Mr. Brightside escrita por Ariel


Capítulo 2
Bônus – Trago o seu amor em 7 dias


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo - e pela ultima vez - bom vamos ao que interessa ne?
Bom antes, eu queria agradecer a quatro pessoas que me fizeram fazer esse bônus, a Lucs a minha maninha querida que me apoia em tudo, a Maah que fez a linda recomendação e a Iderlane Queiroz que me mandou Mps sobre eu fazer uma short ou uma continuação e a quarta são vocês que comentaram, favoritaram e me deram a opinião de vocês.
Entao e isso, ta enorme e muito engraçado, espero que gostem e comentem e recomendem ta... e gente vamos de bônus...

PS: Betado pela minha linda beta Bruna Rezende que arrasou mais uma vez e fez com que isso aqui fosse postado hoje...

Entao e isso bônus dedicado a todas as lindas e gatas que eu falei em cima, sintam se todos abraçados.

PS2: Não me xinguem ta se não entenderem, mais essa parte em itálico e lembranças da helena, mais acho que da pra entender ne, eu tentei fazer do jeito que entendesse e acho que da kkk me falem se da ta!

Boa Leitura



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Bônus – Trago o seu amor em 7 dias




Talvez aquela fosse a sexta vez que eu suspirava e depois virava de lado na cama, talvez aquela fosse a segunda noite que eu não conseguia dormir, devido ao meu excesso de cafeína, ou talvez fosse o segundo dia depois do incidente do metro, tanto talvez,... Sabe eu já não gostava dessa palavra, da tanta incerteza... Tipo: Talvez eu te de um bolinho helena, talvez você engorde um pouco Helena, talvez você passe em matemática esse ano Helena, mais o pior de todos esses talvez seja esse....




Talvez a gente se veja por ai Helena – TALVEZ? ELE TINHA ENFIADO A LÍNGUA DELE NA MINHA GOELA E DEPOIS DITO TALVEZ A GENTE SE VEJA POR AI? Ah eu só não gosto, como eu odeio a palavra TALVEZ. ODEIO MESMO. - Desculpa, excesso de cafeína deixa a gente um pouco estressada – mas qual é ele podia pelo menos ter me pedido em casamento, ou quem saiba ter me mordido e eu ter virado um vampiro – cafeína dando oi - ou um pedido de namoro, eu sei que foi só um beijo e tals, mais ele poderia ter pagado um sorvete de menta pra mim e segurado minha mão enquanto a gente caminhava pelo o arco-íris da paixão – oi? – o importante é quem beija uma menina por livre espontânea vontade e depois foge que nem um rato do gato? Pois é ninguém que eu conheça.

Nesses dois dias eu já tinha pensado de tudo, eu já tinha pensado que ele havia esquecido a panela no fogo e tinha ido embora porque a casa dele tinha pegado fogo, mais depois de alguns minutos eu descartei essa opção já que ele não tinha recebido nenhuma mensagem, muito menos um telefonema – sinal de fogo também não, porque se não eu tinha visto– depois eu imaginei que ele estaria atrasado pra ir buscar o irmãozinho remelento na escola – uma boa opção – mais depois pensei que não, mal havia começado o horário escolar como ele ia buscar o pivete na escolinha? Eu sei que eu estou tentando não chegar à opção mais dolorosa que seria... ELE ME BEIJOU POR PENA, ELE FOI EMBORA POR CAUSA DO MEU BAFO DE DRAGÃO QUE CHUPOU CEBOLA.

Era difícil acreditar nessa opção, ele que pediu para me beijar, eu me lembro disso perfeitamente, eu posso esquecer-me de tudo, menos do que ele me disse quando eu estava jogada mais uma vez no chão.

Eu quero te beijar Helena. Por favor, não me bata de novo, ok?


Sabe eu deveria ter metido a bifa nele, mais não eu tinha que me derreter que nem calda de chocolate – ô vidinha difícil essa minha – sabe quando eu estava lá jogada no chão sendo beijada e tudo mais – com tudo que tem direito mesmo – eu pensei que talvez eu tivesse pelo menos um dia de sorte – um dia meio estranho de sorte, porque se eu bem me engano o começo daquele dia não foi nada interessante – que pelo menos eu ia me dar bem alguma vez na vida, mais adivinha não rolou.


Na verdade nada rolou naquele dia, primeiro o metrô quebrou, depois um menino que mais parecia ter levado um tiro de canhão tentou me beijar, depois eu quase cai dentro de um túnel escuro, e pra completar eu fui sacaniada e ainda por cima fui deixada lá com vontade de bis por um menino que mais parecia uma alucinação de tão perfeito do que real, deixada deitada no chão no meio da rua não foi nada legal. Agora chegar à escola e minha mãe estar lá isso foi o melhor do meu dia... Sim a minha linda e raivosa mãe estava lá batendo seu salto 15 no chão de mármore, o legal nem foi ela estar lá, o legal foi o que aconteceu:

– Aonde você estava mocinha? – O que eu falava naquele momento? Tipo, Mãe desculpa mais eu estava sendo engolida pelo um deus grego que depois de alguns segundos saiu correndo pra casa fazer não sei o que e me deixou jogada no asfalto, enquanto eu me martirizava e pedia a deus que um caminhão passasse na minha cabeça e meu acéfalo e toda alfafa que há no meu corpo virasse apenas geléia no asfalto, mais a única coisa que eu disse foi:

– Eu me atrasei, desculpa... Cai no quebra mola e fiquei lá no chão passando um tempo de qualidade no asfalto quente – até que não era mentira, já que realmente eu passei um tempo de qualidade no chão tentando não sentir pena de mim, não me sentir mais humilhada... Mais estava difícil.

– Nossa Helena que fedor é esse? – claro que eu me esqueci de falar que no meio do caminho para vir para escola eu pisei num grande coco de cachorro – claro que esqueci de falar, porque eu sempre deixo o melhor pro final - e tive que vir arrastando o pé para ver se o bendito coco saísse do meu lindo Nike, e o fedor que não sai de mim, aquilo era sobre humano cara, o cachorro que tinha feito aquela arte não podia ser daquele planeta, não podia mesmo.

– Coco de cachorro – falei desanimada enquanto jogava meu corpo fraco e cansado na cadeira de madeira do lado, e adivinha o que aconteceu? A cadeira vagabunda que estava na direção da escola quebrou, quebrou comigo em cima, e euzinha cai que nem panqueca no chão.

– OH DROGA – praguejei enquanto minha mãe e a diretora riam da minha desgraça, sim elas estavam rindo, quem deveria rir era eu... Fui largada, pisei em uma arte de outro mundo – bem que eu desconfiei que ETs habitavam esse planeta – e ainda por cima me joguei numa cadeira que deveria ser mais velha que minha avó.

– Sempre fazendo arte né filha – sempre fazendo arte? Minha mãe achava que meu azar continuo e a minha falta de equilíbrio momentâneo era arte? Ela estava era usando entorpecentes, ou era só o cheiro da progressiva que ela vivia passando no cabelo que estava fazendo ela ficar piradinha.

– Mãe isso não se chama arte, e sim cair com tudo no chão, acho que eu não preciso explicar muito, já que toda manha eu caio assim quando a senhora grita – era verdade, ela sabia que cair era minha especialidade, ela sabia que eu não era nem um pouco normal, serio ela tinha que ter alguma explicação para tudo que da errado na minha vida.

– Filha você só é desastrada, eu também era quando pequena – genética? Não isso não explicava o meu azar –não mesmo- isso tinha algo a mais, não era possível, eu não ia acreditar na hipótese do sangue de barata – nunca – isso tinha cheiro de macumba, e das brabas... Ou então eu nasci com pé esquerdo mesmo, foi assim invés de sair como um bebe normal eu saí escorregando pelo útero da minha mãe e cai no chão, só pode ser isso.

