O resto da tarde e da noite passaram tranquilas, o pessoal ainda babaram mais no Miguel e conversaram com a Fatinha, depois se despediram, iria voltar para o Rio de Janeiro ainda. No outro dia, Fatinha saiu do hospital, pois havia sido parto normal, e Bruno ficou com ela e o filho até o começo da noite, pois no outro dia teria que trabalhar e estudar.

- Te ligarei todos os dias para saber como vocês estão. - ele disse enquanto colocava uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. - E no final de semana volto, teremos que ficar assim até terminarmos o curso, que será mês que vem.

- Certo. E quando você contará aos seus pais? - perguntou enquanto desviava o olhar.

- Amanhã ligarei para eles. Bom, vou indo ou chegarei muito tarde em casa e amanhã acordo cedo. - ela concordou balançando a cabeça.

- Boa noite e uma boa viagem, Bruno. - disse, dando um beijo em sua bochecha.

- Me beije direito, Maria de Fátima. - a puxando pela cintura, quando ela tentou se afastar. Abaixou a cabeça e ela fechou os olhos, esperando o beijo, mas o que sentiu foi ele passar o nariz pelo seu pescoço, a deixando arrepiada, fazendo ele ri. Depois ele levantou a cabeça e roçou sua bochecha na dela, ela já estava ansiosíssima, afinal tinha se passado meses desde que se beijaram pela ultima vez. Então ele colocou uma das mãos entre seus cabelos e a puxou de encontro a sua boca. Começou com um beijo calmo, só matando a saudade, querendo prolongar aquele momento, mas não resistiram por muito tempo. Se beijavam com loucura e Bruno a apertava contra si cada vez mais, até que Fatinha conseguiu o fazer parar, afinal estavam na porta da casa dos pais dela e ela já sentia que ele estava ficando animadinho..

- Acho que é melhor pararmos por aqui. - ela falou um pouco ofegante.

- É... bem, vou indo. - entrou no carro e foi embora.

A primeira semana de Fatinha com Miguel foi um aprendizado enorme, ainda bem que tinha ajuda da mãe o tempo inteiro e da Marcela por telefone. Tudo era muito novo pra ela. Ela soube aprender cada choro do filho, se era forme, cólica... Seus amigos da faculdade foram visitá-la e levavam as matérias para que ela não ficasse perdida, afinal estava acabando o curso e suas provas seriam no próximo mês. Agradeceu a Deus por ter feito o seu projeto de conclusão de curso antes de ter o Miguel ou agora estaria ainda mais ferrada.

Apesar do Miguel ser um menino tranquilo, dormia a noite toda, seguindo a rotina da mãe de quando ainda estava na barriga, ele acordava cedo e exigia cuidados o dia inteiro. O pai babão ligava todos os dias, ou se falavam por skype, para saber dele e dela também, o mais hilário é quando ele pedia para Fatinha colocar o telefone para falar com o filho.

- Você é muito idiota, Bruno. - Fatinha disse gargalhando.

- Ele precisa se acostumar com a voz do pai, já que não posso estar aí todos os dias, por enquanto.

Seus amigos também ligavam sempre, principalmente Lia, e para surpresa de Fatinha, Ju. Até que tinham feito uma amizade, o que uma criança não faz, né?

Bruno, no outro dia, após ter chegado em casa, ligou para os pais. Como eles moravam em outra cidade marcaram de aparecer lá para almoçar com os filhos na meio da semana. Ele ficou nervoso, tinha quase certeza de que os pais não iriam reagir bem. Mas o que podia fazer agora? O filho já nascera e ele o amava, não fazia nem um dia que estava longe dele e já sentia saudades. E uma parte dele sentia falta dela também, mas não iria admitir.

- Bruno, mamãe ligou  e disse que quinta-feira eles vem almoçar com a gente. - Juliana avisou ao irmão assim que desligou o telefone. - Quer que eu deixe você a sós com ele ou precisa de uma força? - perguntou rindo ao ver a cara tensa do irmão.

- Acho que preciso de uma força.

E quando a quinta-feira chegou, foi trabalhar, mas passou a manhã nervoso, então foi pra casa se encontrar com a irmã e os pais para o almoço.

- E então meu filho, o que você queria conversar com a gente? - Olavo, pai de Bruno, perguntou assim que acabaram de almoçar.

- Bem...vou ser direto. Eu engravidei uma garota e ela teve bebê no sábado. - Bruno falou de uma vez, deixando os pais surpresos e sem saberem o que falar.

- COMO VOCÊ ESCONDEU ISSO DE NÓS ESSE TEMPO TODO? - Marta, a mãe dele, levantou-se um pouco revoltada, gritando.

- Marta, calma! Assim não resolveremos nada. - o marido falou tentando acalmar a esposa.

- Mãe, o Bruno não teve culpa. A Fatinha escondeu dele também, ele só soube um dia antes do bebê nascer. - Ju defendeu o irmão.

- Fatinha? Não era esse o nome da menina que você dizia que era uma piriguete? - Bruno bufou. - Meu filho, tem certeza que essa criança é sua? - ele nem acreditou no que a mãe perguntou. Claro que ele tinha certeza absoluta que o Miguel era dele.