10 anos haviam se passado desde que Snow e Rei Leopoldo partiram. Daniel e eu estávamos tão felizes. Meu pai estava amando trabalhar na fazenda e sempre que podia vinha nos visitar.

Eu e Snow trocávamos carta todos os meses e eu acabará de receber a carta deste mês:

"Regina,

Sempre escrevo para você e Daniel, mas hoje eu quero te pedir para que leia esta carta sozinha.

Antes de contar o que está me incomodando, gostaria de te lembrar que ontem foi meu aniversário de 20 anos. Senti sua falta, 10 anos sem poder te ver, eu imagino o quão bonita deve estar. Queria que pudesse ter vindo a minha festa, ela estaria muito mais animada com vocês dois.

Mas eu não te escrevi hoje para lhe contar isso, é por um motivo mais estranho, se assim posso dizer. Lembra-se daquele soldado que há 10 anos atrás foi me levar até sua casa, eu acho que ele e Daniel se estranharam. Pois bem, ontem eu vi ele e mais alguns guardas segurando uma foto de Daniel. Eu tenho certeza Regina, era uma foto do Daniel, mesmo depois de 10 anos eu me lembro muito bem de sua feição. 

Eu achei isso um tanto esquisito. Mas eu sei que você não gosta de preocupá-lo, por isso não conte a ele, a menos que não queria esconder isso dele.

Ah, e também escutei eles conversando, e isso foi o que mais me assustou. Eles diziam olhando para a foto de Daniel: 'Ele está vivo, ele está vivo.' Juro que senti minha espinha gelar ao escutar isso. Sinto medo, e por isso peço-te que me responda essa carta, só para me certificar de que está tudo bem com vocês.

Espero poder vê-la em breve.

Com carinho,

Snow."

Assim que terminei de ler a carta de Snow, senti um arrepio percorrer meu corpo, aquele arrepio era de medo. Eu não poderia deixar Daniel ler está carta, mas ao mesmo tempo não queria esconder nada dele. Meus pensamentos foram interrompidos quando Daniel entrou em nosso quarto, eu disfarcei com um sorriso no rosto.

-Deixe-me adivinhar o que é isto ? Uma carta da Snow ?

-Sim, mas nada de interessante nesta. Nem vale a pena ler.

-Mas nós sempre fazemos isso juntos, ela escreve para nós dois.

-Assuntos de mulher Daniel. -consegui uma boa desculpa.

-Ok, entendi.

Assim que fui me levantar, senti uma tontura, me desequilibrei mas Daniel me segurou antes que eu caísse.

-Regina, meu amor, tudo bem ?

-Sim Daniel, estou bem, foi só uma tontura. -eu não tinha certeza disso, já vinha sentindo essas tonturas a algum tempo, mas não queria preocupar Daniel.

-Se sentir isso novamente, me avise tudo bem ?

-Sim, eu aviso, mas não vai acontecer. Nada pra se preocupar. 

-Mesmo ? Você está nervosa Regina. Não me esconda nada.

-Daniel, Daniel, se vai te tranquilizar mais, eu irei até a curandeira do vilarejo ainda hoje.

Eu disse isso mais para me tranquilizar do que a ele. Eu queria saber o que estava acontecendo comigo, mas precisava de uma desculpa para isso, e finalmente a tinha encontrado.

Deixei a carta em cima da cama, depois do que aconteceu eu havia me esquecido dela, e assim que me virei, Daniel a tinha em mãos.

-Daniel, por favor.

-O que está acontecendo Regina, a quanto tempo sabe disso ? -ele tinha um semblante assustado e preocupado no rosto.

-Hoje, fiquei sabendo hoje por meio desta carta. Eu não queria te mostrar para não preocupá-lo. Daniel ..

-Regina, eu preciso saber o que está acontecendo. Mesmo depois de 10 anos isso não acabou.

Então pela primeira vez eu vi Daniel chorar, o tomei em meus braços e o abracei forte.

-Vai ficar tudo bem Daniel, vai ficar tudo bem.

...

Naquela tarde fui até a curandeira, eu já sabia o que se passava comigo, mas assim que cheguei em casa e fui contar para Daniel, me deparei com ele em nosso quarto arrumando uma mala.

-Daniel, o que está fazendo ?

-Vou até Storybrooke, preciso tirar essa história a limpo. Não suporto mais isso.

-Daniel, não você não vai. Eu não posso deixar que faça isso, pode ser perigoso. 

-Regina, por favor, não tente me segurar. Não quero brigar com você, mas eu preciso fazer isso. Eu preciso !

-Daniel, então eu vou com você. Não vou deixá-lo sozinho. De maneira alguma.

-Não Regina, você não vai. Pode sim ser perigoso, é por isso que eu tenho que mantê-la longe e a salvo. Fique aqui, eu prometo lhe mandar cartas, cuide da nossa casa para quando eu voltar. -Seus olhos se encheram de lágrimas, e eu senti que aquilo estava sendo uma despedida mesmo que ninguém quisesse admitir isso.

-Promete que vai voltar pra mim ? Daniel, você promete ?

-Eu prometo Regina, eu sempre vou voltar pra você.

Então ele me beijou, e eu não pude fazer mais nada, segurá-lo ali seria impossível. 

-Eu te amo Daniel ! Tome cuidado.

-Eu vou tomar. Eu te amo !

E então eu o vi sair correndo, montando em um dos cavalos e partindo, ele olhou mais uma vez para trás, resistente e então desabou em lágrimas, eu fiz o mesmo logo em seguida.

-Daniel .... -eu gritei, mas ele já havia sumido. Então um medo tomou conta de mim, medo de ficar longe de Daniel, medo do que estava acontecendo, medo de não vê-lo nunca mais. Mas então escutei algo atrás de mim, um som que fez meu medo aumentar, e assim que me virei, não estava acreditando no que havia a minha frente.

-Mãe ?

-Regina, parece que já fui polpada de algo. O garoto do estábulo se foi e eu nem precisei dizer nada.

-Daniel vai voltar pra mim !

-Eu não teria tanta certeza disso. Mas vamos falar de nós duas, como foram os seus últimos 10 anos ? Os meus foram adoráveis, 10 malditos anos presa em um lugar desconhecido, e o pior era que eu me lembrava todos os dias de que havia sido minha filha que me mandou pra lá. -ela gritava cada palavra.

As lágrimas desciam de meu rosto sem parar, eu não podia me  controlar.

-Mas agora estou de volta, já ouviu falar em vingança Regina ? Pois bem, talvez esteja na hora de eu começar uma.

-NÃO MAMÃE ! -eu gritei em meio aos soluços.

-Por que não Regina ? - ela se aproximou ficando a poucos centímetros de mim.

-Não chegue perto ! -eu cuspi as palavras. Uma parte minha queria poder abraçá-la e pedir desculpas pelo que eu tinha feito, mas a outra parte ainda sentia medo daquela mulher.

-Por que Regina ? Por que eu não posso tocar em minha própria filha ? -assim que ela tentou levar uma das mãos até meu rosto, gritei novamente.

-NÃO ! Não toque em mim, não me machuque !

-O que te faz pensar que eu a machucaria ? Ah, me esqueci, estou aqui para me vingar de todos vocês. -ela tinha um sorriso irônico e cínico nos rosto. -Não existe vingança sem dor Regina, ah vamos lá, vai ser rápido.

Então eu gritei com todas as minhas forças:

-NÃO TOQUE EM MIM ! Eu estou grávida.