– Então me explica mãe porque eu caí? Porque eu pisei no coco do ET de varginha, porque eu caio todo dia de manhã, me explica porque ao invés de ter uma coleção de card ou de pôsteres eu tenho uma coleção de marcas e manchas roxas? Porque mãe? – mais humilhante do que ficar deitada no meio do asfalto esperando o caminhão ou até mesmo um fusca me atropelar, era ficar deitada no chão da sala da diretora com a minha mãe e a própria diretora me encarando, a vida não podia ficar melhor? Claro que não!


Minha mãe sentou-se do meu lado – olha que desprezível, ate minha mãe fica mais bonita no chão do que eu – e disse:


– Filha você só é diferente, e cair é normal, todo mundo cai, não e senhorita Veronez? – minha mãe olhou sugestiva para diretora – eu sei que aquele era o olhar assassino que ela lançava para alguém quando queria que ela dissesse o que ela queria – que logo disse apresada.

– E sim menina Starte, a cadeira nem era nova – minha mãe deu um sorriso para diretora que fez um joinha sugestivo com a mão, eu sei que elas estavam tentando me ajudar e tudo, mais nada me tirava da cabeça que eu era uma azarada sem cura e que eu iria morrer sozinha – sozinha não com seis gatos gordos – só por causa do meu bafo de dragão.

– Ta mãe, não quero mais falar sobre isso, só me leva pra casa – falei isso enquanto levantava meu corpo do chão – tão familiar aquele chão, já sentia como se ele fosse minha casa – senti minha clavícula latejar quando me sentei no chão, não que eu fosse medica e nem nada mais acho que dessa vez a coisa foi mais seria do que eu estava habituada.

– Mãe? – falei assustada com a dor que se alojava em meu corpo, minha mãe que já estava em pé conversando com a diretora se virou em minha direção e disse sorridente:

– O que foi querida? – não sei se eu dava a noticia agora? Ou espera eu cair de novo pra ter certeza que minhas costas não tinham sido fraturadas, mas como as minhas costas não estavam nada boas eu resolvi dar a noticia logo.

– Acho que eu fraturei alguma coisa – eu só achava, eu falei essa palavra né? Eu disse que era só uma suposição não tinha nada de tão concreto, mais a cena a seguir foi pior do que mil tocos que eu tivesse levado do Thiago.

– MEU BEBÊ, LEVEM ELA PRO HOSPITAL, CHAME A AMBULÂNCIA, DIGA QUE UMA MENINA ESTÁ QUASE MORRENDO AQUI... LIGA LOGO MULHER – sim era minha querida mãe que estava dando um chilique, nem em meus piores sonhos eu imaginei a cena da minha mãe chorando e gritando “NÃO” – eu falei pra ela não assistir tanto filme romântico, às vezes ela ficava dramática demais – mais como eu disse aquele dia não era um dia de sorte, não mesmo...


– HELENA VEM TOMAR SEU CAFÉ DA MANHA MENINA- Droga, já havia amanhecido e eu não consegui dormir de novo, fazia dois dias que eu não ia à escola, que eu não andava de metrô – dois longos e intermináveis dias – eu não havia caído mais - isso já era uma vitória – e eu não tinha me sentido mais um lixo por causa do meu pé na bunda – proporcionado por um deus grego – eu nem queria mais ser atropelada por camelos – olha isso ai já e bom.


– TO INDO MÃE – levantei da cama tentando me convencer que aquele dia podia ser melhor, que eu poderia encontrar o amor da minha vida na esquina – não ele não estaria fazendo programas – e nos beijávamos (depois de euzinha escovar os dentes umas setenta vezes) e viveríamos felizes e azarentos para sempre – uma cena dessa pra chamar de minha era tudo que eu precisava agora.

Eu já me sentia até bem naquela manhã, serio! Não cair me fazia bem, acho que era disso que eu estava precisando para que minha baixa estima pelo menos subisse 10% - já era um grande avanço – mais como eu sempre digo a sorte não vai com a minha cara e não ia mesmo porque não sei de onde apareceu uma bacia com água no meio do meu quarto, e adivinha? Tropecei nela e cai de cara no chão e pra piorar a bacia virou na minha cabeça.

– AINDA BEM QUE VOCÊ ESTA DE VOLTA QUERIDA, ESSA E A HELENA QUE NOS AMAMOS – minha mãe tinha que ouvir sempre quando eu caía? Que droga, e eu achando que hoje nada de ruim ia me acontecer, acho que... Droga que dor era aquela...

– MAAAAAEE – Gritei de dor enquanto tentava levantar, com certeza aquilo não era por eu ficar rolando na cama, não mesmo!

– JÁ VOU LIGAR PRO DOUTOR CHARLIE – aquela mania que minha mãe tinha de saber ou prever as coisas me deixava irritada, eu era tão previsível assim? Mais mesmo assim eu não podia me queixar, já que agora eu precisaria das premonições dela para me trazer um medico.

– FAÇA ISSO – falei isso enquanto me arrastava ate o tapetinho perto da minha cama e esperava ansiosa pelo o mesmo doutor que havia me atendido quando percebi que minha clavícula havia sido fraturada na direção da escola, naquele dia ruim.


– Calma meu amor, já já o seu médico de confiança chega – medico de confiança? Acho que vocês estão se perguntando a mesma coisa que eu, quando foi que eu arrumei um médico de confiança? Acho que eu perdi essa parte ai da historia, na verdade eu perdi todo o episódio do bob esponja deitada nesse chão cheio de micróbios da direção – isso aqui não é um chão familiar, eu prefiro o chão da minha casa, lá eu sei que minha mãe sempre passa bastante desinfetante, já que ela sabe que eu sempre vou me esfregar lá – mais tudo bem nem sempre a gente pode ver o Bob Esponja fazer um hambúrguer de siri – mesmo que isso me faça sentir uma fome desgramada – tá vendo até pensando merda eu já estou e esse médico de confiança – que não é a minha – não tinha chegado ainda.


–To calma mãe, a senhora que tem que se acalmar – falei tranquila enquanto minhas costas doíam pra carai – ta não tão tranquila, mais também o que ela queria, eu estava entrevada no chão perdendo episódios importantes do bob esponja e o médico que acaba de não ganhar mais minha confiança não chega – e além de dor, eu ainda estava descabelada e jogada no chão, e se alguém pisasse em cima de mim – tipo a minha mãe, que não parava de andar pra lá e pra cá com a arma mortífera que ela calça – e pra completar eu ainda estava fedendo – não estou falando do meu bafo de dragão – a cocô de extraterrestre.

– Cadê a senhorita Veronez com a água? - Talvez ela esteja tentando pegar água no bebedouro – quase um desafio, quer dizer é um desafio, toda vez que eu ia beber água naqueles esprintimis escolares eu sempre molhava a cara toda, imagina se de lá saísse coca cola – ou quem saiba ela foi fazer a água, mais pera, porque minha mãe quer água? Eu não estou com sede, ela não parece com sede.

– Mãe pra que é a água? – eu sei que eu não deveria estar tão interessada nisso, já que eu tinha problemas piores, mais cara a curiosidade me corroia feito acido – não tenho culpa se alem de azarada eu era curiosa- e ficar guardando esses sentimentos não era bom pra mim, não mesmo!

– Era para tirar aquela mulher da minha frente, sabe ela cansava a minha beleza – sabe pior do que entender a mim mesma, era entender a minha querida mãe, serio! Ela era pra ser estudada não pra ser entendida mais fazer o que?

– AAH... – antes que eu conseguisse falar alguma coisa a porta da sala da diretora e rompida mostrando um senhor muito bonito e. – minha mãe com certeza já estava retocando o batom –... O THIAGO? QUE MERDA ERA AQUELA?? O QUE ELE ESTÁ FAZENDO ALI?

– Desculpa senhora, mais eu estou atrás da diretora... – Eu estava assustada – me olhar no espelho não era uma opção – com certeza meus olhos estavam maiores que de um esquilo chapado, mais não tinha como mudar minha reação, ele estava ali na minha frente me olhando, ALI NA MINHA FRENTE, eu não conseguia dizer nada, eu não conseguia falar nada... Porque Deus?

