The Invisible escrita por Agrstonn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Rachel se encontrava sentada em seu lugar de sempre, ouvindo a música de sempre,  e pensando nos assuntos de sempre: Sonhos. Ela não era uma garota normal. Ela almejava mais, ela sabia demais, ela sonhava demais. E embora todos dissessem que isso só a provocaria ilusões, ela nunca pararia. Os sonhos estariam no primeiro lugar de sua vida, sempre. 

Ela morava em Lima, em Ohio. Não era uma daquelas cidades consideradas grandes, era no interior. Ela era baixa, olhos como chocolate, um cabelo castanho que até causava inveja. E apesar dos poucos amigos, ela amava-os muito.

O seu despertador toca, e ela desliga de seus fones. Ela levanta da cama, se olha no espelho, e pensa na roupa que deve usar pra mais um dia de aula. Era o seu terceiro ano, e ela iria se formar. A carreira obviamente, já estava pronta. Ser uma cantora. Sua voz declarava que ela seria uma boa cantora. E seus pais também admitiam. Não Hiram. Mas sim Shelby.

Ela desce as escadas e é saudada com um cheiro de bacon sendo fritado na hora, junto com ovos. Ela se senta na cadeira. - Mãe? - ela pergunta ansiosa. - Quando eu vou ganhar meu carro novo?

Shelby dá uma pequena olhada para sua filha que está a espera de um café. - Quando você entrar na faculdade, podemos pensar nisso, tudo bem?

Rachel revira os olhos. - Tudo bem.

Ela termina de comer, e se apronta para pegar carona com Kurt Hummel, seu melhor amigo. 

Ela vê o carro dele se aproximando, dá um adeus a sua mãe.

- Bom dia, Kurt. - diz ela beijando a bochecha do amigo.

- Bom dia, Rachel. - ele retribui. 

                                  xx---

  Você acredita que uma escola pode abranger tantos tipos de personalidade? O McKinley é assim. Há tantas pessoas diferentes, mas não ambiciosas. E uma dessas pessoas não-ambiciosas, desocupadas, desonestas, e ''más'', a maior delas era Quinn Fabray. 

Ela sempre é acompanhada com duas pessoas: Santana Lopez, e Noah Puckerman. Seus fieis escudeiros, que nunca a abandonam. Só quando ela pede, na verdade.

Kurt e Rachel entram na escola e acabam se deparando com a cena.  Eles se encostam perto da escada que leva ao segundo andar, e tentam não ser vistos. 

Os cabelos curtos e rosas de uma skank, o moicano inconfundível, e a cara de antipatia. O trio que assombrava todos naquele lugar. E um policial do lado, revistando cada armário. Eles chegam mais perto procurando ouvir o que o guarda tem a dizer.

- Muito bem garotos... - Puck revira seus olhos. - Vocês são perigosos demais pra sua idade, hein? Eu poderia mandá-los pro reformatório. Mas não ficariam nem uma semana. A justiça daqui é fraca. - ele suspira. - Só dessa vez. Só dessa vez. - Ele retira um saco, que parece que contém droga, e sai andando.

Quinn parece enfurecida. Quando vê que o guarda sai pela porta, mostra um belo dedo do meio pra ele. Puck e Santana riem. Santana diz: - Uma vez eles vão ter que nos pegar Q... e você sabe...

Quinn olha diretamente para Rachel que está rindo nesse momento.  É um olhar de morte. Aquele olhar de morte. O olhar da Ice Queen, de que haverá vingança, que não haverá perdão. Um calafrio passa no corpo de Rachel, e depois, ela e Kurt entram na aula nesse mesmo instante.

xx---

A primeira aula de segunda feira, como sempre, é literatura. Pra alguns que acham que é uma chatice, Rachel acha mais uma maneira de mostrar o seu talento. Como escrita, tanto como canto. (Não poderia dizer que ninguém acha insuportável sua voz).

Emma, a professora, entra na sala nesse mesmo instante.  Ela coloca seus materiais na mesa e começa a aula. - E então, quem será o primeiro? 

O babaca do Finn Hudson levanta a mão. Há risadinhas dos colegas, que já sabem o que vira a seguir. 

- Sim, Finn? - Emma ajeita seus óculos e espera o garoto ler o que tem escrito.

O ''discurso'' de Finn começa. 

- Rosas são vermelhas...

Rachel murmura um ''não acredito'', para si mesma. Kurt nota e dá uma pequena risada. - Violetas são azuis,

- Eu não entendo. Rosas são rosas. E violetas são violetas.

