Nancy Bobofit- Crônicas Da Esquecida escrita por H e Z


Capítulo 7
Liper?




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Vi um homem sentado numa cadeira de balanço, não, ele não era velho, no máximo uns 20 anos. Os cabelos cor de trigo balançavam com o vento, que era transmitido por um mini ventilador que estava em frente a ele. Os olhos estavam fechados.

– Olá? Onde eu estou?- perguntei ao homem, na esperança de que ele abrisse os olhos, funcionou.

Seus olhos se abriram, revelando olhos que eu não podia identificar de qual cor eram, já que mudavam de cor como se fossem caleidoscópios.

– Olá, Nancy. – Olhei-o confusa.

Como ele sabia o meu nome? Por que sua voz parecia-me tão familiar?

– Sou eu, Eros!- O olhei, realmente eu nuca havia visto seu rosto, meu único contato com ele fora quando ele falara na minha cabeça.- Não acredito que você não reconheceu seu próprio padrinho! Assim fico magoado!

– Padrinho?- perguntei, meus olhos mostravam confusão. Ele tossiu.

– Esquece, temos coisas mais importantes para tratar. - Ele mudou de assunto- Como a fúria!

– A Sra. Dodds?- perguntei.

– É, essa aí mesmo!- Confirmou ele- Essa flecha pode te causar muitos problemas, pondo em risco sua vida, ou sua sanidade mental.

– Animador –murmurei – Ótimo, aonde chegaremos com essa conversa?

– Você precisa disso!- O deus estalou os dedos, um arco apareceu em meus braços- Assim, além de te proteger, você poderá fazer os casais que eu mandar, digo, que eu te pedir, ficarem juntos!

– Ah, perfeito!- Falei- Posso usar isso para benefício próprio?

– Claro!- um sorriso se formou no meu rosto- Claro que não! Isso é egoísmo!

Fiz uma cara emburrada, cruzando os braços.

– Arrume uma aljava com flechas normais, sempre que você precisar das minhas flechas elas aparecerão lá! – Avisou ele

– Vou dar um jeito. - concordei.

– Nosso tempo está acabando!- murmurou ele, mais pra si mesmo- Adeus, Nancy! Boa sorte com Liper, ok?

– Liper...?- tentei perguntar, mas o sonho já havia desaparecido.

Abri os olhos, vi três pessoas de costas, conversando, só percebi quem eram quando ouvi suas vozes.

– Ela vai ficar bem? – Perguntou Connor, fechei os olhos, não queria que percebessem que eu estava acordada.

– Pela décima quarta vez, não sabemos! – exclamou Percy, irritado.

Meu coração acelerou, ele estava ali por causa de mim?

– Eu espero que fique, Nancy tem que ficar bem!- Leo disse- Ela é uma boa pessoa, os deuses não permitiriam isso, não é?

– Os deuses nem ligam!- Percy murmurou, irritado- E Nancy não é uma boa pessoa!

Ótimo, ele pisou em mim de novo, quero cavar um buraco e me enfiar lá.

– Como ela não é uma boa pessoa?- Leo pareceu ficar irritado- Ela me salvou! Se não fosse ela eu estaria aí!

– Com licença... – Pediu Connor, saindo do recinto.

– Leo, você não sabe de nada!- Percy pisou em mim, de novo!

Um silêncio se instalou no quarto, o momento perfeito para eu acordar.

– Oi...? – perguntei, abrindo os olhos, percebi que minha voz estava fraca e rouca. –Onde eu estou?

Os dois viraram-se para mim bruscamente.

– Nancy!- o filho de Hefesto começou- Obrigado! Não sei o que aconteceria comigo se você não me empurrasse!

– Tudo bem com você?- perguntou o quebrador de corações com normalidade. – Briga feia, hein?

– Leo, você está exage...- tossi- Eu acho que estou bem.

– Não, não está. – os olhos verdes pareceram demonstrar preocupação, enquanto sua mão repousava em minha testa. – Você está fervendo!!!

O cachinhos fez o mesmo, seu rosto se alarmou.

– Eu vou chamar os filhos de Apolo!- afirmou apressadamente, correndo pra fora.

Percebi que estava com frio, puxei as cobertas até pouco abaixo do meu nariz. Durante esse gesto percebi que minha barriga ainda devia estar em má situação.

