Do You Remember? escrita por Gabi Mendes


Capítulo 4
Eu Sempre Vou Estar Aqui Para Você


Notas iniciais do capítulo

Oi geeeeeeeeente! Desculpa pela demora, como eu já disse, estou cheia de provas! Essa semana eu tive prova todos os dias, e ainda falta quinta e sexta, que vou ter mais provas. Pelo menos estou indo bem!

Esse capítulo é bem fofinho, espero que gostem!

Boa leitura!



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"Kurt. A mamãe foi embora pra sempre. Ela morreu."

Essas palavras passavam pela cabeça de Kurt o tempo inteiro. Ao escutar a frase pela primeira vez, não acreditou. Achou que o pai estava apenas brincando. Afinal, ela era sua mãe, ela não poderia morrer, certo?

Era o que ele achava até aquele dia.

Kurt percebeu que era verdade. Levou um tempo para processar, na cabeça de oito anos dele, que nunca mais veria sua mãe. Nunca mais poderia abraçá-la, beijá-la, dizer como estava bonita. Se perdeu nesses pensamentos, e quando se deu conta do que estava acontecendo, estava chorando e sendo abraçado pelo pai, na sala da casa de Blaine. Se lembra de seu pai ir até a cozinha, voltar, e tentar levantar Kurt. Mas Kurt estava em choque, não conseguia fazer nada além de chorar. Também se lembra de seu pai finalmente o levantar, e foram para casa.

Depois disso, Kurt não se lembrava do que mais havia acontecido.

Agora, Kurt estava com um terno, o favorito de sua mãe, com seu pai, no cemitério. Na sua frente, estava o caixão de sua mãe. Embaixo da terra, mas estava lá. Seu pai segurava sua mão forte, e tentava não chorar. Kurt também tentava não chorar, mas lágrimas desciam por seu rosto, não importa o quanto ele tentasse.

O funeral havia acontecido um pouco antes. No cemitério também estavam seus tios e tias, primos e primas. Kurt conheceu apenas seu avô por parte de pai, que também estava lá. As avós morreram pouco antes de Kurt nascer e seu avô por parte de mãe nunca mais deu notícias. A maioria das pessoas estava chorando, e alguns se segurando para não chorar. Elizabeth era querida por todos.

No funeral, também estavam Rose, Peter, Cooper e Blaine. Eram grandes amigos da família, então Burt os chamou. Mas estavam um pouco longe da família, pois aquele era um momento deles, assim como outros amigos de Elizabeth e Burt que compareceram. Blaine daria tudo para estar com Kurt, mas seus pais não deixaram.

Para Kurt, ali estavam apenas ele, seu pai e sua mãe.

Kurt pensou nas últimas palavras que falou para sua mãe, antes de ir para a casa de Blaine. Eu também te amo, mãe, posso ir agora?. Sua mãe disse que Kurt só poderia ir depois de dizer eu te amo. Ele diria de qualquer jeito, ele sempre dizia antes de ir para qualquer lugar.

Mas se soubesse que essa seria a última vez que diria que a amava, diria infinitas vezes, abraçando-a o mais forte que pudesse e só a soltaria depois de muito tempo.

Agora pode sim, filho, ela respondeu sorrindo e passou a mão na cabeça de Kurt, que foi correndo encontrar Blaine no parquinho.

Um tempo depois, Burt e Kurt voltaram para casa.

–-

Kurt não era mais o mesmo. Ele não era mais a criança que sorria o tempo todo e fazia os olhos azuis brilharem mais do que o normal. Ele sorria menos. Mas com o tempo, ele foi se acostumando com a falta de uma mãe em sua vida.

Burt também estava diferente. Quase sempre triste. E muitas vezes, Kurt pegava Burt olhando para fotos de Elizabeth. Ela com Kurt, ela com Burt, ela sozinha. Com o tempo, Burt também foi se acostumando.

Kurt e Blaine continuavam sendo melhores amigos, como sempre, mas não dormiam mais um na casa do outro. Kurt não queria mais isso. Blaine não entendia o porque, afinal ele o ajudaria caso algo acontecesse. Ele queria que Kurt confiasse nele, ele poderia ajudar Kurt. Mas sempre que Kurt começava a se sentir mal, ele ia embora ou dizia que estava bem, mas Blaine via que ele não estava bem.

E ele daria um jeito nisso.