E o que já era esperado dele, já acontece. Finn é um babaca inútil. Mas pelo menos tem um bom coração. 

Depois das risadas cessarem, ela pergunta novamente. Rachel ergue a mão. E começa a ler o que escreveu.

"" Ela o observa.

Ela o observa seu jeito sútil de dar a mão a quem a procura. 

Ela observa cada passo que ele dá.

Ela observa os cachos de seu cabelo, observa sua bela voz.

No silencio  da noite, ela pede para que ele a encontre no meio de seus sonhos.

Mas seus mundos são diferentes.

Seus mundos são afastados.

Os seus mundos, talvez, nunca serão os mesmos, se ele olhar pra ela de um jeito diferente.

E talvez assim que tenha que ser""

Jesse a observa nesse mesmo instante, e ela cora. Quinn bufa e diz em voz alta: - Que ridículo, Berry, não é mesmo? Todos nós sabemos de seu amor retardado pelo St.James. 

Ela cora furiosamente agora. 

Senhorita Emma Pillsburry também se ofende. - Fabray, pra diretoria, agora.

- Novidade. - ela resmunga, e sai pela porta.

Rachel ainda está imóvel enquanto Kurt a tranquiliza. Ainda há risadinhas. E o olhar de Jesse ainda está fixo no dela.

xx---

Festa na piscina hoje, na minha casa. É claro que eu não esqueceria de te convidar, Rachel. 

Com amor, St James.

Seu coração dispara vendo a mensagem recebida em seu celular. Ela levanta da cama, começa a saltar feito uma adolescente retardada. Rachel ás vezes, ou sempre, tem seus momentos infantis,  momentos como este.

Ela toma um banho rapidamente, arruma seus cabelos e pega o seu melhor vestido.

Sua mãe lhe da carona, pois seu pai ainda está no trabalho. Sente falta dele, mas sabe que é bom para o sustento de sua família. 

A rua da estrada está deserta. - Mãe? - ela pergunta apreensiva.

- Sim?

- Se eu não quiser ser uma executiva, como papai, você me perdoaria?

Sua mãe arregala os olhos. - Claro... claro.

Nesse mesmo instante, elas chegam na casa de Jesse. É uma mansão bonita. 

Ela já sai do carro quando Shelby a puxa pelo braço. 

- Desde que você esteja feliz... - ela recupera o fôlego um pouco para falar, - eu estarei também.

Um murmúrio de obrigado é tudo que sua mãe ouve, enquanto ela adentra para a casa.

Ela está lotada, e como é noite, preferiu não ir até a piscina. Ela checa o bolso de seu vestido, e se pergunta se essa é a coisa certa a fazer. Essa seria a noite da declaração para Jesse, e também a noite, que pelos seus planejamentos, fugiria com ele para viver seu sonho.

A passagem, o passaporte, tudo certo.

Ela consegue localizar seus amigos. Brittany S. Pierce a cumprimenta, e ela acena de volta. Ela vê Mercedes, junto á Artie, Mike, Tina, e Sam. 

Ela chega ao grupo de seus amigos.

- Fala aí, Rae! - Sam acena.

- Oi, Sam. Espero que tudo esteja tudo bem com vocês. - sem parecer ansiosa demais, ela tenta. - Onde está Jesse?

Os garotos riem. - Você nunca vai desistir dele mesmo, né? - diz Mike.

Todos já sabem a resposta. Rachel não desiste de seus sonhos. - Nunca.

Tina aponta ás escadas para ela. 

- Ele está no quarto. Bom proveito, Rachel.

Ela agradece.

Algo acumula em seu coração enquanto ela sobe aqueles degraus. A casa é rústica, é bonita, e o soom alto se mistura a batida de seu coração. Quando chega a porta, nem precisa bater. Ela abre sozinha. E dá de cara, a quem julga seu verdadeiro amor.

- Oi, Rachel.

Ela cora um pouco. - Oi, Jesse.

Eles entram no quarto.

Eles conversam por alguns minutos. O primeiro movimento é feito. 

- Jesse?

"Hum?" é apenas possível ouvir isso. Ele tenta beijá-lá mais uma vez, e ela deixa se levar pelos seus lábios. Quando o beijo se acaba, ela mostra sua passagem.

Os olhos deles se arregalam e ele solta um sorriso debochado. - É pra mim?

Ela ri um pouco. 

- Não, bobão, é pra nós dois. Que tal viajar hoje? Sai as 23:00.

