Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 18
Carta para Sherlock Holmes


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!!! =D Como amo os reviews de vocês, mais um capítulo adiantado!



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– Inspetor, - um dos policiais adentrava a sala com os olhos esbugalhados – não encontramos nada. Mas pelo que me parece, os senhores tiveram muito mais êxito!

– Sim! Mas diga-me o que vasculharam. – Lestrade pediu com brilho nos olhos encarando ainda a caixa a sua frente.

– Lestrade! Não consigo abri-la. –Watson falou ofegante pelo esforço. Estava agora com a espada a mostra e tentava abrir a caixa forçando sua tampa, mas sem sucesso.

– Ah, dr. Watson! Temos que descobrir o que há aí dentro! – Lestrade falou em resposta.

– Porque não deixamos para abri-la na delegacia? – O policial palpitou também interessado.

– Acho uma ótima ideia. – Watson concordou – E seria mais seguro resolvermos isto lá.

– Está bem... – Lestrade aceitou – Mas e então? O que vasculharam por aqui?

– Esta casa mais parece um museu. – Começou o policial - Muitos quadros, tapeçarias e esculturas aqui e ali. Revistamos os aposentos da vítima e também por incrível que pareça, não havia nada além de uma espaçosa cama, guarda-roupa e uns outros móveis. Todos apenas com roupas e outras peças de uso pessoal. Um ou outro documento de coisas corriqueiras da casa. Recibos, impostos, compras... Nada que indicasse a caixa. Afinal, ela está aqui!

– Certo. Nenhuma chave talvez...?

– Não senhor. Nada.

– Estranho não haver nenhuma chave que possa abrir esta caixa – Watson pronunciou pensativo – Bem, vamos levá-la então para a delegacia. Mas antes, seria prudente enviarmos uma carta para Holmes. Deixá-lo a par do que está acontecendo principalmente agora que encontramos este objeto tão valioso!

– Tem razão doutor. Enquanto escreve para Holmes, darei algumas ordens para meus policiais para trazerem mais carruagens.

Retiraram-se da sala empoeirada sem antes, é claro, lançarem um último olhar para a caixa espanhola, e se dirigiram para a luxuosa sala de estar.

Logo Lestrade pôs-se a falar com seus policiais e enquanto isso, Watson pôs-se a escrever a carta informando tudo o que vira e descobrira na mansão. Sentou-se numa mesinha ao canto e começou seu relato:

Amigo Holmes,

Como não poderei ainda ir até o hospital (minha agenda está cheia com pacientes e outras coisas mais), lhe escrevo esta carta para que saiba de tudo que vi por aqui na mansão.

Você não vai acreditar o que encontrei! Mas vamos do começo: Assim que cheguei, percebi pegadas. Encontrei as dos irmãos e inclusive a sua, mas uma quarta pegada pude ver quando já estava quase entrando na casa. Creio ter sido do tal homem que os seguiu no dia da morte de Pablo. Afinal, apenas ele os seguia, sim?

Dentro da mansão, tudo é puro luxo! Pablo poderia muito bem manter-se com os lucros da venda da mesma. Bem, deixemos isto de lado. Encontrei uma lareira na sala de estar, bem trabalhada em alto relevo que escondia uma espaçosa e empoeirada sala com muitos documentos antigos, vinhos e móveis. Peguei um vinho datado de 1849; o mais velho de todos e também certo documento que lhe entregarei em mãos assim que puder ir vê-lo.

Mas, o mais espetacular lhe informo agora: Encontrei a caixa espanhola! O inspetor Lestrade e eu tentamos abri-la. Fizemos de tudo e não conseguimos... Bem, resolvemos então, levá-la para a delegacia para tentar abri-la em segurança. Estamos indo agora para lá.

P.S.: Nosso caro Lestrade também resolveu vir na mansão. Não foi um encontro dos mais agradáveis; quase atiramos um no outro. Seus policiais revistaram tudo e não lhe contei sobre o documento que peguei.

Sem mais delongas,

John Watson.

Watson assim que terminou de escrever a carta, dobrou-a e escreveu o endereço do Hospital St° Tomerson juntamente com o número do quarto de Holmes; e guardou em seu bolso. Levantando-se perguntou:

– Estão todos prontos? Podemos partir?

