Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 7
Seguindo os Valdéz


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas lindas(os)!!! Bem, como estou radiante por causa de vocês [seus comentários são maravilhosos e inspiradores], estou antecipando mais dois capítulos cheios de surpresas e mistérios!

Se deliciem e se divirtam! Boa leitura!



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Amanheceu um belo dia na antiga Londres. Estava bastante ensolarado com um límpido céu azul claro. As pessoas caminhavam apressadas e conversavam satisfeitas rumo aos seus afazeres com suas mentes tão estagnadas às suas rotinas, que nem sequer imaginavam quanto mistério aquele lugar escondia assim como nem imaginavam que névoas e interrogações ocupavam certas mentes por ali tão próximas principalmente a do nosso detetive, Sherlock Holmes (...).


– Bom dia Sra. Hudson. – Falou Watson assim que chegou a cozinha.

– Bom dia Dr. Watson. – Cumprimentou a mulher compondo a mesa do café da manhã – Ah, o que deseja para o almoço, dr. Watson?

– Faça o que preferir.

– Está certo então. – A Sra. Hudson respondeu amigável como sempre era com o doutor. – O Sr. Holmes não virá para comer?

– Pensei que ele já tivesse descido. – Watson falou franzindo o cenho.

– Não. Ele não desceu ainda.

– Vou lá em cima e chamá-lo para o desjejum.

O doutor foi subindo as escadas e sem perder tempo, chamando pelo amigo. Chegou em frente a sua porta e bateu, mas não houve resposta. Bateu novamente:

– Sherlock, desça! - Watson falava tranquilo em frente a porta – Sherlock? – Watson deu uma pausa – Desça logo! Não estou para brincadeiras, Holmes. Ah, isso está ficando sem graça... – Resolveu então, abrir a porta.

Olhou para toda aquela bagunça ao redor procurando o amigo.

– Mas como...? Não há ninguém aqui!



Numa casa, em algum lugar da cidade alguém atende ao chamado do telefone...



– Alô? – O dono da casa atendeu apreensivo.

– Faça já o que lhe disse Greyk, siga-os imediatamente! – Falava o outro homem com um mínimo sotaque do outro lado da linha.

– Mas senhor, não acredito que seja o melhor a fazer...

– Você não tem que dizer o que eu tenho que fazer!

– Só estou dizendo que não há sentido em continuar--

– Não me faças perder a paciência, Greyk. Você não está sendo pago para dar palpites! – O homem gritou irritado o que fez com que Greyk afastasse o telefone milímetros do ouvido.

– Por que não deixa as coisas como estão?! Eles assim me dariam bem menos trabalho! – Greyk respondeu arrogante ao outro.

– Não sejas ridículo! Para que as coisas continuem como estão, preciso me certificar de que correm da forma que EU quero!

Greyk bufou irritado.

– Muito bem então, senhor. O que quer que eu faça exatamente? Devo matar os dois?

– Não. – Deu uma pausa no que Greyk esperou calado agora se sentando na cadeira próxima ao seu telefone. – Siga-os e descubra o que eles sabem sobre a caixa depois me comunique sem demora, ouviu? Faça isso impecavelmente. Não lhe procurei à toa; sua fama, até mesmo nas cidades vizinhas, não é das melhores e não admito falhas vindas de você ou você pagará pelo seu erro.

– Sim, senhor. É só?

– Sim. É só. – E sem esperar mais respostas, desligou.

Greyk Pearce pôs o pesado telefone no gancho e com um meio sorriso alisando o queixo, pegou sua arma e munição, pronto para seguir os irmãos Valdéz, porém algo ainda melhor passara pela sua mente o que o deixou satisfeito em meio aquela situação.


***


Na noite anterior, assim que Watson foi para seus aposentos depois de tentar conversar com seu amigo, porém sem muito sucesso, Sherlock passara parte das horas em claro tentando encontrar formas de descobrir algo a mais sem ser descoberto; o que estava sendo uma tarefa difícil, pois todas as opções estavam arriscadas demais. Foi quando resolveu então, de uma vez por todas saber alguma informação sobre o Pablo. Já não era sem tempo; tinha que descobrir agora se ele era mesmo o responsável pelo roubo.

Saiu em meio a madrugada vestindo mais um de seus disfarces: uma camisa com suspensório, um paletó velho sem botões, meias altas, uma peruca ruiva desgrenhada, uma barba curta de mesma cor e um chapéu de remendos. Sujou-se com graxa, pegou sua bengala e rumou para o canto mais escuro da calçada próxima ao Hotel Alas dividindo espaço com os mendigos dali. Ora deitava-se, ora sentava-se e assim passou toda a madrugada, com os olhos vidrados no hotel aguardando qualquer mínimo sinal de Rita, para segui-la sem demora onde quer que fosse.

Holmes já com profundas olheiras, viu o dia amanhecer, até que percebeu uma pequena movimentação dentro do hotel e então Rita saiu passando pelo mendigo ruivo, o Sherlock, sem ao menos notá-lo e entrou em um simples restaurante no final da rua a fim de comer algo que não fosse lá naquele monótono hotel. Holmes apenas a observou vendo que não iria longe, e uma hora depois ela retornou caminhando tranquila.

“Vamos Rita, mostre-me alguma coisa interessante...” – Pensava Sherlock quando foi pego de surpresa sendo obrigado a sair de seus pensamentos.

– Ei, afaste-se mendigo folgado! – Falou um mendigo para Sherlock – Não acha que já passou tempo demais aqui?! Esse canto é meu!

Sherlock o encarou.

– Esse beco não é seu, coisa nenhuma! A rua é pública, meu caro. – Holmes falou erguendo as sobrancelhas.

– A rua é pública, mas esse beco é meu!

– Quê?! Ahrg, isso não faz sentido! – Sherlock resmungou abanando a mão para o homem que antes deitado, acabara de sentar-se em um papelão.

O mendigo então começou a empurrá-lo com raiva.

– Eu não acredito que estou brigando com um mendigo! – Holmes falou.

– E o que você acha que é?! A rainha da Inglaterra?!

Sherlock olhou para si mesmo lembrando-se de sua aparência igualmente maltrapilha.

– Olhe, pare de me empurrar, ok?! – Falou franzindo o cenho e cutucando ao mesmo tempo, o mendigo com sua bengala.

O homem gemeu da dor.

– Não! Só quando sair daqui! – O mendigo falou em seguida.

– Nossa, você é bem possessivo, hein?!

– Poss... Posse... O quê? - Perguntou confuso parando de incomodar Sherlock.

– Não importa! Você poderia pelo menos juntar as moedas que te jogam aqui em vez de gastá-las com cigarro e bebida. – Sherlock disse de repente fazendo o homem calar-se pensativo.

Holmes já havia, na verdade, observado que a ponta dos dedos grossos daquele mendigo, possuía uma coloração diferente, assim como seus dentes eram amarelos, e viu também uma camada pastosa igualmente amarelada ao redor de seus olhos o que indicava que tinha problemas no fígado provavelmente causados não só pelo fumo, mas também pelo consumo frequente de álcool; e foi assim, finalmente, com aquela verdade jogada em sua cara, que o homem o deixou em paz.

“A essa hora da manhã, certamente Watson já percebeu minha ausência.” – Pensava Sherlock mirando o hotel.



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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews? Espero que tenha se divertido um pouquinho com este mendigo tãaao simpático [pra não dizer o contrário-Hihihihi :)]
P.s: Personagem novooo ^_^