Ele sai de cima dela nesse momento. -Não, não, não. Eu não quero compromisso sério, por favor... não, você endoidou Rachel. Você ficou maluca. 

Os seus olhos marejaram. - Porque não, Jesse? É só você viajar comigo. Não vai fazer mal. Vamos ser astros da Broadway?

Outro sorriso debochado se forma em seu rosto. - Isso é sonho de criança, você é uma criança. - ele percebe o que acaba de dizer. - Eu não quero te magoar, não quero, mas isso não é coisa que eu quero pra minha vida.

Strike 1.

Esse foi o dia em que o primeiro sonho, o primeiro amor de Rachel fora destruido.

xx---

Os sapatos pesavam em suas mãos, e enquanto sentia o frio absorver a sua pele, ela não se importava se qualquer pessoa que passasse por aquela estrada visse o seu estado de choro naquele momento. Ela nunca tivera o coração partido por um garoto, na verdade, ela só partira o coração dos garotos, como Finn Hudson. Mas ele não merecia ser contado como um ''garoto para ela''.

Os pés cansados não estavam aguentando mais, e tinha certeza que tinha se perdido pelo meio do caminho. Ela checa se seu celular está no bolso. Um alívio. Ele está. Ela o pega.

- Droga...

Ela percebe que está sem sinal. Mais um sinal ruim.

Uma luz na estrada vem bem atrás dela, e ela corre para se afastar do carro. Mas o carro quer é exatamente ela. 

Tenta usar a favor o fato de ser bem baixinha, e corre o máximo que pode, enquanto o carro está atrás dela. Rachel vê a adrenalina pulsar o seu sangue, e pula para a floresta. 

Ouve o barulho de portas batendo e os pés de quatro pessoas ecoando pelo gramado. - Só a deixe em paz, só a deixe em paz, - ela ouve o grito. Ouve o grito de seu melhor amigo Kurt. 

- Kurt? Você está bem?- ela grita tão alto que os três que estão com ele conseguem ouvir.

Ela vê um moicano. É de Puck. Ele ri baixinho, e murmura para Santana. - Essa garota é tão ridícula, é só usar o gayzinho e ela já quer proteger.

Sem mais delongas, agora ela procura fugir. De repente um calor preenche seu corpo, e três sombras saltam para dentro da floresta para procura-la. Ela pula um riacho, mas dá de cara com um tronco. Mais a frente há um buraco, que dá para uma represa. 

Ela tenta subir. 

E o seu vestido, nessa péssima ocasião, fica preso amarrado com o tronco.

- Não foi ela, eu juro! Não foi ela! - Os gritos de Kurt se aproximam e o seu desespero também.

Há latidos de cachorro mais próximos, isso significa que eles podem estar a qualquer momento.

A qualquer momento não...

Uma sombra cobre o feixe de luz e ela não enxerga nada.

Ela sente algo frio e metálico bater em sua cabeça e uma dor começa a latejar. Uma dor intensa.

Ela sente um corpo sobre o seu, e socos são depositados em suas costas. Ela está frágil. Ela ouve a respiração quente pesada em cima dela.

- Você pensou que iria se safar, namorada do Jesse? - Ela gela mais ainda ao ver que a voz é de Quinn Fabray. - Você me entregou, agora eu te entrego.

- Mas eu não fiz nad...

Quinn grita alto. - CALADA!

Ela recebe outro soco por trás.

Santana dá um chute de lado. Puck entra com outro. A dor é insuportável para Rachel. Sangue saí por todo o seu corpo. Kurt grita a cada vez que sua amiga recebe uma agressão. - Vocês vão mata-lá! Matá-lá! - Kurt grita.

A ultima coisa que Rachel vê é mais uma vez algo gelado e metálico na sua cabeça.

xx---

O corpo dela está frio. Está frio. Ela não respira mais. 

- O que fazemos com o corpo? - Puckerman se sente assustado.

Santana vê a pequena porta para a represa. Um corpo consegue entrar facilmente.  - Ali! - ela aponta, e Kurt, para não lembrar de nada, leva uma pancada, e fica desacordado.

Os três estão pasmos. Eles acabaram de matar uma pessoa. Quinn ainda está lembrando da hora que deu o último golpe. Ela assume sua postura fria, ajeita sua touca em seu cabelo e diz.

- Se vocês me entregarem...

Os dois assentem. Eles sabem que se ferrariam junto com ela.

xx---

E no amanhecer, um corpo sem sonhos amanhecia num cano transportador de água. 

O corpo sem sonhos..

Que talvez nunca teria chance de acordar.


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Notas finais do capítulo

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