–... Veronez o nome dela e Gabriela Veronez, ela foi buscar uma água para minha filha que esta passando mal, mais quem é você? – nada direta minha querida mãe, eu sabia que ela estava flertando com ele – mais rápida que eu – mais nem liguei muito, já que Thiago se abaixou um pouco pra ficar mais perto de mim e depois disse:

– Sempre jogada no chão né Helena, caiu de novo? – voz maldita, homem maldito, porque ele tinha que ser tão irresistível? Porque ele tinha que ser tão... tão gostoso, odeio ficar sem o que falar, odeio minha mania feia de sempre encontrar ele em uma situação constrangedora.

– Er... – claro que palavras me faltaram né, quer dizer me faltava tudo naquele momento, me faltava um buraco para eu só me jogar, me faltava a voz para eu xingar até a sexta geração dele e me faltava uma mãe que não flertasse com estranhos e me ajudasse, ME FALTAVA O MÉDICO QUE NÃO TINHA GANHADO NEM UMA ROSQUINHA QUEM DIGA MINHA CONFIANÇA.

– Meu nome e Charlie Santiago prazer senhorita? – claro que o cara não era imune os encantos que minha mãe tem – que bicha egoísta, ela podia ter me dado pelo menos alguns de seus muitos encantos ao invés de uma pele pálida e uma cara estranha – minha mãe que é quase uma princesa de tão educada – coisa que eu não sou – levantou sua mão e estendeu ao homem não mais estranho e disse:

– Mariana Starte o prazer é todo meu – claro que ninguém liga pra pessoa que esta jogada no chão do lugar, não que isso eu sou só uma loira esquisita e esquecida no chão – tão normal isso – quer dizer não tão esquecida, já que Thiago estava agora sentado no meu lado me olhando – DROGA,NÃO ABRA A BOCA HELENA, VAI QUE ELE SAI CORRENDO DE NOVO POR CAUSA DO SEU BAFO.

– O que aconteceu aqui? Porque sua filha está deitada no chão? – aah só estava ali tentando tirar um cochilo, oh povinho de perguntinhas idiotas, claro que eu não ia falar isso né – só se eu quisesse morrer, porque a senhora sorrisos ali ia me matar se eu respondesse mal a sua nova aquisição – mais o interessante não foi a pergunta idiota do senhor que eu ainda não sabia quem era, e sim o que o senhor desentupidor de bocas alheias – e depois vai embora... aaah não quero falar sobre isso, meu coraçãozinho não ia aguentar mais tanto azar– disse:

– Ela deve ter caído de novo pai – PAI? Aquele era o doador de espermatozóide dele? Menina to passada de tão reta – Upi enlouqueci – eu sei que eu parecia uma abestada quando eu fazia aquele movimento estranho com a cabeça, tipo mais não tinha como eu não fazer, olhar pro velho e depois olhar pro novo me dava à chance de ver como meu futuro marido – quando ele me pedisse desculpa e me desse uma blusa do lula molusco – ia ficar quando a idade viesse, e vou te dizer... EU TENHO UM BOM GOSTO MEU FILHO...

–Como você sabe menino? Vocês se conhecem? – Epa, agora complicou como falar para minha mãe que aquele era o futuro genro dela? – quando ele descobrisse que ele ia casar comigo... Amarras e algemas podem entrar numa igreja né? O noivo nem precisa da mão quando casar? Ou precisa? Enfim – mais a única coisa que eu disse foi:

– Dei um murro nele quando eu estava na escolinha – falei desanimada enquanto tentava passar que falar aquilo não feria e nem magoava meu grande azarado ego – na verdade feria, eu sei que aquilo sempre estaria no meu currículo, tipo aqueles que você arruma quando vai procurar um emprego, não que eu tenha feito um daquele mais mesmo assim quando eu fizer tenho certeza que nas experiências teria isso – serio aquilo realmente feria meus sentimentos – não mais que ser largada na rua fazendo boquinha de peixe – ooh droga eu sou quase uma aberração.

– Ah então é você a menina que ele era apaixonado, você tem um belo gancho de direita menina – falou o Thiago mais velho rindo, ta vendo eu não precisava ser só a velha com bafo de vitamina de cebola com seus seis gatos gordos, eu poderia ser a velha com bafo matador que luta boxe, que tal? – ta bom eu preciso de um médico que não tenha confiável no meio do nome – mais enfim, nem tudo esta perdido, ou talvez esteja já que a palavra era estava em frente do apaixonado. Ooh vidinha miserável essa minha.

– Aah filha então esse gato que tirou seu BV na escolinha? Aquele que você era apaixonadinha? – BURACO? SEU LINDO? APAREÇA E ME LEVE PARA O PAÍS DAS MARAVILHAS EU POSSO SER SUA ALICE – ta morrer seria mais fácil do que isso, talvez se eu me olhasse no espelho eu podia espremer minhas bochechas vermelhas e botar em cima de um prato de macarrão, já que com certeza eu estava mais vermelha que um estrato de tomate – não e pior foi a cara de “Ah que lindo” das duas pessoas que fizeram o meu lindo rostinho pálido ficar vermelho e o ROSTO DO THIAGO TAMBÉM ESTA VERMELHO? ELE TA SIM, ELE TA SIM... – se eu não estivesse jogada no chão sentindo as minhas costas arderem eu faria uma ridícula e feliz dançinha da vitória.

– É verdade Helena que você era apaixonadinha por mim? – meu Deus, se você me tirar dessa eu juro ser uma pessoa melhor –não que eu não seja uma ótima pessoa – eu juro lavar meu All-Star velho pelo menos uma vez no ano, eu juro juradinho. Thiago mordia seu lábio inferior e me encarava – Ô meu Deus, eu nunca quis ser tanto um dente... Não os dentes de trás mais os da frente, meu sonho – eu sei que eu tinha que dar uma resposta plausível e resolver o meu problema – tipo, Thiago eu era caidinha por você, pior que uma fruta podre que cai da árvore, eu não era eu sou apaixonadinha por você, você é o cara que faz meu estomago virar um canal de águas vivas e minhas pernas virarem liguinhas – CORAGEM CADÊ VOCÊ MINHA FILHA?

– Mãe, minhas costas estão doendo, cadê o médico nada confiável que você chamou? – Eu sei, eu sou burra, mongol... Mais e ai não ia adiantar nada eu falar aquilo, ele havia me deixado num asfalto caramba, não foi numa calçada e nem num banco... NUM ASFALTO e ele nem me explicou porque ele me deixou lá!

– Ah claro minha filha, aonde se tem um médico quando se precisa? – vixe, já já ela vai começar um chilique – por favor, não faça cenas dona Mariana – pensei, enquanto Thiago se levantava de perto de mim e disse:

– Pai, vou lá fora falar com a Pri, resolve o negocio da minha matricula, por favor, qualquer coisa você me chama – PRI? MATRICULA? Ooh meu deus eu perdi alguma coisa que eu não sei? Quem era a vaca alada que não tinha medo da morte que ele foi procurar – quase sinto vontade de matar – ela estuda aqui? Como eu nunca vi a minha arque inimiga? Se eu pudesse levantar daqui eu iria ate lá resolver esse assunto – mais pera ai ele falou matricula? Ele vai estudar aqui? ELE VAI ESTUDAR AQUI! Mais ainda não sei quem é a Pri – quer dizer eu sei de uma coisa, se depender de mim ela seria a próxima da fila do pronto socorro, ah se ia.

