*POV RILEY*

A minha vontade era de sair correndo atrás de Melinda e pedir desculpas eternamente pra ela. Eu era realmente um otário! Como eu pude fazer isso com ela? Ela só estava guardando segredo sobre o jogo. Ela queria fazer uma surpresa pra mim! Eu sabia que esse ciúme um dia iria acabar comigo. iria acabar com a nossa relação! Eu não posso perder Melinda por uma estupidez minha! Ela é tudo pra mim. Eu não posso perdê-la!

Pensei por alguns minutos, se deveria ir até a porta de seu quarto e apelar para ela abri-la, mas achei que ela não queria mais me ver. Porém, sou orgulhoso demais para deixar isso assim. Eu amava ela, não podia deixar escapá-la de mim tão facilmente! Subi as escadas de dois em dois degraus para que eu chegasse mais rápido, e corri para porta de seu quarto.

–Mel, por favor abre a porta? - disse batendo desesperadamente. - Por favor! Me desculpe!

–Vá embora! Não quero você aqui na minha casa. Vá! - ela disse.

Quando a ouvi falar, estremeci. A voz de Melinda estava rouca, trêmula. Parecia que ela havia gritado por horas sem parar. Eu sabia que a culpa era minha por ela estar daquele jeito.

–Por favor amo...

–CALA A BOCA INÚTIL! NÃO SE REFIRA A MIM COM ESSA PALAVRA! NÃO TEM DIREITO DE ME CHAMAR ASSIM! - ela disse aquilo com dificuldade. A voz falhava. A cada sílaba, um tom caía. - NÃO TEM DIREITO DE SEQUER DIZER MEU NOME!

–Então, por favor, me deixe te ver pelo menos. Preciso pedir desculpa pra você olhando em seus olhos! Por favor!

Ouvi a porta sendo destrancada. A maçaneta girou e aporta abriu-se. Não reconhecia Melinda! Ela estava totalmente vermelha, com o rosto inchado. Os olhos completamente vermelhos de tanto chorar. Eu não podia acreditar no monstro que havia me tornado por fazer o meu mais bem precioso ficar daquele jeito.

–Olha Melin...

Senti a mão dela estalando em meu rosto.

–Isso é o que você merece! Merecia coisa pior! Você... você...

E desabou de novo. Ela se encolheu toda, mais parecia uma bola, no canto do quarto e chorava.

–Mel... Me desculpa.

–Se afaste de mim. Agora. - ela disse ainda com a cabeça baixa. - Saia daqui.

–Eu não vou sair! Por mais que peça! Por mais que implore! Eu não sairei. Pode me bater. Pode me matar se quiser, mas irei morrer aqui. - eu disse com lágrimas rolando pelo meu rosto. - EU NÃO TE DEIXAREI! NUNCA!

Melinda levantou a cabeça e me fitou. Cambaleei uns passos para trás e sentei na cama.

–Levante-se... -disse ela num tom fraco. Fingi não ouvir. - LEVANTE-SE!

Levei um susto com o grito de Melinda e levantei rapidamente.

–Venha até aqui na mesma velocidade em que se levantara. Vamos.

Fiz o que ela pediu. Parei em sua frente. Pensei em tentar beija-la, mas achei que seria um escolha péssima. Poderia piorar tudo.

–Agora, me diga. Porque foi tão... rude comigo? Porquê?

–Puro ciúmes. Eu não ia suportar a ideia de te perder para outro cara. Eu não ia suportar te ver de mãos dadas com outro garoto a não ser eu. Eu não ia suportar saber que você estaria namorando outro a não ser eu. Eu não ia suportar te ver beij...

Senti seus lábios selarem nos meus. Eu queria que aquilo não terminasse, mas antes que eu pudesse segura-la, ela se desgrudou de mim.

–Eu te odeio. Eu odeio te amar seu inútil. Eu odeio assumir isso.

–Eu te amo garota. Você não tem noção do quanto eu te amo.

–Claro que sei. Aquele seu ciúmes tolo que acabou contigo, prova o quanto você me ama. Idiota. - ela disse dando um sorrisinho tímido

–Eu te amo pequena. Pode me xingar do que quiser. Não deixarei de te amar. - tentei abraça-la.

–Vai pensando que eu te perdoei tão fácil assim.- Disse me empurrando para trás - Estou brava com você ainda. Vai dormir no sofá hoje.

–O que? Mas...

–Sem "mas"! Lembre-se do que você fez seu inútil.

–Tudo bem Mel. Eu fico lá! APENAS HOJE!

–Ficará lá o quanto eu quiser. Agora vá, pegue suas coisas e desça. - disse ela apontando para a porta.

–Onde eu irei tomar banho, e me trocar?

- Quarto de hóspedes e tem dois banheiros fora do meu. Adeus.

–Posso dormir no quarto de hóspedes? - perguntei fazendo "cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança".

–Pode. Só não entre no MEU quarto. Agora saia.

Saí do quarto com aquela frase ecoando em minha mente.

"Só não entre no MEU quarto." "... não entre no MEU quarto." "... MEU quarto." "... MEU". Dela? A uma semana atrás era nosso.

Fui para o banheiro, tomei banho e entrei no quarto de hóspedes. Não conseguia dormir, pensando no que ela disse sobre o quarto. "MEU"... aquilo estava me infernizando.

Fui até o quarto de Mel e parei em sua porta. Abri um pouquinho para conseguir avistá-la. E lá estava ela. Toda enrolada no cobertor na beirada da cama quase caindo, como se alguém estivesse ali do seu lado. E aquele "alguém" devia ser eu. Não resisti.

Entrei no quarto dela fazendo o menor barulho possível e caminhei até sua cama. Fiquei ali parado feito um retardado olhando-a dormir. Era tão bom vê-la assim. Dei a volta na cama e deitei do seu lado devagar. Ela começou a se revirar na cama até que ficou de costas para mim. Achei uma péssima ideia, já que eu queria observar seu rosto até cair no sono, mas não me importei. Me aproximei dela e passei meu braço por cima de sua cintura e ela pôs sua mão em cima dele. Era tão bom sentir seu toque novamente, mas dessa vez com delicadeza e não como o tapa que eu levei horas atrás. Estava com falta dela.

*POV MELINDA*

Senti uma coisa se aproximando de mim. Não sabia o que era e não queria me virar para não tomar um susto e gritar no meio da madrugada. Senti algo envolvendo minha cintura e coloquei a mão para confirmar o que era aquilo. Era um braço...

–Eu nunca vou deixar você ir. Não vou deixá-la escapar de mim tão facilmente. Eu te amo pequena. Pra sempre.

Era Riley. Riley. Eu sentia falta dele. Mesmo ele sendo um estúpido e imprestável, eu sentia falta dele. O coração falava mais alto que o ódio. Eu finalmente soube: Riley Lawrence, era o amor da minha vida.

Continua...