Eu não sabia o que fazer agora, só sabia o que não queria fazer, não queria sair dali e dizer aos meus irmãos que ele havia morrido, não queria sair dali e enterra-lo, não queria ter que superar, já estava cansada de superar.

Eu olhei para Marcos que parecia querer me tirar dali, mas apenas ficava me olhando, até que o olhar dele sobre mim mudou, ele parecia assustado, e quando ia perguntar para ele o que havia acontecido vi que meu colar começou a brilhar e o brilho cinza dele tomou toda a sala, até que eu não pude ver mais nada, apenas sentir as mãos do Marcos segurando meus pulsos.

Minha visão voltou ao que seria a entrada para a casa dos anjos negros, que parecia um grande salão, com um lustre enorme no centro que dava visão para a pequena porta que dava acesso a sala principal, as paredes eram feitas de pedra escura e havia algumas colunas nos cantos, em algumas paredes havia espelhos, em outras havia apenas cortinas vermelhas.

Em alguns dos cantos, tinham mesas com espadas, ou livros, ou partes para escrever, até mesmo computadores, e na maioria dessas mesas havia sempre um grupinho falando sobre assuntos aleatorios.

Só então quando olhei a minha volta percebi que estavam com o mesmo vestido branco, que agora estava preto, mas era o mesmo vestido, fui a um dos espelhos e desejei ver minhas assas que para minha sorte estavam normais, e só então reparei que o Marcos havia sumido, e comecei a procura-lo, porém ele não estava em lugar nenhum do salão, então resolvi entrar no castelo, na primeira sala, que mais parecia uma biblioteca gigante com varias mesas enormes nela, e algumas poltronas nos cantos, depois fui para a cozinha, uma sala com uma mesa enorme no centro apenas, mas havia uma sala fechada na qual não entrei, porque estava trancada, então fui até a sala de recreação, que era uma sala cheia de aparelhos de televisão, alguns brinquedos, quadros para pintura, aparelhos de video-game e video, e por ai vai, e por ultimo fui nos dois dormitorios, tanto o masculino quanto o feminino, os dois eram comodos enormes, cheios de colunas separando as camas, a unica diferença entre os dois, era que no quarto feminino as cortinas eram vermelhas e rosas, e no masculino pretas e azuis.

Porém, toda essa volta foi inutil, eu não o achei em lugar algum, até que me deparei com ele andando e falando com um rapaz que aparentava uns... 23 anos, alto, loiro, olhos azuis, forte, porém quando ele virou seu rosto, ele pareceu mais jovem, não sei, eu apenas senti que o conhecia, mas não sabia de onde, e nem sabia como, mas conhecia então fui em direção aos dois e chegando perto do Marcos e disse:

–Seu idiota! Eu to aqui que nem uma louca desesperada te procurando! Porra! Meu irmão morreu há alguns minutos e você me deixa aqui sozinha! - Eu disse dando socos na barriga dele, porém ele parecia não sentir nada.

–O senhorita boca suja, para começar eu me perdi de você quando você foi chamada para cá, e segundo eu estou no meio de uma apresentação ao nosso mundo então por favor seja educada e espere eu terminar esta bem? – Ele disse segurando meus dois braços fazendo com que eu ficasse imovel.

–Esta bem, mas ande logo eu estou com pressa para saber o que aconteceu aqui – Eu disse indo embora sem nem falar com o homem com quem o Marcos estava falando.

Marcos foi andando com o homem em direção adentro ao castelo, e eu fiquei lá pensando no meu irmão, sera que já haviam achado ele? Sera que ele continuava lá? Sera que ele estava no céu? Nossa quantas perguntas eu tinha, e algumas eu talvez não fosse ter respostas, eu queria tanto que tudo isso fosse apenas mais um dos meus pesadelos, mas aquela dor era tão real, e ele continuava dentro de mim como se estivesse vivo.

Fui em direção a um espelho e vi meu colar, e a foto dos meus irmãos continuava lá, os três estavam lá, o que era um misterio já que o Alex havia morrido, mas nada naquele lugar era um livro aberto, tudo era um misterio.

De repente o homem com quem Marcos estava falando veio na minha direção ficou do meu lado fazendo com que o reflexo dele ficasse junto ao meu no espelho, ele sorriu pegou na minha mão e com a outra mão apontou para o espelho, e a imagem dele começou a se formular, ele ficou mais baixo e mais jovem, até que eu percebi que era a imagem do meu irmão, a imagem do Alex, então eu olhei para ele assustada e perguntei:

–Alex?