Fanfic De Ones escrita por Nicolle Bittencourt, Tina Santos, Nina P Jackson Potter, Nai Castellan Jauregui, BiahMulinPotter, Zack Shadowarg, Black Umbrella, Liah Violet, Miss BaekYeollie


Capítulo 21
Capítulo 21: Deixe-as ir


Notas iniciais do capítulo

Hey, minna! Como vão? Faz tempo que não postamos né? Aqui uma songfic que escrevi baseada na música Let Me Go da Avril Lavigne com o Chad Kroeger que me fez lembrar muito do Nico e da Reyna. Espero que gostem! Deixarei o link da música antes do capítulo.
Aqui quem vos fala é a Tina-san!

Boa Leitura!



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Let Me Go

O garoto sentia-se leve depois de ter confessado, mais para si do que para o deus que o encarava na ocasião, que tivera uma queda por seu melhor amigo. Desde então algo nele, que antes estava aprisionado e que lhe sufocava estava livre. Não era amor o que ele sentia, era mais um tipo de admiração chegara a concluir. Mas vê-lo novamente só o deixará confuso sobre suas especulações e medo. Medo que Annabeth soubesse, descobrisse sem muito esforço – ele não se surpreenderia com isso -, medo do que Percy e os outros iriam dizer ou fazer. Mas agora aquilo estava distante, pelo menos fisicamente. Mas ainda o atormentava.

Agora, fisicamente, estava numa missão de vida e morte para salvar o mundo, com um sátiro que adorava bater em qualquer coisa e qualquer um, uma Annabeth versão romana morena e uma estatua da deusa da sabedoria de puro poder atraindo mais monstros do que ele poderia imaginar. Nico estava assustado, confuso e exausto. Sentia que poderia desmaiar a qualquer momento e dormir por uma eternidade. Mas tinha um dever a cumprir. Estava determinado a cumprir. Mas as lembranças o incomodavam, o atormentavam.

A romana ao seu lado estava tentando manter a calma no meio daquela escuridão. Nico quase riu de Reyna, mas a achou admirável, pois ninguém tinha aguentado tanto viajar pelas sombras, ainda mais uma semideusa romana. A coragem da garota o levou para uma enxurrada de lembranças sobre Percy, sobre o dia em que se conheceram e tantas outras lembranças. Percy parecia um personagem de seu jogo favorito na infância, Mitomagia. Um gemido alto o fez sair de suas recordações, era o treinador Hedge, Nico percebeu que já estava na hora de parar para que seus acompanhantes pudessem descansar assim como ele.

Foram aparecer numa pequena cidadezinha ao redor de Roma, estava amanhecendo. Nico quase caiu no chão de cabeça, foi amparado por Reyna que o ajudou a se sentar no chão. Não teve forças para agradecer, ao invés disso deitou-se na relva e fechou os olhos deixando mais uma vez as lembranças virem.

Via Percy como herói, já o virá como inimigo também, mas nunca deixará de ter aquele sentimento forte pelo o rapaz. Nico não sabia o que era. Alguns dias atrás dissera que fora uma “quedinha”. Mas agora não parecia assim, seria algo a mais? Ele não queria descobrir ou sentir. Apenas queria ser normal. Por mais que Jason dissesse que aquele era ele, Nico não aceitava. Não poderia ser. Viera de uma época onde ter uma quedinha por um rapaz era um absurdo, abominação. Abriu os olhos e olhou ao redor. Realmente estava amanhecendo, Reyna estava em pé afastada alguns passos olhando ao redor atenta, não havia sinal do treinador.

Fitou a figura de Reyna com atenção, ele sabia do amor não correspondido que ela sentia por Jason, mas ele estava com Piper. Ela não parecia abalada ou abatida depois de tê-los visto há apenas umas horas atrás, na verdade parecia confiante e determinada enquanto fitava o horizonte. De repente ela virou a cabeça para olhá-lo, Nico desviou o olhar rápido, não queria ser pego a observando. Logo notou a aproximação do treinador, olhou para sua frente e viu o sátiro com um boné que dizia: LUTA LIVRE É VIDA. Ele trazia numa mão uma sacola e na outra seu taco pronto para espancar qualquer um que se atrever a pedir-lhe alguma informação.

