Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 17
A Descoberta por Trás da Lareira


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo seguido para vocês!

...E o que será que Watson encontrou...? *-* BOA LEITURA!!!

:)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367786/chapter/17

O doutor decepcionou-se ao ver que tudo naquela sala secreta, não passava de teias e grossas camadas de poeira. Ninguém pisava ali há muito tempo a se julgar pela aparência do local. Não havia nenhuma pegada ou indício de que algo recente tivesse acontecido. Cinza. Era a cor que predominava e era apenas o que Watson conseguia ver. Caminhou pela sala secreta a procura de algo que lhe chamasse a atenção. Livros, retratos e pertences da família num geral, estavam bem distribuídos pela sala. Havia uma pequena adega com vinhos variados. Watson se aproximou e se distraiu com os vinhos que tinham anos e anos de existência: do ano atual, 1917 até muito antes: 1849. Deviam estar apuradíssimos.

“Quem seria o dono de tais vinhos?” – Pensava Watson – “Pablo era novo demais para ter guardado vinhos de 1850, por exemplo. É um caso a se pensar.” E puxou o vinho espanhol que datava 1849; o mais antigo de todos.

Já com certa urgência, Watson caminhou até um grande móvel com duas portas. Abriu-o.

Pilhas de papéis encardidos estavam guardadas ali, mas foi um papel maior que chamou a atenção de Watson, onde lia-se: “Atestado de Óbito”.

Estava impresso neste papel, dados sobre a morte da Sra. Laura Gonzales Valdéz, esposa de Ruan Valdéz, onde dizia ter sido realmente, causada por problemas cardíacos. Era um simples atestado, porém Watson resolveu guardá-lo consigo. O doutor continuava vasculhando o móvel até que um brilho dourado obrigou-o a encarar tal objeto. Uma caixa. Uma caixa consideravelmente grande de uma madeira grossa com uma fechadura dourada estava bem ao lado do móvel com os documentos. Ela estava completamente encoberta de teia e poeira o que não foi nenhum empecilho para o doutor.

Watson com sua bengala-espada afastou parte das teias e sem pestanejar, com adrenalina a mil, passou a mão por cima da tampa ajoelhando-se em seguida. Mirou incrédulo para aquela caixa e não acreditava que seria a tão desejada caixa espanhola. Tocou a fechadura dourada. Inconscientemente puxou o cadeado que é claro, não se abriu.

“A chave... Onde está?” – pensou o doutor.

Agitado levantou-se e procurou nos quatro cantos da sala a chave que abriria a caixa, porém nada encontrou.

Voltou a encarar a caixa agora com pequenas gotículas de suor escorrendo pelo rosto. Abaixou-se novamente e viu uma escritura na borda da tampa onde dizia:


Aquí nada tens se fores despierto. Ninguna llave abre, así como todas pueden abrir.


“Mas o que isto quer dizer?!” – Watson pensou exasperado – “Vamos Watson, pense!”

Leu e releu a frase desejando ter Sherlock agora ao seu lado. Tinha dúvidas quanto a algumas palavras. E agora, o que poderia ele, fazer? Entendendo apenas o sentido da escritura de forma geral, arriscou em tentar abrir o cadeado mesmo assim, com alguma coisa pontuda. Será que serviria? Daria certo? Precisava a qualquer custo descobrir o que tinha ali dentro.

Foi então quando o inspetor Lestrade adentrou o ambiente com uma enorme expressão de espanto.

– Ora, ora, ora, o que temos aqui! Por que não me disse que havia encontrado essa sala secreta?

Watson pensava rápido, mas nada falou.

– E o que procura aí? O que é isto...? – Lestrade continuou a perguntar olhando agora de Watson para a caixa.

– Temo que seja a caixa espanhola Lestrade! – O doutor começou em um tom urgente – Estava vendo alguns desses papéis... Mas nada de útil. Apenas papéis velhos sem importância e esta adega. Então o brilho opaco deste cadeado me fez virar nesta direção. A encontrei aqui, agora, totalmente empoeirada! – Watson falou encarando o investigador.

– Custo a crer que esta é a tão procurada caixa! – Lestrade falou pondo a mão no queixo e olhando para a caixa no chão.

– Também inspetor! Mas devemos acreditar, pois ela está bem a nossa frente.

– Vamos abri-la!

– Não! Só um momento... Vamos pensar um pouco. Primeiro: O Sr Valdéz está morto. A própria Rita, sua filha nos contou; e por que esconderiam a caixa aqui?

– Talvez pensassem que fosse o lugar mais seguro. – Lestrade deu uma pausa – Mas o Sr. Valdéz, pode ter escondido esta caixa aqui antes de sua morte.

– Sim, sim... – Watson pensava.

– E então? Vamos abri-la? – Lestrade perguntou ansioso.

– Espere... Lembro-me de Rita ter nos dito algo sobre... A caixa ter sumido desde que o Sr. Valdéz morreu. Antes disso, estava nos cofres da família.

– Dr. Watson, tudo isso me parece muito claro. Digamos que o Sr. Valdéz sempre escondeu a caixa aqui e enganou a sua família por todos esses anos dizendo ele estar nos cofres, certo? Isso nos indica que ele nunca quis compartilhar este tesouro com ninguém absolutamente e mais tarde, alguns anos depois, no momento propício, retornaria aqui e levaria a caixa de vez consigo.

– É uma boa hipótese e que só recebe confirmações quando sabemos que a Rita não possuía a chave dos cofres confiando apenas na palavra do pai, mas e o Pablo? Será que ele tinha uma segunda chave do cofre? Pois foi ele quem começou com as acusações de que a irmã havia roubado a caixa o que deu na confusão que nos deparamos agora.

– Tudo indica que sim. Que ele tinha uma segunda chave de acesso aos cofres, pois foi acusar a irmã. Suponhamos que ele tinha a chave e vemos agora também, que ele nada sabia sobre esta sala se observamos seu estado completamente sujo; ninguém pisa aqui a um bom tempo. Pensando nisso, e tendo ele a chave, quem poderia ter roubado a caixa além de sua própria irmã? – Lestrade argumentava astuto.

– Isso quer dize que ele abriu os cofres a procura da caixa?! – Watson compreendia.

– Claro!

– E fez isso apenas após a morte do pai. O Sr. Valdéz... – Watson pensava agora encarando o chão.

– Exato! E este caso teve início! Um irmão acusando o outro do tal roubo, porém ambos inocentes! – Lestrade concluiu.

– Que trama! – Watson exclamou.

– E foi por esse erro, de terem confiado na palavra do pai, que pensaram eles, ter a caixa sumido apenas depois da morte do mesmo e por quê? – Lestrade perguntou já pronto para responder, mas foi Watson quem falou:

– Porque os irmãos agora sem o pai, e antes já sem mãe, quiseram essa herança apenas para si e se deram por falta dela.

Lestrade balançou a cabeça afirmativamente e Watson continuou:

– Mas ainda sinto que há peças faltando nesse quebra-cabeça...

– Pensaremos nisso com calma Dr Watson. E com a ajuda do Holmes, é claro. Vamos abrir de uma vez esta caixa sim? – Lestrade agachara-se se aproximando da caixa e a encarando com um tremendo brilho nos olhos assim como Watson.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? *-*

Até breve com mais capítulos e mistérios!
Bjos!