–-

Alguns meses se passaram desde a morte de Elizabeth. Kurt continuava sem ir dormir na casa de Blaine, e sem Blaine dormir na casa de Kurt. Mas Blaine estava com saudades de fazer isso, de ficar conversando com Kurt até 3 da manhã, segurar a risada quando escutavam alguém passar perto da porta e acordar exausto no dia seguinte, mas saber que valeu a pena.

Então, em um sábado, Kurt e Blaine estavam no banco do parquinho conversando, até que Kurt começou a dizer:

– Faz 5 meses que a minha mãe morreu. Mas parece que foi ontem.

Blaine ficou quieto olhando para Kurt, pois não sabia o que dizer. Kurt não disse mais nada, então Blaine resolveu mudar o assunto.

– Kurt, eu sei que você provavelmente não vai querer, mas, sei lá, você quer dormir em casa hoje? - Ele perguntou incerto. - Faz tanto tempo! Eu sei que a gente se vê todo dia, mas dormir é outra coisa.

– Eu não sei Blaine...

Bom. Ele não disse não. Era um começo.

– Eu sei que depois... Do que aconteceu, você não está dormindo bem. Eu percebi, você está cansado ultimamente. Se você não conseguir dormir em casa, eu não durmo, eu fico acordado com você até você dormir.

Kurt pareceu pensar por um momento, e disse:

– O problema não é que eu não consigo dormir, eu tenho pesadelos, muitas vezes eu já acordei chorando, não precisa Blaine. Sério.

– Eu não ligo. E você não vai incomodar ninguém, muito menos eu. Eu sou seu amigo, eu sirvo pra isso, esqueceu? - Ele disse dando um pequeno sorriso para Kurt, que retribuiu.

– Tudo bem.. Eu posso ver com o meu pai mais tarde. - Kurt respondeu, e mudou de assunto.

E então, mais tarde, Kurt perguntou para seu pai se poderia ir dormir na casa de Blaine. Burt, que estava preocupado com Kurt, deixou e ficou muito feliz, pois ele não dormia lá há muito tempo.

Burt sabia muito bem que Kurt não queria ir por causa de seus pesadelos. Burt entendia. Mas ele sabia que Blaine o ajudaria caso algo acontecesse. Por isso, deixou.

–-

Blaine e Kurt já haviam jantado e estavam no quarto de Blaine. Ficariam conversando, brincando, fazendo qualquer coisa que não fosse muito barulhenta até caírem no sono. Eles estavam na cama de baixo, a de Kurt, esparramados na cama.

Cooper estava passando pelo corredor indo para seu quarto, quando ouviu os dois darem uma gargalhada. Como pensava ser o melhor irmão do mundo, deu meia volta e foi em direção ao quarto de Blaine. A porta estava quase fechada, então Cooper apenas a abriu. E levantou as sobrancelhas para a cena. Uma das mais fofas de todos os tempos.

Blaine estava fazendo cócegas em Kurt, que ria sem parar. Blaine estava praticamente em cima de Kurt, uma de suas mãos segurava as mãos de Kurt em cima de sua cabeça, e a outra fazia cócegas em sua barriga e pescoço. Kurt estava meio vermelho, e quase sem fôlego, até que Blaine parou e ficou rindo.

Não tinham percebido a presença de Cooper, então ele simplesmente disse sorrindo:

– Não está meio tarde para uma guerra de cócegas?

Blaine e Kurt deram um pulo quando ouviram Cooper, e ele apenas deu uma leve risada. Entrou no quarto e se sentou na cama de cima.

– Quer alguma coisa, Cooper? - Blaine perguntou um pouco irritado, pois tinha se assustado.

– Não, só quis ver como estava meu irmãozinho e o melhor amigo dele. Ou não estou autorizado? - Cooper perguntou, fingindo estar ofendido, mas sorrindo depois.

Blaine ficou olhando para ele como se não tivesse entendido alguma coisa, até que Kurt disse:

– Autorizado é a mesma coisa que deixar fazer alguma coisa, Blaine.

– Ah, entendi. Quer dizer, eu já sabia. Claro que eu sabia. - Blaine respondeu, e continuou - Enfim, sério Cooper, quer alguma coisa?

– Já disse que não, Blaine. Que coisa. Podem voltar a fazer seja lá o que era, eu vou ficar aqui no meu canto, mexendo no meu celular. Apenas finjam que eu não existo. - Cooper disse, tirando seu celular do bolso e se deitando na cama.

Blaine continuou olhando para ele indignado. Como ele simplesmente entrava no quarto dele, sem falar que iria entrar, dá um susto nos dois e apenas fica ali? Kurt estava apenas sentado na cama, olhando de Blaine para Cooper.

