítulo 8
Nova vida.


Notas iniciais do capítulo

Sem criatividade para o título, mas quer dizer que agora vai começar tudo. T-U-D-O!
ele deixou a vida antiga para trás, e agora sim vai virar um Cavaleiro.
Beijos.



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A primeira coisa que notou ao acordar, foi que estava em um lugar escuro sem janelas. Estava envolto de cobertas quentes, que o faziam suar. Retirou-as, e um pouco tonto se levantou. Encontrou outra porta, onde havia uma banheira cheia de água e um pouco de luminosidade vinda de um tipo de lamparina. Observou os ferimentos do corpo: vários cortes feitos por Murtagh e um grande na cabeça, que estava envolta de ataduras. Encontrou roupas perto da banheira, e saiu do quarto para encontrar Saphira. Dera alguns passos e foi surpreendido pelo primo, que aparentemente estava bem, e no cinto dele, pendia um martelo parecido com os que os anões usavam.

-Vou te levar até Saphira. Ajihad me deu o posto de comandante, pela minha bravura. Ganhei esse presente dos anões.

-Fico feliz por ti primo.

Roran socou seu braço e andaram por túneis escuros, cumprimentando alguns anões, e depois saíram onde tiveram a luta. Saphira parecia um gato enroscado, e um pouco perto dela, estava o majestoso dragão verde. Notou sua Cavaleira conversando com Brom, e com um homem moreno alto, aparentemente jovem e com aspecto de líder.

-Dormiram por dois dias inteiros. – explicou Roran.

Eragon assentiu se aproximando de seu dragão. Coçou o focinho, e tocou levemente a mente dela para checar se tudo estava bem. Ela rosnou e abriu os olhos.

Tudo bem? ele perguntou.

Eu é quem pergunto isso.

Você lutou contra aquele dragão, e sinto orgulho disso, embora eu tenho mostrado para todos o quão fraco sou.

Ainda é um filhote, vai ficar tão forte que poderá derrubar montanhas.

Saphira se levantou, e encarou o dragão verde á sua frente. Era maior que ela, mas não tanto quanto o vermelho. O outro piscou os olhos absurdamente verdes a abaixou a cabeça para cheirar o dragão azul. Eragon sabia que apesar de Saphira estar imóvel, estava borbulhando de felicidade por dentro, e queria muito falar com outro da usa espécie. Brom se aproximou de Eragon.

-Muito bem Cavaleiro, sua primeira batalha foi bem sucedida. Quero que conheça a outra Cavaleira, Arya, e o líder dos Varden, Ajihad.

-É um prazer conhecê-lo, Cavaleiro. – disse o homem moreno apertando a mão de Eragon.

-Cavaleiro. – a elfa fez uma pequena referência, que Eragon correspondeu. – Este é Fírnen. – o dragão verde aproximou a cabeça encarando o Cavaleiro.

-Ela é Saphira. – ela rosnou.

-É uma honra para nós tê-lo aqui, um Cavaleiro tão jovem e promissor. Venha, irei lhe mostrar tudo. – disse Ajihad. – Há um abrigo para dragões em Farthen Dûr onde seu dragão poderá descançar.

Eragon assentiu, e seguiu os três pelos túneis intermináveis. Saphira seguiu o dragão verde – que ainda não havia lhe dito nada – até o interior de uma enorme montanha. Enquanto passeavam e conheciam a cidade anã e todo o local onde os Varden habitavam, Eragon ouviu Brom, Arya e Ajihad conversando sobre ele, o que o deixava desconfortável. O pior era o tom frio com que Arya falava dele. Era como se ela quisesse que fosse outra pessoa, um pouco mais forte e capaz de ajudar na luta contra Galbatorix, mesmo entendendo a situação dele. Ele fora conduzido ao palácio de Ajihad, e agora estava sentado em uma mesa, onde Brom e Ajihad discutiam sobre ele, enquanto Arya apenas analisava Eragon. Depois de algum tempo, uma moça jovem morena apareceu – a filha de Ajihad, Nasuada – e trouxe, juntamente a mais alguns guardas, o Cavaleiro vermelho. Tinha uma atadura na cabeça, assim como no ombro. Ele foi colocado de frente para Ajihad, que tinha a expressão intimidadora de um líder forte e firme por natureza. Murtagh tinha cabelos marrom escuro, olhos negros e pele um pouco morena.

-Acho que não há necessidade de me manter preso, estamos longe do alcance de Galbatorix. – ele disse.

-E o que isso tem haver contigo? – perguntou Brom.

-Ele não pode me controlar de tão longe.

Ajihad balançou a cabeça aos guardas, e retiraram os amarras do pulso dele, e saíram.

-Obrigado. – agradeceu o Cavaleiro.

-Entenda que está sobre meu poder agora, como um prisioneiro de guerra, e como é alguém importante para Galbatorix, espero que conte-nos o que precisamos saber. – falou Ajihad.

Murtagh nem tentou protestar, já que não havia reais motivos para isso. Respondeu a tudo que eles perguntavam, encarando Eragon algumas vezes. Nasuada entrou algumas horas depois.

-Senhor. – ela se dirigiu ao pai. – O dragão vermelho está atacando nossos guardas.

-Eu lhe disse para não fazer nada. – falou Ajihad.

-Eu não posso fazer nada contra isso, é só mais um jeito de Galbatorix nos controlar.

