Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 29
Nas Profundezas do Esquecimento


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee! Como prometido, mais um capítulo! Penúltimo capítulo!

ÓTIMA LEITURAAA, leitoras/es lindas!



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Depois de terem saído do porto marítimo de Londres, Metthwell e Greg seguiram rumo ao centro da cidade, para continuarem com seus preparativos a mando de Rita. Mett, um antigo amigo da família Valdéz, era responsável por uma parte do plano da espanhola enquanto Greg, inspetor de um dos postos policiais de Londres, ficara encarregado da outra parte, digamos, um pouco mais investigativa.

— Já é noite Greg e temos que correr contra o tempo para dar conta do que a Rita nos incumbiu, afinal, ela nos confiou isso... E inclusive irá lhe pagar muito bem. – Matt falou, sem rodeios cobrando o trabalho do inspetor, enquanto caminhavam apressados.

— Claro! Estou agindo o mais rápido que posso e você também receberá uma quantia pelo que está fazendo. – Greg rebateu.

— Não estou fazendo isto pelo dinheiro! Gosto da Rita, conheço-a desde que era uma menininha travessa e despreocupada... Conheci o casal Valdéz quando ainda viviam na Espanha. Sou um velho amigo de toda a família... – Mett ficou pensativo – Lamento muito pelo fim que todos tomaram. Rita me contou tudo. Aliás, os Valdéz sempre souberam que poderiam contar com minha ajuda quando fosse preciso. E vim prontamente para Londres, quando me ligaram do Hotel Alas, em nome da Rita que sempre soube ser uma boa menina. – Comentou Mett.

— Hum. - Murmurou Greg – Bem, vou, agora mesmo, em Baker Street coletar mais alguns dados... – Greg falou com um olhar astuto de investigador que era – Aquele detetive, o Holmes, é mesmo muito esperto... Suspeito que ele também esconde algo da Srta. Rita.

— Também esconde?! – Mett exclamou surpreso – Você tem que obter esta resposta o mais rápido possível, meu amigo. – Passaram em frente à uma simples casa de chás na qual entraram e comprando um minúsculo bolo, já saíam da mesma continuando o caminho.

— Você tem razão Matt. – Greg assentiu mordendo o pequeno bolo – Já notei que há sempre um homem misterioso visitando a casa do detetive na Baker Street e isso com certeza, quer dizer alguma coisa. Já o vi levando cartas com emblemas jurídicos...

— Quê?! – Mett novamente surpreendeu-se – Greg, vá correndo saber o que anda acontecendo na Rua Baker! Pode ser que não, mas e se o detetive Holmes, estiver planejando o mesmo que Rita?! – A expressão no rosto de Mett era agora de puro espanto.

— Oh, céus! Tenho que ir agora! – E saiu correndo ruas à frente rumo a Baker, 221, B para cumprir esta interessante missão.

 

***

 

Sherlock, Rita e Watson, encontravam-se ainda no porto, porém, em um lugar mais calmo, afastado do agitado trabalho que os policiais realizavam cumprindo a lei, e também aberto, moldurando uma magnífica paisagem, proporcionando-os uma bela visão do infinito e revolto mar bem próximo à frente.

Apenas o som das ondas fazia-se presente juntamente com as frias lufadas uivantes do vento.

Estavam os três em silêncio e pensativos com o que iria acontecer a seguir; com o rumo que as coisas haviam tomado. A caixa espanhola, tão procurada, teria um fim que para Rita não poderia ser diferente. Um fim justo e sem mais motivos para mais ambições ou “caça” ao tesouro que agora era seu. Era. O tesouro que na verdade, Rita nunca tomou para si; nunca a pertencera.

Os cabelos da espanhola esvoaçavam-se para todas as direções devido às lufadas constantes, porém leves que junto à paisagem e ao profundo silêncio, tornava o momento sério, até mesmo angustiante, na visão do detetive e do doutor, mas para ela, para Rita, tudo aquilo agora lhe parecia reconfortar, como se o vento da noite fosse uma mão amiga que lhe alisava a cabeça, aliviando-a do peso que carregara por tanto tempo. Mesmo sem nem tê-lo em mãos: o peso da caixa espanhola; e era como se os ruídos do mar fossem sussurros aos seus ouvidos que lhe diziam estar tudo bem. A única fonte de luz presente era a opaca luz da lua que refletia em seus rostos.

— Rita, - Começou Sherlock quebrando o silêncio depois de um tempo – está pronta para fazer isto? – O detetive estava calmo.

— Sí. Estoy cierta de esto. – Ela respondeu lenta, porém firme, ainda mirando o horizonte.

Watson, que estava ao lado de Rita apoiou uma mão em seu ombro agora em sinal para que se afastasse, e olhando significativamente para Sherlock, abaixou-se segurando a caixa em sua lateral, no que o detetive logo fez o mesmo do outro lado.