Nico não precisou se levantar, Reyna fez questão que ele ficasse deitado descansando o máximo que pudesse e o persuadiu a comer pelo menos um pedaço de bolo. Segundo Hedge ele só tinha achado uma padaria. Depois dessa parada os três mais a Athena Partenos seguiram sua viagem pelas sombras. No silêncio da escuridão ele só ouvia a respiração irregular da pretora e os banidos do treinador. Nico gostava do silêncio e da solidão daquele lugar. Deste que voltara do Tártaro estava mais forte, porem atormentado. Ele atravessou o abismo e voltou e tudo sozinho. Percy teve Annabeth. Aquilo deveria lhe incomodar, mas se sentia aliviado pela a garota ter estado com o moreno. Ele voltou vivo. Os dois voltaram, obrigou-se a se corrigir. Não detestava Annabeth, na verdade sentia-se intimidado e inferior, mas ainda assim reconfortado ao saber que ela estava abordo do Argo II. Annabeth era a pessoa mais inteligente que Nico conhecera e uma boa pessoa, pulará em cima daquele monstro anos atrás para proteger ele e sua irmã.

Mesmo assim ressentia-se dela. Loira, bronzeada, inteligente, corajosa e outros tantos adjetivos que poderia colocar para a filha de Atena, Annabeth parecia perfeita mesmo em seus defeitos. Nico não gostava disso, de pensar assim. Annabeth era também sua amiga e não era perfeita. Ninguém era. Nem mesmo a pretora ao lado dele. Vira Reyna muitas vezes desde que deixará Hanzel em Nova Roma, mas apenas de longe. Para Nico Reyna era solitária como ele. Talvez ele estivesse errado, ou talvez não. Ele fazia as sombras ao seu redor moverem-se, a estatua presa por cordas aos seus ombros não parecia ter peso.

Lembrou-se de quando Percy desobedeceu a Dionísio e fugiu do Acampamento Meio-Sangue para salvar Annabeth, e quando Nico o fez prometer que protegeria sua irmã. Não se ressentia mais por isso. Lembrou-se de quando os encontrou no Labirinto, de novo Percy e Annabeth só que agora com uma mortal que hoje era o Oráculo de Delfos, lembrou-se de Annabeth o aconselhando e de seus ciúmes com Rachel. De uma forma ou de outra os dois sempre estavam juntos. Era o destino deles. Nasceram um para o outro.

E pelos os deuses como aquilo era clichê, mas era a verdade. Nico sabia, mas isso não o deixava menos confuso. Então o que ele era? Onde ele se encaixava na história? Lembranças e mais lembranças. Que ele lembrava dia após dia, semana após semana. Queria que aquilo acabasse, queria esquecê-las. Não queria estar sempre confuso, sem lar, sem amigos, sozinho. Queria encontrar seu lugar. Queria deixar as lembranças irem embora, como a correnteza do rio Estige leva embora os sonhos, passado, presente e futuro de todos os mortos. Mas ele não morreria. Decidiu então deixar esse sentimento por Percy em algum lugar, pendurado para que ele depois voltasse e o remexesse até descobrir o que era, e esqueceria as lembranças, por hora.

Nico sentiu vultos se aproximarem deles, eram monstros. Alertou Reyna e o treinador Hedge, o filho de Hades poderia ser mais rápido que eles, mas para estarem dentro de suas sombras deveriam ser monstros do submundo que estavam sobre o comando de Gaia. E com a estátua, a pretora e o sátiro sua velocidade diminuía.

– Vou sair das sombras, vocês não podem lutar contra eles dentro delas.

Reyna concordou, tirando sua espada da bainha e o ouro imperial brilhou na escuridão. E Nico viu claramente o rosto de Reyna, ela tinha seus próprios demônios para combater dentro de si, mas aquela expressão que Nico tanto conhecia foi substituída por uma determinação feroz.