Logo Cooper percebeu que Blaine ainda estava olhando para ele. Suspirou e disse:

– Blainey, eu sei que sou lindo, mas se quer uma foto é só pedir.

– Ai, como você é chato! Eu vou chamar a mamãe!

– Ai, como você é um bebezão! Ok, não chama a mamãe. Quer aprender uma coisa super legal que eu aprendi?

Blaine continuava desconfiado, então disse:

– Depende.

Kurt continuava olhando para os dois irmãos, rindo um pouco. Eles sempre tinham esse tipo de briguinhas, mas se amavam muito.

– Depende do que? - Cooper perguntou, sem entender muito bem o que Blaine quis dizer.

– Depende do que é!

– Meu Deus, você é muito complicado.

– Você que quis ensinar!

– Tudo bem, quer aprender ou não?

– Depende.

– Sim ou não?

– Você é muito chato! E sim, eu quero.

– Ótimo. - Cooper disse e se levantou da cama.

Ele olhou em volta e disse:

– Vocês vão fazer o que eu pedir, certo? - Ao ver que os dois concordaram com a cabeça, continuou - Certo. Blaine, vai buscar uma vassoura e um rodo. Kurt, me ajuda a tirar o colchão da cama.

Os dois fizeram uma cara confusa, mas Blaine foi buscar a vassoura e o rodo, e Kurt ajudou Cooper a tirar o colchão das duas camas. Depois de colocar a cama de baixo embaixo da cama novamente, Cooper colocou os dois colchões no chão. O quarto de Blaine era grande, então dava sem problemas. Depois, pegou as cobertas e colocou por cima do colchão, assim como os travesseiros e outros que Cooper achou.

Quando Blaine voltou com a vassoura e o rodo, ele olhou para o chão e depois para Cooper, como se perguntasse "O que exatamente você está fazendo?", e Cooper apenas sorriu.

Ele pegou a vassoura e colocou em um lado dos colchões, tomando cuidado para que não caísse, e colocou o rodo no meio dos colchões. Depois, falou para Kurt e Blaine ficarem na porta, enquanto ele fazia o resto.

Pegou um lençol e prendeu uma ponta no armário, a outra na vassoura, e deixou a metade em cima do rodo. Depois pegou um cobertor e fez a mesma coisa, mas com mais cuidado para nada sair do lugar. Ficou arrumando tudo, até que ficou satisfeito.
Foi até onde Kurt e Blaine estavam sorrindo de boca aberta, e disse:

– Agora vocês podem dormir em uma cabana. Podem me agradecer depois, eu sei que sou o melhor irmão e melhor irmão-do-melhor-amigo do mundo.

Kurt e Blaine foram até a cabana e entraram nela, e de lá Blaine disse:

– Você é tão demais Coop! Obrigado! Sério, isso é muito demais!

– Verdade Cooper! Você tem que fazer isso mais vezes. - Escutou Kurt dizer também.

Cooper sorriu. Ele sentiu falta de Kurt, fazia algum tempo que não o via em casa. Ele sabia o que estava fazendo desde o começo: Tentando fazer os dois ficarem ocupados, para distrair Kurt. Sua mãe havia avisado que Kurt estava tendo alguns problemas para dormir e coisas do tipo, então fez isso.

Cooper não simplesmente aprendeu a fazer a cabana. Ele já sabia faz muito tempo. Ele só não tinha tanta vontade de fazer mais. Ele costumava fazer essas cabanas com seu pai, Peter, quando tinha a idade de Blaine.

Quando seu pai era seu pai.

Não que ele não fosse mais seu pai, é claro que ainda era. Mas ele havia mudado muito. Ele bebia sempre, e discutia muito com sua mãe. Blaine estava começando a perceber as mudanças, mas Cooper percebeu há muito tempo.

Ele apenas balançou a cabeça e tirou isso da cabeça. Falou:

– Já volto, vou pegar uma coisa para vocês. - E foi para a cozinha.

Lá procurou por duas lanternas, pois quando ficava com seu pai na cabana, ficava com lanternas fazendo formas na parede.

Achou as lanternas e quando foi subir as escadas, deu de cara com sua mãe, que olhou para suas mãos.

– Ah, Cooper, o que exatamente você vai fazer com essas lanternas? - Ela perguntou.

– É para o Blaine e o Kurt. - Ele simplesmente respondeu, o que deixou sua mãe mais surpresa.

– E o que exatamente eles vão fazer com essas lanternas?

– Ahn... Brincar? É mais fácil você ver, vem aqui. - Ele disse, e subiu as escadas. Sua mãe continuou meio confusa, mas foi atrás dele.

