Titanic escrita por Emily di Angelo


Capítulo 1
Capítulo 1 - O CONSELHO


Notas iniciais do capítulo

Lindos queridos do meu coração. Só algumas considerações para a história.

*A fic se passa em 1912, por isso o Olimpo ainda se localiza na Inglaterra. Tio Rick deixa claro que o Olimpo só "se mudou" depois da I Guerra Mundial (1914-1918)

*Por se passar em 1912, o figurino é de época, como não sei descrever bem as roupas sugiro que vocês pesquisem no google como era a moda da era eduardiana e da belle epoque. Quem assiste Downton Abbey, sabe como eram as roupas naquela época.

*Assistam esse vídeo da música My Heart Will Go On, para vocês verem como era o navio, etc...
http://www.youtube.com/watch?v=yd1uEvyzCmM

Agora sem mais delongas, o capítulo:



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21/03/1912 - Scafell Pike (Olimpo) – Equinócio de Primavera

POV Athena

Eu fechava as portas de meu templo, no alto do Monte Olimpo, que flutuava calmamente centenas de metros acima de Scafell Pike, o ponto culminante da Inglaterra. Já fazia alguns séculos que nós deuses estávamos neste local, mas eu sentia que essa era estava acabando. Os países europeus cada vez mais fervilhavam, e a perda da Alsácia-Lorena, para a recém-criada Alemanha, deixou os franceses humilhados e loucos por vingança. Era questão de tempo para estourar uma enorme guerra, Ares vivia me lembrando disso, e eu não podia negar.

Era dia de Equinócio de Primavera, Perséfone tinha acabado de voltar do submundo, o que deixou Deméter felicíssima. Eu estava me dirigindo ao Grande Salão dos Tronos, onde dentro de minutos começaria o Conselho Olimpiano. Estava usando um vestido cinza claro, um pouco mais claro que meus olhos, com um leve bordado em prateado mais escuro, com um caimento de várias camadas, me dava leveza ao andar. Na cabeça usava um chapéu, levemente dobrado na ponta, da mesma cor do vestido e com mesmo estilo de bordado. Finas luvas brancas cobriam minhas mãos.

Os archotes que iluminavam o caminho até o topo do Olimpo estavam sendo acessos. O sol já ia sumindo e Apolo se aproximava em seu Rolls-Royce Silver Ghost, o “Melhor Carro do Mundo” segundo ele. O carro “pousou” na minha frente.

–Oi Atheninha!

–Não me chame assim Apolo! E trate de retirar seu carro do caminho, atrapalhará a subida dos que não chegaram.

–Sim, já vou estacioná-lo corretamente. Só estou à procura de minha querida irmã, sabe onde se encontra?

–Pelo que sei está com as caçadoras na Áustria, tentando achar Licaón. Mas ela virá para a reunião. Agora, senão se importa, voltarei a seguir meu caminho. Preciso falar com nosso pai antes de começar o Conselho.

Voltei a subir o monte Olimpo. A enorme construção de mármore e ouro brilhava com o fim da tarde. As pesadas portas de ouro maciço estavam abertas e a fogueira de Héstia lançava uma luz alaranjada e sombras no chão próximo a entrada. Entrei no Grande Salão, meu pai, Zeus e sua esposa, Hera, já estavam sentados em seus tronos, elevados em destaque aos outros dez tronos, todos arrumados em forma de U. Deméter, Hefesto e Dionísio já estavam presentes. Os outros ainda estavam chegando.

Apolo apareceu logo, junto com Ártemis, que parecia um pouco aborrecida. Hermes, quando entrou no salão, recebia um telegrama através de seu caduceu.

Dentro de quinze minutos todos já haviam chegado, só faltava ela...

–Onde está Afrodite?! – bradou meu pai.

–Senhor... Ela já está chegando. Era dela o telegrama. – respondeu Hermes.

Logo o ar se encheu com um perfume nauseante e surgiu na porta, com pétalas de rosa vermelha caindo ao redor, Afrodite. Ela usava um vestido rosa e um chapéu também rosa com muitas plumas.