Olhei pra ela embaixo das cobertas, tinha parado de sangrar, mas eu não consegui analisar direito, aquilo me dava calafrios.

– Está doendo?- perguntou Percy.

Olhei pra baixo, envergonhada, eu havia esquecido que ele estava ali.

E lá estávamos, só eu e ele, num quarto fechado, esquilos me mordam!

Vamos recapitular, eu estava num quarto fechado com o garoto mais lindo do mundo que, infelizmente, me odeia.

– Está doendo?- perguntou ele.

– Nã...- tentei fazer que não com a cabeça, porém minha barriga doeu.- Si-sim- minha voz saiu fraca, nunca pensei que um dia falar seria um esforço.

– Por que salvou Leo?- Disse ele em um tom mais áspero, dando a entender que ele nunca esteve preocupado comigo, e sim, só queria ser educado. – Tenho certeza de que não foi para fazer uma boa ação!

Ouch, essa havia doído, realmente ele me achava um monstro.

– Você realmente me odeia...- murmurei- Eu gosto de Leo, ele é um cara legal! Não pensei muito na hora de me jogar em sua frente.

Em parte eu estava falando a verdade, em parte. Realmente achava Leo um cara legal, mas eu tinha pensado sim antes de salvá-lo.

– Espere um pouco...- pediu Percy- Você gosta dele?

Entendi no exato momento o que ele quis dizer com essa “ênfase”.

– Óbvio que não!- exclamei, completamente vermelha- Não desse jeito!

Ficamos em silêncio por um tempo, percebi que minha voz estava voltando ao normal, ótimo.

– E se eu gostasse... O que você teria a ver com isso?- perguntei, aquilo já estava ficando bizarro.

Ele estendeu as mãos em sinal de rendição.

– Oooh, nervosinha!- ele disse em um tom divertido- Não se pode mais ser curioso neste mundo!

– A curiosidade matou o gato, não é?- perguntei, desafiadora.

– Você me acha um gato?- perguntou ele, fazendo-se de desentendido (O que só me deixou com mais raiva).- Fico lisonjeado!

– Morra, seu idiota!- reclamei, tentando dar-lhe um tapa, mas não funcionou, porque se eu esticasse demais o meu braço minha barriga doía.

– Haha!- riu ele, debochando- Não conseguiu me acertaar!- ele colocou o rosto bem perto do meu, seu sorriso de deboche sumiu.

Eu sentia sua respiração e ele a minha, eu devia estar parecendo uma pimenta de tão vermelha... Os olhos dele encaravam os meus, fiquei completamente hipnotizada pelo verde cor de mar.

Respirei fundo quando o vi recuar, foi quase.

Meus olhos se encheram de raiva quando percebi que talvez ele estivesse me provocando. Encarei aquele sorriso, desejando que ele tivesse o troco.

Uma telha despencou do teto, caindo na sua cabeça.

– Pelo visto a sorte não está ao seu favoor!- debochei do mesmo jeito que ele havia feito.

– Sua...- ele começou, mas foi interrompido por Leo, que abriu a porta acompanhado por vários garotos loiros de olhos claros.

– Perdi alguma coisa?- perguntou Leo, olhando pedaços de telha no cabelo desgrenhado do garoto de olhos verdes, o que não o deixava menos bonito.

Depois da tarde inteira sendo tratada pelos garotos que descobri serem filhos de Apolo, eu finalmente fui liberada.

Leo caminhava ao meu lado, me mostrando o acampamento, era realmente incrível pensar que no ano inteirinho aquele lugar nunca ficasse com um tempo chuvoso.

– Nancy, olha lá!- pediu Leo, apontando para um garoto loiro e uma garota morena de olhos que eu não podia identificar a cor.- Aqueles são Piper e... Jason- sua voz morreu.

Olhei novamente naquela direção, eles estavam se beijando. Encarei o filho de Hefesto, sua expressão era triste.

– E-eu, vou...Hãn, é... Pro meu treinamento de espadas, tchau!- ele saiu correndo de lá.

Olhei para aqueles dois, Eros não queria que eu julgasse ela como uma pessoa ruim, mas era impossível gostar da garota que fez meu amigo chorar. Prometi-me então:

“Piper, você é uma filha de Afrodite morta”


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Notas finais do capítulo

Quem vocês acham que é a mãe da Nancy? O que acharam?



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