Kurt e Blaine ainda estavam na cabana conversando quando Cooper e sua mãe chegaram. Cooper deu as lanternas para Kurt e Blaine, e voltou para a porta.

Sua mãe estava sorrindo muito, e Blaine e Kurt disseram que adoraram a cabana, e Blaine acrescentou que Cooper poderia ser menos tonto e ser mais legal assim mais vezes.

– Bom, então vou deixar vocês brincando aí. Querem que apague a luz? Vocês tem lanternas mesmo. - Rose disse.

– Pode apagar, Kurt? - Blaine perguntou, e ao ver que Kurt assentiu, continuou - Pode sim, mãe!

– Então ta, boa noite meninos! Nada de ir dormir muito tarde! - Ela disse, mesmo sabendo que iriam dormir tarde.

– Boa noite, meninos! - Cooper disse, apagou as luzes e fechou a porta do quarto. Quando se virou, sua mãe estava ali, olhando para ele.

Cooper foi falar alguma coisa, mas foi interrompido pela sua mãe, que o abraçou. Ela o abraçou por um tempo, e Cooper a abraçou forte também. Quando Rose o soltou, ela disse:

– Obrigada. Você não sabe como está ajudando.

– Eu faço o que posso, mãe. - Ele disse e sorriu. Ela sorriu para ele e disse:

– Ótimo, agora vai dormir porque está tarde. Boa noite, Coopy.

Cooper revirou os olhos sorrindo ao ouvir o apelido de infância, e respondeu:

– Boa noite, mãe. - E foi para o quarto, e depois Rose foi para o dela. Quando chegou lá, percebeu que Peter estava dormindo no sofá. Suspirou, e se deitou.

No quarto de Blaine, Kurt e Blaine ainda estavam conversando com as lanternas, até que começaram a ficar com sono. Se deitaram na cabana e ficaram com uma das lanternas ligadas, e foram conversando até o outro dormir.

Mas Kurt não conseguia dormir.

Exatamente como sentiu que iria acontecer, começou a ficar com medo. Não conseguia dormir. E depois de um tempo começou a ouvir o som da respiração de Blaine, que dizia que ele já tinha dormido. Kurt resolveu que iria tentar dormir.

Fechou os olhos, e ficou se revirando, imaginando coisas boas, mas não conseguia. Começou a ficar triste, e sua mãe voltou na sua cabeça, como sempre acontecia quando não conseguia dormir.

Não aguentou, e começou a chorar. Sentia muita falta dela, todos os dias. Chorou em silêncio, mas mesmo assim, de algum jeito, Blaine acordou ao seu lado.

– Kurt? Kurt, tudo bem? - Ele disse, e acendeu a lanterna. Ao ver que Kurt estava chorando, se sentiu extremamente mal. Não aguentava ver Kurt chorar, pois sempre se sentia culpado, não por ter culpa, mas por não saber o que fazer para ajudar. Então fez a primeira coisa que veio em sua cabeça: Abraçar Kurt.

O mais rápido que pôde, puxou Kurt para perto e o abraçou, forte. Colocou a cabeça na curva de seu pescoço, e ficou ali até Kurt se acalmar um pouco. Kurt retribuiu o abraço, abraçando Blaine forte também, mas continuou chorando por um tempo.

Quando Kurt finalmente se acalmou, ele se soltou de Blaine e disse rápido:

– Obrigado. E desculpa, eu não conseguia dormir e eu sinto tanta falta dela, e-

– Não, para. Ta tudo bem. Eu disse que ia te ajudar. Estou aqui para isso, lembra? - Blaine interrompeu e segurou a mão de Kurt, sorrindo, olhando para seus olhos. Os olhos de Kurt eram uma das coisas favoritas de Blaine.

– Certo. Tomara que sempre esteja, então. Acho que consigo dormir agora. - Kurt disse, se deitando novamente, mas sem soltar a mão de Blaine.

Blaine desligou a lanterna e se deitou também. Mas antes de adormecer novamente, disse, sem soltar a mão de Kurt por um segundo:

– Eu sempre vou estar aqui para você.


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Notas finais do capítulo

E é isso! Espero que tenham gostado! Por favor, comentem pra eu saber que tem gente lendo, e quem está lendo continue lendo :)

Ah, e pra quem não entendeu muito bem a cabana do Cooper, é tipo isso: http://www.maesaobra.com.br/wp-content/uploads/2012/05/cabana-de-lencol.jpg

Beijinhos! :3