Já tinha se passado duas semanas desde que a expedição espacial tinha perdido seu curso, entre algumas turbulências e monstros espaciais, a viagem seguia normal, depois de vários cálculos de Tony Stark, uma distância e tempo tinham sido calculadas, o ponto de instabilidade estava a 10.000 Milhômetros e pelas estimativas o tempo gasto seria de um mês e meio.
Apesar de tudo a paisagem era majestosa, ao fundo azul brilhante haviam manchas roxas e púrpuras, o dourado cintilava contornado de voltas prateadas, planetas e corpos luminosos seguiam suas órbitas e mais ao fundo buracos negros e asteróides, que seguiam um curso tão frágil e perfeito, a ponto de que o menor desequilíbrio seria o suficiente para destruir toda a harmonia do sistema.
O Quinjet cortava o espaço vagarosamente, porém nenhum dos instrumentos foram capazes de perceber a mudança do vácuo para uma atmosfera e antes que qualquer um dos heróis avistasse o raio verde semi-transparente que absorveu as tropas, os jatos foram puxados para dentro de um planeta tecnologicamente avançado, torres e prédios com acabamento metálico e janelas azuis tomavam o ambiente, na direção do solo havia uma abertura oval, fonte do raio trator, em volta dele estavam guardas e cercas magnéticas com barreiras vermelhas.
Os vingadores se alinharam no Quinjet, Steve colocou seu escudo na frente do grupo e fez um sinal silencioso para que eles aguardassem, Hank estava no outro jato organizando seus pupilos, colocou os cinco X-Men com ele.
–Protejam-se.-O líder colocou todos atrás dele.
A sua esquerda estavam Jubileu, um homem de casaco marrom surrado e jeans, mais adiante estava um rapaz bem novo de jaqueta preta e bandana vermelha, a direita ele protegia uma garota de olhos verdes e cabelos castanhos, usando trajes verdes e jaqueta marrom e um pouco mais adiantado estava um rapaz de olhos castanhos, ele era baixinho e usava uma camisa cor de areia debaixo de uma jaqueta de couro, era bem mal encarado e possuía longos cabelos castanhos arrepiados para os lados e para cima.
Ao redor estavam humanóides com pele verde, armaduras militares rachadas e sujas, eles se encontravam armados e davam local para um alienígena muito maior, sua armadura era de aço escovado brilhante, haviam luzes no seu peito e ele levava um cetro, todos tinham orelhas pontuda e rugas verticais debaixo da boca.
–Saiam! Vocês ousaram desbravar nosso mundo, agora tenham a honra de nos enfrentar com peito aberto!!-Provocou com sua voz rouca, na sua orelha estava uma espécie de dispositivo que funcionava como tradutor universal.
–O que são eles Stark?-O capitão indagava sussurrando.
–Não se parecem com nenhuma raça que eu conheça, talvez agora seja possível contactar a terra, Richards deve saber.
–Certo, eu e Hank vamos descer para tentar uma aproximação diplomática, fiquem atentos.
Ele pegou um comunicador e ligou para a nave ao lado.
–Entendo Capitão, vamos então.
As portas se abriram e os dois homens saíram da nave, o ambiente externo era muito mais frio, o ar mais denso e a gravidade pesada demais, pesada a ponto de precisarem forçar seus corpos para cima, o esforço era grande, como se seus esqueletos estivessem sendo puxados e a pele quisesse se descolar deles e deitar no piso metálico, a pressão sobre seus peitos era forte e a área do abdômen estava sobre um enorme aperto, porém eles prosseguiam com os dentes cerrados, conforme andavam os músculos ficavam cada vez mais tensos, veia roxas apareciam no pescoço de Rogers e as pernas de ambos estava contraída, mostrando o esforço de seus membros inferiores.
–Finalmente, mas eu duvido que duas naves tão grandes só teriam dois tripulantes.-O grande Alien deixava clara sua desconfiança.