– Estou pronta!

– Eu nasci pronto, cupcakes! – o treinador brandiu seu bastão entusiasmado por ação, mas Nico notou seu nervosismo.

Assim que Nico saiu das sombras sentou-se aos pés da estatua e viu Reyna se posicionar a sua frente para protegê-lo e o treinador ao seu lado, dando pulinhos e gritando ameaças para o vento do meio-dia. Nico não fazia a menor ideia de onde estavam, mas esse pensamento foi expulso de sua mente quando seis cães infernais saíram da sombra de um conjunto de árvores e rosnaram ameaçadores para eles.

Reyna observou os enormes cachorros os rodeando com os dentes incrivelmente brancos e afiados a amostra. Ela gostaria que Aurum e Argentum estivessem ali com ela, mas estavam muito longe para ajudá-la. Afastou qualquer pensamento que pudesse distraí-la e se concentrou nos cachorros maus cheirosos sedentes por carne de semideuses. Ela já esperava um ataque e estava pronta. Mas vendo a agitação do sátiro ela se perguntou se não teria sido melhor tê-lo deixado com os outros. Mas assim que o primeiro cão infernal avançou o sátiro com um berro o atingiu-o em cheio com seu bastão, fazendo a mandíbula do monstro se desintegrar assim como o animal.

Essa foi à deixa. Reyna entrou em ação quando dois dos cães monstruosos vieram para cima dela. Ela não se mexeu, não poderia deixá-los chegar perto da estatua ou de Nico. Dali ela não saia.

– Pode me emprestar sua espada? – ela perguntou a Nico, estranhamente calma, sem forças para ajudá-la em mais Nico deu sua espada negra para ela.

Assim que a tocou Reyna quase se arrependeu. Um frio assustador pareceu cortar sua alma, ela aguentou e assim que o primeiro cão pulou para cima ela esquivou-se para o lado o acertando na nuca com sua espada e batendo no outro com a parte deitada da espada de Nico, que fez imediatamente o cão se afastar e se sentar em suas patas traseiras. Sem tempo para explicações, ela eliminou o segundo, indo imediatamente ajudar o treinador que batia e gritava como louco. Um dos cães o deixou de lado para ir atrás dela. Como havia chamado à atenção de um voltou de costas até mais perto de Nico, para protegê-lo. Logo todos tinham voltado para o Tártaro. E Nico parecia estar mais descansado. Teriam que percorrer um longo caminho antes de anoitecer e Reyna sabia que já haviam perdido um tempo precioso, mas era melhor evitar riscos.

– Obrigada. – entregou a espada a Nico e o ajudou a se levantar. O garoto parecia para ela pior do que antes.

Todos ali precisavam dormir, mas levando uma carga tão preciosa, Gaia não os deixaria em paz. E Reyna queria muito pensar que era a Mãe Terra que a perturbava, só que não era. Reyna fora treinada para isso, lutar, matar monstros e vencer. Mesmo com todas as chances contra eles ela tinha a convicção que venceriam. Mas o real motivo de suas noites sem dormir era um velho amigo loiro de olhos tão azuis quanto o céu claro daquele dia.

Não era segredo para ninguém que Reyna gostava de Jason. E quando o companheiro pretor desapareceu ela ficará arrasada, mas não teve tempo para lidar com o sentimento de dor e perda que crescia a cada dia em seu peito. Octavian a perturbava a cada instante para escolher um novo pretor, na verdade escolher ele. E Reyna poderia ser torturada, mas nunca o escolheria, ficará aliviada de Frank Zang ter se tornado o pretor, embora acalentasse o desejo e esperança de que Jason assumisse o antigo posto ao seu lado. Porém, Jason agora estava com Piper, à filha de Afrodite. Não poderia detestar a garota, mas não gostava dela.