-Achei que tivesse dito que estava longe. – falou Arya.

-Galbatorix deixou coisas em nossas mentes... que não nos deixam dormir á noite. Por isso eu e Thorn evitamos de dormir, já que sabemos que seremos torturados. Não culpe meu dragão.

Eragon e Arya trocaram um olhar pasmos e chocados. Brom falou algo para Ajihad, e Murtagh teve permissão par ver seu dragão, sendo seguido por Nasuada e vários guardas – e magos. Eragon reviu Roran mais uma vez, e depois foi para o abrigo de dragões, já que no dia seguinte, seu treinamento iria se iniciar, assim como o de seu dragão. Saphira estava deitada perto de uma cama, mordiscando um pedaço de carne, e dragão verde não se via ali.

Tudo bem com eles? perguntou.

Sim, e você? Conheceu Fírnen?

Não. Ele apenas ficou me observando o tempo todo, não dirigiu nenhuma palavra á mim.

Arya fez quase o mesmo. E eu vi Murtagh. Acredita que Galbatorix o torturava assim como a seu dragão?

Isso é imperdoável. Eu vou acabar com aquele traidor. Talvez... Thorn e Murtagh tenham tido apenas o azar de serem um brinquedo para Galbatorix.

Acha... que podemos trazê-los para o nosso lado?

Creio que não.

Fírnen e Arya apareceram logo depois, e Arya começou a arrumar qualquer coisa em Fírnen. Eragon queria muito conhecer a outra Cavaleira, e ter contato com a raça élfica, mas percebeu logo que ela não queria-o por perto. Se deitou perto de Saphira, e assim que ela se enroscou ele adormeceu, só ela que ficou observando tudo á volta.

Raiva.

Era isso que sentia ao fitar seu dragão.

Estava amarrado com grossas algemas prendendo seu pescoço, suas patas, sua boca e suas asas. Isso o fez lembrar de quando era Galbatorix quem os acorrentava por dias seguidos. Respirou fundo tocando a mente dele. Os olhos vermelhos se abriram revelando o medo que detinha neles. Mais um dos sonhos. Acariciou o focinho do dragão, que tentava ainda se recuperar.

-Sinto muito. – sussurrou baixinho.

O dragão remexeu – no limite que as correntes permitiam – para encarar o Cavaleiro. Os soldados cuidaram dos outros que Thorn havia abatido, enquanto a filha do líder segurava com firmeza seu arco armado. Ele poderia acabar com todos eles e depois... e depois o que? Voltar para as torturas que Galbatorix lhe impunha? Poderia usar as montanhas Beor como rota de fuga para o leste, e fugir. Seria correto? Um Cavaleiro jamais fugiria, mas Murtagh era diferente... havia visto coisas demais, e já pensava ter perdido a sanidade. Ficou ainda um bom tempo com seu dragão, já que a noite já havia chegado quando saíram. Isso não importava. Era uma tática para os dois: manter o outro ocupado para não dormir. Murtagh sabia que um humano normal conseguia ficar uma semana sem dormir sem ter qualquer complicação ou reação do corpo prejudicial. E aprendeu cedo demais a prolongar esse tempo. Conseguia ficar, quase um mês inteiro sem precisar dormir, pois descansava o corpo com meditação. É claro que depois, precisaria de pelo menos três dias dormindo direto para ficar “saudável”. Se levantou a olhou ao redor. Devia ter ficado ali um grande tempo, já que haviam poucos guardas, e estes pareciam estar dormindo, ou quase isso. Sem barulho, começou a se afastar de seu dragão, e pensou no que fazer, até sentir algo pontudo contra seu ombro ferido. Resmungou baixo e se virou para encontrar a filha de Ajihad com o olhar tão firme quanto seu pai.

-Onde pensa que vai?

-Ver o sol nascer, para me iludir que o novo dia será melhor. – ele respondeu. E não era mentira, ele fazia isso toda manhã quando podia. Claro que o dia nunca melhorava para ele, mas continuava a tentar.

-Quer mesmo que eu acredite nisso?

-Quero. – ele ergueu a sobrancelha. – Quer que eu convide você para ir comigo?

Ela apertou mais o arco irritada.

-No dia que isso acontecer, dragões vão começar a comer relva.

Murtagh sorriu de canto.

-Sabia que dragões comem plantas para disfarçar o mau hálito?

-Não.

-Então agora sabe. E isso quer dizer que quer ir comigo.

Ela resmungou algo, mas ele podia ver o leve sorriso de divertimento que ela tinha.

-Então, eu tenho que pedir para o seu pai a permissão para sair contigo, ou devo dar para ele dez cabeças de vacas?

-Meu pai te trucidaria. E são vinte cabeças. – falou ela.

-Obrigado por informar, mando-as amanhã. – ele falou arrancando um riso baixo da morena.

-Não sabia que tinha senso de humor Cavaleiro.

-E eu não sabia que precisava pedir a permissão do papai.

-Eu não preciso, sei mais coisas do que ele pensa. – ela disse abaixando o arco. – Vai mesmo assistir o sol se levantar?

-Vou.

Ela suspirou e assentiu. O guiou para uma parte elevada de uma montanha, onde os primeiros raios do dia começavam a surgir. Ele ficou sentado, enquanto ela estava encostada em uma árvore sem largar o arco o observando. Eles não sabiam, mas alguma coisa foi mudada naquele dia.


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