– Claro filho, e bom eu sou médico, se você quiser eu posso dar uma olhada na sua filha – pelo menos uma noticia boa, eu já estava cansada de não ser lembrada, olhei pra minha mãe com aquele olhar de Por favor, não me deixe morrer esperando o medico não confiável, por favor... Acho que meu olhar de mamãe me dá uma bala deu certo porque minha mãe disse sorridente:

– Eu e a Hell adoraríamos que você desse uma olhada nas costas dela – Aleluia irmãos, quase sinto vontade de beijar o chão – acho que é o único lugar que eu poderia beijar sem ele se preocupar com o meu bafo de dragão – eu já disse quase né? Não sei por que mais eu não gostei muito do complemento da frase que ele disse:

– Só vou chamar o Thiago pra me ajudar a botar ela no sofá sem machucá-la – droga de vida, droga de azar, droga de Thiago, droga de costas, droga de doador de espermatozóide com idéias de girico, DROGA DE MÉDICO NÃO CONFIÁVEL...

– NÃOOO – eu sei que eu parecia uma débil mental – não que eu não seja – mais eu não queria que ele me pegasse no colo – mesmo que eu pesasse peso pena – eu não queria que ele voltasse para essa sala enquanto eu estava jogada no chão, isso era humilhante, e eu não queria me sentir mais lixo do que agora.

– Não precisa pode deixar que eu consigo levantar – ta eu não conseguia levantar, mais eu tentaria , já que eu não queria chamar o menino que estava lá com a tal de Pri – um quase ser que não ia existir mais, deixa eu melhorar – então foi isso que eu fiz, com a ajuda da minha mãe e do médico, eu levantei e o doador pode fazer seu trabalho, Pelo menos eu não estava igual o corcunda de Notre Dame... Ainda.


–Foi só o inchaço Helena, como eu havia te dito lá no dia em que você estava no chão da diretoria, você só tem que tomar cuidado pra não cair de novo, vou passar um creme para você passar quando doer, mais por enquanto só quero que você olho por onde anda e não caia.


Porque ele não pediu para eu cair? Assim talvez eu o desobedeça e não caia, ou quem sabe ele não pedisse para eu não pentear o cabelo, também ia obedecer tranquila – já que a preguiça que se aloja no meu corpo não é de Deus – mais não ele tinha que me pedir para olhar por onde eu andava? Se ele soubesse os planos que eu tinha para aquele dia, ele não iria dizer aquilo, não mesmo.

– Ta bom doutor - eu prometi olhar por onde eu andava, não prometi que não iria pra onde eu olhava – confuso né? – enfim mais eu não conseguia mais controlar a língua, eu tinha que perguntar pelo Thiago, eu tinha que saber se ele já tinha casado se amigado ou engolido a tal de Pri – primeira na fila do pronto socorro – eu precisava saber se eu ainda tinha chance.

– Er... Doutor, como esta seu filho? Ele está gostando da escola? – E claro que aquele sorrisinho alto do doutor não foi porque ele ganhou um bolinho-Eu ia ficar feliz se eu ganhasse um bolinho - e sim porque aquele descarado de meia idade de uma figa estava gargalhando da minha cara, DA MINHA CARA, DA PRA ACREDITAR NUMA MARMOTA DESSA?

– Ele esta bem sim Helena, e sim ele já tem varias coleguinhas, eu sempre vejo ele com as amigas da Pri... Só isso? – COLEGUINHAS? Que merda não tem homem nessa bagaça não? Eu já achava que os caras lá da escola era tudo viado – não é preconceito, é só porque eles passam mais tempo se olhando no espelho que eu – agora mesmo que eu acho que não tem nenhum homem nesse caramba, porque se ele esta andando com meninas é porque os meninos tudo desfrangaram - essa palavra nem existe né? Mais enfim – tudo purpurinou e foi voar pelo bosque do cavalinho rosa, o importante era que mais uma vez essa Pri estava no meu caminho – a primeira da minha listinha de assassinatos, se eu virasse uma assassina seria ela – o que eu vou fazer se ela for loira e bronzeada? Eu sou só uma franguinha com desnutrição, e ela deve ser modelo da passarela... Ô MEU DEUS, que vidinha três por quatro essa minha.

– Só isso, obrigada doutor mais uma vez – falei desanimada enquanto sentava em minha cama, o doutor se levantou da minha cama com um sorriso Colgate e juntou suas coisas que estavam em cima da minha escrivaninha e depois se levantou, abaixei a cabeça e voltei a pensar no que o doutor falou, sabe eu não podia culpá-lo, a culpa era minha – minha e do meu bafo de onça – eu era azarada demais para alguém me amar, eu ...

– Helena... – levantei minha cabeça quando ouvi o doutor me chamar, ele estava sentado mais uma vez em minha cama, senti ele se aproximar um pouco e depois pegou minha mão – claro que eu fiquei assustada pra caramba, já estava pronta pra dar um bifa nele – e disse:

– Eu não sei o que você sente pelo meu filho, ou o que aconteceu entre vocês, mais eu quero que você não desista, eu sinto que ele gosta de você – eu também sinto varias coisas, dor de barriga, dor nas costas e uma vontade enorme de tomar toddy, mais não sei por que o que ele me disse me deu um enorme alegria – qual é uma menina pode sonhar – eu não ia desistir, que idéia de jerico era aquela dele, eu nunca ia deixar uma loira bronzeada roubar o que era meu – ele ainda não sabia mais ele ia saber algum dia – eu ia pegar o que era meu nem que eu precisa de vudu , ou de uma simpatia das brabas, era isso que eu ia fazer, com a ajuda da minha nada normal amiga Gina.

– Obrigada Charlie – ele levantou com um sorriso de canto – o mesmo que o Thiago tinha – e depois caminhou ate a porta e abriu, mas antes de passar por ela ele parou e disse:

– Ah, o Thiago mandou um beijo – e depois saiu, sem dizer mais nada... Que velho de meia idade mais desgramado de uma figa, como e que ele me sai depois dessa bomba?- Ele bem que podia ter ficado, ou não mais enfim - Levantei feliz e saltitante – ta não tão saltitante, isso não e muito do meu feitio – me arrumar para sair com Gina, eu me lembro bem quando ela veio aqui em casa – Tomar meu toddy e falar que eu estava mais pálida que a noiva cadáver – me dar uma grande idéia, a idéia do século- quer dizer a idéia que a cada ano a Gina tinha, mais isso não vem tão ao caso - para ser mais exata, nos iríamos na madame Dulce – espero que ela traga o meu amor em 7 dias mesmo, se não a cobra ia fumar pro lado dela, aah se ia.


– Levanta dessa cama Starte, ou eu vou ai e te tiro a força – Droga, eu já não tinha dito para minha mãe fechar a porta de casa quando saísse, era sempre a mesma merda mesmo? Porque que toda vez que eu estava conseguindo dormir me aparece à maldita Gina e me acorda, pelo amor de deus quando e que eu vou poder me deprimir em paz? Eu só queria morrer de tanto comer burritos e rosquinhas com granulados coloridos.


– Me deixa em paz Gina preguiça, eu quero dormir – falei enquanto botava o travesseiro na minha cabeça e contava ate dez pra não meter o cacete na minha melhor amiga – amiga até ela não roubar meu saco de jujubas de iogurte, isso é meu limite rígido na amizade – mais adivinha, Gina era pior que uma doença, quando ela chegava não queria sair nem com reza braba.

– Levanta daí Hell vai, eu tive uma idéia legal que vai te ajudar com o seu azar – claro só se ela me manda-se pro passado para eu impedir minha mãe de passar de baixo de escadas, de cruzar os caminhos dos gatinhos pretos – tão bonitinhos, já disse que adoro gato ainda mais preto – e de quebrar espelhos – acho muito difícil, já que minha querida mamãe é a cara da beleza agora imagina na juventude... Coisa que moa aqui não é nem se quisesse - só voltando o passado eu iria entender porque minha vida é tão trágica.

– Não, não levanto daqui nem por um decreto me deixa em paz – Gina puxou o travesseiro da minha cabeça me fazendo bufar de raiva, tentei ser legal e não arrancar os cabelos longos e brilhantemente pretos da cabeça dela mais não estava dando – não mesmo – em um ultimo recurso de não meter o sarrafo na minha melhor e única amiga botei minha cabeça para dentro do cobertor e fiquei lá comendo uma jujubinhas – o que? É meu estoque de emergência, e elas estavam se sentindo sozinhas e frias lá na escrivaninha, eu não podia deixar minhas amiguinhas lá, não seria legal isso – mais adivinha a peste da Gina puxou meu cobertor ate o meu pé e me viu com a boca na jujuba.

