Unidos Pela Profecia escrita por pó de flu


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi! Essa é minha primeira fanfiction (Feliz ^^)! E a história vai ser narrada pelo ponto de vista de Lucy. A história é totalmente NALU, mas tem um toque de Loki no meio...
Boa leitura! :)



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Acordei e terminei de arrumar minhas coisas, pois Natsu, Happy e eu iríamos trabalhar.

Fomos de trem para Onibus – o que causou muitas reclamações por parte de Natsu – e encontramos o prefeito. Olhei em volta e vi que, apesar de ser quase meio-dia, uma parte da cidade estava sombriamente escura. Mas só o que sabia é que tinha um trabalho a ser feito lá, onde deveríamos capturar uma maga de profecias.

O prefeito nos deu as instruções e logo nós fomos vasculhar a região. Procuramos com cautela, pois fomos avisados da quão perigosa era a fugitiva.

— Quem procura, acha... – disse uma voz desconhecida as nossas costas. Viramos e nos deparamos com uma velha terrivelmente assustadora e feia -... Da mesma forma...

— Você é a maga de profecias? – eu disse incrédula.

Ela deu uma risadinha. De repente, Natsu, Happy e eu estávamos paralisados, contudo eu sabia que isso era apenas efeito da magia estranha daquela velha. Mas foi o que esta disse que nos chocou:

Os amigos clamam por uma solução

E os dois procuram com o coração.

Algumas coisas terão de ser mudadas

Ou duas almas serão destroçadas,

Suas existências, apagadas...

Pelo modo como falou, estava óbvio que acabava de recitar uma perigosíssima profecia. Infelizmente, quando nós três conseguimos nos mover, a maga não estava mais conosco. Voltamos a procurá-la e ela apareceu novamente.

— Desfaça essa profecia! – Natsu gritou e Happy concordou, com o seu habitual “Aye!”.

— Profecias não podem ser desfeitas, meu jovem. – ela respondeu – Deixei o gato fora dela, pois minha magia se aplica apenas a humanos. Agora, vocês não me acharão mais. Procuram a salvação, e não a mim. – e foi embora num piscar de olhos.

Sabíamos que não conseguiríamos achá-la, então fomos comunicar ao prefeito o nosso fracasso. Ele estava na prefeitura e entendeu o dissemos. Mandou que fôssemos para casa e procurássemos a solução para a profecia.

Nós fomos para guilda com um Natsu enjoado – por conta do trem – e o peso de uma profecia nas costas. Happy era o menos abalado e eu entendo por que.

Fui contar o ocorrido para Levy, pois juntas poderíamos chegar a uma conclusão. Ela é minha amiga e também inteligente.

O resultado, depois de muitas horas pensando, foi: as coisas mudadas terão que ser em relação à “vida amorosa” – inexistente, até então – de Natsu e eu.

Deixe-me explicar: a maga disse que quem procura, acha. Da mesma forma. Então, se iríamos procurar com o coração, acharíamos com o coração. E a minha “vida amorosa” é o que mais dá para ser mudado.

Já estava tarde da noite, então fui correndo para casa e pensando em como não tinha experiência alguma com garotos. Deitada em minha cama, finalmente, adormeci.

Manhã do dia seguinte

Levantei-me da minha cama e fui direto para a banheira, onde eu relaxei da noite cheia de pesadelos que tive ontem. Finalmente, comi, me arrumei e fui para a guilda, disposta a achar uma solução para o meu principal problema.

Entrei e me sentei perto do balcão. Comecei a procurar o Natsu com a cabeça e o achei tentando iniciar uma conversa com Lisanna.

— Oi... – ele se aproximou dela.

— Oi Natsu. – sorriu.

— Ahn... Tudo... Er... Tudo bem? – estava tão constrangido que não conseguia formular uma simples frase?

Comecei a pensar porque não estava gostando daquilo e cheguei a uma conclusão bem óbvia: eu pensei que iríamos fazer isso juntos, já que estávamos nessa juntos!