Reyna tinha ainda um fio de esperança. Pensava... Sonhava em que Jason ainda iria voltar para ela. Todas as coisas que passaram, viveram, compartilharam. Não poderia ter sumido assim. Não deveria ter acabado uma coisa, um sentimento que estava aflorando, nascendo. Mas ele sumira, desaparecera e voltara com outra. Como ele esperava que ela reagisse? Depois de tudo? Reyna franziu a testa na escuridão. Seu coração estava dolorido, sua cabeça estava confusa. A única coisa que a fazia se mover era sua responsabilidade, sua determinação, seu dever. Era a única coisa que ela tinha agora no momento.

Jason agora é de outra. Percy sempre pertencerá a Annabeth. Isso eram fatos que Reyna não poderia contestar. Não chegará a realmente nutrir sentimentos pelo o filho de Poseidon, apenas tinha esperanças que ele poderia trazer a felicidade que Reyna tanto buscou e ainda buscava. E ela nutriu, alimentou e deixou crescer sentimentos fortes pelo o filho de Júpiter e ele também tinha sentimentos por ela. E Reyna não sabia se eram os mesmos que os dela, porém se fossem porque Jason estaria com Piper ao invés dela?

Reyna tentava inutilmente chegar numa conclusão que tirasse o gosto horrível de sua boca. Amargura. Revolta. Tristeza. Quando fora realmente feliz ao lado de sua irmã na ilha de Circe, onde tinham um lar, comida e eram ensinadas e não precisavam olhar a amargura nos olhos de seu pai e nem fugir de monstros para sobreviver... Isso foi tirado delas. Quando se reergueram determinadas a achar um lugar nesse mundo, acabaram se separando. Reyna virara pretora em Nova Roma e líder do Acampamento e sua irmã uma amazona. Viam-se apenas em feriados ou em apresentações formais. Ambas mudaram.

Reyna balançou a cabeça levemente. Não gostava daquela escuridão ao seu redor, pois não sabia onde estava indo e nem quando o inimigo atacaria. Tudo o que podia fazer era confiar no garoto pálido e magricela que estava guiando-os. Respirava devagar e profundamente, o ar gelado a incomodava e provocava arrepios por seu corpo os quais ela tentava com sucesso não demonstrar. A escuridão era até aconchegante, no escuro ninguém poderia ver suas lágrimas, seu corpo tremendo o medo em seus olhos. No escuro ninguém poderia vê-la, questioná-la, corrigi-la. Era apenas ela e suas lembranças, dores e medos. Ouviu Nico arfar e inconscientemente levou uma de suas mãos ao ombro do rapaz o apoiando.

– Você está bem? – ela perguntou preocupada e já avaliando a situação.

– Estou... – Nico sussurrou.

Reyna detectou a mentira imediatamente e apertou com firmeza o ombro do rapaz o fazendo olhá-la. Na escuridão das sombras o filho de Hades estava sombrio, os olhos tão iguais à escuridão em volta deles lembravam a Reyna um poço sem fundo que havia na ilha de Circe, onde a feiticeira nunca deixava ninguém se aproximar muito. A pele de seu rosto branco brilhava de uma forma espectral. Os olhos castanhos de Reyna viam a determinação imbatível do garoto, mas também o cansaço. Viajar nas sombras o desgastava muito.

– Pare. Vamos sair, precisa descansar. - Nico abriu a boca para questioná-la, mas voltou a fecha-la quando notou o olhar de desafio feroz que Reyna o deu. – Ótimo.

Ao sair das sombras encontraram-se numa colina, o céu iluminado por estrelas o vento frio e o cheiro da chuva que recentemente molhará o local os atingiram. O sátiro suspirou feliz por sair da escuridão se perguntando como um garoto como Nico aguentava aquele lugar. Nico se sentou, contrariado, aos pés da estatua fitando o céu, em particular uma constelação nova de uma garota com arco. Reyna analisou o local, mentalizou possíveis ataques e como se defenderiam, procurou por cidades vizinhas ou sinais de qualquer movimentação humana e não humana. Assim que chegou a conclusão de que não deveriam se demorar naquele lugar, tirou a mochila de suas costas para pegar nécta e um pouco de ambrosia para Nico além de alimentos mortais. A prioridade para a romana era manter o garoto vivo, bem alimentado e descansando até a próxima viajem. Em resumo cuidar dele.