–Somos embaixadores, não pretendíamos ofender, mas se desligarem o raio trator iremos embora já.
Hank foi polido e direto, Rogers continuava apreensivo na dianteira.
–Entendo, eu sou o Grão-Mestre do exército de Skrullia, temos sempre muito trabalho para esconder a localização de nossas atividades, perdoe-me por não acreditar na sua tão bem intencionada "PAZ".-Ele frisou de forma cáustica.-Assim como eu não estou inclinado a acreditar que não possuem sinalizadores nessas naves.-Ele deu um passo a frente e foi seguido.
No meio dos cidadãos de roupa marrom ou cinza, vinham os milicianos de armadura azul rajada de verde, o exército era dividido em fileiras, dos generais vestidos em aço e capacete, os cabos usando a malha de couro coberta por peças de latão e os cabos baixos usando as peças rotas e não padronizadas, esses diferentes de todos os outros possuíam a pele azulada, a cabeça mais alongada e o queixo quadrado com quatro linhas marcadas, estavam também presos a amarras brilhantes, sua continência ao Skrull mestre era baixa, quase nula, e ainda mais adiante, Steve conseguia ver ao forçar os olhos, vinham Skrulls de armadura branca, marcada e lascada em vários pontos, eles eram baixos e curvos, e não possuíam o porte atlético do grão-mestre, seus capacetes eram peças acobreadas e com os cantos dentados, exibindo apenas os olhos e os queixos pontudos, nas suas mãos estavam aparelhos ligados a uma bobina, provavelmente controlavam as amarras dos soldados rasos na frente deles.
–Atividades?-Falou Steve confrontando o Skrull.
–Somos um pequeno planeta, todos precisamos comer certo?
Hank engoliu em seco, torcia para que eles não fossem a refeição, o Capitão então avançou alguns passos e ficou cara-a-cara com o monstro a sua frente, apesar de bem mais baixo ele conseguia se impor ante a criatura, o escudo em uma mão e a outra pronta para sacar a pistola.
O mestre do exército sentiu-se afrontado, moveu-se mais um passo a frente e abaixou para encarar o herói na sua frente, tinha pelo menos três metros e ao abaixar-se deixava que uma pequena quantidade de pele sobrasse nas extremidades, mais clara que seu tom de pele verde, como se estivesse pronto para atacar, como um sapo.
–Mas como tudo nessa vida, podemos sempre dar um jeito, certo?
–O que você quer?-Grunhiu Rogers com os dentes cerrados.
Apesar de estar visivelmente ofendido o Skrull parecia admirar a bravura dele.
–Por hora fazemos questão que entrem, poderemos negociar depois, serão nossos, "convidados".
–Eu...-Ele parecia desconfiado, enxugou o suor da testa usando as costas das mãos e colocou o escudo nas costas.-Assim seja, Grão-mestre.-Falou com um nó na garganta.
–Ótimo, o banquete será para vocês, todos vocês.-Frisou em tom de desafio.
Antes que qualquer um pudesse confrontar, ele se retirou e foi seguido pelo exército, aos poucos o silêncio era substituído pelo falatório habitual das metrópoles, talvez fosse tradição do povo ou fosse uma técnica do chefe militar para descobrir quem estava nas naves, Steve sentia que algo estava muito errado e agora precisava pensar estrategicamente, um passo em falso e as duas equipes podiam acabar mortas.
–Cap, que é tudo isso?-O homem azul perguntou quando o amigo se aproximou.
–Sinceramente, eu não sei.
–Para que ele vai fazer isso.
–É um jogo de guerra, ele quer brincar e eu não posso prever seus movimentos, bem mais divertido para ele se for assim.
–Mas porque, para que fazer tudo isso?
Ele retrucou com um olhar, virou de costas e se limitou a dizer:
–Porque Hank, ele quer ver quem tem o pau maior.