Quer dizer, deveríamos nos ajudar nisso! Mas eu sei que eles já foram bem... próximos.

— Ele goxta de você! – disse Happy, provocativo, para Lisanna.

— N-não! É q-que... – gaguejou Natsu enquanto ficava mais vermelho que os cabelos da Erza.

Devo dizer que ele estava bem fofo.

Resolvi que também tinha que fazer alguma coisa e fui conversar com Gray. Expliquei-lhe a situação da profecia e pedi ajuda. Vi que Juvia estava nos espionando, se mordendo de raiva e ciúmes.

— Você pode tentar o Magos Apaixonados, Lucy.

Magos Apaixonados?

— É um programa de correio para magos que querem achar alguém. Você envia uma carta para o programa e lá uns magos com Magia de Arquivo vão analisar o que você escreveu sobre você na carta. Então, eles vão procurar, de todas as cartas recebida, o seu par ideal. Você receberá a carta deste e, então, você podem ficar mandando cartas e se encontrarem.

— Legal. Vou tentar. Obrigada, Gray!

— De nada.

Sentei numa mesa e peguei papel e caneta com a Mirajane – a qual tive que explicar a história da profecia e a ideia do Magos Apaixonados.

Eu particularmente escrevia bem, contudo não sabia o que dizer a um possível futuro namorado. Optei por dizer qual meu nome – dã -, minha guilda, minha magia e como eu sou.

Finalmente. Mandei a carta pelo sistema de correio dos magos, que era mais rápido e eficiente. Fiquei conversando com todos da guilda por horas. A notícia sobre a profecia já tinha se espalhado e o clima na Fairy Tail não estava muito bom. As pessoas me tratavam diferente.

Quando deu 3:30 da tarde achei melhor ir para minha casa assistir um filme qualquer. A primeira coisa que percebi ao chegar em casa foi que a carta do meu “parceiro ideal” já havia chegado.

Abri a carta e imagine a minha cara de surpresa ao ver de quem era a carta! Era do Natsu! Eu nem sabia que ele conseguia escrever! Que ódio! Aquele abestalhado estava me pregando uma peça, só podia!

Fui correndo para a guilda, a carta em minhas mãos. Assim que o encontrei, comecei a ralhar com ele. Ele me disse que também havia enviado uma carta para o Magos Apaixonados, pois Mirajane sugeriu-lhe. Estava falando a verdade, pois seu nariz não inflou.

Corri para Mirajane, arranjando, assim, outra pessoa para descontar minha raiva. Passei-lhe um bom sermão. Odiava quando ela tentava me arranjar com alguém da guilda!

Quando me acalmei, fui para casa de novo. Fui andando em cima do muro do rio bem lentamente. Fiquei pensando em que fazer e reparei que Plue, em meus braços, estava mais quieto que o normal.

Acho que os meus espíritos estelares devem estar preocupados comigo e tinha certeza que todos já sabiam da profecia – notícias como essa correm rápido.

Cheguei em casa quando estava escurecendo. Lembrei-me de Loki, um espírito e grande amigo meu. Invoquei-o.

— Oi, Loki. – disse. Lembrei que ele estava meio afim de mim.

— Oi, Lucy. Quer ajuda com a profecia, é? – ele falou num tom descontraído, mas carregado de segundas intenções.

Mesmo um pouco constrangida, abracei-o ternamente. Sentia falta do confortável abraço de um amigo.

Quando sai de seus braços, percebi o quanto estava cansada.

— Loki, vou dormir agora. Estou exausta!

— Quer que eu te coloque para dormir? – disse travesso.

Fiquei envergonhada e disse um “não, obrigada”. Murmurei outro “boa noite” e entrei no meu quarto. Vi Natsu e Happy deitados em minha cama. Balancei-os até acordarem.

— Aye! – disse Happy, que depois saiu voando pela janela.