– Que merda e essa Hell? Você ta dormindo com um monte de saco de jujuba debaixo do cobertor? – não imagina, aqueles 10 sacos abertos de diferentes sabores era só uma miragem, mastiguei a quantia exagerada de jujuba que tinha na minha boca e falei:

– Não sei por que eu ainda deixo você entrar aqui – era verdade, ela sempre me repreendia por excesso de doces, e vivia muita das vezes me tirado de enrascadas que meu próprio azar nos metia – ta aquela guerra de comida não foi meu azar, mais no final foi, eu nunca pensei que eu ia cair em cima da diretora e fazer ela ir de encontro a uma macarronada, claro que foi sem querer... Mesmo que ela não tenha entendido dessa forma – mais ainda era uma mala sem alça, mais acho que isso é da raça mesmo – amigos, sempre uma raça de gente que quer só seu bem, me dar um saco de amendoim ninguém quer – mesmo Gina sendo uma péssima conselheira, ela ainda era a Gina preguiça minha melhor e única amiga.

– Por que você me ama, e também se eu não estivesse na sua vida talvez você não estivesse mais viva, sabia que isso aqui da formigas? – e daí formigas amigas, pelo menos elas não se incomodariam com meu bafo de onça.

– Sabia e daí, mais acho que você não veio aqui para me falar isso né? – claro que não, Gina como eu adorava uma fofoquinha de manhã, ela era anti social e tudo, mais mesmo assim escutava tudo – e falava mais que os cotovelos – e isso ate poderia ser interessante, fazia um dia que eu não ia pra escola mesmo.

– Nem te conto Hell, entrou um deus grego lá na escola... – claro que ela ta falando do Thiago, não tem outro deus grego por ai, ou na escola o importante era que essa fofoca tava mais passada que a carne que minha mãe tenta fazer quando a cozinheira tá de folga – mamãe na cozinha e envenenamento na certa – só de pensar chega me da calafrios.

– O nome dele e Thiago ele e tão lindo Hell, pena que ele anda com um bando de piriguete, mais de vez em quanto eu vejo ele com uma nerd esquisita... – serio a vida não podia ser pior, peguei meu saco de jujuba e enfiei um monte delas na boca enquanto Gina falava animada sobre a mais nova aquisição do bando de piriguete do Paraguai - pense numa coisa engraçada Helena, pense em uma coisa engraçada – tentei não prestar muita atenção na tagarelice de Gina, mais não deu...

– GINA EU BEIJEI ELE, PRONTO FALEI – Claro que Gina ficou calada e me olhando que nem uma estranha, ta não foi assim meio que saiu a frase já que eu estava com monte de jujuba na boca, mais pelo menos a jujuba não voou tudo na cara da Gina – ta só um pouquinho.

– Desculpa – falei sem graça enquanto Gina tirava o resíduo de jujuba de morango da cara.

– DESCULPA E O CARAMBA, PORQUE VOCÊ NÃO ENGOLIU TUDO E DEPOIS FALOU – eu não tinha pensado nisso, talvez essa seria melhor opção... Mais não tem como mudar o passado né? Ou tem?

– Eu esqueci que tinha que engolir pra falar – Gina me olhava possessa talvez esse ano eu não ganhe presente de natal, mais não importava já que Gina sempre me dava um abraço e dizia que já tava era bom e que eu estava ganhando era muito – uma graça essa minha amiga.

– Esqueceu foi? Cara eu deveria te matar, mais não agora já que eu não entendi bem o que você disse quando jujubas assassinas do mal estavam voando em direção a minha cara, sorte sua que eu estava de boca fechada, mais vai me diz de novo o que você disse.

– Eu beijei ele – falei baixinho tentando fazer com que ela não ouvisse – vou falar só uma vez – mais mesmo assim ela me fez repetir umas quinhentas vezes ate eu gritar que eu tinha beijado ele – merda de amiga, vou tentar comprar uma no mercado negro, mais uma que não tenha problemas auditivos por favor.

– QUEM? – nossa lenta nada, mais eu queria o que? Gina não entendia bem na primeira vez, você sempre tinha que falar umas duas vezes ou mais para ela entender, mais esse era o jeito estranho e escroto dela de ser, era assim eu pálida e azarada, ela pálida e lerda uma dupla imbatível, quase infalível... Eu disse quase.

– O Thiago – falei como se eu estivesse pedindo ovos com bacon no café, tipo “mãe quero bacon, ovos e a beijei o Thiago mais não é nada’’, só foi um desentupidor de pia rápido, nada tão importante... quer dizer não tão importante pra mim – ta foi um pouquinho importante, ou talvez muito - mais para minha amiga escandalosa e escrota era muito importante.

– AAAAAAAAH ME CONTA TUDO SUA SAFADA – vixe Maria, para que mesmo eu fui contar isso pra ela?Agora ela vai quer saber até que cor era a língua dele, e como foi que aconteceu nos mínimos detalhes e isso seria uma longa e triste historia, lá se vai uma tarde de sono.


(...)



– Eu sempre falei para você escovar os dentes – que merda de amiga eu fui ter hein? Invés de ela falar que ele era um perturbado e que era o louco de me largar, ela vem e destroça comigo, eu mereço isso mesmo.


– Gina, não me faça sentir mais mal – falei triste enquanto jogava mais um pouco de jujuba na boca, se amar ta difícil comer é a única solução, que merda de vida – bem que a Gina podia dizer que ele é feio pra chuchu e que eu me livrei do maior canhão da atualidade, mesmo que isso fosse uma mentira das boas – mais podia piorar, porque a frase a seguir foi a pior da minha vida.

– Parece que você vai morrer sozinha Hell, ate a nerd do segundo ano tem namorado e você não! Isso ta ficando brabo – olha quem fala, ela nem tinha namorado também, vivia beijando escondido o pôster do Jared Leto e depois diz pra mim que eu era encalhada, mais mesmo assim a situação não estava boa já que a nerd mais escrota da escola tinha seu namorado e eu não, minha vida era um lixo mesmo.

– Droga, que macumba ela fez? – claro que não era o destino, ou o lindo brilho do aparelho da nerd que tinha conseguido um namorado, tinha um negocio do pauleira no meio, não era possível.

– Madame Dulce, traz o seu amor em sete dias – Gina tomou um pouco do toddy – roubado da minha casa, intimidade é o posso da ignorância do cidadão – e depois falou feliz:

– E falar nisso marquei uma hora com ela depois de amanhã... Vamos ver se essa mequetrefe trás o seu amor e o meu, que eu ainda não tenho de volta, quem sabe ela consiga até mandar seu azar para cucuia. – tão positiva a minha amiga, mais fazer o que né alguém tinha que ser positiva por nós, vamos ver o que vai rolar se não rolar eu mato a Gina e negocio resolvido, mais qual é se a macumbeira lá conseguiu trazer um amor para nerd, ela tinha que trazer o meu nem que fosse amarrado e amordaçado.


– TO SUBINDO ESPERO QUE NÃO ESTEJA NUA – Claro que a Gina nunca toca a campainha dessa casa né? E a privacidade fica aonde? Mais não tinha jeito mesmo, quando uma pessoa fica muito a vontade na sua casa já era – por isso eu sempre disse pra minha mãe ser mal educada com as vistas, assim elas não voltam – mais minha mãe e sempre uma princesa, sempre fudia com os meus planos e Gina foi um desses planos falhos.


– SOBE LOGO CAPETA, E VÊ SE FAZ UM COPO DE TODDY PARA MIM TAMBÉM – claro que ela estava fazendo um lanchinho, ela sempre fazia isso mesmo, eu já estava acostumada com a folgada.