– Não podemos ficar muito tempo aqui. Espaço muito aberto, não tem como nos defender e bem sinalizado. – declarou fazendo um movimento com a cabeça indicando a Atena Partenos brilhando intensamente na noite.

Nico não reclamou quando a pretora colocou os alimentos na frente dele, apenas começou a comer. – Concordo. – disse o garoto após engolir um pedaço bolo.

O terreno não era familiar para ela. Provavelmente não estavam na América, ainda havia um longo caminho a percorrer. As preocupações de Reyna voaram para Octavian que estava comandando a legião para atacar o Acampamento grego. Sinceramente Reyna estava seriamente levando em consideração a ideia de Frank de amarrar o detestável estripador de ursinhos numa catapulta e lança-lo contra os exércitos de Gaia. Se Octavian causasse algum dano às forças de Gaia ela se livraria de um problema e de metade do outro. A romana se alongou procurando relaxar o corpo por pelo menos alguns minutos. Fazia tempo que não se sentia relaxada, estava sempre alerta. Sempre tensa e desconfiada.

A única vez que Reyna não se sentiu assim foi com Jason. Quando os dois estavam juntos – não no sentido amoroso e romântico da palavra, pelo menos não oficialmente -, ela se sentia relaxada, protegida e segura. Sem ele, ela voltava a estar tensa e insegura. O modo como os dois compartilhavam segredos, momentos e havia uma ligação entre eles. Algo especial. Reyna se perguntava se ainda existia, para ele, essa ligação. Ela já não sabia mais, o tempo que ele passara com os gregos o mudara de uma forma que ela não compreendia. E ainda havia Piper, por mais que odiasse admitir havia algo forte entre os dois.

Reyna queria ter um momento apenas para ela. Para lamentar e fazer o que as garotas normais faziam numa situação dessas. Mas se contentava em matar monstros, assim poderia descontar sua raiva e frustração. Vênus brincava com ela, ela tinha quase certeza disso. Gostaria de ter uma amiga íntima, aquelas em que você poderia contar tudo, mas infelizmente Reyna não tinha uma assim, mais por ser realmente reservada e não querer falar de sua vida pessoal. Mas quando pensava em alguém em que poderia confiar a filha de Atena vinha a sua mente. De alguma forma estranha, em pouco tempo Annabeth se tornara uma amiga para Reyna. E a pretora via aí uma forma de estabelecer a paz entre os acampamentos.

– Já estou melhor.

Reyna despertou de seus pensamentos quando ouviu o filho de Hades falar. Ela o olhou, analisando-o. O garoto era terrivelmente pálido e magro o que preocupava a romana, embora parecesse forte, ainda assim Reyna sentia que um vento mais forte o levaria dali. Segundo Annabeth, Nico não era muito social e preferia a companhia dos fantasmas a de humanos. Passava mais tempo no submundo, no castelo de Plutão do que na superfície, além do apelido do mais novo: Rei fantasma, esse dado á ele por causa de uma missão no Labirinto de Dédalo. Para Reyna a única coisa que precisava saber era se poderia confiar no garoto, algo que Annabeth respondeu prontamente com um sim.

Depois de um tempo em silencio ela acordou o sátiro que roncava alto. Ela também estava com sono, mas não poderia dormir e descansar era quase impossível com os sentimentos conflitantes dentro dela. Sabia que teria que fazer algo com o sentimento que tinha por Jason, agora que ele estava com outra e não mostrava qualquer sinal de que existiria algo entre eles. Ela não pode deixar de comparar seus pensamentos a um CD arranhado. Parecia que quanto mais ela tentava não pensar em Jason e Piper, mas lembranças dos dois passeando em Nova Roma vinham a sua mente e logo em seguida lembranças dele e dela passeando e rindo em passeios. Seu rosto antes impassível se contorceu numa careta. Já dentro das sombras que Nico parecia tanto amar a romana se deixou levar pelas as lembranças de infância, da ilha de Circe, dela e de Jason no Acampamento.