Empurrei Natsu para fora do meu quarto com as minhas bochechas quentes de raiva. Quando olhei para onde Natsu estava, vi que Loki também não tinha ido embora. Ele encarava Natsu.

— Então? – disse Loki, o ciúme explícito em sua voz.

— Então? – Natsu respondeu sonolento, nem percebendo o que acontecia.

Expulsei os dois de casa e me deitei na cama. Apesar do dia conturbado, dormi instantaneamente.

Manhã do dia seguinte

Acordei bem disposta, me arrumei e fui andando para a guilda, onde iria procurar sugestões do que fazer quanto a profecia. Estava no caminho, me equilibrando no muro e quase cai no rio quando vi quem nadava nele. Aquarius.

— Oi, queridinha! – disse provocativa – Eu sempre avisei que você precisava, não? Agora está aí, desesperada por um! – e riu ridiculamente. Se ela não fosse tão útil, eu já teria dado sua chave para alguém.

— Hm... Muito obrigado pela dica... – murmurei ironicamente, mas constrangida pelo que ela disse.

— Senta aí que eu vou lhe dar umas dicas de como conquistar “O Cara”.

“Essa vai ser inédita!” pensei. Mas obedeci e fiquei ouvindo-a falar “dicas” que só iriam funcionar mesmo no mundo espiritual. Podia servir com Loki!

Depois ela foi embora e eu continuei a caminho da Fairy Tail, pouco ligando para o que Aquarius disse.

Já na guilda, conversei com várias pessoas e muitas quiseram me dar dicas.

Erza disse: “seja você mesma.”.

Mirajane: “mostre o seu lado fofo!”.

Juvia: “seja realista e ame profundamente” Obviamente ela não segue a primeira parte do conselho.

Evergreen: “seja sexy e linda!”.

As outras pessoas apenas disseram “vai dar tudo certo” ou “você é legal Lucy, vai conseguir!”.

Passei tanto tempo conversando e jogando cartas com Cana que nem vi o tempo passar. Eu realmente senti falte de um tempo assim para os amigos.

Me toquei de que os amigos também sentiriam falta disso caso eu não “conseguisse um homem”. Eles estavam realmente preocupados comigo e só não estavam me empurrando para as pessoas porque sabiam que eu não conseguiria se não fosse “natural”.

Era de tardinha e fui indo para a casa, aproveitando para ver o pôr do sol. Então, depois de um dia inteiro pensando, tive uma ideia.

Cheguei em casa e, novamente, invoquei Loki. Como estávamos na sala, sentei no sofá.

Segui o conselho de Aquarius e fiquei fazendo gestos e caras que deveriam ser sedutores. Cruzei as pernas e endireitei minha coluna. Finalmente, o encarei.

— Então? – disse séria, com um olhar que esperava ser sexy.

— Lucy... – ele me olhou meio descrente, mas sentou-se ao meu lado.

Vacilei rapidamente diante de seu olhar, mas logo estava alisando levemente seu braço.

— Como estão as coisas no Mundo Espiritual, Loki? E com você?

Ele vacilou, também, por um curto espaço de tempo. Me olhou estranho.

— Lucy, por que você está seguindo os conselhos da Aquarius? Por que está agindo assim? – ele falou, percebendo que eu não agia em meu estado normal. E começou a rir. Da minha cara! Agora que reflito no tempo que ele passou fora do Mundo Espiritual, que foi um bom tempo!

Deixei minha postura de lado e relaxei, disposta a abrir o jogo.

— Pare de rir, Loki! É que esse negócio de profecia está me deixando louca! Eu pensei que eu... você – apontei para nós dois -. Sabe?

— Tudo bem. Quer conversar? – disse Loki. Eu realmente não esperava a sua compreensão. Mas eu não estava disposta a conversar.

— Não... É só que... eu não sei. Eu não sei o que fazer – bufei frustrada. Me aconcheguei nos braços de Loki e fiquei assim por um bom tempo.