– DESCE LOGO SE NÃO ACABA – droga, coloquei meu coturno da sorte enquanto descia a escada – já que eu não tenho sorte sozinha, espero que meu coturno me ajude – cheguei a cozinha e dei de cara com Gina se atracando com um pote de nutella – meu pote de nutella – e o pior é que eu fui pegar o pote da mão e ela bateu na minha mão – na minha mão, da pra acreditar, a casa é minha, o pote de nutella é meu mais é ela que come tudo? Eu já disse que minha vida é injusta?

– EU TAMBÉM QUERO COMER GINA... – ela largou o pote de nutella e me olhou rindo, e depois sem nem ligar para minha existência e ela voltou a tomar o seu – meu – toddy, já disse como eu odeio a intimidade?


(...)



Estávamos agora no ponto de ônibus, porque eu estou bastante traumatizada para entrar num metrô, serio eu não entro em um nem com reza, e alias para ir à casa da madame Dulce não dava para ir de metro então nem rolava. O jeito era entrar naquele cubículo com rodas...


Só que tinha um problema, eu odiava andar de ônibus também, serio ô lugarzinho apertado e ainda mais se você estiver de pé, sinceramente ter velhinhos tarados ralando em você não é legal.

O meu pior pesadelo agora estava parado em minha frente só esperando eu embarcar e sofrer as consequências – droga porque essa madame Dulce foi morar lá aonde o vento faz a curva? – Gina já estava dentro do ônibus só esperando eu entrar – uma coisa que eu não estava conseguindo – meu corpo não queria responder, eu não queria entrar lá, eu não ia entrar.

– Ô menina não temos o dia todo – o motorista que mais parecia um terrorista gritava comigo – ele não podia gritar comigo, quem ele achava que era agora mesmo que eu não entro nesse ônibus – enquanto Gina falava impaciente para eu entrar logo antes que ela me matasse e de grátis matasse o terrorista da feira.

– Eu não vou entrar ai não Gina – falei nervosa enquanto me virava de novo para o caminho de volta á minha casa, mais antes que eu dissesse alguma coisa alguém me pegou nas costas e saiu me carregando.

– MERDA ME SOLTA, QUE DROGA EU SEI ANDAR, ME SOLTA SEU INFELIZ EU VOU ARRANCAR SEUS ÓRGÃOS COM A ESPÁTULA – fiquei gritando e batendo nas costas da pessoa desconhecida que me carregava para dentro do ônibus, enquanto Gina morria de rir e bater palma dentro do ônibus. Quando o troglodita me botou dentro do ônibus Gina se aproximou dele e disse:

– Bom trabalho gatinho, ta aqui seu dinheiro – ela tirou uma nota de 20 dólares e deu para o troglodita – que eu tenho certeza que comia bomba com arroz – e depois deu um selinho nele – que bicha safada manow - e voltou a se virar pra mim:

–Acabou o show Hell? Ou você quer que eu chame meu amiguinho de novo? – bicha desgramada, aquilo ali não era minha amiga não, que ser do mal era aquele – eu havia criado um monstro e não sabia – cadê a Gina meiga e toda calminha que eu conheci e transformei meu deus eu criei uma louca tarada.

– Quem é você? Me chama a Gina agora – falei olhando assustada pra Gina que ria e se sentava na única cadeira vaga do ônibus – e ainda roubava minha cadeira - e se velinhos tarados se ralassem em mim? Olhei assustada para Gina e fiz cara de, ”por favor, me deixe sentar no seu colo, por favor não deixe minha retaguarda a mercê de velinhos loucos e tarados que usam dentaduras assassinas’’.

– Nem pense nisso Hell – poxa ta vendo a amiga que eu tenho? Eu já disse que minha vida é triste de tão ferrada, ficar em pé não era legal de forma alguma, agora ter uma amiga que pagava animais de circo para me carregar até o ônibus era pior que meu azar.

O ônibus começou a andar, me fazendo também andar, eu parecia uma acrobata ia para lá e pra cá e nada de conseguir me manter firme, e Gina ria que nem uma louca, mais de uma hora pra outra ela ficou seria, senti alguém se ralando atrás de mim e antes que ele fizesse de novo pulei no colo de Gina e disse:

– se você me tirar daqui, eu te mato – falei ameaçadora para ela, que na hora ficou quieta e deixou eu me acomodar no seu colo, mais claro que ela não ficou calada o tempo todo já que ela sempre vinha com “Tira o seu osso da minha coxa, eu vou sair daqui toda perfurada’’ mais mesmo assim não me tirou de lá, graças a deus – pelo menos eu não vou ser mais ralada por um velho tarado.

(...)


Depois de sofrer um bocado dentro do ônibus – claro que quase caí quando ônibus freava não era uma das melhores facetas da minha vida, já disse como é triste viver sem um carro – eu e Gina descemos num lugar deserto – eu não disse que era onde o vento faz a curva – não tão deserto já que havia uma modesta e pequena casinha, ela era de tons vibrantes – parecia a casa de um palhaço, credo palhaços me davam medo pra caramba – o problema era só que do lado de fora tinha algumas galinhas pretas amarradas na cerca, uns trecos meio estranhos feito no chão perto delas, tinha até um estrela no chão, mais não foi isso que mais me chamou a atenção e sim um placa grande fincada no chão que dizia :


Madame Dulce, búzios e tarôs, mandingas e simpatias

Trazemos o seu amor em sete dias ou menos.


– É Acho que é aqui – Era claro como a água que essa fala idiota seria da minha grande amiga Gina – talvez não tão amiga, já que ela tinha me trago para um terreiro de macumba em vez de uma cartomante – olhei irritada para ela e disse:


– Não aqui é o McDonald's, vai querer o quê? – ela desfez o sorriso vitorioso que ela tinha no rosto por ter encontrado o lugar onde a macumbeira morava e disse:

– Poxa eu só estava tentando ser legal – tentando ser legal? Tentar ser legal era me levar para o McDonald’s, ser legal era me dar um saco de alcaçuz, ser legal era ela me deixar dormir, mais não ela tinha que ser legal me levando para um centro de macumba? Fala sério, se isso é ser legal, eu não tava sabendo o significado dessa palavra porque pra mim isso não era nada do que ela estava sendo.

– Gina cala a boca e vamos logo terminar com isso, já que a gente está aqui mesmo – falei estressada, e sai arrastando Gina pelo braço até a porta cheia de sinais estranhos estampado. Bati devagar na porta, tentando não fugir de medo de lá – cara aquilo era arrepiante – mais estava difícil já que Gina toda hora sussurrava para gente ir embora e que nem valia tanto a pena agente ficar lá só porque uma nerd masoquista e sanguinária tinha conseguido um boy para chamar de seu por causa da macumbeira que estava atrás daquela porta.

– Cala boca Gina, foi você que me arrastou ate aqui, então fica quieta – bati mais uma vez na porta só que agora com um pouco de força fazendo a porta ranger e se abrir um pouco, tentei chamar alguém mais ninguém atendeu, então como o ultimo suspiro de sanidade – que eu não tenho – eu entrei arrastando Gina comigo.

– Vamos voltar Hell, eu não quero virar sopa de osso de macumbeira nenhuma, vamos embora – nem eu queria virar nem prato de entrada de macumbeira, olhei pra Gina que estava mais assustada que cachorro de canil e falei:

– Ta bom Gina vamos embora – falei me virando de costas e voltando para voltar por onde nos havíamos entrado, mais antes que eu e Gina passássemos na porta uma voz alta e feminina fez nossos corpos pararem.

– Aonde pensam que vão? – olhei assustada pra Gina que também estava parada ao meu lado e com um sinal quase mudo eu Gina nos viramos e demos de cara com uma senhora de meia idade... Vestida de palhaço, olhei pra Gina mais uma vez e...

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH

(...)