Como eles pararam em Las Vegas era um mistério que Reyna não tinha tempo para decifrar. Durante mais de uma semana eles foram atacados, quase mortos e atropelados – isso por causa de Nico ter aparecido sem querer numa linha de trem. Agora Reyna estava correndo com Nico e Hedge por um cassino luxuoso com seguranças mortais atrás deles e um trio de ciclopes. A Atena Partenos tinha ficado no centro do salão que tinha outras estatuas não tão grandes e majestosas como a da deusa da sabedoria mais que a protegia e camuflava por um tempo curto, que Reyna gostaria que desse tempo de matar os três ciclopes.

– Não podemos deixar a estatua sozinha por muito tempo. – Reyna declarou praguejando em latim quando uma mesa foi atirada em sua direção.

Exaustos e cansados. Isso descrevia os dois semideuses e o sátiro que já não praguejava e gritava ofensas para seus perseguidores. Tentando pensar e ganhar tempo ao mesmo tempo Reyna se jogou junto a Nico e Hedge atrás de um balcão de um bar onde o barman começou a xingá-los e chamar seguranças. Reyna prontamente o nocauteou.

– Já que calamos a sirene ai, o que faremos? – perguntou o treinador encarando a pretora.

Nico fechou a cara, não aguentava lutar, mal conseguia se manter em pé. Perguntava-se o que Percy faria ou até Annabeth, ela teria um plano que seria posto em prática junto com Percy, salvando as vidas deles. Mas no estado que Nico se encontrava Reyna só poderia contar com Hedge. Sentiu o chão tremer com a aproximação dos ciclopes.

– Nico, vá para perto da estatua e nos espere. – comandou a pretora – Hedge e eu vamos dar um jeito nos ciclopes e nos guardas se possível. Vá para o lado de fora. – Completou após dar uma olhada no salão.

Sem esperar a confirmação dele Reyna e o treinador – que com um berro saiu saltando – correram para o outro lado do salão chamando a atenção do trio de ciclopes e dos guardas, que estavam sofrendo lesões sérias por estarem atrapalhando os ciclopes e esses consequentemente os jogavam longe ou os chutavam. Os servos de Gaia estavam cada vez mais violentos. Nico respirou fundo e saiu de trás do balcão fazendo o melhor possível para não cair. De alguma forma conseguiu chegar até a estatua sem problemas pelo o caminho, se atrapalhou ao colocar as cordas, mas logo já estava em suas sombras indo para fora do prédio.

Saiu em um beco sem saída um tanto afastado do hotel. O beco era largo o suficiente para a estatua caber sem ser arranhada. Nico não gostaria de imaginar o que Atena faria com ele se arranhasse sua estatua, nem Annabeth que fora puxada para o Tártaro tentando recupera-la. Alguns minutos depois alguma coisa saiu voando da entrada do hotel e atingiu um mustang preto que estava parado ali. Na entrada do hotel Reyna estava tentando se levantar enquanto um ciclope saia furioso em sua direção. Nico estava com medo, mas durante toda a viajem a romana ficara a sua frente o protegendo e agora ela estava a sua frente prestes a ser esmagada pelo o ciclope. O filho de Hades ficou furioso, revoltado e aterrorizado. Não perderia mais ninguém. A espada de ferro estígio de Nico brilhou de uma forma sinistra junto ao cetro de Diocleciano. E fantasmas de soldados romanos apareceram indo em direção ao ciclope, porém ele não era o único.

Nico odiou ainda mais Gaia e prometeu silenciosamente que daria um belo soco na Mãe Terra. Aparentemente os três ciclopes dentro do cassino eram a ponta do iceberg, tão perto do acampamento Meio-Sangue, era óbvio que Gaia não queria mais falhas o que explicava os cães infernais e outras criaturas que fizeram os mortais saírem correndo para todas as direções. Nico se perguntava o que eles estavam vendo através da névoa. Algo melhor do que eu, Pensou arfando. Mas fantasmas foram convocados para protegê-lo e a Atena Partenos, mas Nico não tinha forças para mantê-los. Viu um fio de esperança quando a ponta de uma espada fez um dos cães virar poeira dourada, Reyna de alguma forma tinha conseguido chegar até ele e eliminou dois cães antes de cair de joelhos.