— Lucy... – ele se afastou apenas o suficiente para olhar em meus olhos. Havia algo em sua voz que eu não pude decifrar.

Ele acariciou minhas bochechas e percebi que estava se aproximando perigosamente. Mas, de alguma forma, isso me parecia errado e eu afastei-me bruscamente. Abracei minhas pernas e escondi meu rosto entre meus joelhos, sentindo minhas bochechas ficarem ligeiramente quentes em constrangimento.

— É. Sabe, Lucy, você realmente não quer algo comigo. Eu não te culpo. As vezes não dá certo mesmo... – seu olhar era de pura mágoa e sinceridade. Loki era tão transparente. E ele realmente não me culpava...

Mas eu me culpava. Pode isso, produção?

— Loki, eu realmente sinto muito! Eu gosto de você, sabe. Mas acho que não assim – eu sabia que a nossa amizade não seria mais a mesma, contudo devia ser sincera.

— Não se culpe, Lucy. Encontre ‘O Cara’ e não deixe aquela maga idiota vencer. Não permita que o lado ruim da profecia se cumpra. – seu tom era calmo, o que acentuava sua mágoa. Mas ela estava correto. Me levantei o mais animadamente que pude e disse:

— Você está certíssimo, Loki! Muito obrigada! Você pode voltar para o Mundo Espiritual agora. – Ai. Essa última frase que dei a ele foi insensível, eu sei. Tipo: Já usei você, mas não deu certo. Vou te despachar agora, certo? Mas ele tinha que seguir em frente e, quando agi dessa forma, foi pelo bem dele. E meu. Fingindo que nada aconteceu.

Ele entrou pelo portal e fui para o meu quarto, abalada pelo fracasso. Vi um amontoado em minha cama e senti um déjà vu. Era a segunda vez que fracassava e encontrava Natsu e Happy debaixo de minhas cobertas. Era como se meus amigos soubessem quando eu estava precisando de ajuda. Mas bem que eles podiam arranjar uma forma melhor de me ajudar! Não é como se deitar à minha cama fosse melhorar minha situação.

Eu sabia que Happy sairia pela janela e estava certa. Mas eu não expulsaria Natsu, não dessa vez.

— E aí, Natsu? Algum resultado positivo?

— Não. E você? – ele estava sonolento, mas pude ver um tantinho de tristeza em seu olhar. Ele não é tão machão quanto pensa.

— Também não. Mas nós somos da Fairy Tail, não somos?! E a Fairy Tail não desiste! – eu disse num tom falsamente animado e dei uma risada curta. Depois disso, o silêncio. Finalmente, desabafei.

— Eu acho que essa aventura é diferente, Natsu... Não quer perder ninguém e nem abandonar.

— Ninguém vai deixar ninguém e a Fairy Tail não abandona! – ele retrucou com determinação, como ele sempre fazia diante do perigo. Natsu sempre encheu todos da guilda de esperança, nas horas difíceis.

E eu já não estava mais triste. Pensei em tudo o que passamos e senti que estava mais forte do que nunca. Até mesmo sete anos sem fazer nada na Ilha Tenrou me deixou mais confiante. Só não me ajudou na força física.

— Você tem razão! Nada pode nos abalar! Afinal, somos magos da Fairy Tail! – estava rindo, feliz, e dei-lhe um abraço bem forte.

Nós nos separamos e eu ainda não conseguia parar de sorrir. Percebi que estávamos próximos demais e, antes que nos déssemos conta, nossos lábios estavam selados no que foi o meu primeiro beijo.

Depois que nos afastamos, abri os meus olhos – que nem percebi que haviam fechado – e encarei meus sapatos. Eles nunca me pareceram tão interessantes quanto agora. De canto de olho, vi que Natsu torcia as mãos, gesto que nunca o vi fazer, mas mostrava o seu intenso nervosismo.