– Desculpa garotas, ser palhaço em festa de crianças é um bico para aumentar a renda – madame Dulce ate que era uma velhinha gente boa, claro que a primeira impressão não foi a das melhores, mais quando ela tirou sua roupa de assassina sem graça eu quase pulei de alegria, agora madame Dulce estava no seu personagem de macumbeira das horas vagas.

– Bom meninas o que vocês querem aqui? – a única coisa que havia passado na minha cabeça era ter Thiago de volta, mesmo que fosse por macumba – e também botar uma macumbinha das brabas na maldita Pri- mais mesmo assim ele seria meu. Olhei para Gina que estava sentada ao meu lado e depois falei

– O Thiago...

– Um marido rico - falamos juntas coisas diferentes, madame Dulce que estava com um sorriso sincero no rosto disse calma:

– Fale uma de cada vez – claro que não foi assim já que nos começamos a falar tudo de uma vez, só que juntas, eu falava do meu azar continuo e do Thiago que tinha me deixado jogada no asfalto quente, já Gina falava que era muito bonita para andar de ônibus e que queria um boy famoso e também dizia que ela não aceitava ficar sozinha enquanto a nerd masoquista e melequenta tinha um namorado.


– Pera deixa ver se eu entendi você quer um marido rico só pra não andar de ônibus? – madame Dulce olhava para Gina com um sorriso sacana no rosto – aquela veia tava me dando medo de novo – e Gina que era uma descerebrada não havia percebido e só tinha balançado a cabeça sorridente.


– Primeiro menina se não quer andar de ônibus vai arrumar um emprego, assim você pode comprar um carro ou uma bicicleta. E segundo aqui eu sou uma cartomante e uma macumbeira até faço simpatia, mais milagre é um pouco difícil... Seja uma pessoa legal e arrume um cara que te ame e que você não fique sozinha e velha debaixo da cama que já ta de bom tamanho.

Credo olhei bestificada com as palavras da macumbeira que tinha acabado com a minha amiga, olhei pra Gina que não esboçava nenhum reação e depois olhei para madame Dulce que agora me olhava.

– E você garota pálida, vai pegar um bronze e engordar um pouquinho, homem gosta de carne pra pegar não para roer, e se ele te deixou no asfalto é porque tem algum motivo, para de pensar e age minha filha se não você vai morrer sozinha morando num lugar que mais parece um terreiro de macumba e ainda fazendo bicos de palhaço.

Pera ai ela estava falando dela mesmo? Legal hein? Eu fui traga para uma mulher que não tirou nem minha sorte nas cartas, e nem muito menos pegou os ossinhos de frango frito e disse meu futuro, que merda perdi meu tempo só para ouvir as frustrações de um macumbeira velha? Eu não iria pagar por isso nem a pau- mas a Gina sim, já que ela que tinha me levado lá.

– Gina, paga a macumbeira de araque e vamos embora, ela só esta aqui jogando as frustrações dela em cima de nós – falei determinada e me levantei, olhei para Gina que chorava que nem um bebe e dizia:

– Ela destruiu meus sonhos Hell, essa mulher é mal, muito mal – claro que eu estava com pena da Gina, já que desde que ela se entende por gente ela sonha com aquilo, casar com o Jared Leto era tudo que ela mais queria, rica e com um deus do seu lado, mais madame Dulce tinha acabado com isso em menos de 5 minutos.

– Gina, ela e uma cartomante vagabunda, nem os ossinhos de frango ela tirou do pote, agora paga ela e vamos embora antes que ela diga que o Jared Leto é gay – Gina levantou rápido depois que eu havia dito aquilo, olhou pra velinha sorridente – claro ela havia enganada mais duas trouxas – e disse:

– Quanto e velha-destruidora-de-sonhos-alheios? – a velha olhou para o relógio que tinha no pulso e depois ficou contando nos dedos alguma coisa e falou:

– 100 Pratas – O QUÊ? ESSA VEIA TAVA ERA DOIDA, ELA CHEIROU PÓ DE CAFÉ ESTRAGADO E AGORA ESTAVA TENDO UMA ALUCINAÇÃO, NEM EM MEUS SONHOS EU TIVE ESSE DINHEIRO TODO, IMAGINA EU PAGAR ISSO PARA ELA.

– CÊ TA DOIDA MINHA FILHA? EU NÃO SOU RICA NÃO, MINHA MÃE E QUE TEM DINHEIRO EU SÓ SOU UMA POBRE LASCADA... – Gina gritava coisas sem nexo para velha que ainda não tinha tirado seu sorrisinho sarcástico no rosto. Eu sei que parecia mentira que eu estava naquela situação, mais pelo que me parece Gina não tinha aquele dinheiro todo, muito menos eu – desculpa mais se eu tivesse esse dinheiro todo eu já tinha viajado pro Peru – então a única solução foi...

– CORRE GINA – sai correndo em disparada pela porta, com Gina em meu encalço, olhei para trás e vi a velha gritando alguma coisa da porta, mais a única coisa que fizemos foi correr até que estivéssemos em civilização de novo.

(...)


– Que merda de idéia de jerico foi aquela Hell? Eu achei que eu iria botar meu intestino grosso pra fora de tanto correr – depois de tanto correr conseguimos chegar ao um lugar movimentado, agora nos estávamos andando ate o ponto de ônibus que ficava a um quarteirão de onde nos estávamos.


– o que você queria que eu fizesse? Eu não tinha aquele dinheiro, e você também não, então jeito mesmo foi correr – andando na frente de Gina – que estava andando que nem uma lesma paraplégica – fiquei numerando os motivos para que a gente tivesse corrido quando passando pela faixa de pedestre vi Thiago com as mãos no bolso de seu moletom preto.

– Gina, Gina sua abestada... Olha o Thiago ali – tentei me esconder atrás de uma bancada de jornal, enquanto apontava para onde Thiago estava, Gina que e um mula empacada disse:

– Vamos lá – Vamos lá? Ela estava louca, eu não ia nem pelo um decreto, eu não iria me humilhar de novo perto dele, ele sempre me via nas piores situações, então não era legal eu encontrar ele agora, vai que algo de ruim acontece e me deixa numa situação embaraçosa.

– Vamos embora antes que alguma coisa embaraçosa me aconteça e ele me veja-olhei para Gina que agora, olhava para uma revista e tentava disfarçar que nos estávamos ali, mas antes que eu conseguisse sair dali ou puxar Gina, ela me puxa para frente dela e diz:

– Usa o que a macumbeira de araque te disse, vai ate ele e fala o que você quer, antes que você fique sozinha morando num lugar de filme de terror e sendo uma velha trambiqueira – tentei argumentar com Gina, mais não deu já que ela me olhava com aquela cara de “Vai logo antes que meu pé vá parar no seu trazeiro” e vou te dizer o pé de Gina na minha bundinha não estava nos meus planos hoje, não mesmo.

– Tá – Suspirei um sete vezes antes de ir até a frente da loja de doces que Thiago se encontrava. Com passos de tartaruga andei até a metade do caminho, mais quando estava perto dele, uma menina loira e linda saiu da loja de doces abraçando ele, que logo retribuiu rindo – eu havia perdido ele, não tinha mais jeito – olhei aquela cena de perto, mais quando eu estava quase para voltar para o meu lugar ao lado de Gina, nossos olhares se encontraram, eu quase pude sentir que ele estava feliz em me ver – ele está com outra, ele não queria me ver-pensei enquanto desconectava meu olhar e voltava a andar.

– HELENA – aquela voz era inconfundível, e as borboletas que também já se manifestavam na minha barriga também eram, parei de andar – devido as minhas pernas moles e bambas – e me virei de frente para ele quando senti sua mão pousar em meu ombro.

– Aah oi – falei sorrindo, tentando passar para ele que eu não estava mais mole que nem gelatina e que ele não tinha nenhum efeito sobre mim – mais estava difícil – enquanto ele mostrava aqueles lindos dentes brancos em um sorriso encantador – droga, tinha que ser tão bonito, ô vidinha difícil.

