As Mãos Negras escrita por Flandre Scarlet


Capítulo 3
Capítulo 3 - Escola Parte II


Notas iniciais do capítulo

E agora? Kanade esta apaixonada ou não? quem sabe?



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Depois que disse isso meu irmão ficou tremendo mais ainda, seu braço ainda escorria muito sangue fiquei sentada na cama esperando minha mãe voltar. De uma coisa eu sabia: o cheiro de sangue que escorria do braço de meu irmão me agradava, não sei porque. Ouvi o barulho da ambulância e da minha mãe abrindo a porta com desespero.

   – Aqui, ele está com o braço cortado, não sei como isto aconteceu. – disse minha mãe se ajoelhando e pegando meu irmão pela cintura. 

   – Vamos levá-lo agora para o hospital, ele está perdendo muito sangue. – disse o medico chamando a equipe para levá-lo ao hospital, logo em seguida vieram várias pessoas o fotografando, eram os jornalistas; eles iriam fazer uma matéria sobre isto e passar amanhã às cinco da manhã.

 Fiquei sentada e observando, ninguém me reparou, era como se eu fosse invisível. Eu já não sabia o que fazer mais nesta hora quando minha mãe foi até mim e disse pra eu ficar calma que meu irmão ficaria bem, deu vontade de falar um palavrão, mas, como sou uma criança educada, respondi que eu ia dormir e foi isso que eu fiz. Dormi no quarto do meu irmão, quando ouvi o barulho da ambulância e do carro do jornal saindo comecei a rir sem parar sem motivo, mas de uma coisa eu sei: deste dia em diante não serei mais mesma Kanade de sempre. No dia seguinte eu me arrumei e fui pra escola com meus pais, minhas amigas foram direto em minha direção fazendo-me várias perguntas aleatórias sobre o que aconteceu comigo e meu irmão, já que o incidente de ontem foi matéria do jornal, eu apenas respondi que estava bem e que não precisavam se preocupar. Tocou o sinal e fomos para a sala de aula, começaram todos a cochichar sobre mim, quando sentei em minha carteira, um menino de olhos castanhos e cabelo longo veio em minha direção.

   – Oi, por acaso você e a Kanade a novata? – pergunto o menino.

   – Sim, algum problema?. – Respondi.

   – Nada é que estão falando sobre você, que você não é daqui. - falou. 

   – Ata, qual e o seu nome? - perguntei.

   – Meu nome é Lupus, mas me chame de Luiz. - respondeu.

   – Por quê? Eu gostei do seu nome, Lupus e também tenho um nome estranho.

   – Eu acho meio esquisito esse nome, mas bem, prazer em te conhecer. O professor está chegando, então tchau.

   – Tchau. – despedi-me e acenei observando ele voltar a sua carteira.

 Fiquei me perguntando o que ele queria. Fiquei sentindo minhas mãos negras balançando em minha mente e comecei a ficar vermelha.

   – Se apaixonou por ele, Kanade?. – pergunto Carla me cutucando.

   – Não, que besteira, eu prefiro beijar um zumbi do que ele. – respondi.

   – Não me venha com essa não, queridinha vocês formam um casal fofo. – disse Carla fazendo formato de coração com as mãos.

   – Me deixa em paz por alguns minutos? As provas são semana que vem, se não me engano. – respondi olhando para ela com um olhar sério.

   –Tá, você se deu bem nesta, mas no recreio vou te zoar muito, pode me esperar. – ameaçou Carla.

 Não consegui ficar prestando atenção na aula, pois eu fiquei pensando se Lupus e eu poderíamos ser namorados ou até mesmo um ótimo casal como a Carla disse, só espero que ninguém fique nós zoando o dia inteiro por causa disso. Na hora do recreio fui para lanchonete e comi meu pão com alface e tomate, estava tão bom até que chegou Carla e Vitória e as duas estavam com um sorrisinho estranho.

   – Então Kanade... Está apaixonada, hein? – perguntou Vitória.

   – Meninas, menos, viu? Não estou apaixonada por ele e nem o conheço. – respondi.

   – Tá, mas só nos responde se você está apaixonada ou não. – disse Carla.

   – Bem, quem sabe? Talvez sim ou talvez não. – respondi abaixando a cabeça e sentindo que estava ficando vermelha.

 As duas ficaram fazendo "humm" toda hora e olhando diretamente para mim, olhei para elas com um olhar sério, mas não funcionou, virei para trás e vi Lupus vindo em minha direção com uma cara de serio. Fiquei pensando se ele queria me bater ou falar algo sobre o que as meninas estavam falando.

   – Kanade, preciso falar com você em particular. – disse Lupus colocando sua mão direita em minha cabeça.

 Neste instante as meninas foram para o outro lado da lanchonete, deixando nós dois na mesa sozinhos, Lupus se sentou em uma cadeira que estava ao meu lado.

   – Eu soube do seu irmão. – começou Lupus.

   – Como assim? – perguntei, neste exato momento me lembrei de tudo que aconteceu na noite anterior, ‘’será que passou em outras redes televisivas? Será que disseram que eu era a assassina?" pensei.

   – E que passou no jornal das oito, eu acabei de ver pelo meu celular, ele tem a função de passar canais de televisão. – respondeu Lupus mostrando o celular para mim.

   – Nunca pensei que existisse celulares assim, tem jogo da cobrinha? – perguntei impressionada.

 Lupus gargalhou.  

   – Quem dera, mas depois eu devo baixar. Como você se sente com o seu irmão no hospital?. – perguntou Lupus com a cabeça baixa.

   – Bem... Estou meio triste, pois sabe ele perdeu o braço e vai ficar lá no máximo uma semana, no hospital e no psicólogo, ele ainda está traumatizado por algo que viu no quarto onde ele cortou o braço. – respondi olhando para Lupus, na verdade eu estava feliz, pois que ele esteja lá e espero que nunca mais faça o que ele fez comigo novamente.

   – Bem, não quero ficar te lembrando de coisas do passado.

   – Não tudo bem eu não ligo.

 O sinal bateu e Lupus se despediu, disse que nos veríamos de novo na sala de aula, quando ele saiu meu coração fico batendo forte como se eu estivesse com vontade de vê-lo novamente. Minhas amigas me chamaram, pois a professora de geografia é dedo duro e não gosta que ninguém demore pra chegar na aula dela, então fomos correndo até a sala de aula, chegamos na hora certa em que a professora estava entrando na sala, fomos até as nossas carteira e começamos a rir escondido.

 Depois que as aulas acabaram eu fui até Lupus para ver o que ele queria realmente tirar de mim, porém, ele só olhou para mim e saiu correndo da sala. Fiquei pensando no que ele queria e o que eu fiz para que ele saísse correndo tão de pressa assim, de repente minhas mãos negras começavam a dizer para eu matá-lo, mesmo assim, não liguei e fui até o portão da escola, onde minha mãe já me esperava para me buscar, e novamente minhas mãos negras me falaram para matar, não liguei novamente. Peguei na mão da minha mãe e começamos a caminhar até em casa.


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Notas finais do capítulo

Ate a próxima leitores



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