— Eles se goxtam! – ouvimos uma voz pela janela e percebemos que Happy viu tudo. Fiquei mais vermelha que os cabelos da Erza.

— Happy, seu idiota! Vou esganá-lo! – disse raivosa.

Ele pareceu assustado, mas continuou com provocações e voou mais alto, de modo que eu não pudesse alcança-lo. Covarde!

Olhei para Natsu, em busca de apoio, e vi que ele estava tentando pensar. Ele me encarou e disse:

—Ahn... Lucy...?

—O quê? – murmurei. Ainda estava meio envergonhada.

— Er... Eu lembrei agora... – ele parecia que esqueceu como se formula uma frase – Mirajane meu mandou aqui para fazer você falar sobre o seu progresso – parabéns, uma frase inteira! – e... e ela... ela me deu um objeto que... que... mostra o que você está fazendo em casa para todos da guilda... e eu soltei ele aqui... e tal...

Eu estava em choque. Como alguém podia ser tão estúpido? Por que ela não bate a cabeça na parede logo?

— Ela está assistindo tudo que eu fiz desde que cheguei aqui? – falei meio descrente, a voz mais aguda que o normal.

— É... a guilda toda está ven... – sua voz foi sumindo.

— Natsu, seu energúmeno! Você veio aqui para fazer uma coisa dessas e é agora que você lembra?! Você não podia ser mais tapado!

— Ahn... O Happy ia contar para todo mundo mesmo o que aconteceu e eu acabei dormindo... e esqueci!

— Não é só o que Happy ia contar! E a minha privacidade?! – comecei a resmungar um monte de coisas e fiquei curiosa para saber quando isso iria acabar. Eu não poderia simplesmente trocar de roupa assim. – Por quanto tempo aturarei isso, Natsu?

— Um dia.

— Hum... – resmunguei.

Vi que Natsu e Happy estavam alertas, para ocaso de eu resolver atacá-los. Não poderia nem dizer a eles que não faria isso...

— Vocês vão embora daqui agora! – apontei para a janela – e vão resolver esse negócio de ficarem me assistindo. Nem tomar banho eu posso!

Consegui, usando toda a minha força de vontade, deixar meu rosto livre de emoções que não fossem raiva. Não queria que o pessoal da guilda me visse a ponto de chorar. Comi rapidamente o meu jantar e deitei na cama do jeito que estava.

Quando puxei minhas cobertas de modo a cobrir até o meu rosto, pensei em como estava confusa. Nunca imaginei que a minha vida poderia parecer tanto com as novelas que escrevo.

Sentia-me culpada por Loki e...

Loki. Ai, meu Deus! Todo mundo da guilda viu aquilo! Se o próprio Loki riu de mim, imagina o que eles devem estar pensando?!

E depois teve o Natsu! Eles acham que eu estava pegando os dois!

“Pelo menos Mirajane já sabe dos meus progressos...” pensei amargamente.

Meus sentimentos estão tão embaralhados! É muito para uma noite só, que eu vou acabar tendo um treco!

Sentia-me culpada por dispensar Loki e ainda ficou cada vez pior, pois teve o beijo com Natsu!

Natsu. O que não passava de um grande amigo agora é dono do meu primeiro beijo! E eu nem sou mais BV! Eu achava que o beijo com Loki seria errado, mas não senti isso com o Natsu. Pelo contrário! Mas agora, quanto mais eu penso, mais indecisa fico.

Eu não faço a mínima ideia do que o rosado está achando disso! Quer dizer, se ele não teve progresso com Lisanna, eu posso ser o “alvo”. E se ele não quiser a mim?

É isso que a profecia queria? Nos unir? Ela e Mirajane fizeram uma parceria?

E tudo o que a guilda viu. Como eles vão reagir? Aliás, como eu vou reagir? Legal, só vou descobrir tudo isso amanhã. Aff!

Assim, com todos os conflitos e incertezas em minha mente perturbada pelo medo da pior parte da profecia se concretizar, cai no sono.