– Oi, você estava indo falar comigo? – passando as mãos nos cabelos bagunçados Thiago me olhava apreensivo – tão bonitinho – eu nem havia processado bem a pergunta dele – já que eu não parava de olhar os lábios dele sendo mordidos por seus dentes brilhantes – mais mesmo assim respondi a primeira coisa que passou pela minha cabeça – sempre respondendo a primeira merda que passa pela minha cabeça – aah tristeza.

– Fui... er comprar doces – ponto Helena, pelo menos uma vez na vida você entrou em acordo com suas idéias malucas, ele passou mais uma vez as mãos nos cabelos e depois disse brincalhão :

– Então porque voltou? Eu não estou vendo você com nenhum doce – e agora? O que ele queria com isso? Porque ele não me deixava em paz e ia atrás da sua loira bronzeada que comia doces e com certeza não ia ficar com nenhuma estria – agora eu? Se eu comece um saco de jujuba toda era só o caminho da felicidade nas minhas pernas, e se eu comesse chocolate? Minha cara ia explodir de tantas crateras – e com certeza espinhas não apareciam ali naquela pele bronzeada do capeta.

– Por que... Porque, não é da sua conta, volta lá para a menina bronzeada e loira ali, e me deixa em paz – falei raivosa enquanto voltava a andar de volta para aonde Gina estava paquerando um loiro que estava comprando revista na banca, mas como eu já havia dito varias vezes – na verdade ela era a frase que eu mais usava – como a sorte não ia muito com a minha cara, Thiago puxou meu braço e colou seu corpo ao meu e disse bem perto de meus lábios:

– Você esta falando da Pri? – se eu falar que aquele nome não tinha me broxado eu estaria mentindo, mais mesmo assim ter o hálito mentolado mais uma vez em meu rosto me dava um alivio descritível – eu nem sabia como se falava – respirei fundo e disse em um sussurro.

– Ssim – claro que eu estava falando daquela idiota, eu queria quebrar a cara dela antes, agora que ela estava tão perto essa vontade estava quase me fazendo enlouquecer – já sentia até o gosto doce de prazer de arrastar a cara dela no asfalto - Thiago afastou seu corpo do meu – droga, tava tão bom daquele jeito – e fez um sinal com a mão para a quase defunto que veio quase saltitando pro lado do Thiago.

Claro que em minha mente eu já estava repassando todos os momentos em que eu batia nela, ou que eu tinha esfregado a cara dela no chão, mais meus pensamentos mais felizes foram interrompidos por Thiago que disse:

– Helena, quero que conheça a minha irmã, Priscila – já estava sentido os meus punhos se fechando para meter na fuça da... PERA AI IRMÃ? Maninha? Ela era irmã dele? Olhei para ela de novo e depois para ele e vi que eles se pareciam muito – acho que a convivência com Gina só estava me fazendo mal, até a lerdeza dela eu já estava pegando - eu me sentia envergonhada, eu queria meter o cassete na irmã dele, quando eu ia me imaginar nessa situação?

– Pri essa e a Helena que eu te falei – apertei a mão dela que estava há muito tempo estendida a minha frente – raciocínio lento, movimentos mais lentos ainda – mais o que mais me importava agora era que ele disse que falou de mim pra ela, será que foi bem?

– AAH essa e a famosa Helena, que bom que você esta aqui Helena, assim ele pode te pedir em namoro e me deixar em paz, ele esta insuportável... Eu não aguento mais ele falando de como foi burro de ter te deixado sozinha dois dias atrás.

PARA TUDO, NÃO SEI MAIS O QUE PENSAR, ELE QUERIA ME PEDIR EM NAMORO???

– Priscila, cala a boca... Vai comprar um sorvete pra mim e me deixa conversar com a helena em paz – Priscila mostrou a língua para Thiago e depois saiu saltitante até uma lanchonete – ela era feliz demais, acho que botaram energético na mamadeira dela ao invés do leite- ri da cara que Thiago fazia enquanto olhava a irmã e depois voltei a ficar hipnotizada pela a beleza de homem que estava em minha frente.

–Er... Desculpa por ela, ela é meio hiperativa demais – passando as mãos no cabelo de novo, eu já havia percebido que ele sempre fazia aquilo quando estava nervoso e até um pouco ansioso, e aquilo me deixava enérgica, eu queria que ele falasse tudo que a irmã dele havia dito, eu queria que ele admitisse que ele era uma babaca por me deixar lá.

– E verdade o que ela disse? – não sei de onde a coragem tomou meu corpo, mais naquele momento eu não ligava pra nada eu só queria saber a verdade e só queria não ser uma velha maluca vestida de palhaço que morava num terreiro.

– Bem... é... Droga é sim, desculpa Helena por ter te deixado lá, eu não sabia o que fazer, eu estava assustado com os sentimentos que aquele beijo me trouxeram, por isso eu fugi, achei que você só estava me beijando por que se sentia culpada por ter quebrado meu nariz quando a gente era pequeno, eu não ia aguentar uma rejeição de novo.

– Eu... Achei que era pelo meu bafo de dragão – droga, porque eu falei isso? Espero que eu não tenha dito isso em voz alta – não tenha escutado, não tenha escutado...

– Nunca, você tem um gosto incrível e inebriante, quando fecho os olhos ainda posso sentir seu gosto – e eu o dele, ele se aproximava mais uma vez do meu corpo, sua mão apertou forte minha cintura me fazendo aproximar mais de seu corpo, fazendo nossos lábios ficarem poucos centímetros de distância, nossas respirações estavam descompassadas e eu podia sentir o hálito de menta que me inebriava.

– Helena... – com seus lábios quase grudados aos meus, e seus olhos conectados aos meus Thiago disse:

– Eu sou apaixonado por você desde aquele murro, você quer namorar comigo? – FINALMENTE! Eu já conseguia ouvir os coros de aleluia, e os sininhos? Que quase eram audíveis em minha cabeça, eu estava sem voz, eu tinha passado dois dias de cão só para ouvir isso e agora que eu tinha conseguido eu não conseguia dizer nada.

– Er... Sssi... Sim – com muito custo consegui falar o que estava engasgado em minha garganta,e como num filme de romance daqueles bem mel mesmo, Thiago me levantou do chão e me rodou varias vezes rindo e gritando que eu tinha aceitado. Eu estava feliz, de longe eu pude ver Gina batendo palma e fazendo joinha com a mão, enquanto Thiago ainda me rodava e ria.

Eu estava tão feliz que não conseguia dizer nada, a não ser rir, mais no momento em que Thiago me pós no chão e nossos rostos se aproximaram o meu sorriso morreu e no lugar dele uma ansiedade quase cruel me tomou.

Meus lábios ansiavam pelos deles, eu já podia sentir seus lábios contra ao meu quando...

– OLHA A ÁGUA – o quê? Fui perceber o que o homem havia dito quando um monte de água caiu sobre mim e Thiago fazendo nos separarmos, que merda de vida era aquela? Até quando eu to me dando bem alguma coisa da errado! Droga já disse como eu odeio meu azar.

Eu queria trucidar o cara que não tinha amor à vida, quem em plena consciência jogava água pela sacada? Ele era maluco, olhei para Thiago que ria e não consegui não rir com ele, mesmo molhada eu estava feliz e nada ia mudar isso, vamos ser otimistas, agora eu tinha um namorado gato pra caramba - que parecia um pinto molhado, mais ainda sim lindo - que ia ficar resfriado comigo, eu já disse que o amor é lindo?


FIM



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Notas finais do capítulo

E ai me digam o que acharam do final...
Me façam felizes ta, eu ia adorar saber a opinião de todas vocês ta...
Recomendem, favoritem e divulguem e não esqueçam de comentar isso aqui ta...
AAAh e so pra não esquecer, eu estou terminando de escrever uma one nova, se tiverem interessadas ela se chama Cinderela de cabelo coloridos, eu espero todas vocês lá quando eu posta-la...
Então e isso... fuiii..