As Mãos Negras escrita por Flandre Scarlet
Notas iniciais do capítulo
E agora? Kanade esta apaixonada ou não? quem sabe?
Depois que disse isso meu irmão ficou tremendo mais ainda, seu braço ainda escorria muito sangue fiquei sentada na cama esperando minha mãe voltar. De uma coisa eu sabia: o cheiro de sangue que escorria do braço de meu irmão me agradava, não sei porque. Ouvi o barulho da ambulância e da minha mãe abrindo a porta com desespero.
– Aqui, ele está com o braço cortado, não sei como isto aconteceu. – disse minha mãe se ajoelhando e pegando meu irmão pela cintura.
– Vamos levá-lo agora para o hospital, ele está perdendo muito sangue. – disse o medico chamando a equipe para levá-lo ao hospital, logo em seguida vieram várias pessoas o fotografando, eram os jornalistas; eles iriam fazer uma matéria sobre isto e passar amanhã às cinco da manhã.
Fiquei sentada e observando, ninguém me reparou, era como se eu fosse invisível. Eu já não sabia o que fazer mais nesta hora quando minha mãe foi até mim e disse pra eu ficar calma que meu irmão ficaria bem, deu vontade de falar um palavrão, mas, como sou uma criança educada, respondi que eu ia dormir e foi isso que eu fiz. Dormi no quarto do meu irmão, quando ouvi o barulho da ambulância e do carro do jornal saindo comecei a rir sem parar sem motivo, mas de uma coisa eu sei: deste dia em diante não serei mais mesma Kanade de sempre. No dia seguinte eu me arrumei e fui pra escola com meus pais, minhas amigas foram direto em minha direção fazendo-me várias perguntas aleatórias sobre o que aconteceu comigo e meu irmão, já que o incidente de ontem foi matéria do jornal, eu apenas respondi que estava bem e que não precisavam se preocupar. Tocou o sinal e fomos para a sala de aula, começaram todos a cochichar sobre mim, quando sentei em minha carteira, um menino de olhos castanhos e cabelo longo veio em minha direção.
– Oi, por acaso você e a Kanade a novata? – pergunto o menino.
– Sim, algum problema?. – Respondi.
– Nada é que estão falando sobre você, que você não é daqui. - falou.
– Ata, qual e o seu nome? - perguntei.
– Meu nome é Lupus, mas me chame de Luiz. - respondeu.
– Por quê? Eu gostei do seu nome, Lupus e também tenho um nome estranho.
– Eu acho meio esquisito esse nome, mas bem, prazer em te conhecer. O professor está chegando, então tchau.
– Tchau. – despedi-me e acenei observando ele voltar a sua carteira.
Fiquei me perguntando o que ele queria. Fiquei sentindo minhas mãos negras balançando em minha mente e comecei a ficar vermelha.
– Se apaixonou por ele, Kanade?. – pergunto Carla me cutucando.
– Não, que besteira, eu prefiro beijar um zumbi do que ele. – respondi.
– Não me venha com essa não, queridinha vocês formam um casal fofo. – disse Carla fazendo formato de coração com as mãos.
– Me deixa em paz por alguns minutos? As provas são semana que vem, se não me engano. – respondi olhando para ela com um olhar sério.
–Tá, você se deu bem nesta, mas no recreio vou te zoar muito, pode me esperar. – ameaçou Carla.
Não consegui ficar prestando atenção na aula, pois eu fiquei pensando se Lupus e eu poderíamos ser namorados ou até mesmo um ótimo casal como a Carla disse, só espero que ninguém fique nós zoando o dia inteiro por causa disso. Na hora do recreio fui para lanchonete e comi meu pão com alface e tomate, estava tão bom até que chegou Carla e Vitória e as duas estavam com um sorrisinho estranho.
– Então Kanade... Está apaixonada, hein? – perguntou Vitória.
– Meninas, menos, viu? Não estou apaixonada por ele e nem o conheço. – respondi.
– Tá, mas só nos responde se você está apaixonada ou não. – disse Carla.
– Bem, quem sabe? Talvez sim ou talvez não. – respondi abaixando a cabeça e sentindo que estava ficando vermelha.
As duas ficaram fazendo "humm" toda hora e olhando diretamente para mim, olhei para elas com um olhar sério, mas não funcionou, virei para trás e vi Lupus vindo em minha direção com uma cara de serio. Fiquei pensando se ele queria me bater ou falar algo sobre o que as meninas estavam falando.
– Kanade, preciso falar com você em particular. – disse Lupus colocando sua mão direita em minha cabeça.
Neste instante as meninas foram para o outro lado da lanchonete, deixando nós dois na mesa sozinhos, Lupus se sentou em uma cadeira que estava ao meu lado.
– Eu soube do seu irmão. – começou Lupus.
– Como assim? – perguntei, neste exato momento me lembrei de tudo que aconteceu na noite anterior, ‘’será que passou em outras redes televisivas? Será que disseram que eu era a assassina?" pensei.
– E que passou no jornal das oito, eu acabei de ver pelo meu celular, ele tem a função de passar canais de televisão. – respondeu Lupus mostrando o celular para mim.
– Nunca pensei que existisse celulares assim, tem jogo da cobrinha? – perguntei impressionada.
Lupus gargalhou.
– Quem dera, mas depois eu devo baixar. Como você se sente com o seu irmão no hospital?. – perguntou Lupus com a cabeça baixa.
– Bem... Estou meio triste, pois sabe ele perdeu o braço e vai ficar lá no máximo uma semana, no hospital e no psicólogo, ele ainda está traumatizado por algo que viu no quarto onde ele cortou o braço. – respondi olhando para Lupus, na verdade eu estava feliz, pois que ele esteja lá e espero que nunca mais faça o que ele fez comigo novamente.
– Bem, não quero ficar te lembrando de coisas do passado.
– Não tudo bem eu não ligo.
O sinal bateu e Lupus se despediu, disse que nos veríamos de novo na sala de aula, quando ele saiu meu coração fico batendo forte como se eu estivesse com vontade de vê-lo novamente. Minhas amigas me chamaram, pois a professora de geografia é dedo duro e não gosta que ninguém demore pra chegar na aula dela, então fomos correndo até a sala de aula, chegamos na hora certa em que a professora estava entrando na sala, fomos até as nossas carteira e começamos a rir escondido.
Depois que as aulas acabaram eu fui até Lupus para ver o que ele queria realmente tirar de mim, porém, ele só olhou para mim e saiu correndo da sala. Fiquei pensando no que ele queria e o que eu fiz para que ele saísse correndo tão de pressa assim, de repente minhas mãos negras começavam a dizer para eu matá-lo, mesmo assim, não liguei e fui até o portão da escola, onde minha mãe já me esperava para me buscar, e novamente minhas mãos negras me falaram para matar, não liguei novamente. Peguei na mão da minha mãe e começamos a caminhar até em casa.
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Ate a próxima leitores