Manhã do dia seguinte

Assim que abri os olhos fui correndo para a banheira, onde relaxaria os músculos doloridos de uma noite mal dormida e repleta de pesadelos.

Por sorte, lembrei a tempo que estava sendo vigiada. Dessa forma, leia-se “suja”, comi rapidamente e me ajeitei como podia. Quando acabei, já eram 10:00.

A caminho da Fairy Tail, invoquei Plue. Ter um espírito estelar tão fofo como aquele em meus braços me confortava. E conforto era o que eu mais queria nesse momento.

Assim que abri a porta da guilda, todos olharam para mim. Algumas pessoas me deram sorrisos maliciosos, outras tímidos e compreensivos. Claro que as minhas ”amigas” sorriram maliciosamente. Eu apenas corei e sentei-me numa mesa no canto, querendo ficar sozinha.

Antes que eu me desse conta, estava cercada de garotas: Erza, juvia, Cana, Wendy, Lisanna, Mirajane, Levy, Evergreen e Charles – que é um Exceed, mas é fêmea.

Elas fizeram uma roda e todas começaram a falar ao mesmo tempo. Pedi que todas se calassem e disse:

— Primeiro: por que fizeram aquela magia comigo? Que direito vocês tinham? – falei, a raiva me consumindo novamente.

Todas murmuraram sem jeito e depois acusaram Mirajane. Ela disse:

— Desculpe, Lucy. Eu não sabia de você e Loki... E... E eu não tinha a intenção de empurrar Natsu para você, se você não quis isso...

Vacilei com o comentário sobre Natsu, mas ainda estava com um pouco de raiva. As desculpas de Mirajane foram tão sinceras que aceitei, afinal, ela era minha amiga e merecia perdão.

— Tudo bem, mas nunca mais faça isso de novo! Eu diria as coisas que você quer saber quando estivesse pronta.

Sei, diria... – replicou Cana, irônica - Agora diga o que aconteceu antes da Mira colocar essa magia na sua casa.

Narrei tudo rapidamente, deixando de fora apenas os meus sentimentos. Tem coisas que prefiro guardar para mim. Além do mais, se eu já não os entendia, imagine elas.

Quando terminei de falar, elas nada comentaram. Elas nem me interromperam durante a narrativa. Foi estranho vê-las tão atenciosas, mas é bom saber que realmente se preocupam comigo.

De repente, elas se levantaram e começaram a pular e comemorar. Gritaram que eu e Natsu estávamos livres da profecia. Logo isso virou festa. Todos na guilda sempre procuram os mínimos motivos para fazer festa ou começar uma briga.

Percebi, tarde demais, que eles achavam que Natsu e eu estávamos juntos. E todos pareciam tão felizes que não tive coragem de estragar a festa. Queria que realmente estivéssemos resolvidos quanto a profecia, mesmo que isso significasse ficar com Natsu.

Vi que o dito cujo se levantava, sonolento, de uma mesa – onde provavelmente estava o tempo todo, sem notar o motivo da festança ao seu redor. Assisti enquanto ele saia da guilda.

Antes que eu me desse conta, minhas pernas marchavam na direção que o rosado foi.

Encontrei-o encostado numa árvore e quase cochilando. Sentei ao seu lado e cutuquei-o para que percebesse minha presença. Ele despertou do seu quase sono e me encarou.

— Ahn... Oi, Lucy – me cumprimentou.

— Sabia que estão comemorando lá na guilda? Eles acham que já solucionamos a profecia.

As palavras saltaram de minha boca e, assim que terminei de falar, quis sumir. Contudo, sabia que isso seria loucura, então só corei e desviei o olhar.

Natsu demorou um pouco a entender e eu posso jurar que pude ver as engrenagens girando enquanto ele processava a informação. Finalmente, ele disse:

— Acham que nós...? – apontou para mim e depois para si. Assenti. – Oh! – Natsu exclamou, sem jeito.