Nico não viu sinal do treinador Hedge, mas morto o sátiro não estava. Porém Reyna não estava muito bem. Quando flechas choveram sobre os cães infernais Nico ficará chocado e animado, mas sua animação foi substituída por preocupação quando Reyna tombou no asfalto.

– Reyna! –puxou a garota para mais perto dele e da estatua a tirando do alcance dos cães infernais e das flechas.

Um raio sacudiu o lugar descendo contra o último ciclope que estava dizimando os soldados mortos-vivos. E Nico agradeceu aos deuses pelas as garotas. Logo um bando de meninas apareceu para lidar com os monstros do lugar e quatro se aproximaram deles, uma Nico reconheceu.

– Thalia... – a cumprimentou com a voz baixa.

– Nico. – os olhos da filha de Zeus estavam na estatua atrás dele – Annabeth conseguiu. – sussurrou em choque.

– Sim, temos... Que sair daqui.

Thalia concordou dando ordens para as caçadoras e dizendo a Nico para sair da cidade. De volta as sombras, Nico ainda segurava a romana que estava ferida e inconsciente, porém viva. Não demorou muito para sair no deserto, era noite e logo as caçadoras apareceram trazendo Hedge, que saltava ao redor delas animado. Depois do acampamento improvisado Nico entregou Reyna aos cuidados das garotas e resumiu os acontecimentos para Thalia, que ficou aliviada de saber que seu irmão estava bem e Percy e Annabeth vivos.

– Vocês têm pouco tempo agora, não? – perguntou a filha de Zeus, usava uma camisa preta com a cabeça de uma Barbie e com a legenda: ‘Morte a Barbie’.

– Sim, fomos atacados por todo o caminho até aqui. Como eu não conseguia lutar Reyna e Hedge que lutavam. Admiro-me que Reyna ainda teve forças para abater dois cães infernais.

Thalia concordou. Nico entrou numa das barracas dedicada a ele, e se jogou num canto exausto demais para pensar em qualquer coisa, mas antes de adormecer ouviu uma gargalhada cruel para depois cair num sono sem sonhos. Acordou com o movimento das caçadoras fora da tenda, ainda não havia amanhecido, mas quando Nico saiu bocejando notou um brilho no horizonte indicando que logo o sol nasceria, e não teria sombras para viajar. Olhou ao redor, meninas da idade de Nico – talvez, já que as garotas eram imortais -, corriam de um lado para outro.

– Troca de guardas. – Thalia surgiu ao seu lado. – Durante o tempo que você estava dormindo uma hidra e um minotauro apareceram, não foi fácil acabar com eles. Mas... – fez uma pausa fitando o filho de Hades intensamente – aparentemente deveriam ter vindo mais monstros.

– Concordo. Talvez Gaia os estejam reunindo. – questionou o garoto – Como Reyna esta?

– Acordada.

Thalia o guiou até uma tenda maior que as outras onde havia doze garotas sujas repondo flechas e comendo o que achava em seu caminho para depois sair. Reyna estava em pé ouvindo uma garota relatar algo.

–...Parece que a legião está sendo atrasada por dois gnomos ou algo parecido, mas estão bem perto do Acampamento. – ao ver Thalia à caçadora fez uma ligeira reverência.

– Obrigada Rafaela. – a filha de Zeus a dispensou e a garota saiu da tenda os deixando sozinhos.

– Estou realmente levando a sério a ideia de lançar Octavian de uma catapulta. – murmurou Reyna virando-se para eles.

– E terá ajuda. – disse Nico pegando um pedaço pequeno de pão – Temos que nos apressar, logo o sol vai nascer e precisamos de sombra para a viajem.

Reyna concordou e fitou Thalia, desconfiada.

– Ah, não me apresentei. Sou Thalia, filha de Zeus. – Reyna não se mostrou chocada, não dava para adivinhar no que estava pensando por sua expressão.