Ambos suspenderam a caixa agora fechada com um cadeado qualquer e sem chave alguma, e deram poucos passos à frente, até a beirada de madeira que lhes separavam das profundas águas. Os dois olharam para Rita que consentiu com um simples movimento e foi em um suspiro, com suas expressões compenetradas, que Sherlock e Watson jogaram a pesada e tão valiosa caixa espanhola... No mar.

Sem pensar duas vezes, já que esta era a vontade de Rita. Já que isto era o que deveria ser feito.

Sob apenas as vistas do imenso céu azul anil estrelado e da sempre misteriosa lua.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Rita. Não era uma lágrima de arrependimento, e sim de pesar com um fino traço de tristeza por depois de tantos riscos, desentendimentos e mortes, tudo terminar assim. Nada que foi feito por esta funesta caixa valera a pena. Perdera toda sua família por causa deste desprezível objeto não digno. Sim. Aquele era de fato um tesouro de incontável valor a ser largado, desprezado nas profundezas, porém de uma carga enorme de maldades e injustiça. A quem realmente pertenciam todas aquelas jóias? De quem ou de onde lhe foram tomadas? Sob quais condições? Também mortes?...

Isso nem Rita nem ninguém saberia.

E sem sombras de dúvida, todo aquele tesouro não lhe pertencia. Ela não era e nem nunca fora como o pai, e nada mais seguro do que apagar toda esta história e jogá-la sem testemunhas no mar do esquecimento.

Foi com um grande choque que a caixa foi engolida pelas águas, sendo puxada cada vez mais para o fundo a metros e metros de profundidade, onde com o tempo seria ainda mais coberta e esquecida, sem culpas nem rancores.

As últimas bolhas foram vistas, subindo agitadas, pelo trio que ficara a observar a pesada caixa sumir cada vez mais na escuridão do mar...

...E Rita abraçou-se a Sherlock ainda permitindo que uma silenciosa lágrima escorresse.

O detetive a acolheu sinceramente. Comovido e admirado com a lição que a espanhola lhe ensinara com todo aquele ato que poucas pessoas fariam.

Agora, a Caixa Espanhola não passaria de uma história que futuramente seria lembrada por quem a vivenciou como uma lenda que seria guardada para sempre na memória. Uma história desventurada de uma caixa que envolveu dois países, Espanha e Inglaterra, tendo apenas como a mais verdadeira prova, o amor que surgira entre um detetive e uma simples cigana.

 

***

 

Chegaram a Baker Street tarde da noite, sem muita troca de palavras e nem Sherlock, Watson, que resolveu passar a noite em sua antiga e adorável casa na Baker depois claro, de avisar a Marry por carta, ou mesmo Rita, notaram a presença do robusto e jovial homem: Greg.

— Senhor Holmes? Está tudo bem? – A Sra. Hudson inquiriu assim que os viu entrando na casa, quietos.

Sherlock apenas assentiu e com um abano de mão, demonstrou que não queria conversa. Estava próximo à Rita e ambos iam subindo as escadas enquanto Watson largou-se pensativo no sofá. Precisava pensar em tudo que vinha acontecendo desde que tudo isso começou. Um dia, faria com certeza, um livro narrando toda esta história da trabalhosa caixa (...). Seu amigo merecia este registro e este reconhecimento.

— Sr. Holmes espere! – A mulher chamou-o fazendo-o parar no meio da escada. Rita olhou-o simples e continuou subindo rumo ao quarto. Sentia-se exausta e depois de tantos acontecimentos em um só dia e queria apenas, precisava dormir e pôr a cabeça em ordem.

— O que quer Sra. Hudson? – Sherlock perguntou cansado.

— Aquele homem... – Ela baixou o tom de voz uma oitava entre um risinho divertido – Ele veio hoje a sua procura com uma data. A única disponível, inclusive, Sr.

— Já? E ficou para quando? – Holmes perguntou extremamente interessado. Watson ouvia tudo atentamente também com um leve e cansado sorriso.

— Para daqui a dois dias.

— COMO?! – Sherlock e Watson falaram ao mesmo tempo.

— Sim. Em dois dias! – A Sra. Hudson dava pequenos pulinhos, alegre.

— Então prepare já as coisas! Tudo que for preciso! O que a Sra. achar que deve ter... O melhor! Mas não gaste todo meu dinheiro!

— É claro Sr. Holmes!

— Holmes, não se preocupe, Marry pode ajudar nisso também, mas não podemos esquecer o que ela— Watson começou apontando o queixo para cima; para andar dos quartos – está nos escondendo.

Sherlock franziu o cenho.

— Sim, sim. Mas a única coisa que quero agora é minha confortável cama.

E assim, foi-se.


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Notas finais do capítulo

CuriosAs/os??! ^.^ Espero que estejam gostando... E até os reviews!
Quarta ou quita-feira, posto o últimoooo.. ='|

Besitos!