O silêncio que se seguiu foi se tornando mais desconfortável, até que Natsu falou:

— Desculpe pela magia na sua casa, Lucy. Eu realmente esqueci. Era apenas para ver o que você tinha conseguido, o que você estava fazendo... não era para... – ele parou de falar quando o seu constrangimento chegou a nível máximo.

— Hum. Er... tudo bem... já falei com Mirajane. – consegui dizer. Mas só agora fui lembrar de que não avisei a ninguém para não contar sobre Loki.

Novamente, o silêncio. Detesto esse silêncio que antes de tudo eram conversas e risadas. Como não o suporto, disse qualquer coisa que me veio à mente:

— E a Lisanna? – perguntei. Sinceramente, eu poderia arranjar assunto melhor. Por que minha língua não fala que preste e minha mente fica mais lenta perto dele?

— Quando éramos crianças, ela dizia que iríamos nos casar. Mas depois ela me contou que era só brincadeira de criança. – ele confessou

— Hum... – Nossa! Ele me diz uma coisa dessas e eu só consigo falar isso. O que está acontecendo comigo?

— Eu queria que eu pudesse derrotar aquela velha coroca e tudo se resolvesse

— É – dei uma risadinha – Nós sempre conseguimos, quando é assim.

Assim? – perguntou Natsu – Nós sempre conseguimos, Lucy. Todos na guilda sofreram milhares de coisas e estão aí. Você perdeu a sua família toda, mas continua seguindo em frente. A Fairy Tail não desiste diante de um obstáculo. Ela o dribla, pula, ela o destrói! – Natsu nunca mantinha a calma. Suas mãos já estavam em fogo e ele parecia pronto para uma luta imaginária. Deu um soco no ar a cada palavra dita.

Parei de reparar em como os músculos dele se contraiam quando ele dava murros no ar e em como sua sobrancelha franzia levemente durante o movimento. Pensei em qual era o meu objetivo. Eu queria resolver-me quanto à profecia e queria proporcionar felicidade aos meus amigos.

Amigos.

Eles estavam se divertindo às custas de uma mentira. O jeito mais fácil de ajeitar tudo era tornando-a uma verdade. Eu relutava a fazê-lo. E não era porque eu não queria isso. Mas era visível que isso parecia-me inaceitável, por conta da minha vergonha, minha culpa pelo que fiz com Loki e meu medo de ser rejeitada.

Lembrei do que meu amigo e espírito estelar disse: “Não se culpe, Lucy. Encontre ‘O Cara’ e não deixe aquela maga idiota vencer.”

Loki sempre foi legal, inteligente e companheiro. E quem eu queria era não só amigo e determinado, mas também um tremendo retardado.

Agora só tenho uma coisa a fazer: combater meus obstáculos. Driblar a culpa, pular a vergonha e destruir o medo.

Olhei para o meu lado e vi que Natsu não estava mais lá. Avistei-o perto daqui, treinando golpes. Chamei-o, com medo de chegar perto e ser atingida por um de seus socos flamejantes.

— Natsu, vem cá! – levantei e esperei que chegasse até mim.

Assim que a distância o tornou possível, o beijei. Sem vergonha, medo ou culpa. Apenas um beijo rápido que mostrasse meus sentimentos.

Afastei-me e olhei em seus olhos. Ele desviou o olhar, corando. Também estava corada, mas não deixaria a vergonha tomar conta de mim.

— Fiz um progresso, hoje. – eu disse sorrindo – E você?

— Eu a-acho que sim... – ele gaguejou, mas não me importei.

Sorri e o abracei o mais forte que pude, para que ele não escapasse. Então eu soube: enquanto estivéssemos juntos, profecia alguma podia nos atingir.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem minha fic, gente! Se gostarem, comentem. Se não gostarem, comentem mesmo assim! Por favor, me informem os erros e digam o que acharam!!
Beijos e sonhem com Natsu (meu amor)! ;)