– Ela é a irmã de Jason. – agora Nico tinha feito a pretora demonstrar surpresa a esse fato.

Precisando ir ver como andava as caçadoras Thalia os deixou sozinhos e disse que mandaria o sátiro os encontrar para eles partir. Reyna usava jeans e uma camisa que tinham lhe arrumado fora alguns arranhões ela estava bem. Ambos ficaram num silencio pessoal, fora os sons do lado de fora das caçadoras desmontando as tendas só se podia ouvir as respirações dos semideuses cada um com seus pensamentos. Agora que não estava se concentrando em viajar nas sombras e nem nos monstros, os pensamentos de Nico seguiram para Percy, dissera para Jason que desistira dele e não fora mentira quando o disse ao filho de Júpiter. E agora poderia ser uma ideia descartar qualquer coisa relacionada ao filho de Poseidon, mas Nico não conseguia e não queria.

Reyna por outro lado estava se preparando para seguir em frente. Era isso que ela e Hylla fizeram, esqueceram o que passaram e seguiram em frente. Por mais difícil que seja, por mais doloroso que fosse nunca era bom se prender há algo que acabara, mesmo que fosse algo que mal começara. As lembranças viriam, sim, mas Reyna sabia por experiência própria que era melhor deixa-las ir. Não se apegar a falsas esperanças, mesmo que agora com o possível fim dos deuses e consequentemente o fim do mundo ela tivesse esperanças, era diferente. Diferente porque tudo dependia do esforço dela e de – porque não? – seus amigos. De alguma forma estranha Reyna sentia que Nico estava no mesmo barco que ela, mesmo que não soubesse o motivo para o filho de Hades ser assim tão amargurado e triste. Ela suspeitava que tinha haver com o coração dele.

– Gostaria de queimar todas! – murmurou Nico fazendo subitamente o lugar escurecer mesmo com as lanternas de acampamentos acesas no local.

– Não se pode queimar, apenas deixa-las ir. – murmurou de volta Reyna entendo tão claramente e perfeitamente o que o garoto dissera que Nico a olhou espantado – Acho que esse é o problema dos deuses, sempre se apegam demais a coisas que passaram algo que deveriam já ter superado.

Nico riu sombrio – São tão infantis. – milagrosamente um raio não os fulminou e nem trovões sacudiram o lugar.

– Talvez. Mas se tratando deles as pequenas e insuperáveis coisas podem custar nossas vidas.

– O que deveriam fazer? – Reyna o olhou e naquele momento Nico pareceu para ela um garotinho confuso, com medo e sem lugar.

– Deixa-las ir, não se pode seguir em frente sem deixar o passado para trás. – Reyna se levantou e suspirou – Algo me diz Nico Di Angelo que você já enfrentou e superou o que quer que esteja o atormentando. – ela o encarou – Agora deixe ir e siga em frente, se não morrermos quem sabe o que o futuro nos reserva?

– O oráculo? – Nico brincou e pela primeira vez viu o sorriso de Reyna embora fosse triste. Afinal, os melhores e mais bonitos sorrisos são tristes. Lembrara-se de uma citação.

– Não mesmo, agora vamos temos que salvar um Acampamento.

– E o mundo de novo!

Completou Nico seguindo a semideusa romana para a madrugada de Las Vegas, onde uma estatua entregue por um oficial romano seria a chave para a derrota dos Gigantes, os filhos de Gaia. E Nico queria muito que ela se desse mal. Tinham poucos dias até a festa romana que seria quando Gaia acordaria, mas se tinha uma coisa que Nico acreditava era que aqueles sete semideuses a derrotariam, mas precisavam de uma ajudinha divina e Nico garantiria essa ajuda junto com Reyna e claro, o treinador Hedge.

Historia Let Me Go

TinaChase


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Notas finais do capítulo

Então, caros leitores o primeiro link é da história mesmo no Nyah sem ser aqui, e se quiserem deixar comentários lá também, fiquem a vontade. O segundo link é do meu Ask.fm!

Comentem!
Bjs do Monte Olimpo!



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