– Vamos. – Respondeu Lestrade abrindo a porta.

– Certo então, mas antes preciso enviar esta carta. Esperem-me na esquina da Rua Charing Cross. Vou ao correio e não me demoro.

E assim foi feito. A carta foi enviada e Watson seguiu no coche com o inspetor e claro, a caixa, enquanto os demais policiais seguiam logo atrás nas carruagens que foram pedidas. Passaram toda a viagem conversando sobre este caso que só complicava sem muitas provas e Lestrade mostrava-se cada vez mais insatisfeito sem conseguir desvendá-lo; ele realmente não tinha nenhuma informação além das que o próprio Sherlock havia lhe dito, porém agora, mostrava-se claramente ansioso com a descoberta.

Alguns minutos depois, já estavam todos na delegacia. Sem demora e rapidamente, tiraram a pesada caixa da carruagem e a levaram para o escritório de Lestrade.

– Vamos agora abri-la de uma vez por todas! – Lestrade falou eufórico.

– Mas peço que tome cuidado ao tentar. Não podemos quebrá-la e ainda assim, não abri-la. – Watson recomendou – Será muito útil que o Holmes a veja inteira.

– Sim, sim, não se preocupe doutor. – O inspetor respondeu levemente impaciente revirando suas gavetas a procura de algo que se encaixasse na fechadura do cadeado para finalmente visualizar o tesouro tão falado da família Valdéz.

***

– Uma carta para o senhor, senhor Holmes. – Uma jovem enfermeira falou depois de anunciar sua chegada com três batidinhas na porta parando na frente do quarto em que estava Sherlock.

– Já não era sem tempo! Obrigada! – O detetive pegou a carta das mãos estendidas da enfermeira e virou as costas seguindo para a janela. Ela por sua vez, foi embora, sem antes lançar-lhe um rápido olhar malicioso.

Holmes abriu a carta e leu-a velozmente como se devorasse cada palavra. Assim que terminou, puxou uma cordinha ao lado da cama chamando algum médico ou enfermeira. Passados três minutos, um médico chegou ao seu quarto.

– Demorou!

– O que quer falar Sr. Holmes? – O mesmo médico que retirou os pontos perguntou.

– Preciso de alta, agora. – Holmes pronunciou sem expressão, porém com seu jovial e característico brilho no olhar, quando algo é de seu completo interesse.

– Ah, é sobre isso? Tenho mais pacientes me aguardando. – O médico falou e foi virando as costas.

– Foi a mando do Dr. John Watson se me permite dizer. – Holmes mentiu.

O médico virou-se de volta e encarou Sherlock com os olhos semicerrados indicando desconfiança.

– Olhe. – Sherlock levantou a carta em suas mãos – Ele acabou de me enviar esta carta pedindo para que me deem alta. Estamos trabalhando em um caso e ele necessita de minha presença. Falou ainda que me dará os devidos acompanhamentos. – Continuou mentindo seguro do que falava como se estivesse defendendo o mais importante segredo de Estado.

O médico ainda estava desconfiado, mas ao ver a carta nas mãos de Sherlock, aliviou-se e falou:

– Já que Watson é realmente seu médico e estou vendo a carta em mãos, irei preparar os documentos para sua saída.

– Muito bem. – Sherlock falou sério.

– Mas ele deveria ter enviado esta carta para mim mesmo não acha? – O médico perguntou astuto.

– Ah, claro! – Sherlock concordou – Mas nesta carta há novas informações sobre o caso que estamos trabalhando e apenas no final, ele me escreveu que falasse sobre minha saída em caráter de urgência.

– Em alguns minutos estarei de volta com os documentos. – O médico disse por fim convencido saindo do quarto.

Sherlock abriu um largo sorriso satisfeito. Abotoou sua camisa, vestiu seu colete cinza e endireitando o chapéu, encarou através da janela, a rua agora parecendo mais colorida e atrativa como há uns dias não via.


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Notas finais do capítulo

E então...?! O que acharam? *-*

Próximo capítulo com mais mistérios, uma dose de humor e claro, Rita a caminho do hospital a pedido de Sherlock!

Beijos e vejo vocês!