–Podemos começar então. – falou meu pai, enquanto a deusa se sentava em seu trono.

–Um instante... – tentou falar Afrodite.

–Não, já estamos muito atrasados. – interrompeu Zeus – Senhores, bem-vindos ao Conselho Olimpiano do Equinócio de Primavera. Com a palavra Athena.

–Por quê? Por que ela sempre começa? – reclamou Poseidon.

–Por que ela sempre tem o assunto mais importante da pauta. – respondeu Hera, com um olhar de desaprovação ao irmão.

Levantei de meu trono para ficar ao alcance do olhar de todos. Fui até a fogueira de Héstia e virei de frente para o meu pai.

–Nossa era na Inglaterra está se acabando. Uma guerra sem precedentes organiza. Os filhos de Ares incendeiam a França contra a Alemanha. A liga dos Bálcãs organiza uma ofensiva contra o Império Otomano. As alianças se formam entra as potências, e, por consequência, entre nossos filhos. – encarei um por um dos que estavam sentados.

–O que você quer dizer com isso Athena? – perguntou meu pai, preocupado.

–A chama ocidental começa a se mover meu senhor. Mas é uma movimentação nunca antes feita. Ela nunca foi tanto ao Ocidente assim. Os Estados Unidos se desenvolvem de maneira espantosa, nós já temos grande influência lá. Quem se lembra da Guerra da Secessão? Nossos filhos gregos, contra seus filhos romanos?

Vi que atingi o ponto certo, todos se remexeram inquietos em suas poltronas.

–Você quer dizer que temos que transferir o Olimpo para lá? – constatou Hera.

–Sim. Você sabe que os semideuses americanos já se organizaram. Eles estabeleceram uma base em Long Island e outra nas proximidades de San Francisco.

–Mas e os que vivem aqui? Quíron não vai querer abandoná-los. – Poseidon perguntou.

–Deixemos eles nos Acampamentos, nada mudará. Quíron já esteve na América durante a guerra da Secessão. – argumentei.

–Só temos que esperar acontecer então. Quando a nossa ligação com a Inglaterra for rompida, já temos que estar preparados. Precisamos de um local para fixar o Olimpo lá nos Estados Unidos. – finalizou meu pai – Para tanto precisaremos de uma força-tarefa que visite a América...

–É aí que minha pauta entra – gritou histérica Afrodite de seu trono, ela levantou rapidamente fazendo as plumas de seu chapéu esvoaçarem:

–Eu já estava pensando em preparar nossas tão merecidas férias, mas agora que é essencial ir até os Estados Unidos me sinto orgulhosa de ter tido a ideia antes dela ser necessária.

–Que ideia? – perguntei, já preocupada. Tive péssimas experiências com “ideias milagrosas” de Afrodite.

–Eu sei que podemos simplesmente nos transportar até lá, mas eu decidi que era melhor se nós fossemos de transatlântico. Comprei passagens para todos nós, de Primeira Classe, para a viagem inaugural do RMS Titanic.

Murmúrios percorreram o Grande Salão.

–É um presente meu para vocês. – completou a deusa. Se sentando novamente em seu trono.

–É adorável de sua parte, lady Afrodite, mas poderemos levar nossas esposas?

–Claro querido Dionísio, Ariadne virá conosco. Assim como Anfitrite, Hades e Perséfone.

Então estava decidido, iríamos de navio até Nova York e depois procuraríamos a nossa nova moradia. Tudo isso acompanhado do senhor dos mortos, da esposa egocêntrica do meu adorável inimigo e da perigosa Afrodite. Ia ser uma viagem perfeita.

–Soube que Titanic foi construído por um de seus filhos Athena. – comentou Afrodite.

–Sim, o Thomas. Ele é um ótimo engenheiro naval... Mas ele pensa grande demais, eu o alertei sobre alguns problemas...

–Que problemas podem atingir um navio que é “inafundável”? – gargalhou Afrodite. E eu senti um arrepio percorrendo minha espinha.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?

bjus e até o próximo capítulo.